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domingo, 3 de março de 2024

Evangelho do dia 04 março segunda feira 2024

 

04 MARÇO - Tu, ó José, indica-nos o caminho, sustenta-nos a cada passo, conduze-nos aonde a Divina Providência quer que cheguemos. (L 208). São Jose Marello

 

Lucas 4,24-30

"
Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra. Eu digo a vocês que, de fato, havia muitas viúvas em Israel no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e meio, e houve uma grande fome em toda aquela terra. Porém Deus não enviou Elias a nenhuma das viúvas que viviam em Israel, mas somente a uma viúva que morava em Sarepta, perto de Sidom. Havia também muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi curado. Só Naamã, o sírio, foi curado. Quando ouviram isso, todos os que estavam na sinagoga ficaram com muita raiva. Então se levantaram, arrastaram Jesus para fora da cidade e o levaram até o alto do monte onde a cidade estava construída, para o jogar dali abaixo. Mas ele passou pelo meio da multidão e foi embora."

 Meditação:

 Jesus acaba de apresentar seu programa do reinado universal de Deus, gratuito e sem vinganças contra os estrangeiros; e o fez em sua terra, Nazaré, uma comunidade fanaticamente nacionalista. Ele está assumindo a mesma postura universalista de Elias e Eliseu, dos profetas que viveram oitocentos anos antes, nesta região do norte do país.

Sua memória estava viva, pela leitura que faziam a cada sábado na sinagoga e pela tradição oral que continuava nas famílias da Galiléia.

Entre a época dos profetas e a de Jesus se consolidou uma corrente do reinado de um Deus nacionalista e excludente dos estrangeiros, agravada pela ocupação das forças militares romanas. Jesus aparece apresentando Deus, que oferece uma nova etapa de misericórdia e gratidão à humanidade.
Então, aonde iam parar as ânsias de vingança tão cultivadas em Nazaré? Como não iam querer jogá-lo do penhasco? O Evangelho de Jesus continua ressonando hoje entre nós.

Nossa tentação é domesticá-lo e já não provoca escândalo. Se o deixássemos expressar em toda sua radicalidade, quantas comunidades cristãs também iam querer jogá-lo do penhasco!
Estamos na Cidade de Nazaré, o berço onde Jesus foi criado pelos seus pais. E então como fizeram em outros lugares, pôs-se a falar aos homens da cidade na sinagoga.

Apesar de maravilhados com as palavras de Jesus, esses homens não receberam a graça dos milagres de Jesus em suas vidas. Não tinham o coração aberto para receberem tais milagres, e por isso ficaram bastante furiosos quando Jesus afirmou baseado em duas passagens do Antigo Testamento, que a graça vem para aqueles que abrem o coração ao novo, à Boa Nova.
Jesus havia crescido, evoluído em corpo, alma e divindade durante os anos em que passou afastado da sua cidade. E como é revoltante quando queremos trazer algo novo para as pessoas que cresceram conosco, e elas não nos dão credibilidade.

A vontade que dá é de fazer o que Jesus fez: denunciar a falta de abertura daquelas pessoas, e seguir o caminho para outro lugar.
Talvez seja essa sua sensação diante dos seus, quando retornando a sua casa, sua rua, bairro, cidade. O seu marido, esposa, filhos, familiares e muitos de seus vizinhos, ou colegas do trabalho que acham que já lhe conhecem e por isso nada você tem para lhes ensinar, nem prestam muita atenção ao que você diz. Eles acham que você não vai ter muito o que acrescentar às suas vidas.

No fim das contas, parece ser isso mesmo, uma sensação de superioridade em relação à você, que pode até ter crescido em tamanho, mas que não pode ter se desenvolvido tanto como pessoa. É como se fosse vergonhoso aprender ou receber alguma coisa de alguém que você considera igual ou “menor” que você.
Queremos fazer sucesso no ambiente em que as pessoas nos acolhem e nos admiram, porém nem sempre somos acolhidos e admirados porque seguimos os ensinamentos de Deus. Para todos nós é difícil evangelizar às pessoas no lugar aonde todos nos conhecem.

Assim aconteceu com Elias: num tempo de seca e fome, beneficiou uma mulher estrangeira, da terra dos sidônios. O mesmo sucedeu com Eliseu: curou da lepra um general sírio, ao passo que, em Israel, essa doença vitimava muitas pessoas.
A conclusão de Jesus foi clara: já que o povo de sua cidade insistia em não lhe dar atenção, ele sentiu-se obrigado a ir em busca de quem estivesse disposto a acolhê-lo. Aos duros de coração, no entanto, só restava o castigo.

Às vezes não fazemos sucesso onde queríamos, mas o Senhor nos envia a alguém a quem nem imaginamos, para que por nosso meio ela possa obter cura e libertação. Por isso, como Jesus insista no anúncio, na cura e na libertação dos seus!
Por outro lado é para nós esta palavra.

Você acompanhou o crescimento de algum sobrinho, irmão ou primo mais novo? Você não tem a sensação de que conhece tudo ou quase tudo daquela pessoa? Engano seu.
Por isso, a lição de hoje é: não se ache superior a ninguém. Esteja aberto a novas possibilidades. Não é motivo de vergonha aprender ou receber algo de uma pessoa que você considere menos experiente.

Não há nenhum pobre que não tenha nada a dar e também não há nenhum rico que não tenha nada a receber. Precisamos uns dos outros e aprender uns dos outros.
A reação dos habitantes de Nazaré, diante da pregação de Jesus, foi de aberta rejeição. Foi tal o desprezo pelas palavras do Mestre, que eles decidiram eliminá-lo lançando-o de um precipício.
É possível imaginar a decepção de Jesus, diante da rejeição de seus conterrâneos. Ele tentou compreender a situação, rememorando as experiências de profetas do passado que, rejeitados por seu povo, foram bem acolhidos pelos estrangeiros.
Longe de nós seguir o exemplo do povo de Nazaré. Jesus quer encontrar, em nós, abertura para acolhê-lo e disponibilidade para converter-nos.

Ninguém é obrigado a aceitar este convite. Entretanto, fechar-se para Jesus significa recusar a proposta da vida, de salvação que Ele, em nome do Pai, veio nos trazer.

Reflexão Apostólica:

Certa vez, disse D. Ávila: “Pela oração vamos ao encontro de Deus e ao sermos expostos ao sofrimento, Deus vem a nosso encontro”.

Sim! Deus bem sabe a quem envia os seus profetas, no entanto, mesmo sendo Deus a enviá-los, nem sempre serão bem recebidos, ouvidos, acolhidos (…).
Levar a palavra de Deus aos irmãos requer muita coragem, pois essa mesma palavra que edifica, consola e renova a vida também pode exortar, chamar a atenção, corrigir. Falo isso, pois enquanto as pessoas ouvirem palavras de edificação, consolo ou vida não terás problemas, mas todas as vezes que o profeta levantar sua voz para denunciar, causará a revolta daqueles que vivem na penumbra.
Devemos omitir a exortação? Não!
Anunciar a Palavra é “acostumar-se” com expressões “santo de casa não faz milagres”, “quem é você”, “quem você pensa que é”, entre outras. É acostumar ouvir criticas sem fundamento, apelidos pejorativos, ofensas, perseguições, deslocamentos e projeções. É “acostumar” com a idéia de isolamento social, fofocas, “disse-me-disse”, no entanto… VALE MUITO A PENA CONTINUAR…
Deus nos manda, portanto devemos ir. Nunca disse que seria fácil. Nunca escondeu as perseguições e as dificuldades pelo caminho. Nunca disse que seria um mar de flores, (…), mas SEMPRE nos alertou.

Alertou dos falsos profetas, das noites mal dormidas, das perseguições por causa do Seu nome. Ordenou que vigiássemos e orássemos; que não pulássemos do barco; que as inconstâncias seriam passageiras (…).

Disse que pela fé caminharíamos sobre as águas, removeríamos montanhas, venceríamos o inimigo. “(…) Vede, eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas”. (Mt 10, 16)
Se tivermos que falar, falemos; denunciar, denunciaremos! Se pudéssemos buscar um culpado para a vida que o povo de Deus leva hoje em relação às diferenças sociais, pobres e ricos, assistidos e abandonados, teríamos muitos personagens, mas se procurássemos cúmplices teríamos de começar por nós.
Reparemos como nos comportamos. Somos bem próximos a aquele povo narrado na primeira leitura. Um povo que dificulta o trabalho de Deus!

Um povo que sabe desestimular mais que ajudar a construir; um povo que fala, mas não consegue por em prática. Ainda nos falta coragem em nós pra assumir que DE FATO o REINO DE DEUS É POSSÍVEL.
Você deseja o reino? Então, ponha-se a serviço! A começar em você!
Isso me fez lembrar quando dois discípulos, através de sua mãe, foram citados para ocupar um lugar de destaque perante aos outros: “(…) Jesus lhes disse: ‘Não sabeis o que estais pedindo. Podeis beber o cálice que eu vou beber? Ou ser batizados com o batismo com que eu vou ser batizado?’ Responderam: ‘Podemos’. Jesus então lhes disse: ‘Sim, do cálice que eu vou beber, bebereis, com o batismo com que eu vou ser batizado, sereis batizados. Mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não depende de mim; é para aqueles para quem foi preparado”. (Mc 10,38-40)

Propósito: Acolher, de coração aberto, a proposta de Jesus que vai se manifestar de diversas formas. Estar atento para perceber, em tudo que me acontecer, a presença viva do Senhor.

 

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