02 agosto - Tu deverás ficar contente com o papel que o Senhor te conceder aqui na terra, com a confiança de que, graças à ajuda divina, te será fácil desempenhá-lo de maneira que possas merecer uma grande recompensa no Céu. (248). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 14,1-12
"Naquele tempo, a fama de Jesus chegou
aos ouvidos do rei Herodes. Ele disse aos seus cortesãos: "É João Batista!
Ele ressuscitou dos mortos; por isso, as forças milagrosas atuam nele". De
fato, Herodes tinha mandado prender João, acorrentá-lo e colocá-lo na prisão,
por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. Pois João vivia dizendo
a Herodes: "Não te é permitido viver com ela". Herodes queria
matá-lo, mas ficava com medo do povo, que o tinha em conta de profeta. Por
ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de
todos, e agradou tanto a Herodes que ele prometeu, com juramento, dar a ela
tudo o que pedisse. Instigada pela mãe, ela pediu: "Dá-me aqui, num prato,
a cabeça de João Batista." O rei ficou triste, mas, por causa do
juramento... ordenou que atendessem o pedido dela. E mandou cortar a cabeça de
João, na prisão. A cabeça foi trazida num prato, entregue à moça, e está a
levou para a sua mãe. Os discípulos de João foram buscar o corpo e o
enterraram. Depois vieram contar tudo a Jesus."
Meditação:
Mateus reapresenta em seu evangelho, de maneira mais
resumida, esta narrativa já feita por Marcos.
Pode-se ver nela uma certa dose de ironia ao
apresentar Herodes como um rei sensual e volúvel, um "caniço agitado pelo
vento", em oposição à autenticidade e coerência de João.
Este banquete de aniversário de Herodes fica
caracterizado como o banquete da morte, expressão da resistência dos poderosos
às ações libertadoras do povo.
No Evangelho de hoje nos deparamos com as
circunstâncias da morte de João Batista. Ele havia denunciado ao tetrarca
Herodes a imoralidade que ele estava cometendo ao coabitar com Herodíades, a
mulher do seu irmão. Por um lado, está a mulher furiosa, que se enche de ódio
contra João Batista e queria vê-lo morto por causa das denúncias.
Por outro lado, Herodes tinha que decidir entre
arrepender-se do que fazia e separar-se de Herodíades; continuar na situação em
que se encontrava e sofrer crescente oposição do povo em seguida à denúncia de
João Batista; ou ainda silenciá-lo de alguma forma.
Das três opções, influenciado por Herodíades, Herodes
decidiu pela terceira, mas hesitava em matá-lo, porque sabia que João era um
homem de bem, justo e santo, e respeitado pelo povo. Mandou, portanto, que
fosse amarrado e colocado na prisão.
Quantas vezes, seguindo um caminho mau, somos alertados por
alguém e temos a oportunidade de nos corrigir, mas preferimos continuar no
pecado. Quantos pecadores são alertados pela pregação do Evangelho, e, ao invés
de se converterem, eles se voltam contra a pessoa que lhe corrige e o próprio
Evangelho, tornando-se inimigos de Cristo.
Com isto eles pensam ganhar algum prazer nesta vida,
mas perdem a vida eterna, permanecendo na condenação de Deus para sempre.
Não é fácil deixar uma situação de pecado, que nos
agrada, para endireitar a nossa vida. Foi o que aconteceu com Herodes. Preferiu
cometer uma grande injustiça, aprisionando João Batista para agradar Herodíades
e abafar a sua própria consciência.
O dia do aniversário de Herodes foi celebrado com uma festa
(só lemos de outra festa de aniversário na Bíblia, esta celebrada por
Faraó (Gn 40,20).
Foi quando ele cometeu outro grande erro. A filha de
Herodíades, sobrinha de Herodes, dançou durante a festa. Seu nome não é
mencionado na Bíblia, mas segundo a história profana ela era Salomé, que se
casou mais tarde com outro tio, Filipe o tetrarca da Ituréia (Lc 3,1).
Ela dançou tão bem que agradou muito Herodes e os seus
convidados. Para recompensá-la, Herodes lhe prometeu, com juramento, que lhe
daria tudo o que pedisse, até a metade do seu reino (Mc 6,23).
Era uma promessa solene, e Salomé foi consultar a sua
mãe sobre o que deveria pedir. Herodes era poderoso e rico, e as possibilidades
eram muitas. Mas Herodíades estava focalizada em uma coisa só: João Batista
tinha que morrer. Surgiu agora a oportunidade de consegui-lo através da sua
filha.
Para a aflição de Herodes, sua sobrinha, instruída por
sua mãe, pediu: “Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista.” Herodes havia
feito um juramento, e os que estavam à mesa com ele eram testemunhas, portanto
ele tinha que ser cumprido. Ninguém daria o valor de metade do seu reino à
cabeça de João Batista: só mesmo Herodíades.
Na verdade, não foi um triste fim para João Batista.
Segundo o plano de Deus ele havia cumprido brilhantemente a sua missão, e havia
agora chegado a hora dos seus discípulos se reunirem junto com os discípulos do
Senhor Jesus, para aprenderem com Ele a arte de ser fiel a missão a nós
confiada.
Que o senhor nos dê esta graça da fidelidade e de
derramar o nosso sangue se tal for necessário como fez João Batista em
prol da verdade, da justiça e do amor de Deus!
Reflexão
Apostólica:
João
Batista estava incomodando muito por denunciar os pecados daqueles que viviam
segundo a carne e o seu egoísmo. Por isso sua cabeça foi servida num prato
porque palavra de Rei não volta atrás.
A condenação de João, inocente e justo, prenuncia a condenação de Jesus, que se
fez discípulo de João e segue caminho semelhante, com a conclamação à conversão
ao Reino de justiça.
Como esta
história se adapta à nossa vida nos dias de hoje! Por falar a verdade, João
Batista, o último profeta de que falam as Escrituras, foi preso e depois mandado
degolar por Herodes a fim de satisfazer aos caprichos da sua amante.
Herodes quis
agradar a Salomé, filha de sua amante Herodíades, por isso, mandou matar João
Batista, oferecendo a ela a cabeça dele como um presente!
No nosso mundo
de hoje os que pregam os ensinamentos da Palavra de Deus, os que
Mudam apenas os
estilos e a maneira de se abafar a voz de alguém que tenta falar de Deus nos
lugares aonde tudo é permitido, nada faz mal e as coisas acontecem na maior
naturalidade.
Quem mais sofre
as conseqüências dessas atitudes do mundo de hoje que se paganiza a olhos
vistos são os jovens que, habitualmente, não possuem alguém que lhes aponte um
caminho certo.
Os João
Batistas de hoje também não são bem vistos em muitos lugares aonde se tem como
norma não falar de religião, de Bíblia, de Igreja, de Nossa Senhora, de
castidade, de matrimônio santo, de muitos outros assuntos, com o pretexto de se
respeitar a diversidade de pensamentos.
Por isso, hoje
está na moda e é aplaudido por uma grande maioria, o divórcio (agora bem
ligeirinho, sem burocracia), o casamento entre homossexuais, a liberação da
maconha, a maioridade antes do tempo, em nome de uma falsa liberdade cujo nome
real é libertinagem.
Se alguém de sã
consciência ousar dar algum conselho aos jovens, no meio de muitas pessoas
“entendidas”, falando, por exemplo, de castidade, de sexo somente no casamento,
de namoro santo, de vestir-se sem expor demais o corpo, com certeza, será logo
recriminado e considerado alienado e uma pessoa retrógada, antiquada.
É assim que os
Herodes de hoje conseguem degolar os emissários de Deus. Os Herodes estão em
diversos lugares e também gostam de fazer promessas para agradar a quem eles
desejam conquistar.
Por isso,
precisamos tomar consciência se também não estamos fazendo o papel de Herodes
quando prometemos a alguém o que não nos é permitido oferecer e por causa das
nossas promessas aos homens esquecemos a promessa que fazemos a Deus de
amar-nos uns aos outros e partilhar com eles vida.
Como nós
podemos prometer tudo o que alguém nos pede, se não possuímos nem mesmo o dom
de conservar a nossa vida?
Podemos
entregar a “cabeça” dos nossos irmãos de muitas maneiras: difamando, fazendo
intrigas, levantando falso, matamos o corpo, mas nada podemos fazer com a alma.
Deus é o Senhor de todos e age com justiça de acordo com as nossas ações.
Em nome de Deus
você consegue falar de assuntos polêmicos no meio dos entendidos do mundo? Você
se sente à vontade em lugares onde tudo é permitido ou você tem coragem de
denunciar o que não é de Deus? Você já entregou a “cabeça” de alguém em
troca dos seus interesses? Do que você será capaz de fazer para conseguir
os seus intentos? Você teme mais a Deus ou aos homens? A quem mais
você tem agradado: a Deus ou aos homens?
Hoje vivemos
num mundo em que são muitos aqueles que vivem segundo os prazeres da carne, não
respeitando a esposa dos outros, não respeitando o marido das outras, tudo para
satisfazer o seu egoísmo e seus caprichos igual a Herodes.
Não dá mais para assistir um filme na nossa casa na presença da família ou
mesmo de alguma visita. Porque parece que os produtores não têm mais outra
coisa para mostrar na tela senão a pura safadeza.
Quando não estão executando, estão falando as mais baixas e vis palavras
que acabam degradando o ser humano, desqualificando e desvalorizando
principalmente a imagem da mulher, que já não é mais vista como companheira,
como mãe, como genitora, como a rainha do lar, mais simplesmente como um objeto
de prazer descartável que o homem apenas usa sem mais nenhum compromisso, pois
é tão grande a banalidade da pessoa humana, no mundo da sétima arte a qual já
não é mais arte, mais sim pura pornografia.
E nós o que fazemos? Não vamos fazer absolutamente nada? Pelo menos vamos
denunciar enquanto podemos.
Vamos lutar pelo resgate da imagem da mulher, que sob a desculpa de libertação
feminina, foi vulgarizada desde os anos 60.
A outra coisa que podemos e devemos fazer por essa nova Sodomia, é pedir ao Pai
para que Ele proteja os nossos jovens de serem usados por aqueles que querem
ver o circo pegar fogo.
Propósito:
Pai, na
qualidade de discípulo de teu Filho Jesus, quero inspirar-me na coragem inabalável
de João Batista, denunciando profeticamente a prepotência dos grandes.
Dia 02
“Como meu
Pai me ama, assim também eu vos amo” (Jo 15,9).
O preceito
de Jesus é o amor.
O amor de Deus
se manifestou entre os seres humanos, e esse sentimento deve se propagar aos
irmãos a partir de cada pessoa.
Quem
conhece e ama a Deus cultiva as mesmas atitudes de Jesus, que viveu plenamente
esse sentimento a partir de sua doação aos pobres, doentes, marginalizados e
excluídos.
Jesus
demonstrou a intensidade de seu amor não só com palavras, mas também com gestos
concretos.
“Permanecei
no meu amor.
Se
observardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu
observei o que mandou meu Pai e permaneço no seu amor!”
(Jo
15,9B-10).



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