SANTA MARTA, MARIA E LAZARO
29 julho - É preciso
obedecer sempre, custe o que custar, ainda que nos custe o sacrifício das
afeições mais suaves e delicadas. Assim era o amor que Jesus consagrava a Maria
e a José, cujos corações ele sabia despedaçados pela dor da sua perda. (S 345).
São Jose Marello
João 11,19-27
"Muitos judeus tinham ido consolar Marta e Maria pela
morte do irmão. Logo que Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro
dele. Maria ficou sentada,
Meditação:
Em Lucas há uma cena com Marta
dedicada aos trabalhos da casa e Maria, à escuta de Jesus (Lc 10,38-42).
Em João, nesta cena do evangelho de hoje, vemos Maria sentada em casa, triste
com a morte do irmão, e Marta atenta e dialogando com Jesus em busca da vida,
fazendo sua profissão de fé.
De início Marta reafirma a crença farisaica na ressurreição do último dia.
Jesus revela-lhe a sua novidade: "Eu sou a ressurreição e a vida". A
ressurreição é a vida de Deus, que vence a morte e que nos é dada em Jesus.
Marta, com sua irmã Maria e seu
irmão Lázaro, só são mencionados por Lucas e por João, nesta passagem da
ressurreição de Lázaro e na ceia em Betânia, seis dias antes da última ceia na
véspera da Páscoa em Jerusalém (Jo 12,1-8).
As palavras que acabamos de ler
no Evangelho advertem-nos que, no meio da multiplicidade das ocupações deste
mundo, há um bem único para o qual devemos tender.
Tendemos porque ainda estamos a
caminho e não em morada permanente; em viagem e não na pátria definitiva; em
tempo de desejo e não da posse perfeita. Mas devemos tender sem preguiça e sem
parar, a fim de podermos um dia chegar ao fim.
Dos evangelhos, é sempre difícil,
retirar o que é acontecimento histórico. Sabemos sim, que o objetivo dos
autores é; perante destinatários concretos, as comunidades a que dirigiam o que
escreviam, pô-las em contacto com Jesus Cristo. Seriam, dizemos nós hoje,
catequeses.
A memória de santa Marta está
associada, à ressurreição de Lázaro. Sabemos que esta ressurreição, não foi
definitiva, pois Lázaro voltou a morrer.
Este episódio contado por João,
serve para, mais uma vez, percebermos que Jesus é o Senhor da vida. Todos os
gestos, todos os sinais, incluíndo este, mostram-nos Jesus comprometido com a
vida dos homens. Vida que acreditamos nós, não termina quando da nossa morte
física, mas continua para sempre.
João põe na boca de Marta a
profissão de fé
Marta que conhecíamos doutro episódio,
como andando atarefada e aparentemente distraída (Lc 10,38-42), tem neste
acontecimento, a centralidade do crente que professa e adere na confiança
plena.
O acontecimento não identifica
somente uma coisa que aconteceu e com a qual tudo teve início, mas é aquilo que
desperta o presente, define o presente, dá conteúdo ao presente, torna possível
o presente.
"Amai toda a gente com grande
amor de caridade, mas reservai a vossa amizade profunda para os que podem
partilhar convosco as coisas boas. [...]"
Se partilhamos no domínio dos
conhecimentos, a nossa amizade é certamente louvável; mais ainda se comungam da
prudência, da discrição, da força e da justiça.
Contudo, se a nossa relação é
fundada na caridade, na devoção e na perfeição cristã, a nossa amizade é
preciosa! É admirável porque vem de Deus, admirável porque tende para Deus,
admirável porque o seu laço é Deus, porque é eterna
Não se trata aqui do amor simples da
caridade, porque esse deve ser levado a todos os homens; trata-se da
amizade espiritual, pela qual dois, três ou vários comungam na vida espiritual
e têm um só coração e uma só alma.
É verdadeiramente justo que tais almas
cantem felizes: "Vede como é bom e agradável que os irmãos vivam
unidos!" (Sl 132, 1).
Todas as outras amizades não
são mais do que a sombra desta. É fundamental que os cristãos que vivem no
mundo se ajudem uns aos outros através de santas amizades; por este meio
incentivam-se, apoiam-se, conduzem-se mutuamente para o bem.
Ninguém pode negar que Nosso
Senhor amou com uma amizade mais doce e muito especial São João, Lázaro, Marta
e Madalena, pois o Evangelho a testemunha.
Reflexão
Apostólica:
A morte
de uma pessoa querida é, muitas vezes, causa de desespero para todos nós, pois
nos parece que as nossas preces não foram ouvidas.
No Evangelho de
hoje, enquanto Maria permanece sentada em casa, Marta vai ao encontro de Jesus.
De início Marta reafirma a crença farisaica na ressurreição do último dia.
Jesus revela-lhe a sua novidade: "Eu sou a ressurreição e a vida".
Marta
afirma: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”. Ela
mandou chamar Jesus, mas ele não estava presente no momento em que ela tanto
precisava.
Porém, ela não se desesperou por causa disso, continuou acreditando e o
resultado da sua fé foi o retorno do seu irmão à vida, mostrando-nos, assim,
que não devemos questionar a ação divina, mas sempre confiar em Deus, que faz
tudo para o nosso bem, para a nossa felicidade e para a nossa salvação.
Jesus demonstrou a força poderosa do Amor de Deus quando ressuscitou Lázaro. A
fé
Nunca poderemos
duvidar da força do amor de Jesus que quer nos salvar: “Senhor, se tivesse
estado aqui, meu irmão não teria morrido, mas, mesmo assim, eu sei que o que
pedires a Deus, ele to concederá”.
Quando nós
caminhamos na vida tendo convicção de que o poder amoroso de Deus pode nos
conceder vida nova e nos tirar das situações de morte nós não tememos coisa
alguma.
Crer em Jesus é
o troféu mais valioso que nós podemos empunhar, pois é a condição prevista pelo
próprio Jesus para que tenhamos a vida eterna.
“Eu sou a
ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele
que vive e crê em mim não morrerá jamais. Crês isto?”
Você, crê nisto
também? É assim que você pensa e espera? Como você entende isto que
Jesus falou: ainda que morra, viverá? E aquele que vive e crê em mim não
morrerá jamais? A que tipo de morte Jesus se refere? Como você
imagina que Deus seja? Qual a experiência que você tem vivido das coisas
desagradáveis?
Jesus se apresenta como a ressurreição e a vida, mostrando que a morte é apenas
uma necessidade física. Para a fé cristã a vida não é interrompida com a morte,
mas caminha para a sua plenitude. A vida plena da ressurreição já está presente
naqueles que pertencem à comunidade de Jesus.
A ressurreição é a vida de Deus que vence a morte e que nos é dada
O crer em Jesus
é a recuperação da vida, agora, sem jamais morrer. É a participação na vida divina,
no presente. A comunidade que crê em Jesus e vive sua missão de amor já está
inserida na vida eterna.
Propósito:
Pai, que o meu
agir não seja movido por um ativismo insensível à palavra de Jesus. Antes, seja
toda a minha ação decorrência da escuta atenta desta palavra.
O corpo glorioso
João 11,19-27
Desse diálogo entre
Jesus e Marta, vamos refletir num só ponto. A ressurreição.
Esta é uma daquelas
fatalidades como o dia da nossa morte, que evitamos falar no
assunto. É o tipo tapar o sol com uma peneira, ou mesmo mudar de assunto, etc.
"Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que
crê em mim, ainda que esteja morto, viverá."
Jesus nos garante a
ressurreição, desde que tenhamos devida fé. Desde que acreditemos que Ele
realmente é o Filho de Deus. Então. Vamos morrer, e vamos ressuscitar dos
mortos, mas com que corpo? Minha avó morreu com 98 anos. Será que vale a pena
ressuscitar nessa idade? Veja bem. Se Jesus ressuscitou, e no evangelho de hoje
nos garante a nossa ressurreição, e se quando Ele ressuscitou apareceu aos
discípulos com um corpo glorioso, por estamos preocupados com que corpo vamos
ressuscitar? Já me disseram que vamos ressuscitar na melhor fase do nosso
corpo. Será isso mesmo?
Eu vejo esta questão por
outro ângulo. Procuro seguir as palavras e o raciocínio de Jesus. E acredito
que o nosso corpo será um corpo glorioso como aconteceu com Ele. O corpo
glorioso se levantará da poeira da terra, espiritualizado, dotado de sutileza. A
alma que desfruta da presença de Deus se unirá perfeitamente a Ele e
participará de Sua bondade, conforme sua própria medida; e de igual modo o
corpo, pois este se sujeitará perfeitamente à alma.
A impassibilidade dos corpos gloriosos não permitirá a existência
de nenhum defeito, dor ou mal. A alma feliz por estar com Deus terá
tudo em ordem e a remoção de todo mal, porque onde está o Sumo Bem não cabe mal
algum. Logo, também o corpo, aperfeiçoado pela alma e em proporção a ela, será
imune de todo mal, não só atual, mas inclusive do mal possível. Do atual, porque
em ambos nem haverá corrupção, nem deformidade, nem defeito nenhum. Do
possível, porque nada poderão sofrer que lhes perturbe.
Mas lembre-se: "...todo aquele que vive e crê em mim,
jamais morrerá. Crês nisto?"



Nenhum comentário:
Postar um comentário