11 março - Tu, ó José, que depois da Bendita Virgem, foste o
primeiro a estreitar ao peito Jesus Redentor, sê o nosso modelo em nosso
ministério que, como o teu, é um ministério de relação íntima com o Verbo
Divino. (L 35). São José Marello
Mateus 6,7-15
"- Nas suas orações, não fiquem repetindo o que vocês
já disseram, como fazem os pagãos. Eles pensam que Deus os ouvirá porque fazem
orações compridas. Não sejam como eles, pois, antes de vocês pedirem, o Pai de
vocês já sabe o que vocês precisam. Portanto, orem assim:
"Pai nosso, que estás no
céu, que todos reconheçam que o teu nome é santo.
Venha o teu Reino.
Que a tua vontade seja feita
aqui na terra como é feita no céu!
Dá-nos hoje o alimento que
precisamos.
Perdoa as nossas ofensas como
também nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam.
E não deixes que sejamos
tentados, mas livra-nos do mal.
[pois teu é o Reino, o poder e
a glória, para sempre. Amém!]"
- Porque, se vocês perdoarem as
pessoas que ofenderem vocês, o Pai de vocês, que está no céu, também perdoará
vocês. Mas, se não perdoarem essas pessoas, o Pai de vocês também não perdoará
as ofensas de vocês."
O
evangelho de hoje nos apresenta a oração do Pai Nosso, o Salmo que Jesus nos
deixou. Existem duas redações do Pai Nosso: a de Lucas (Lc 11,1-4) e a de
Mateus (Mt 6,7-13).
A
redação de Lucas é mais breve. Lucas escreve para as comunidades que estavam
inseridas entre os pagãos e eram constituídas por pessoas de cultura e
mentalidade grego-pagã. Visa ajudar as pessoas que estão iniciando a caminhada
da oração.
No
Evangelho de Mateus, o Pai Nosso encontra-se inserido no Discurso da Montanha,
onde Jesus orienta os discípulos na prática das três obras de piedade: esmola
(Mt 6,1-4), oração (Mt 6,5-15) e jejum.
O
Pai Nosso faz parte de uma catequese para judeus convertidos. Eles estavam
acostumados a rezar, mas tinham alguns vícios que Mateus queria corrigir. No
Pai Nosso, Jesus resume todo o seu ensino em sete pontos dirigidos ao Pai.
Nestes
sete pedidos, retoma as promessas do Antigo Testamento e manda pedir ao Pai que
nos ajude a realizá-las. Os primeiros três se referem à nossa relação com Deus.
Os outros quatro tem a ver com a relação comunitária que temos com os outros.
Na
introdução, Jesus critica as pessoas para as quais a oração era um repetição de
fórmulas mágicas, de palavras fortes, dirigidas a Deus para obrigá-lo a
responder a seus pedidos e necessidades.
Quem
reza deve buscar, em primeiro lugar, o Reino, muito mais que seus interesses
pessoais. A acolhida da oração por parte de Deus não depende da repetição das
palavras, mas sim da bondade de Deus que é Amor e Misericórdia. Ele quer o
nosso bem e conhecer nossas necessidades, antes mesmo das nossas orações.
As
primeiras palavras: “Pai Nosso que estás nos céus!” Abbá, Pai, é o nome que
Jesus usa para se dirigir a Deus. Expressa a intimidade que ele tem com Deus e
manifesta a nova relação com Deus que deve caracterizar a vida das pessoas nas
comunidades cristãs (Gl 4,6; Rm 8,15). Mateus acrescenta ao nome do Pai o
adjetivo nosso e a expressão que “estás nos céus”.
A
verdadeira oração é uma relação que nos une ao Pai, aos irmãos e às irmãs, à
natureza. A familiaridade com Deus não é intimista, mas expressa a consciência
de pertencer à grande família humana, da qual participam todas as pessoas, de
todas as raças e de todos os credos: Pai Nosso.
Rezar
ao Pai e entrar na intimidade com Ele, é entrar em sintonia com os guias de
todos os irmãos e irmãs. É buscar o Reino de Deus em primeiro lugar.
A
experiência de Deus Pai é o fundamento da fraternidade universal. • Mateus
6,9b-10: Os três pedidos pela causa de Deus: o Nome, o Reino, a Vontade. Na
primeira parte do Pai Nosso, pedimos para restaurar a nossa relação com Deus.
Para
fazer isso, Jesus pede (a) a santificação do Nome revelado no Êxodo por ocasião
da libertação do Egito; (b) pede a vinda do Reino, esperado pelo povo após o
fracasso da monarquia; (c) pede a realização da Vontade de Deus, revelada na
Lei que estava no coração da Aliança.
O
Nome, o Reino, a Lei, são os três eixos do Antigo Testamento que manifestam
como deve ser a nova relação com Deus.
Os
três pedidos apontam que é preciso viver na intimidade com o Pai, tornando
conhecido seu Nome, amando-o, fazendo com que seu Reino de amor e de comunhão
se torne realidade, que se faça sua Vontade assim na terra como no céu. No céu,
o sol e as estrelas obedecem à lei de Deus e criam a ordem do universo.
A
observância da lei de Deus “assim na terra como no céu” deve ser fonte e
espelho da harmonia e do bem-estar para toda a criação.
Esta
relação renovada com Deus torna-se visível na relação renovada entre nós que,
por sua parte, é objeto dos outros quatro pedidos; o pão cotidiano, o perdão
das dívidas, e não cair em tentação e a libertação do Mal.
Na
segunda parte do Pai Nosso pedimos para restaurar e renovar a relação entre as
pessoas. Os quatro pedidos apontam como devem ser transformadas as estruturas
da comunidade e da sociedade de modo que todos os filhos e as filhas de Deus
vivam com igual dignidade.
"O
pão nosso de cada dia" (Mt 6,11): lembra o maná de todo dia no deserto (Ex
16,1-36). O maná era uma "prova" para ver se as pessoas eram capazes
de seguir a Lei do Senhor (Ex 16,4), isto é, se era capaz de juntar alimento só
por um dia em sinal de fé que a providência divina oferece para a organização
fraterna. Jesus convida a caminhar para um novo êxodo, rumo a uma nova
convivência fraterna que possa garantir o pão para todos.
O
pedido do “perdão das dívidas” (6,12): lembra o ano sabático que obrigava os
credores a perdoar todas as dívidas aos irmãos (Dt 15,1-2). O objetivo do ano
sabático e do ano jubilar (Lv 25,1-22) era zerar as desigualdades e recomeçar
tudo de novo.
Como
rezar hoje: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos a quem nos
deve”? Os países ricos, todos cristãos, se enriquecem graças à dívida exterior
doa países pobres. Não cair em tentação: o pedido de “não cair em tentação”
(6,13) lembra os erros cometidos no deserto, onde o povo caiu em tentação (Ex
18,1-7; Nm 20,1-13; Dt 9,7-29), para imitar Jesus que foi tentado e venceu (Mt
4,1-17).
No
deserto, a tentação leva as pessoas a seguir outros caminhos, a voltar atrás a
não seguir o caminho da libertação e a exigir de Moisés que os guiava.
Libertação
do Mal: o mal é o Maligno, Satanás, que procura desviar e que, de muitas
maneiras, tenta levar a pessoa a não seguir o caminho do Reino, apontado por
Jesus. Tentou Jesus a abandonar o Projeto do Pai e ser o Messias das idéias dos
fariseus, escribas e outros grupos judaicos.
O
Maligno afasta de Deus e é motivo de escândalo. Entrou também em Pedro (Mt
16,23) e tentou também Jesus no deserto. Jesus o venceu (Mt 4,1-11).
Jesus
afirma “perdoa as nossas dívidas”, mas hoje rezamos “perdoa as nossas ofensas”,
o que é mais fácil: perdoar as ofensas ou perdoar as dívidas? Como você
está acostumado (a) a rezar o Pai Nosso: mecanicamente ou inserindo nele toda a
tua vida e teu ardor nas palavras que pronuncias?
Reflexão Apostólica:
Esses
dias ficou enfatizada a importância do Jejum, hoje falaremos da oração.
Comecemos
pela primeira leitura de hoje (Is 55,10-11): “(…) Isto diz o Senhor: assim
como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar
e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a
alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim
vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos
que pretendi, ao enviá-la."
Como
rezar? Como saber se nossa prece chegou ao Senhor? Como saber? Saibam que esse
é um dos maiores dilemas dos cristãos. Sabemos que Ele nos ouve e que suas
palavras não voltam sem cumprir seu destino, mas não sabemos se o tocamos. Como
suprimir essa angustia?
Nossa
humanidade requer respostas. Viramos o volante, esperamos que o carro mude de
direção; pisamos no freio, esperamos que pare; compramos um bilhete de rifa,
esperamos pelo menos saber o número sorteado.
Precisamos
dessa alimentação, que chamam de feedback para saber se a atitude que tomamos
correspondeu ao desejado. Importante salientar: tudo isso faz parte de um
conjunto de atos instintivos, primitivos e bem normais.
Um
bebê chora esperando assim chamar atenção para algo; uma criança rola no chão
esperando a mesma coisa; rezamos esperando ser ouvidos… será que somos ouvidos?
É
claro que sim! Mas essa angústia é tão remota que os mais antigos queimavam
suas ofertas, imaginando assim, ao ver a fumaça subir ao seu, levava consigo as
suas preces. A fumaça era um sinal visível da oração. Ela reforçava a sua fé.
Ela ainda é muito usada ainda hoje só que na forma de incenso, mas em nossas
orações diárias não vemos fumaça (graças a Deus! risos), mas então o que nos
faz ter a certeza que elas chegaram a Deus? Uma resposta simples: A fé!!
No
Evangelho de hoje Jesus nos ensina a rezar. Ele diz que não precisamos usar
palavras bonitas ou difíceis, pois o Pai já sabe do que precisamos, muito antes
de nós abrirmos a boca para pedir.
Você
poderia perguntar: "Ora, se Ele já sabe, então por que eu ainda preciso
pedir?" Pois é, você também não precisa pedir... O nosso Pai do Céu
não exige que você peça.
Você
consegue lembrar da última vez que passou 3 dias sem rezar um Pai Nosso? Pense
um pouco... Agora tente lembrar... O que foi que aconteceu? Você passou fome? O
sol deixou de nascer pra você? A água deixou de lhe molhar? Acredito que não. E
por quê? Porque Deus cuida de você como quem cuida de um bebê recém-nascido,
que nem sabe do que precisa, mas é cercado de mimos e paparicos sem nem saber
de onde eles vêm...
Jesus
nos ensinou a oração por excelência, essencialmente comunitária: o
Pai-Nosso. A primeira parte da oração tem como centro o desejo da
realização do projeto do Pai (teu nome, teu reino, tua vontade). Na segunda
parte o centro é a comunidade (pão nosso, nossas dívidas, não nos deixeis), que
adere concretamente a este projeto.
Na oração do Pai-Nosso encontramos o projeto da mudança.
Jesus
nos deu a matiz de todas as orações: O Pai Nosso. Partindo dela saem e
originam as outras orações. Decoradas ou espontâneas o que as diferencia é a fé
de quem as proclama. Celina Borges sintetizou numa canção (Hoje eu vou tocar no
Senhor) como devemos evocar a Deus em nossa oração: “(…) Vou te buscar com todo o meu coração. E além do véu te
encontrar. Face a face te ver, te tocar te sentir. E dizer tudo aquilo, que eu
tenho
A
oração é uma busca por Deus. É não se contentar de vê-lo passar sem o tocá-LO.
Portanto O FOCO DA ORAÇÃO NÃO É O PEDIDO OU O QUE É VISÍVEL E SIM A CONVERSA.
O
Apostolo Paulo alertava que não sabemos pedir e em virtude disso o Espírito
Santo vem para pedir por nós (Rm 8,26).
Esse
mesmo Espírito faz-se agitar pela fé, confiança esta que fez o cego saber que
Jesus passava por ali mesmo sem vê-lo ou quando moveu a mulher que sofria de
hemorragia a enfrentar as cotoveladas e empurrões da multidão para pelo menos
tocar a orla de seu manto.
O PAI
NOSSO é a matiz das orações, mas ele muda de acordo com a fé de quem reza.
Vamos tentar novamente?
Pai Nosso que estais no céu…
Propósito: Rezar com muita consciência e fé a Oração que Jesus nos ensinou.
Procure viver sempre na verdade.
O tempo é precioso demais para ser
desperdiçado, e a vida é uma só.
Ao escolher um caminho, analise-o
minuciosamente para onde vai conduzi-lo.
Inicie uma viagem a seu interior, para
descobrir-se.
Você verá o que é bom e o que precisa
ser mudado em sua existência.
Leia, medite e ore com a Palavra de
Deus, para proporcionar-lhe a verdadeira liberdade.
Com o conhecimento da Palavra de Deus
e da oração, é possível perceber a verdade que liberta.
“Jesus, então, disse aos judeus que
acreditaram nele: ´Se permanecerdes em minha palavra, sereis verdadeiramente
meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres´”. (Jo
8,31-32).
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