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domingo, 3 de março de 2024

Evangelho do dia 05 março terça feira 2024

 


05 MARÇO - Quer seja comprido ou curto, quer seja bom ou mau o caminho, quer se enxergue ou não a meta com a vista humana, depressa ou devagar, contigo, ó José, estamos certos  de que caminharemos sempre bem. (L 208). São Jose Marello



Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 18,21-35

 "Então Pedro chegou perto de Jesus e perguntou:

- Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes?
- Não! - respondeu Jesus. - Você não deve perdoar sete vezes, mas setenta e sete vezes. Porque o Reino do Céu é como um rei que resolveu fazer um acerto de contas com os seus empregados. Logo no começo trouxeram um que lhe devia milhões de moedas de prata. Mas o empregado não tinha dinheiro para pagar. Então, para pagar a dívida, o seu patrão, o rei, ordenou que fossem vendidos como escravos o empregado, a sua esposa e os seus filhos e que fosse vendido também tudo o que ele possuía. Mas o empregado se ajoelhou diante do patrão e pediu: "Tenha paciência comigo, e eu pagarei tudo ao senhor."
- O patrão teve pena dele, perdoou a dívida e deixou que ele fosse embora. O empregado saiu e encontrou um dos seus companheiros de trabalho que lhe devia cem moedas de prata. Ele pegou esse companheiro pelo pescoço e começou a sacudi-lo, dizendo: "Pague o que me deve!"
- Então o seu companheiro se ajoelhou e pediu: "Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei tudo."
- Mas ele não concordou. Pelo contrário, mandou pôr o outro na cadeia até que pagasse a dívida. Quando os outros empregados viram o que havia acontecido, ficaram revoltados e foram contar tudo ao patrão. Aí o patrão chamou aquele empregado e disse: "Empregado miserável! Você me pediu, e por isso eu perdoei tudo o que você me devia. Portanto, você deveria ter pena do seu companheiro, como eu tive pena de você."
- O patrão ficou com muita raiva e mandou o empregado para a cadeia a fim de ser castigado até que pagasse toda a dívida.
E Jesus terminou, dizendo:
- É isso o que o meu Pai, que está no céu, vai fazer com vocês se cada um não perdoar sinceramente o seu irmão."
  

Meditação:

 No livro do Eclesiástico, escrito sob a influência da cultura grega cerca de um a dois séculos antes de Jesus, temos um texto bem inspirado sobre o perdão, que se aproxima das palavras de Jesus e cuja síntese encontramos na oração do Pai Nosso: "Perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos tem ofendido".

O autor, Bem Sirac, mostra como o pecador, vitima da ira e do furor, é conduzida à vingança. E essa vingança se volta contra o vingativo. Por isso, o único caminho que resta é o caminho do perdão.

Aqui aparece a reciprocidade entre perdoar e obter o perdão. Não se pode aspirar ao perdão dos pecados cometidos se não houver disposição para perdoar as ofensas recebidas.

Ter o olhar fixo nos mandamentos da aliança garante a compreensão e a tolerância na vida comunitária. Como vemos, o tema do perdão, de profundo sabor evangélico, já vem sendo proposto desde o século segundo antes de Cristo.

O núcleo da passagem da carta aos Romanos consiste em proclamar que Jesus é o Senhor dos vivos e dos mortos. Há aqui uma bela síntese existencial da vida cristã. Para o fiel, o fundamental é orientar toda sua vida no horizonte do ressuscitado.

Quem vive para Jesus se esforça por assumir na vida prática sua mensagem de salvação integral. Amar o próximo e viver para o Senhor são dois aspectos intimamente ligados. Portanto, não podem estar separados. Quem vive para o Senhor, amará, compreenderá, servirá e perdoará seu próximo.

As parábolas em geral são ditas breves relacionados com acontecimentos comuns da vida. As parábolas narrativas, por outro lado, caracterizam-se por uma complexidade maior, em um texto mais longo e bem detalhado.
Elas são mais encontradas em Mateus e Lucas. Têm a particularidade de, quase sempre, envolverem os personagens em uma relação de poder e submissão, característicos da sociedade opressora vigente e, pelas imagens de violência que freqüentemente usam, chegam até a chocar pelo contraste destas imagens com as propostas de mansidão e paz características do Reino.
Podemos até ver nelas, uma certa ironia implícita da sociedade na qual vigoram as relações de poder e opressão. Porém, deste terreno impróprio procura-se extrair uma mensagem positiva.
Nesta parábola de hoje, o rei resolveu ajustar contas com os servos. O ajuste seria cruel. Porém um servo que lhe devia uma quantia enorme lhe implora e ele se comove e perdoa. O servo perdoado vai e sufoca sem compaixão alguém que lhe devia uma quantia irrisória. O rei sabendo disto entrega o servo aos carrascos.

 Para Jesus, o perdão não tem limites, sempre e quando o arrependimento seja sincero e verdadeiro. Para explicar esta realidade, Jesus emprega uma parábola. A pergunta do Rei centra o tema da parábola: Não devias ter perdoado como eu te perdoei?

A comunidade de Mateus deve resolver esse problema porque está afetando sua vida.

 O perdão é um dom, uma graça que procede do amor e da misericórdia de Deus.

Exige abrir o coração à conversão, isto é, a agir com os demais segundo os critérios de Deus e não segundo os do sistema vigente. Como diria o trovador da fraternidade Francisco de Assis, "porque é perdoando que se é perdoado".

 A catequese tradicional da Igreja católica exigia cinco passos, talvez demasiado formais, para obter o perdão dos pecados: "Exame de consciência, dor pelos pecados, propósito de emenda, confissão de todos os pecados e assumir a penitencia", assim o expressava um dos catecismos clássicos. 

O perdão e a reconciliação, sendo graça de Deus, também exigem um caminho pedagógico e tangível que colocasse de manifesto o desejo de mudança e um compromisso sério para reparar o mal e evitar o dano.

Em muitos países da America Latina, durante o tempo das ditaduras militares dos anos setenta e oitenta, foram aprovadas leis de anistia e perdão, chamadas "obediência devida" ou "ponto final". Os golpistas e seus colaboradores, responsáveis pelas dezenas de milhares de mortos e desaparecidos em cada um de nossos países, se auto perdoaram, burlando a justiça e a verdade.

Porém, sem verdade e justiça, as feridas causadas pela repressão em muitos lares e comunidades ainda não fecharam. Apesar da pressão de todas das leis do silencio imposto, do ocultamento de provas... a justiça se faz caminho. Chega tarde, porém não deixa de chegar.

No dia 14 de junho de 2005, na Argentina, o Tribunal Supremo declarou nulas, por inconstitucionalidade, as leis de obediência devida e de ponto final.

No dia seguinte a Corte suprema de México declarou "não prescrito" o delito do ex-presidente Echevarria por genocídio na matança de estudantes de 1971...

Pensemos em muitos ditadores e golpistas que, apesar de tudo, estão já sendo julgados, deixando que se dê lugar à verdade e à justiça.

O perdão e a reconciliação são exigências inalienáveis do ser humano e que não podem ser detidas. É um processo de reconstrução que trata de reconstruir, tanto o que vitima como a vítima.

Nesse sentido, nossas comunidades cristãs devem ser espaços propícios e ativos a favor de uma verdadeira reconciliação baseada na justiça, na verdade, na misericórdia e no perdão. Porém, nunca o evangelho convida a tolerar a impunidade.

A Igreja, ou seja, nós, os cristãos e cristãs, devemos apoiar os processos de reconciliação pelo caminho verdadeiro: a verdade e a justiça, e não a impunidade, a reconciliação profunda da sociedade. Assim a Igreja conseguirá o perdão por seu silencio cúmplice em algumas de suas figuras hierárquicas

 A conclusão é escatológica: o castigo para quem não perdoar o irmão. Mais positiva é a visão de que pertencemos a Deus e assim devemos viver e morrer para ele, unidos a Jesus. O amor e a misericórdia de Deus seduzem e atraem os corações movendo-os à conversão.

 Reflexão Apostólica:

O evangelho de hoje nos faz refletir muito sobre um aspecto de nossa vida que está bastante presente no nosso dia-a-dia: O PERDÃO.
Várias vezes por dia, e com diversas pessoas, nós sentimos a necessidade de pedir perdão. Isto acontece principalmente quando nossas atitudes magoam as pessoas que amamos e/ou quando vemos nos rostos destas pessoas a tristeza que causamos.

Esse pedido de perdão nem sempre é tão simples, principalmente se temos o orgulho latente em nós e não queremos reconhecer o erro. Quando as pessoas magoadas não são as que amamos, esta atitude de humildade torna-se ainda mais difícil. 
O outro lado do perdão, ou seja, a vontade de perdoar, nem sempre é tão freqüente; já que neste último caso, possivelmente, nós fomos as pessoas magoadas da situação. Uma palavra realmente importante neste "lado do perdão" é a sinceridade.
Não há perdão, se não há a verdadeira vontade de perdoar, a verdadeira vontade de passar uma borracha na situação que passou.
Talvez, por isso, seja mais difícil e ao mesmo tempo mais valioso darmos o nosso perdão e deixarmos de lado a mágoa e o rancor. Realmente, perdoar não é uma "tarefa" fácil, mas nos purifica e nos torna pessoas melhores.
Quando Jesus fala a Pedro quantas vezes ele deve perdoar: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete", Ele sabe que esse número é infinito.
Sendo a matemática uma ciência exata, ela não poderia exprimir numericamente a quantidade, infinita, de vezes que devemos perdoar.
Por isso, Jesus em sua extrema sabedoria utiliza o número 7 que aparece diversas vezes na bíblia e é considerado um número perfeito pela teologia.
A Bíblia apresenta este número como um número "perfeito". Aquilo que Deus faz, a favor do homem, traduz-se, inúmeras vezes, na Bíblia pelo número sete).
Podemos desta forma ter a certeza que o nosso perdão não tem limite nem data ou tempo para acabar; devemos amar acima de qualquer orgulho pedindo perdão e perdoando quando necessário. Ou seja: ONTEM, HOJE E SEMPRE!

Propósito:

Ó Deus, nosso Pai e nossa Mãe: faze que descubramos a importância de saber e sentir que somos perdoados e perdoa-nos se ainda te ofendemos, faze também que saibamos perdoar de coração os que nos têm ofendido. Pai, é meu desejo imitar teu modo de agir, no tocante ao perdão. Faze-me ser pródigo e misericordioso em relação ao próximo que precisa do meu perdão.

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A vida é cheia de surpresas. Algumas boas e outras não. Dor, perda e sofrimento fazem parte da vida, e, a princípio, não percebemos nada de proveitoso nisso. Quando sentimos a dor, a perda e o sofrimento, toda a nossa vida é afetada. O medo surge nesses momentos. Onde se agarrar? Você se sente perdido? Existe uma solução? Existe sim! A resposta para vencer o medo é agarrar-se em Jesus. A Bíblia afirma: “As tentações que vocês têm de enfrentar são as mesmas que os outros enfrentam; mas Deus cumpre a sua promessa e não deixará que vocês sofram tentações que vocês não têm forças para suportar. Quando uma tentação vier, Deus dará forças a vocês para suportá-la, e assim vocês poderão sair delas” (1Coríntios 10.13). Confie nesta promessa de Deus, pois ele é fiel e quer salvar você.

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