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segunda-feira, 18 de março de 2024

Evangelho do dia 20 de março quarta feira 2024

 

20 DE MARÇO - Pede ao nosso grande Patriarca São José que te obtenha de Deus o que te convém, ou melhor, o que mais convém. (L 86). SÃO JOSE MARELLO

 João 8,31-42


"Então Jesus disse para os que creram nele:- Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. Eles responderam: - Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como é que você diz que ficaremos livres? Jesus disse a eles: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem peca é escravo do pecado. O escravo não fica sempre com a família, mas o filho sempre faz parte da família. Se o Filho os libertar, vocês serão, de fato, livres. Eu sei que vocês são descendentes de Abraão; porém estão tentando me matar porque não aceitam os meus ensinamentos. Eu falo das coisas que o meu Pai me mostrou, mas vocês fazem o que aprenderam com o pai de vocês. - O nosso pai é Abraão! - responderam eles. Então Jesus disse: - Se vocês fossem, de fato, filhos de Abraão, fariam o que ele fez. Mas eu lhes tenho dito a verdade que ouvi de Deus, e assim mesmo vocês estão tentando me matar. Abraão nunca fez uma coisa assim! Vocês estão fazendo o que o pai de vocês fez. Eles responderam: - Nós não somos filhos ilegítimos; nós temos um Pai, que é Deus! Jesus disse a eles: - Se Deus fosse, de fato, o Pai de vocês, então vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui. Eu não vim por minha própria conta, mas foi Deus que me enviou."

meditação: 

Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6). Depois da sua morte e ressurreição, prometeu que nos enviaria o Espírito Santo como “o Espírito de verdade” (Jo 16, 13), que nos “guiaria à verdade total” (Jo 16, 13).

 Rezou ao Pai pelos seus discípulos: “Consagra-os na verdade. A tua palavra é verdade” (Jo 17, 17; ). Diante de Pilatos disse: “Foi por isso que nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo 18, 37). Seguindo radicalmente Cristo, caminhamos na verdade, na verdade total, na verdade que não desilude (Rm 9, 33).

No Evangelho de hoje continua a reflexão sobre o capítulo 8 de João. Através de círculos concêntricos, João aprofunda o mistério de Deus que envolve a pessoa de Jesus.
Parece uma repetição, porque sempre volta a falar da mesma coisa. Na realidade, é o mesmo ponto, mas cada vez num nível mais profundo.

O evangelho aborda o tema da relação de Jesus com Abraão, o Pai do povo de Deus. João procura ajudar as comunidades a entender como Jesus se insere no conjunto da história do Povo de Deus.
Ajuda-as a perceber a diferença que existe entre Jesus e os judeus, e entre os judeus e os outros: todos nós somos filhos e filhas de Abraão.
A liberdade que nasce da fidelidade à palavra de Jesus. Jesus afirma aos judeus: "Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
Ser discípulos de Jesus é o mesmo que se abrir a Deus. As palavras de Jesus são na realidade palavras de Deus. Comunicam a verdade, porque dão a conhecer as coisas como são aos olhos de Deus e não aos olhos dos fariseus. Mais tarde, durante a última Ceia, Jesus ensinará a mesma coisa aos discípulos.
O que significa ser filho e filha de Abraão? A reação dos judeus é imediata: "Somos descendência de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como pode dizer 'Vós vos tornareis livres'?" Jesus retruca fazendo a distinção entre filho e escravo e afirma: "Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres".

Jesus é o filho e vive na casa do Pai. O escravo não vive na casa do Pai. Viver fora da casa, fora de Deus quer dizer viver no pecado.

 Se eles aceitassem a palavra de Jesus poderiam se tornar filhos e alcançar a liberdade. Não seriam mais escravos. E Jesus continua: "Bem sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por vós".
Logo em seguida aparece bem clara a distinção: "Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai". Jesus lhes nega o direito de afirmar que são filhos de Abraão, porque as obras deles afirmam o contrário.
Eles insistem em afirmar: "Nosso Pai é Abraão!" como se quisessem apresentar a Jesus um documento da identidade deles.

Jesus retruca: "Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão! Mas, agora, vós procurais matar-me, a mim, que vos falei a verdade que ouvi de deus. Isso, Abraão não o fez. Vós fazeis as obras do vosso pai". Nas entrelinhas deixa entender que o pai deles é satanás (Jo 8,44). Sugere que são filhos da prostituição.
"Se Deus fosse vosso Pai, vós certamente me amaríeis, porque de Deus é que eu saí e vim. Não vim por mim mesmo, mas foi ele que me enviou". Em outras palavras, Jesus repete a mesma verdade: "Quem pertence a Deus escuta as palavras de Deus".

A origem desta afirmação vem de Jeremias que diz: "Colocarei minha lei em sua alma, a escreverei em seu coração. Então eu serei seu Deus e eles o meu povo. Não deverão mais se instruir uns aos outros, dizendo: Reconhecei o Senhor porque todos me conhecerão, desde o menor ao maior, afirma o Senhor; porque eu vou perdoar sua iniqüidade e esquecerei completamente seu pecado" (Jr 31,33-34). Mas eles não vão se abrir a esta nova experiência de Deus, e por isso não reconhecerão Jesus como enviado do Pai.
Concluindo: Escravidão e liberdade resultam da postura que as pessoas assumem, diante de Jesus e de seu projeto. A liberdade brota da obediência ao Mestre, explicitada em forma de comunhão e solidariedade, de maneira especial, com os mais fracos e pequeninos.

Este gesto de amor é possível quando o discípulo se liberta da tirania do egoísmo, e se projeta para além de si mesmo. A escravidão acontece quando, tiranizadas pelo egoísmo, as pessoas não são capazes de superar seus pequenos interesses, abrindo-se para Deus e para o próximo.
Existem religiosidades falsamente libertadoras, que levam as pessoas a se apegarem a elementos secundários, tornando-se incapazes de acolher o projeto de Deus.
Jesus entrou em atrito com gente deste tipo. O orgulho de pertencerem à descendência de Abraão levava certas pessoas a se oporem, abertamente, a Jesus, o enviado do Pai, e à sua proposta de conversão.

  Pensando ser filhos de Deus, acabavam por se fazer filhos de outro pai. Não pode haver contradição no agir de quem provém de Deus. Se rejeitam o Filho, é porque não estão enraizados no Pai.
A missão de Jesus consistiu em libertar a humanidade, fazendo-a conhecer a verdade. Não podemos nos contentar com uma libertação apenas aparente e enganadora. Só Jesus pode tornar-nos, efetivamente, livres.

Reflexão Apostólica: 
"Não sou dono do mundo, mas sou filho do Dono”. Esta frase^, tão significativa, aparece em muitos para-choques de caminhão ou adesivadas em muitos carros. Será apenas modismo, uma frase bonita ou os donos desses veículos percebem o seu real sentido que significa:  segurança, dignidade e liberdade?

 É disso que Jesus falava. A mensagem de Jesus produz a liberdade que vem somente de Deus, não de uma linhagem ou de uma condição social.
Para Jesus, considerar-se filho é uma questão de conduta, não de nascimento. Quem, por seus atos, torna-se homicida e traiçoeiro, não tem Deus como Pai.

A verdade e a liberdade são dois valores muito profundos no evangelho de João. A verdade é a garantia da liberdade. A verdade não é um conjunto de afirmações teóricas ou de representações mentais que concordam com a realidade material ou objetiva.
Entendo que a verdade, no evangelho, seja a maneira correta de proceder, transparência de vida, na qual não cabe engano nem moral dupla, coerência entre o que uma pessoa pensa, sente, diz e faz. É o que sempre procuramos testemunhar, como cristão: Coerência ente fé e vida. Jesus não só diz verdades, mas que Ele é a verdade, porque é transparência do próprio Deus.
Ser livre não é fazer o próprio capricho sem nenhum tipo de limites. Ser livre é tomar distância de tudo o que possa aprisionar, atrapalhar, escravizar. A liberdade também implica viver com autenticidade, sem enganos e sem conveniências.
O ambiente sócio-cultural em que nos movemos está viciado pelo engano, mentira, manipulação e corrupção. É um ambiente que envolve a todos, de tal maneira que todos se sintam de alguma forma numa armadilha, sem liberdade para denunciar as novas formas de escravidão.

 Nosso empenho deverá se orientar para a busca da verdade, para encontrar a autêntica liberdade dos filhos de Deus?
O Evangelho de hoje dentre tantas coisas que nos traça está o caminho da santidade que passa pelo seguimento a Cristo. Fazer-se seus discípulos, isto é, o caminho da santidade é na realidade um caminho na verdade e na liberdade. Propor a santidade de vida nada mais é do que propor o caminho da verdade e da liberdade.

 À luz da fé, a santidade é vida na verdade total não limitada às realidades materiais ou apenas à vida terrena. Com efeito, o santo tem em consideração tanto os bens materiais como os espirituais; tem em consideração tanto a realidade terrena como a sobrenatural; contempla a própria vida não apenas na perspectiva temporal, mas também eterna. Por outras palavras, o santo vive na verdade considerando todos os aspectos da própria existência.
O aspecto mais importante é que aquele que deseja a santidade abre-se a Deus que é o bem supremo e a fonte da verdade.

 A santidade de vida e a abertura à graça ajudam-nos na realidade a compreender mais profundamente as verdades de Deus.

 Peçamos ao Senhor que nos ajude, a saber, aceitar seriamente o convite à santidade nas nossas condições de vida quotidiana, que mais não é que um convite a caminhar na verdade total e na liberdade autêntica.

Propósito: Deixar iluminar e marcar os passos e decisões pela verdade que é Jesus. 

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