quinta-feira, 31 de julho de 2025

EVANGELHO DO DIA 03 AGOSTO 2025 - 18º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 

03 agosto - Conformidade total com a vontade de Deus: eis o grande meio para progredir no caminho da perfeição; mas, por sua vez, esse meio torna-se o fim (em) com relação aos meios que devemos utilizar para obtê-la. (L 52). São José Marello


 
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 12,13-21

 "Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”.

Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?” E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”.
E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. Ele pensava consigo mesmo: ‘Que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. Então resolveu: ‘Já sei o que vou fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”."  

 Reflexão para o 18º Domingo do Tempo Comum - Lucas 12,13-21 (Ano C) 03 agosto 2025

O evangelho proposto para este décimo oitavo domingo do tempo comum é Lc 12,13-21, um texto que faz parte do contexto do longo caminho de Jesus com seus discípulos para Jerusalém, onde viverá a consumação da sua missão, com os eventos da paixão, morte e ressurreição. Como temos enfatizado há alguns domingos, esse caminho constitui a seção narrativa mais longa de todo o Evangelho segundo Lucas, totalizando dez capítulos (cc. 9 – 19); inclusive, do décimo terceiro ao trigésimo primeiro domingo do tempo comum, neste ano C, o evangelho é tirado dessa seção. É importante recordar também que, mais do que um percurso físico/geográfico, esse caminho é, acima de tudo, um itinerário formativo, teológico e catequético, através do qual Jesus apresenta os principais elementos do seu ensinamento aos discípulos/a. Podemos dizer que Lucas juntou os principais ensinamentos de toda a vida de Jesus e distribui-os na seção do caminho, mesclando textos exclusivos seus com outros comuns aos demais evangelhos sinóticos (Mateus e Marcos). Mesmo que entrem em cena outros personagens durante o caminho, como no episódio de hoje, os destinatários principais da mensagem são sempre os discípulos. Assim, neste itinerário são abordados os temas fundamentais para a formação do discipulado: a partilha, a importância da oração, o universalismo da salvação e da missão, a misericórdia para com os pecadores, a necessidade de fazer renúncias e o perigo do apego aos bens materiais, tema do evangelho de hoje.

Uma vez contextualizados, olhemos para o evangelho de hoje, um texto exclusivo de Lucas, que compreende um pedido de intervenção de Jesus por um homem desconhecido (v. 13), cuja resposta (vv. 14-15) é seguida de uma parábola que denuncia o perigo do apego aos bens e a confiança nas riquezas (vv. 16-21). Eis o texto: “Alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo” (v. 13). Esse pedido reflete um costume da época. Provavelmente, Jesus estava passando por um povoado, onde as opiniões dos rabinos – como Jesus era considerado – eram bastante requisitadas, sobretudo para ajudar a resolver questões que envolvessem a interpretação da Lei, como casos de herança, por exemplo. Inclusive, os rabinos eram muito interessados por questões desse tipo e se sentiam honrados quando solicitados, pois, além de ser uma oportunidade para exibir conhecimento, ainda recebiam uma recompensa financeira quando conseguiam promover o acordo. Provavelmente, o homem que pede a intervenção de Jesus era um filho mais novo, já que era o mais velho quem tinha controle sobre toda a herança da família, de acordo com a Lei. Enquanto o primogênito tinha direito a dois terços da herança, o outro terço era distribuído com os demais filhos (cf. Dt 21,16-17). Em compensação, o primogênito tinha também o dever de cuidar da viúva e das irmãs solteiras.

Geralmente, quando um filho mais novo pedia a divisão dos bens havia conflitos, sendo necessária a intervenção de rabinos, os quais exerciam papel de advogado e juiz, sobretudo, nos pequenos povoados, onde quase ninguém conhecia a Lei em profundidade. Por isso, na passagem de um rabino por um povoado, era comum aparecer questões desse tipo. Ao pedido de intervenção, “Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?” (v. 14). Antes de tudo, Jesus se nega a agir como os rabinos do seu tempo. A princípio, parece estranha a recusa, uma vez que, segundo a Lei, alguém estava sendo injustiçado naquele caso. Como promotor da fraternidade, é claro que Ele tinha interesse na resolução de conflitos entre irmãos; portanto, Ele não está lavando as mãos, como aparenta. Seria lógico que Jesus intervisse e ajudasse na resolução do problema, deixando cada um com o percentual justo da herança, conforme a Lei.

 Com sua aparente omissão, Jesus estaria ajudando a prolongar a discórdia entre os irmãos. Porém, Jesus conhecia as intenções daquele homem e a mentalidade vigente; sabia que sua reclamação não era motivada apenas por sentir-se injustiçado, mas pela ganância, ou seja, por ter depositado toda a confiança naquela herança. E, ajudando a resolver o problema, estaria ao mesmo tempo alimentando a ganância e o desejo de acúmulo, enquanto o problema era muito mais profundo. Resolvendo um caso a mais, não mudaria uma mentalidade tão impregnada naquela cultura. Assim, Ele vai à raiz do problema. Ora, aquela herança um dia passaria por nova divisão, quando aquele homem morresse e a deixasse para seus filhos. Poderia ser causa de discórdia novamente. Jesus quer mostrar que no seu Reino as heranças não devem ser divididas, pois não devem existir, uma vez que tudo deve ser partilhado. Isso Ele deixará claro com a parábola que segue. Ao invés de legalmente divididos, os bens devem ser partilhados conforme a necessidade de cada pessoa, e não de acordo com normas legais.

A parábola vai sendo preparada aos poucos. Do caso específico do homem que lhe pede intervenção, Jesus aproveita para chamar a atenção dos discípulos: “E disse-lhes: Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida do homem não consiste na abundância de bens” (v. 15). A expressão “disse-lhes” sinaliza que não é mais a um indivíduo, mas ao grupo dos discípulos que Ele está direcionando o ensinamento. É uma dura advertência. Certamente, Ele sentia muita resistência nos seus seguidores no processo de assimilação de seus ensinamentos. Assim, Ele vai de encontro à mentalidade hebraica que via no acúmulo de bens, ou seja, na riqueza, um sinal da bênção de Deus. Jesus contraria esse princípio. O acúmulo de bens é, na verdade, a prova maior da falta de sentido para a vida e, inclusive, causa de discórdias. Portanto, é urgente para seus seguidores e seguidoras libertarem-se dos bens que aprisionam e escravizam. Provavelmente, os discípulos ainda não tinham aprendido a rezar como Ele e estavam pedindo, ainda, mais que o pão necessário para cada dia (cf. Lc 11,2-4).

 Finalmente, chegamos na parábola. Recordamos que, em Lucas, especialmente, as parábolas não surgem do nada, mas são aprofundamento ou ilustração de um ensinamento já começado e visam responder a questão concretas da existência, como acontece neste episódio: “E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita” (v. 16). A expressão “contou-lhes” evidencia, mais uma vez, que o destinatário já não é mais o homem anônimo, mas os discípulos. A parábola apresenta a figura de um homem rico, grande latifundiário, o qual fora surpreendido com uma grande colheita. A atitude e o pensamento do personagem da parábola com a colheita abundante são descritos a partir de um monólogo interior, através do qual é revelado, sobretudo, o seu caráter: “Ele pensava consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’” (vv. 17-19). Convém mencionar que, como escritor refinado que é, Lucas é o único autor do Novo Testamento a empregar o recurso do monólogo interior.

 Como se vê, o personagem da parábola é um homem voltado somente para si mesmo. Quase todas as suas falas são em primeira pessoa singular (vou fazer; vou derrubar; vou guardar; poderei), além de um uso excessivo de pronomes possessivos (minha; meus), o que revela um egoísmo profundo. Toda a sua confiança é depositada na abundância dos bens. Em seu pensamento não há espaço para Deus e nem para o próximo; ele pensa somente em si e nos bens que possui, e esse é o seu grande pecado. Esse homem representa o “anti-discípulo”: apegado aos bens, ganancioso, egocêntrico, autossuficiente e insensato. Tudo o que os discípulo e discípulas de Jesus não podem ser, esse homem era.

 A vida de uma pessoa perde o sentido quando não contempla Deus e o próximo. Por isso, a intervenção divina: “Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’” (v. 20). Aqui, não se trata de um ato vingativo de Deus, mas de um alerta, um convite à reflexão que é feita a cada pessoa, independente da quantidade dos bens acumulados. Quer dizer que é Deus a fonte da vida. É o sinal de contraposição à falsa segurança depositada, na riqueza, pelo homem (cf. v. 19). Enquanto ele julgava ter vida longa pelo que havia acumulado, Deus entra na história para mostrar o que, de fato, tem valor. A pergunta final: “E para quem ficará o que tu acumulaste?” (v. 20b) é apenas uma ponte com o que gerou toda a discussão e a parábola: o pedido de intervenção daquele homem anônimo na divisão da herança. Além de não garantir vida verdadeira, os bens acumulados ainda são causa de discórdia, tirando a harmonia e a paz das pessoas.

 Com a frase final, Jesus completa o sentido da parábola e reforça a chamada de atenção nos discípulos: “Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus” (v. 21). O acúmulo para si, como do personagem da parábola, leva o ser humano a deixar de refletir sobre a vida e o seu sentido, tirando Deus e o próximo do seu horizonte. Isso é, consequentemente, empobrecer-se diante de Deus.

 Ser rico diante de Deus é, por outro lado, estar à disposição do seu projeto, cuja manifestação mais clara é a partilha e o serviço ao próximo. É isso que dá sentido à vida e torna a pessoa rica diante de Deus. Sendo a vida dom de Deus, essa só tem sentido quando o ser humano também se faz dom para o próximo. Jesus ensina, assim, a partir do pedido que o homem desconhecido lhe fez, aos seus discípulos a conscientizarem-se da incompatibilidade entre o seu seguimento e as riquezas deste mundo. Para isso, rompe, inclusive, com um princípio sagrado para o povo judeu, a herança. Se alguém deixou herança, foi porque acumulou. Se acumulou, foi porque não partilhou e, quem não partilha, não está apto a fazer parte do seu Reino.

 Dia 03

Seja sempre transparente em suas atitudes.

Quando for auxiliar um irmão necessitado, pratique gestos espontâneos de caridade.

Evite superficialidades e esteja sempre pronto a ajudar quem mais precisa.

A solidariedade é uma das maiores riquezas da vida.

“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros.

Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros”.

(Jo 13,34).

 


segunda-feira, 28 de julho de 2025

Evangelho do dia 02 agosto sábado 2025

 


02 agosto - Tu deverás ficar contente com o papel que o Senhor te conceder aqui na terra, com a confiança de que, graças à ajuda divina, te será fácil desempenhá-lo de maneira que possas merecer uma grande recompensa no Céu. (248).  São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 14,1-12

"Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do rei Herodes. Ele disse aos seus cortesãos: "É João Batista! Ele ressuscitou dos mortos; por isso, as forças milagrosas atuam nele". De fato, Herodes tinha mandado prender João, acorrentá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. Pois João vivia dizendo a Herodes: "Não te é permitido viver com ela". Herodes queria matá-lo, mas ficava com medo do povo, que o tinha em conta de profeta. Por ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse. Instigada pela mãe, ela pediu: "Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista." O rei ficou triste, mas, por causa do juramento... ordenou que atendessem o pedido dela. E mandou cortar a cabeça de João, na prisão. A cabeça foi trazida num prato, entregue à moça, e está a levou para a sua mãe. Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois vieram contar tudo a Jesus."  
Meditação: 

Mateus reapresenta em seu evangelho, de maneira mais resumida, esta narrativa já feita por Marcos.

 Pode-se ver nela uma certa dose de ironia ao apresentar Herodes como um rei sensual e volúvel, um "caniço agitado pelo vento", em oposição à autenticidade e coerência de João.

 Este banquete de aniversário de Herodes fica caracterizado como o banquete da morte, expressão da resistência dos poderosos às ações libertadoras do povo.

 No Evangelho de hoje nos deparamos com as circunstâncias da morte de João Batista. Ele havia denunciado ao tetrarca Herodes a imoralidade que ele estava cometendo ao coabitar com Herodíades, a mulher do seu irmão. Por um lado, está a mulher furiosa, que se enche de ódio contra João Batista e queria vê-lo morto por causa das denúncias.

 Por outro lado, Herodes tinha que decidir entre arrepender-se do que fazia e separar-se de Herodíades; continuar na situação em que se encontrava e sofrer crescente oposição do povo em seguida à denúncia de João Batista; ou ainda silenciá-lo de alguma forma.

 Das três opções, influenciado por Herodíades, Herodes decidiu pela terceira, mas hesitava em matá-lo, porque sabia que João era um homem de bem, justo e santo, e respeitado pelo povo. Mandou, portanto, que fosse amarrado e colocado na prisão.

Quantas vezes, seguindo um caminho mau, somos alertados por alguém e temos a oportunidade de nos corrigir, mas preferimos continuar no pecado. Quantos pecadores são alertados pela pregação do Evangelho, e, ao invés de se converterem, eles se voltam contra a pessoa que lhe corrige e o próprio Evangelho, tornando-se inimigos de Cristo.

 Com isto eles pensam ganhar algum prazer nesta vida, mas perdem a vida eterna, permanecendo na condenação de Deus para sempre.

 Não é fácil deixar uma situação de pecado, que nos agrada, para endireitar a nossa vida. Foi o que aconteceu com Herodes. Preferiu cometer uma grande injustiça, aprisionando João Batista para agradar Herodíades e abafar a sua própria consciência.

O dia do aniversário de Herodes foi celebrado com uma festa (só lemos de outra festa de aniversário na Bíblia, esta celebrada por Faraó (Gn 40,20).

 Foi quando ele cometeu outro grande erro. A filha de Herodíades, sobrinha de Herodes, dançou durante a festa. Seu nome não é mencionado na Bíblia, mas segundo a história profana ela era Salomé, que se casou mais tarde com outro tio, Filipe o tetrarca da Ituréia (Lc 3,1).

 Ela dançou tão bem que agradou muito Herodes e os seus convidados. Para recompensá-la, Herodes lhe prometeu, com juramento, que lhe daria tudo o que pedisse, até a metade do seu reino (Mc 6,23).

 Era uma promessa solene, e Salomé foi consultar a sua mãe sobre o que deveria pedir. Herodes era poderoso e rico, e as possibilidades eram muitas. Mas Herodíades estava focalizada em uma coisa só: João Batista tinha que morrer. Surgiu agora a oportunidade de consegui-lo através da sua filha.

 Para a aflição de Herodes, sua sobrinha, instruída por sua mãe, pediu: “Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista.” Herodes havia feito um juramento, e os que estavam à mesa com ele eram testemunhas, portanto ele tinha que ser cumprido. Ninguém daria o valor de metade do seu reino à cabeça de João Batista: só mesmo Herodíades.

 Na verdade, não foi um triste fim para João Batista. Segundo o plano de Deus ele havia cumprido brilhantemente a sua missão, e havia agora chegado a hora dos seus discípulos se reunirem junto com os discípulos do Senhor Jesus, para aprenderem com Ele a arte de ser fiel a missão a nós confiada.

 Que o senhor nos dê esta graça da fidelidade e de derramar o nosso sangue se tal for necessário como fez João Batista em prol da verdade, da justiça e do amor de Deus!

Reflexão Apostólica:

 João Batista estava incomodando muito por denunciar os pecados daqueles que viviam segundo a carne e o seu egoísmo. Por isso sua cabeça foi servida num prato porque palavra de Rei não volta atrás.
A condenação de João, inocente e justo, prenuncia a condenação de Jesus, que se fez discípulo de João e segue caminho semelhante, com a conclamação à conversão ao Reino de justiça.

Como esta história se adapta à nossa vida nos dias de hoje! Por falar a verdade, João Batista, o último profeta de que falam as Escrituras, foi preso e depois mandado degolar por Herodes a fim de satisfazer aos caprichos da sua amante.

Herodes quis agradar a Salomé, filha de sua amante Herodíades, por isso, mandou matar João Batista, oferecendo a ela a cabeça dele como um presente!

No nosso mundo de hoje os que pregam os ensinamentos da Palavra de Deus, os que em Seu Nome denunciam as práticas abomináveis e as injustiças, também são de alguma forma exterminados.

Mudam apenas os estilos e a maneira de se abafar a voz de alguém que tenta falar de Deus nos lugares aonde tudo é permitido, nada faz mal e as coisas acontecem na maior naturalidade.

Quem mais sofre as conseqüências dessas atitudes do mundo de hoje que se paganiza a olhos vistos são os jovens que, habitualmente, não possuem alguém que lhes aponte um caminho certo.

Os João Batistas de hoje também não são bem vistos em muitos lugares aonde se tem como norma não falar de religião, de Bíblia, de Igreja, de Nossa Senhora, de castidade, de matrimônio santo, de muitos outros assuntos, com o pretexto de se respeitar a diversidade de pensamentos.

Por isso, hoje está na moda e é aplaudido por uma grande maioria, o divórcio (agora bem ligeirinho, sem burocracia), o casamento entre homossexuais, a liberação da maconha, a maioridade antes do tempo, em nome de uma falsa liberdade cujo nome real é libertinagem.

Se alguém de sã consciência ousar dar algum conselho aos jovens, no meio de muitas pessoas “entendidas”, falando, por exemplo, de castidade, de sexo somente no casamento, de namoro santo, de vestir-se sem expor demais o corpo, com certeza, será logo recriminado e considerado alienado e uma pessoa retrógada, antiquada.

É assim que os Herodes de hoje conseguem degolar os emissários de Deus. Os Herodes estão em diversos lugares e também gostam de fazer promessas para agradar a quem eles desejam conquistar.

Por isso, precisamos tomar consciência se também não estamos fazendo o papel de Herodes quando prometemos a alguém o que não nos é permitido oferecer e por causa das nossas promessas aos homens esquecemos a promessa que fazemos a Deus de amar-nos uns aos outros e partilhar com eles vida.

Como nós podemos prometer tudo o que alguém nos pede, se não possuímos nem mesmo o dom de conservar a nossa vida?

Podemos entregar a “cabeça” dos nossos irmãos de muitas maneiras: difamando, fazendo intrigas, levantando falso, matamos o corpo, mas nada podemos fazer com a alma. Deus é o Senhor de todos e age com justiça de acordo com as nossas ações. 

Em nome de Deus você consegue falar de assuntos polêmicos no meio dos entendidos do mundo? Você se sente à vontade em lugares onde tudo é permitido ou você tem coragem de denunciar o que não é de Deus? Você já entregou a “cabeça” de alguém em troca dos seus interesses? Do que você será capaz de fazer para conseguir os seus intentos? Você teme mais a Deus ou aos homens? A quem mais você tem agradado: a Deus ou aos homens?

Hoje vivemos num mundo em que são muitos aqueles que vivem segundo os prazeres da carne, não respeitando a esposa dos outros, não respeitando o marido das outras, tudo para satisfazer o seu egoísmo e seus caprichos igual a Herodes.
Não dá mais para assistir um filme na nossa casa na presença da família ou mesmo de alguma visita. Porque parece que os produtores não têm mais outra coisa para mostrar na tela senão a pura safadeza.
Quando não estão executando, estão falando as mais  baixas e vis palavras que acabam degradando o ser humano, desqualificando e desvalorizando principalmente a imagem da mulher, que já não é mais vista como companheira, como mãe, como genitora, como a rainha do lar, mais simplesmente como um objeto de prazer descartável que o homem apenas usa sem mais nenhum compromisso, pois é tão grande a banalidade da pessoa humana, no mundo da sétima arte a qual já não é mais arte, mais sim pura pornografia.
E nós o que fazemos?  Não vamos fazer absolutamente nada? Pelo menos vamos denunciar  enquanto podemos.
Vamos lutar pelo resgate da imagem da mulher, que sob a desculpa de libertação feminina, foi vulgarizada desde os anos 60.
A outra coisa que podemos e devemos fazer por essa nova Sodomia, é pedir ao Pai para que Ele proteja os nossos jovens de serem usados por aqueles que querem ver o circo pegar fogo. 

Propósito:

Pai, na qualidade de discípulo de teu Filho Jesus, quero inspirar-me na coragem inabalável de João Batista, denunciando profeticamente a prepotência dos grandes.

Dia 02

“Como meu Pai me ama, assim também eu vos amo” (Jo 15,9).

O preceito de Jesus é o amor.

O amor de Deus se manifestou entre os seres humanos, e esse sentimento deve se propagar aos irmãos a partir de cada pessoa.

Quem conhece e ama a Deus cultiva as mesmas atitudes de Jesus, que viveu plenamente esse sentimento a partir de sua doação aos pobres, doentes, marginalizados e excluídos.

Jesus demonstrou a intensidade de seu amor não só com palavras, mas também com gestos concretos.

“Permanecei no meu amor.

Se observardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu observei o que mandou meu Pai e permaneço no seu amor!”

(Jo 15,9B-10).



 

Evangelho do dia 01 agosto sexta feira 2025

 


01 agosto - Façamos com paciência o nosso trabalho, esperando a carta de "dispensa", que nos dará o direito de voltar à terra natal, ao seio da família, à casa do Pai, que está nos Céus. (L 36). São Jose Marello


Mateus 13,54-58
"Quando Jesus acabou de contar essas parábolas, saiu dali e voltou para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. Ele ensinava na sinagoga, e os que o ouviam ficavam admirados e perguntavam:
- De onde vêm a sabedoria dele e o poder que ele tem para fazer milagres? Por acaso ele não é o filho do carpinteiro? A sua mãe não é Maria? Ele não é irmão de Tiago, José, Simão e Judas? Todas as suas irmãs não moram aqui? De onde é que ele consegue tudo isso?
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
- Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra e na sua casa.
Jesus não pôde fazer muitos milagres ali porque eles não tinham fé."

Meditação:

Os conterrâneos de Jesus O tinham visto partir como filho de carpinteiro, e agora O reencontram como Mestre, rodeado de discípulos.

É uma novidade que interpretam somente como vantagem social. Isso os impede de acolherem a Palavra de Deus e a explicação das Escrituras e a Sua revelação como o Ungido de Deus.

Vista a posição de Jesus neste prisma cria neles a impressão de que Jesus partiria acabando por deixá-los outra vez na sua pobreza.

É que no tempo de Jesus o judaísmo tinha suas esperanças na vinda de um messias que restauraria o antigo império de Davi, glorioso, segundo dizia a tradição.

 Estas esperanças tinham suas raízes na teologia de poder elaborada na corte dos descendentes de Davi. Visavam recuperar seu poder e seus privilégios.

 Na realidade, a realeza, consolidada, por Davi distorceu o ideal de igualdade e partilha característico da tradição de Moisés.

 O projeto de Deus não é o de consolidar as estruturas de realeza e poder. O projeto de Deus é resgatar e promover a vida entre os pobres e excluídos, criando laços pessoais e sociais de fraternidade e partilha.

 Este projeto nasce no meio do povo. Nasce em uma insignificante cidade da Galiléia, na casa de um simples carpinteiro, José. Este projeto nasce com a proclamação de seu filho Jesus de Nazaré.

 Jesus reconhecidamente tem sabedoria e energia de comunicação. Mas sua origem humilde choca as pessoas submetidas à ideologia de poder do judaísmo.

 Rejeitado por aqueles seduzidos pelo poder, Jesus encontra acolhida entre os pobres e pequeninos que lutam para se verem livres da humilhação, da escravidão, das injustiças sociais, das drogas, da prostituição, da luxuria, da criminalidade, da violência e de todo tipo de pecado. Mas isso, não se faz sem trabalho.

É preciso passar pela escola da humildade, da simplicidade, da força de vontade. E a melhor escolinha é aquela de José, na insignificante cidade de Nazaré.

 Somos convidados a olhar para José, homem justo, que tirava de seu trabalho na carpintaria o sustento honesto de sua vida.

 Lançando nosso olhar para os nossos dias notamos uma grande distância dos homens entre si. Por causa do avanço da ciência e da técnica.

A técnica traz seus benefícios, mas às vezes não só substitui o trabalhador, mas até o escraviza ou pior ainda o neutraliza.

Para o mundo digital, quem não se desenvolve no manejo da ciência e da técnica é excluído. A pessoa passa para segundo plano porque as relações que marcam o mundo do mercado do trabalho são as da produção, do aumento do lucro, e não a vida e a dignidade da pessoa.
Na última parte do texto de hoje, Jesus nos dá um puxão de orelha. Porque muitas vezes fechamos os nossos ouvidos para acolher o conselho, a advertência e o ensino daqueles que não nossos parentes, familiares, vizinhos ou conhecidos.

Por outro, encoraja-nos a não desistirmos na nossa missão de anunciar o reino de Deus seja a que custo for. Jesus nos ensina que a tarefa é dura, sobretudo quando se trata de evangelizar a partir de dentro de casa.

Para Jesus também não foi fácil ser profeta na sua casa, na sua família. As pessoas duvidavam dele, não queriam acreditar no Seu poder e por isso mesmo Ele não fez ali muitos milagres.
Jesus é Aquele irmão que Deus nosso Pai nos enviou para nos mostrar o caminho que nos leva para o Céu. E então, precisamos estar atentos para acolher as pessoas que dentro da nossa casa nos abrem os olhos e são instrumentos de Deus para nossa conversão. Ouvidos atentos e coração aberto, porque o Senhor fala por meio de quem nós nunca nem esperávamos que falasse.

 Muitas vezes Deus nos manda Seus emissários que nos aconselham com palavras de sabedoria que Ele próprio sugeriu para nós. Porém, por ser essa pessoa, simplesmente alguém que é muito conhecido nosso, nós desprezamos as recomendações de Deus.

 Nesse caso, os milagres também não acontecem na nossa vida, e muitos problemas nunca serão solucionados por causa da nossa impertinência.
Abertos ao convite da conversão, do arrependimento e da acolhida ao Reino dos Céu, sejamos corajosos no anúncio do Evangelho a começar pelos nossos.

Reflexão Apostólica

Talvez essa seja uma das grandes verdades a serem superadas por nós: Será que Deus está falando através do meu irmão, mas eu insisto em por barreiras para escutar? O quanto consigo perceber que a dificuldade de ver ou ouvir está em mim e não naquele que me aconselha? O quanto estamos abertos para ouvir um conselho?
Uma verdade é certa, ainda temos profunda dificuldade em reconhecer nossos próprios erros e talvez seja essa a dificuldade ou barreira mais colocada, porém a menos vista para se ouvir. Em contrapartida, temos uma habilidade tremenda de procurar um culpado, uma “conspiração”, uma segunda intenção na fala das pessoas.
“A fome e a vontade de comer” num mesmo momento: Não querer ouvir associado aos pré-julgamentos que fazemos daquele que nos exorta.
Além dos fatos já narrados, Jesus era oriundo de uma cidade, uma região, um povo simples…; num tempo onde o povo se acostumou (ou foi obrigado a se acostumar) a ver a verdade vir apenas dos sábios e doutores da lei que advinham de uma classe social acima, de um povo nobre, estudado, (…). Jesus rompia assim mais um paradigma sócio-cultural.

Onde estão os profetas? Por que se calaram? Calaram-se ou, como antes, não são ouvidos?
Partindo desse ponto…
Chamo muita atenção daqueles que se encantam ao ver ou ouvir falar da oração em línguas. Um gesto ou dom muito comum nos grupos da renovação carismática, mas que precisaria ser olhado sob outra ótica. A oração em línguas mais que uma manifestação é TALVEZ a comprovação de muita gente naquele lugar esta sem fé e que precisa “ver para crer”. Precisamos mais de profecias do que línguas, mas pra isso precisamos ter fé.

 “(…) Assim, AS LÍNGUAS SÃO SINAL, não para os fiéis, mas PARA OS INFIÉIS; enquanto as PROFECIAS SÃO UM SINAL, não para os infiéis, MAS PARA OS FIÉIS. Se, pois, numa assembléia da igreja inteira todos falarem em línguas, e se entrarem homens simples ou infiéis, não dirão que estais loucos? Se, porém, todos profetizarem, e entrar ali um infiel ou um homem simples, por todos é convencido, por todos é julgado; os segredos do seu coração tornam-se manifestos. Então, prostrado com a face em terra, adorará a Deus e proclamará que Deus está realmente entre vós“. (I Co 14,22-25)
A condição nunca foi o estudo, o posto, a idade e sim fé. Se milagres não acontecem, um dos motivos é a nossa falta de fé. Repito, onde estão os profetas?
Estão na RCC, nas Pastorais, nos Vicentinos, no Cursilho, no ECC, nas ENS, no CRISTMA, no Decolores, na PJ, em meio aos catequistas, espalhados por todas as pastorais e também fora delas (…), mas por que não falam?.
Quando disse “fora delas” é porque devidamente acredito que Deus ainda suscita profetas onde mais precisa deles e onde ainda existe um fio de esperança nas pessoas.

Vejo profetas em meio a uma reivindicação social, nos que trabalham como voluntários em causas nobres e humanitárias. Vejo profetas lendo essa mensagem e levantando seu clamor a Deus. Vejo ainda esperança no matrimonio, nas famílias, nos jovens; Vejo Deus colocando profetas aonde se precisa.
Historicamente, os grandes estudiosos dividiram os profetas do Antigo Testamento em maiores e menores em virtude de sua atuação e compromisso popular, mas o que na verdade o que os diferenciava era a missão que Deus lhes confiou.

Reparemos Jesus, conhecido pelos estudiosos como o maior de todos os profetas, que nada fez de errado, foi condenado sem ao menos ser ouvido.
Assim, não engano, seremos nós em nossas casas, nossas famílias, no nosso trabalho, em nossa comunidade (…), mas como o mestre o fez, mesmo recenseados, não deixemos de falar, de ter fé, de profetizar a vida. A alguns Deus chamou para grandes obras sociais e a outros a pequenos reparos em suas (nossas) famílias.
A história um dia nos classificará como maiores ou menores, mas Deus nos oferece sempre a MAIOR missão que podemos suportar, sendo assim, a cada vitória uma nova missão na medida em que suportamos.
Quanto a não ser ouvido, demonstremos com a vida, não tem como não verem. Jesus assim o fez e por até os céticos reconhecem que Ele foi realmente grande.

Propósito: Ver além das aparências e reconhecer a presença de Deus nas coisas e pessoas mais simples do meu dia.
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Crescer é um processo contínuo, que consiste em ter a coragem de romper as barreiras que impedem um maior autoconhecimento.
Não significa somente se contentar com uma vida sem sentido, sem um ideal, sem um objetivo maior.
Ninguém veio ao mundo do nada e para o nada.
Todos têm uma missão a cumprir.
Lembre-se de que, no caminho rumo ao crescimento, existem muitos obstáculos.
Mas tudo vale a pena se você optar pela verdade, pelo amor.

É sempre tempo de crescer para quem está decidido.



domingo, 27 de julho de 2025

Evangelho do dia 31 julho quinta feira 2025

 


31 julho – Recomendo-vos a obediência! Tende grande estima por essa virtude: ela vos fará ricos em méritos para o Céu. (S 354). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 13,47-53

""O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que pegou peixes de todo tipo. Quando ficou cheia, os pescadores puxaram a rede para a praia, sentaram-se, recolheram os peixes bons em cestos e jogaram fora os que não prestavam. Assim acontecerá no fim do mundo: os anjos virão para separar os maus dos justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes. "Entendestes tudo isso?" - "Sim", responderam eles. Então ele acrescentou: "Assim, pois, todo escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é como um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas". Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali."  
Meditação:

 Encerrando o bloco de parábolas de Jesus, Mateus apresenta a parábola da rede lançada pelos pescadores, enfocando a perspectiva escatológica, relativa ao fim dos tempos, do Reino dos Céus.

Ao fim dos tempos está associado o juízo final. Este enfoque tem suas raízes no antigo tema profético do "dia de Javé" que, depois, se desdobra na literatura apocalíptica.

É o dia em que Javé virá julgar e punir as nações e, também, as infidelidades do próprio Israel. Este enfoque transmite a imagem de um deus discriminativo, violento e vingativo.

Pode-se pensar que este seja mais uma interpretação dos discípulos oriundos do judaísmo do que do próprio Jesus. A expressão: "ali haverá choro e ranger de dentes" é bem característica do evangelista Mateus, que a usa seis vezes.

Para aqueles e aquelas que afirmam que o inferno é aqui mesmo, aí está a afirmação de Jesus. O inferno existe.  E se somos cristãos, temos de acreditar nas palavras de Jesus, e procurar seguir os seus ensinamentos.
Hoje Jesus nos fala do inferno, e da vida eterna. E tudo isso não foi inventado pela Igreja como alguns pensam. É o próprio Jesus que nos anuncia. 

A vida eterna ou "reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. Quando está repleta, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e jogam fora o que não presta."
O nosso futuro está sendo traçado nos passos que estamos dando agora. Ou seja, o que acontecerá naquele dia do juízo final, depende do que estamos fazendo, ou deixando e fazer neste instante e nos instantes seguintes da nossa vida.
Será muito bom para a nossa alma se fizermos parte daqueles considerados bons. Por isso vamos fazer o possível e o impossível para não ser jogados fora, por que "assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos"
Reparou que esta parábola é bem parecida com a explicação da parábola do trigo e do joio? Trata-se, portanto, de uma parábola do gênero escatológico-apocalíptico do judaísmo no tempo de Jesus.
É exclusiva do autor deste Evangelho, e a expressão "choro e ranger de dentes" é a referência direta ao inferno.
A referência final ao escriba com o pai de família que tira de seu tesouro coisas velhas e novas, pode ser uma auto - apresentação do evangelista como sendo este escriba que se tornou discípulo merecedor da vida eterna ou do Reino de Deus. 

Reflexão Apostólica:

A consumação do Reino se realiza através do julgamento que separa os bons dos maus. Os que vivem a justiça anunciada por Jesus tomarão parte definitiva no Reino; os que não vivem serão excluídos para sempre. É preciso decidir desde já.

As parábolas revelam o segredo de Deus para aqueles que têm fé. Por isso, o doutor da Lei que se torna discípulo de Jesus é capaz de ver a ligação entre o antigo e o novo testamento. Em Jesus tudo se renova e toma novo sentido.

Se repassarmos um pouco as páginas dos evangelhos, tendo como chave de busca os personagens, a maioria com nomes próprios, com os quais Jesus se relacionou e com quem compartilhou sua mensagem da Boa Nova do Reino, encontraríamos, mais ou menos, a seguinte lista: os discípulos, muitos deles pescadores ignorantes, gente pobre e desprezada por ser da região da Galiléia; mulheres impuras, enfermas, prostitutas, e muitas delas oprimidas por inúmeras formas de machismo presentes na sociedade, anciãs e anciãos inutilizados; pastores impuros e empobrecidos; cobradores de impostos, odiados por causa de seu espírito colaboracionista com os poderes dominadores de então; leprosos, cegos, surdos, pessoas cansadas, endemoninhados; crianças e pessoas rejeitadas pela lei dos adultos; pecadores de toda classe, militares e estrangeiros odiados.

Jesus fez dessa gente destinatários de seu amor e predileção. Para Ele, n valia o poder ou o ter, mas o ser de cada pessoa, e a partir desta condição universal de amor, devolveu a muita gente a dignidade roubada, integrando cada pessoa em seu projeto de comunidade.

Os esquemas mentais, impostos pela sociedade e pela cultura de cada época, aceitam como normais as estruturas com as quais conformam a sociedade.

 Jesus sabe que aceitar a distinção entre as pessoas (boas e más) era aceitar a discriminação. Jesus quer que todas as pessoas sejamos filhos e filhas de Deus, com os mesmos direitos que nos fazem seres humanos iguais. A prática de Jesus nos ensina que para ele não há exclusão de pessoas.

No reino de Deus, como diz Jesus, as coisas velhas se confundem com as novas e só um perito espiritual poderá nos ajudar a fazer o discernimento.

Dentro de nós há o velho e o novo, o bom e o ruim. A “cirurgia plástica” da nossa alma só quem pode realizar é o Espírito Santo.

Deus Pai que é o Oleiro é quem poderá nos ajudar pelo poder do Seu Espírito a nos despojar de tudo que nos é inútil e está apodrecendo dentro de nós.

Só Ele tem o poder de fazer valer em nós, os sentimentos que são oriundos do Seu coração e nos trazem a felicidade, a concórdia e o amor.

Por isso, o reino de Deus requer de nós paciência e esmero a fim de que, gradualmente, nós possamos deixar com que o Senhor nos transforme no modelo que Ele projetou para nós.

Precisamos, então, ter consciência de que antes que chegue o fim dos tempos nós poderemos nos deixar esclarecer pelo Espírito que há em nós. 

Você tem buscado o auxílio de Deus para suas dificuldades? Você percebe as coisas boas e más que estão dentro do seu coração? Você acha que Deus tem poder para transformar você num vaso novo? 

Propósito:

Pai, concede-me suficiente realismo para perceber que teu Reino se constrói em meio a perdas e ganhos, e que só tu podes garantir o sucesso final. Eu quero ser Jesus amado, como um barro nas mãos do oleiro, rompe-me a vida faz-me de novo, eu quero ser um vaso novo.

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Saiba que ninguém é tão auto - suficiente que não precise dos demais.
Viver isolado é secar como a planta que não tem a seiva para se desenvolver.
Como é bom viver em harmonia com as demais pessoas, trocar experiências, conversar e solidarizar-se!

Procure sempre praticar o bem.
A maior alegria do ser humano é poder ajudar o semelhante.

 


 

 

Evangelho do dia 30 julho quarta feira 2025

 


30 julho – A quem foi dito: "Ego ero merces tua magna nimis” Eu serei a tua recompensa infinitamente grande"? A Abraão obediente e fiel. (L 248). São Jose Marello


Mateus 13,44-46

"- O Reino do Céu é como um tesouro escondido num campo, que certo homem acha e esconde de novo. Fica tão feliz, que vende tudo o que tem, e depois volta, e compra o campo.
- O Reino do Céu é também como um comerciante que anda procurando pérolas finas. Quando encontra uma pérola que é mesmo de grande valor, ele vai, vende tudo o que tem e compra a pérola."

Meditação:

“(…) O Evangelho de hoje nos mostra a parábola na qual Jesus compara o Reino de Deus com um tesouro e com uma pérola. A comparação com o tesouro nos mostra o valor que o Reino de Deus deve ter nas nossas vidas, um valor que não pode ser superado por nenhum outro valor deste mundo. A pérola nos mostra a preciosidade inigualável que é o Reino de Deus para todas as pessoas. E tanto o valor como a preciosidade do Reino de Deus significam que todas as outras coisas perdem sua importância diante dele e só têm sentido enquanto contribuem para que o homem possa chegar até Deus”. (CNBB)

Grande parte do ensino de Jesus foi transmitida por meio de parábolas. Dos quatro evangelistas, Mateus foi o que mais registrou parábolas em seu evangelho. Somente no capítulo 13 foram registradas sete parábolas ensinadas por Jesus.

As parábolas ensinadas por Jesus, de um modo geral, eram histórias nas quais ele fazia uso de coisas reais e conhecidas por seus ouvintes com o propósito de ensinar-lhes uma lição principal, especialmente a seus discípulos.

Observemos que no contexto de Mateus 13, o propósito de Jesus, ao ensinar por parábolas é duplo:

1) ocultar as verdades do reino aos de coração endurecido que não o reconheceram como o Messias. 

2) revelar os mistérios do seu reino aos que nele creram (Mt 13,11-16).

Os discípulos do Senhor foram privilegiados, pois receberam dele a explicação e o entendimento das parábolas.
As parábolas ensinadas por Jesus, em especial as de Mateus 13, expressam verdades acerca do reino dos céus. O Senhor introduziu suas parábolas com a seguinte expressão: “O reino dos céus é semelhante a…”.

Na pessoa e obra de Jesus o reino dos céus se manifestou entre os homens. Muito do seu tempo foi gasto na pregação do evangelho do reino, na qual estavam incluídas as parábolas do reino.

Cada parábola apresenta um aspecto desse reino. Por exemplo, algumas vezes Jesus fala do reino como uma realidade presente (ex: parábola do grão de mostarda – crescimento do reino na terra e outras como uma realidade futura (a parábola da rede – juízo final, 47-50).

Algumas parábolas apontam para a pessoa e a obra do rei Jesus (parábola dos lavradores maus – oposição a Jesus e sua morte); outras expressam a atitude cristã dos súditos do seu reino (bom samaritano - ser misericordioso, Lc 10,30-37; as parábolas do tesouro e da pérola.
Nesta meditação, vamos atentar especialmente para as parábolas do tesouro escondido e da pérola e descobrir o que Jesus requer de nós como súditos do seu reino.

Vamos tratar das duas numa mesma reflexão porque ambas estão relacionadas entre si e ao mesmo tempo expressam a mesma verdade acerca do reino dos céus.

Além disso, ambas as parábolas apresentam algumas características próprias:

1) são duas parábolas curtas não seguidas de uma explicação explícita, ao contrário das parábolas do semeador e do joio.

2) ambas as parábolas foram dirigidas especialmente aos discípulos de Jesus e eles entenderam o que o Senhor lhes ensinou nelas.

Portanto, essas parábolas são dirigidas por Jesus à sua igreja a fim de revelar-lhe uma verdade importante acerca do reino dos céus.
Atentemos para as parábolas do tesouro escondido e da pérola. O Senhor Jesus nos diz o seguinte: “O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem tendo-o achado, escondeu”. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.

O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra.

Vejamos primeiramente a explicação dessas parábolas dentro do contexto da época. Depois, atentemos para a aplicação do ensino de Cristo nelas contido para nossas vidas como seus discípulos e cidadãos do seu reino.
A explicação das parábolas do tesouro escondido e da pérola.
Na parábola do tesouro escondido Jesus conta a história de certo homem que encontrou um tesouro escondido num campo.

O Senhor não diz quem foi o homem (empregado, arrendatário) que encontrou o tesouro nem tampouco como ele o encontrou, se arando, cavando ou plantando no campo, não sabemos. Também não sabemos qual foi o tesouro encontrado.

O que sabemos apenas é que certo homem encontrou um tesouro que estava escondido num campo. Tal fato não era algo anormal e fora da realidade.

Era uma coisa comum tanto na época do AT (Pv 2,4; Jr 41,8) quanto do NT esconder tesouros debaixo da terra por causa das guerras e revoluções tão freqüentes na época.

Era mais seguro guardar um tesouro escondido no campo do que deixá-lo em casa, pois este, estando em casa, poderia ser roubado por ladrões ou levado pelos invasores como despojo.

Acontecia, porém que, na maioria das vezes, o proprietário do tesouro morria sem revelar a ninguém onde tinha escondido o tesouro.

Assim, o tesouro escondido no campo poderia ou não ser encontrado por alguém. O Senhor fala de algo conhecido por seus ouvintes. Ele não está usando uma figura irreal e fantasiosa ao falar do tesouro escondido. Mas ele está falando de algo real e conhecido e também possível de acontecer.
Na verdade, ao longo da história, vários tesouros escondidos têm sido encontrados.

O homem que encontrou o tesouro no campo não estava à caça de tesouros escondidos. Ele o encontrou ao acaso. E qual foi a sua reação ao achar o tesouro escondido?

A primeira coisa que ele fez foi esconder o tesouro de volta. E depois, tomado por grande alegria por ter encontrado o tesouro, ele volta para sua casa, vende todos os seus bens e compra aquele campo no qual o tesouro estava escondido. Agora o campo era seu junto com o tesouro nele escondido.
Agora, atentemos para a parábola da pérola de grande valor. O Senhor Jesus desta vez conta a história de um negociante de pérolas que estava à procura das melhores.

Pérolas tinham um grande valor no primeiro século da era cristã assim como tem o diamante em nossos dias. Elas serviam como símbolo de status e posição entre os ricos.

Apenas os ricos as possuíam. A própria Bíblia no NT fala das pérolas como objeto de grande valor naquela época (Mt 7,6; 1Tm 2,9; Ap 18, 11,12).

Por serem valiosas, as pérolas eram muito procuradas por seus negociantes. Estes faziam longas viagens em busca das melhores e mais valiosas pérolas.

O homem da parábola é um negociante que está em busca das melhores pérolas. Jesus não diz para onde ele foi, mas tão somente diz que ele encontrou em sua busca a pérola que tanto procurava, a pérola de grande valor.

Uma oportunidade única na sua vida. Ele não sossegou enquanto não a obteve. O que então ele fez para adquiri-la? Jesus diz que aquele negociante, “tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía, e a comprou”. A pérola que tanto procurava agora era sua.
Comparando ambas as parábolas, observamos um ponto de semelhança entre elas. Esse ponto de semelhança está na atitude dos dois homens depois de terem encontrado o tesouro e a pérola.

Ambos reconheceram o imenso valor do que tinham encontrado e com alegria não hesitaram em vender tudo que tinham para obterem o que tinham encontrado.

Observando esse detalhe da parábola de que os dois homens se desfizeram de seus bens para possuírem o tesouro que encontraram podemos nos perguntar: “Eles fizeram a coisa certa? Ou foi uma loucura o que eles fizeram?”

Certamente que seus parentes e conhecidos desaprovaram a atitude deles por não saberem o que eles estavam fazendo. Mas ambos os homens sabiam muito bem o que estavam fazendo e eles fizeram a coisa certa.

Eles descobriram que aquilo que encontraram era muito mais valioso do que tudo quanto poderiam ter. Por essa razão, eles não pensaram duas vezes, mas com o coração resoluto e alegre e sem nenhum sentimento de perda desfizeram-se de tudo quanto possuíam para obterem o tesouro e a pérola que encontraram. Este é o ponto central da parábola através do qual Jesus quer nos ensinar uma verdade acerca do seu reino.
Qual é a mensagem que Jesus quer aplicar no nosso coração com o ensino das parábolas do tesouro escondido e da pérola? Que tipo de atitude ele exige de nós como súditos do seu reino?

Antes de atentarmos para a verdade central que Jesus quer aplicar no nosso coração com estas parábolas, vejamos primeiramente o que Jesus não está nos ensinando nelas.
Jesus não está ensinando que o crente deve comprar a sua salvação assim como os dois homens compraram o tesouro e a pérola. Alguns pensam assim ao interpretarem estas parábolas.

Não devemos chegar a essa conclusão, pois a Bíblia, que não se contradiz em lugar nenhum, nos ensina em vários textos que nossa salvação é uma dádiva graciosa de Deus (Ef 2,8-10; 2Tm 1.9).

O preço da nossa salvação foi o sangue de Cristo e não algo que podemos fazer para obtê-la. Não podemos comprar o reino de Deus. Pelo contrário, Deus é quem nos faz herdeiros e súditos do seu reino por pura graça mediante a fé em Cristo.
Jesus também não está ensinando que o cristão deve fazer um voto de pobreza ao vender tudo quanto tem para se tornar participante do reino de Deus.

Alguns pegam o detalhe da parábola de que os dois homens se desfizeram de tudo que tinham para obterem o que tinham encontrado e afirmam isso.

Não é isso que Jesus está ensinando. Não é assim que agora, por sermos cristãos, vamos vender nossa casa, nosso carro e todos os nossos bens para seguir Cristo.

Sempre existiu e existirão cristãos fiéis que são ricos no sentido material. Isso é dom de Deus. Ser cristão não é sinônimo de ser pobre, no sentido material. Portanto, Jesus não está nos ensinando a se tornar pobres nestas parábolas.
Qual é então a atitude correta que Jesus requer dos seus discípulos nas parábolas do tesouro escondido e da pérola?

A verdade central da parábola que Jesus quer colocar no nosso coração é a seguinte: O reino dos céus com tudo o que ele é e possui é um tesouro tão valioso que o cristão que o encontra reconhece seu imenso valor e, motivado por grande alegria, dispõe-se de todo o coração a entregar tudo quanto possa interferir na obtenção desse reino tão valioso.

Em outras palavras: aqueles que percebem o imenso valor do Reino de Deus que foi revelado em Cristo sacrificarão qualquer coisa para desfrutar das riquezas desse Reino.
O cristão que encontrou o Jesus Cristo e todas as bênçãos do seu reino (o perdão dos pecados, nova vida no Espírito, governo e cuidado de Cristo sobre sua igreja, vida eterna), consciente de todos estes benefícios, abandonará alegremente o seu velho estilo de vida para então viver em total gratidão e louvor ao seu Rei e Salvador Jesus Cristo que, por pura graça, o faz desfrutar das riquezas do seu reino.

Por causa de sua grande alegria por ter encontrado o Salvador de sua vida e se tornar um herdeiro do seu reino eterno, o cristão não desejará outra coisa senão viver para o seu Senhor.

Ele fará isso sem nenhum constrangimento, mas com toda alegria, pois ele agora sabe que, pela graça de Deus, foi transportado do império das trevas (uma vida de miséria e pecado) para o reino de luz do Filho Amado de Deus (perdão e salvação).
Qual tem sido a nossa atitude como súditos do reino de Deus? Será que nós temos percebido o imenso valor do reino de Deus? Cristo é o nosso maior tesouro? Ocupa ele o primeiro lugar em nossa vida?  Seus mandamentos e promessas valem mais para nós do que qualquer coisa que este mundo pode nos oferecer? Ou será que nos apegamos tanto às coisas terrenas que nos esquecemos de colocar o reino de Deus em primeiro lugar na nossa vida?
Cristo nos chama a tomar uma atitude firme e decisiva de segui-lo. Ele quer o nosso coração. Ele quer que sejamos discípulos alegres e gratos pelos benefícios do seu reino que ele nos deu de graça.

Cristo quer que abandonemos qualquer coisa que nos impeça de desfrutar das suas bênçãos. Ele exige de nós o alegre abandono de todas as coisas que nos atrapalha de desfrutar das riquezas do seu reino e nos impede de servir a ele de todo o nosso coração.

Pode ser que queiramos seguir a Cristo e ao mesmo tempo viver em nossos pecados. Tal atitude é inaceitável a Cristo. Ele disse que é impossível servir a dois senhores e que devemos amar a Deus de todo o nosso coração.

Pode ser que desejemos tanto as riquezas materiais que nos esquecemos do imenso valor das riquezas do reino que Cristo nos dá (perdão, vida eterna).

Pode ser que fiquemos tão preocupados em cuidar da nossa vida e dos nossos interesses aqui na terra que deixemos de obedecer e confiar em Deus. Mas Jesus nos diz: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6,33).
Aqueles que se agarram aos tesouros terrestres e aos prazeres mundanos a ponto de desprezarem Cristo, acabam perdendo as riquezas do reino.

Isso é uma atitude insensata. Pois Cristo falou: “Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á... Pois que aproveitará o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma”?

Por outro lado, Ele também afirmou: “... e quem perder a vida por minha causa, achá-la-á” (Mt 16,25-26). Quer dizer, aquele que reconhece o imenso valor do reino de Deus e alegremente abandona o mundo para seguir Cristo faz a coisa certa, age com sabedoria. Pois não é tolo “aquele que se desfaz do que não pode ter para ganhar o que não pode perder”.

O cristão sábio e feliz que encontrou Cristo e reconheceu o imenso valor de suas riquezas, seguirá alegremente o seu Salvador e não perderá as bênçãos do reino de Deus, mas desfrutará delas agora e eternamente.

Reflexão Apostólica:

O evangelho de hoje traz mais duas pequenas parábolas do Sermão das Parábolas. As duas são semelhantes entre si, mas com diferenças significativas para esclarecer melhor determinados aspectos do Mistério do Reino que está sendo revelado através destas parábolas.

Jesus conta uma história bem simples e bem curta que poderia acontecer na vida de qualquer um de nós. Assim, ele provoca os ouvintes a partilhar com os outros o que esta história nele suscitou.
Temos aqui, alguns pontos a  observar:

1) O tesouro, o Reino, já está no campo, já está na vida. Está escondida. Passamos e pisamos por cima sem nos dar conta.

2) O homem encontrou o tesouro. Foi puro acaso. Ele não esperava encontra-lo, pois não estava procurando.

3) Ao descobrir que se trata de um tesouro muito importante, o que ele faz? Faz o que todo mundo faria para ter o direito de poder apropriar-se do tesouro. Ele vai, vende tudo que tem e compra o campo. Assim, junto com o campo adquiriu o tesouro, o Reino. A condição é vender tudo!

4) Se o tesouro, o Reino, já estava na vida, então é um aspecto importante da vida que começa a ter um novo valor.

5) Nesta história, o que predomina é a gratuidade. O tesouro é encontrado por acaso, para além das programações nossas. O Reino acontece! E se acontece, você ou eu temos que tirar as conseqüências e não permitir que este momento de graça passe sem dar fruto.

A segunda parábola é semelhante à primeira mas tem uma diferença importante.  Também aqui, temos alguns pontos a observar:

1) Trata-se de um comerciante de pérolas. A profissão dele é buscar pérolas. Ele só faz isso na vida: buscar e encontrar pérolas. Buscando, ele encontra uma pérola de grande valor. Aqui a descoberta do Reino não é puro acaso, mas fruto de longa busca.

2) Comerciante de pérola entende do valor das pérolas, pois muitas pessoas querem vender para ele as pérolas que encontraram. Mas o comerciante não se deixa enganar. Ele conhece o valor da sua mercadoria.

3) Quando ele encontra uma pérola de grande valor, ele vai e vende tudo que tem e compra essa pérola. O Reino é o valor maior.
As duas tem o mesmo objetivo: revelar a presença do Reino, mas cada uma revela uma maneira diferente de o Reino mostrar a sua presença: através de descoberta da gratuidade da ação de Deus em nós, e através do esforço e da busca que todo ser humano faz para ir descobrindo cada vez melhor o sentido da sua vida.

Tesouro escondido: já encontrou alguma vez? Já vendeu tudo para poder adquiri-la? Buscar pérolas: qual a pérola que você busca e ainda não encontrou?

Qual é o tesouro?
Quem realmente já se sentiu tocado por Deus? Convido a recordar essa boa lembrança e buscar na memória o que aconteceu e como Deus agiu. Como foi que eu fiquei? Como me senti? Quanto tempo durou? Chorei? Todos ao meu redor notaram? Testemunhei? Agradeci? Permaneci depois?
Madre Tereza nos deixou grandes ensinamentos não só com palavras, mas com sua vida e alguns dos seus pensamentos assemelham-se tanto com a filosofia do homem de Nazaré que profundamente acredito que ela encontrou um tesouro no campo. É atribuída a ela uma frase que diz: “(…) Não devemos permitir que alguém saia de nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz“. 
Um parentese: Se não soubéssemos que essa frase é dela, poderíamos acreditar que era e ainda é a própria forma de viver de Jesus. “(…) Os fiéis leigos são chamados a exercer a sua missão profética, que deriva diretamente do batismo, e testemunhar o Evangelho na vida diária onde quer que se encontrem”. (VD § 94)
Todos aqueles que têm um encontro com o divino não conseguem esconder a transformação que é gerada em seu semblante. Milagres e curas são operados, mas as grandes transformações de fato acontecem em algo chamado BEM ESTAR. Ninguém que encontra com Jesus volta sem a paz. A paz que o apóstolo dos gentios diz que ninguém consegue explicar
Essa paz precisa ser procurada individualmente e que todos os nossos esforços em apresentar essa paz as pessoas precisam respeitar o livre arbítrio das pessoas de aceitar ou não, mas não podemos desistir de, como Madre Tereza, em fazer pelo menos com que os que nos cercam , saiam melhores do quando chegaram.
Quanto aos tesouros…
Notamos que uma grande parcela dos pedidos feitos nos grupos de oração e caixinhas de oração espalhadas por nossas paróquias caem justamente nesse contexto. Pedimos a conversão de nossos maridos, esposas, juízo para nossos filhos (as), paz em nossa casa, (…). Buscamos geralmente o que é mais precioso. Os gananciosos que se encantam com as pérolas de menor valor.
Cada uma precisa com esmero e esforço próprio encontrar o tesouro e não se enganar com as bijuterias espalhadas pelo campo. Lembremo-nos do Joio e do trigo! Quem já o encontrou precisa se empenhar com todo coração, de toda sua alma e toda sua força para permanecer pelo menos com a paz, pois como diz a palavra, já não somos mais crianças levadas pelo que é passageiro.
Quem não conhece o diamante bruto o joga fora com os cascalhos. Um bom garimpeiro sabe bem diferenciar, apenas com os olhos, o brilho do que é precioso e está encoberto.
A pedra mais preciosa de Deus é a sua criatura. Valorize e dê o devido valor a ela!

Propósito: Praticar o desapego aos bens materiais e conquistar novos corações através de gestos de caridade e amor fraternos. 

Dia 30

Saiba que ninguém é tão auto-suficiente que não precise dos demais.

Viver isolado é secar como a planta que não tem a seiva para se desenvolver.

Como é bom viver em harmonia com as demais pessoas, trocar experiências, conversar e solidarizar-se!

Procure sempre praticar o bem.

A maior alegria do ser humano é poder ajudar o semelhante.

“Caríssimo, não imiteis o que é mau, mas o que é bom.

Quem faz o bem é de Deus, quem faz o mal não viu a Deus”.

(2Jo 1,11).

 


EVANGELHO DO DIA 17 AGOSTO 2025 - ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

  ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA   17 agosto - Saber coordenar todos os nossos pensamentos, todos os nossos afetos, todas as nossas energias nu...