quarta-feira, 5 de março de 2025

EVANGELHO DO DIA 09 MARÇO 2025 - 1º DOMINGO DA QUARESMA

 
09 março - Pediremos a Santa Teresa, a predileta de São José, que faça também de nós os seus prediletos. (L 163). São José Marello

 


Lucas 4:1-13 09 fev 2025

1Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto,

2onde, durante quarenta dias, foi tentado pelo Diabo. Não comeu nada durante esses dias e, ao fim deles, teve fome.

3O Diabo lhe disse: "Se és o Filho de Deus, manda esta pedra transformar-se em pão".

4Jesus respondeu: "Está escrito: 'Nem só de pão viverá o homem'".

5O Diabo o levou a um lugar alto e mostrou-lhe num relance todos os reinos do mundo.

6E lhe disse: "Eu te darei toda a autoridade sobre eles e todo o seu esplendor, porque me foram dados e posso dá-los a quem eu quiser.

7Então, se me adorares, tudo será teu".

8Jesus respondeu: "Está escrito: 'Adore o Senhor, o seu Deus, e só a ele preste culto'".

9O Diabo o levou a Jerusalém, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: "Se és o Filho de Deus, joga-te daqui para baixo.

10Pois está escrito:
" 'Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito,
para o guardarem;

11com as mãos eles o segurarão,
para que você não tropece
em alguma pedra'".

12Jesus respondeu: "Dito está: 'Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus'".

13Tendo terminado todas essas tentações, o Diabo o deixou até ocasião oportuna.

 Reflexão para o 1º domingo da Quaresma Lucas 4,1-13

Após uma sequência de oito domingos, a liturgia interrompe o tempo comum para viver e celebrar um de seus tempos mais fortes, a quaresma, iniciada na quarta-feira de cinzas, em preparação à Páscoa do Senhor. Hoje, celebramos o primeiro domingo deste tempo especial. Como acontece todos os anos, o evangelho do primeiro domingo da quaresma compreende a narrativa das tentações pelas quais passou Jesus no deserto, após ser batizado. Esse é um episódio presente nos três evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), um dado que confirma a sua grande importância para as comunidades primitivas. Neste ano, especificamente, nós lemos a versão do Evangelho segundo Lucas: 4,1-13; se trata de um texto bastante rico, muito bem elaborado tanto do ponto de vista literário quanto teológico, com uso abundante de linguagem simbólica. 

Marcado por forte simbologia, o relato evangélico de hoje corre o sério risco de ser mal compreendido, devido a nossa tendência equivocada de considerar os evangelhos como livros de crônicas da vida de Jesus, esquecendo o aspecto simbólico que predomina neste tipo de relato. Por isso, é necessário, a nível de introdução, fazer algumas considerações importantes para uma adequada compreensão. A fonte original deste relato, o Evangelho segundo Marcos, não dá nenhum detalhe sobre o nível e a modalidade das tentações; apenas diz que “Jesus esteve no deserto durante quarenta dias sendo tentado por Satanás” (Mc 1,13); dessa informação simples e obscura, Lucas, com muita criatividade e atendendo às necessidades da sua comunidade, “criou” a história que lemos hoje na liturgia, como fez também Mateus (cf. Mt 4,1-11).

A nível de contexto, é imprescindível recordar que o relato das tentações segue, imediatamente, o relato do batismo – cf. Lc 3,21-22 – e, por isso, ambos estão intrinsecamente relacionados. Ainda antes do batismo, João tinha anunciado Jesus como o Messias, em sua pregação. Ora, no batismo o Espírito Santo desceu sobre Jesus e, do céu, o próprio Pai o declarou como o seu “Filho Amado”. O principal objetivo do evangelista com esse episódio é apresentar Jesus como o enviado de Deus, ou seja, o “Filho amado do Pai”, conforme a revelação no batismo, cena anterior ao texto de hoje (cf. Mt 3,16), o qual permanecerá fiel aos propósitos do Pai, rejeitando todas as propostas que não condizem com os valores do Reino, sintetizadas aqui pelas três tentações apresentadas pelo diabo. Portanto, esse é um texto programático para a comunidade cristã.

O primeiro versículo já apresenta a principal chave de leitura de todo o texto: “Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito” (v. 1). Ora, o mesmo Espírito Santo que desceu em forma (cf. Lc 3,22) no batismo, acompanhará Jesus em todos os seus passos e ações; com o batismo, foi inaugurada sua vida pública, e essa, do início ao fim, será marcada pela presença do Espírito Santo, e não apenas quando Ele vai ao deserto. Aqui, o deserto não é um indicativo geográfico, mas teológico.

A ida de Jesus ao deserto, antes de tudo, indica que Jesus está inserido na história do povo de Israel, fazendo parte desse e, portanto, estará sujeito aos mesmos riscos pelos quais Israel passou, desde a saída do Egito até a conquista da terra. Logo, também o caminho de Jesus, do nascimento à ressurreição, será marcado por riscos, perigos e provas, uma vez que Ele, mesmo sendo o “Filho Amado” de Deus, é verdadeiramente homem. Embora o deserto evoque a provação, é também o lugar ideal para o bom relacionamento com Deus, por isso, quando o povo demonstrava infidelidade, os profetas apresentavam a necessidade de retornar ao deserto para voltar a viver o ideal da aliança (cf. Os 2,14; 9,10; 13,5; Am 2,10; 5,25).

Uma vez que o deserto é sinônimo de provação e perigo, o evangelista quer dizer que aquele que tem a sua vida conduzida pelo Espírito, não está imune aos perigos da vida, não é uma pessoa blindada. Por isso, “Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e, depois disso, sentiu fome” (v. 2). O protagonista da tentação é o diabo (διαβολος diábolos), palavra grega que literalmente significa aquele que divide e atrapalha, como é tudo o que se opõe à concretização do Reino de Deus e ao caminho de Jesus. Logo, o diabo não é uma pessoa ou um ser específico, mas todo percalço posto diante do projeto de Deus; muitas vezes é a própria estrutura das comunidades que teimam em ofuscar o Evangelho.

Se o deserto não é um dado geográfico, assim também os “quarenta dias e quarenta noites” em que Jesus jejuou não podem ser considerados como um dado cronológico. Mais uma vez, trata-se de um dado teológico, e de grande relevância. São muitas as ocorrências do número quarenta relacionado ao tempo no Antigo Testamento: a duração do dilúvio foi de quarenta dias e quarenta noites (cf. Gn 7,4.12.17); Moisés passou quarenta dias sobre a montanha, antes de receber a Lei (cf. Ex 32,28); a caminhada do povo de Deus no deserto durou quarenta anos, sendo esse um tempo de fidelidade, idolatria e prova (Ex 44,28); e o profeta Elias caminhou durante quarenta dias rumo ao monte Horeb (cf. 1 Rs 19,8). Além de evocar acontecimentos e personagens importantes da história de Israel, esse número quer dizer uma etapa completa, ou seja, uma vida inteira. Portanto, significa que toda a vida de Jesus foi marcada pela prova e, assim, é também a vida da comunidade cristã. Isso deve levar os cristãos e cristãs a uma vida vigilante sem, jamais, cair nos comodismos que podem surgir. Quer dizer que a Igreja não pode, em momento algum da história, aceitar qualquer sinal de conforto, principalmente quando ofertado pelos detentores do poder. A fome de Jesus (v.2b) é mais uma evidência da sua humanidade.

As três tentações ou provas (cf. Mt 4,3-4; 5-7; 8-10) são propostas e contrapropostas de como o ser humano deve relacionar-se com as coisas, com o próximo e com Deus. O diabo apresenta a lógica da ordem vigente, seja religiosa ou política, e Jesus propõe um caminho alternativo, o que vai caracterizar o Reino de Deus como uma sociedade alternativa a todas formas de organização social até então experimentadas pela humanidade, amparadas ou não pela religião. Diante disso, parece haver um debate ou disputa de conhecimento da Escritura entre o diabo e Jesus. É uma nítida antecipação do que ocorrerá em toda a vida de Jesus, sobretudo quando terá de enfrentar os líderes religiosos do seu tempo. É um alerta de que o mal age na história camuflado de diversas aparências, inclusive de pessoas muito religiosas.

A primeira tentação (vv.3-4) diz respeito à maneira de relacionar-se com as coisas: a lógica do império incentiva ao consumo e satisfação dos desejos. Embora faminto, Jesus percebe que não é suficiente saciar-se de pão naquele momento, pois a vida pede muito mais que pão. Por isso, com base na Escritura, Ele não dispensa o pão, mas diz que o homem não pode viver “somente” dele. A vida digna e plena não depende somente do alimento, mas de todos os valores do Reino contidos na “Palavra que sai da boca de Deus”, que será explicitada no capítulo seguinte, com as bem-aventuranças. 

A segunda tentação chama a atenção (vv.5-7) para a relação com Deus: na “cidade santa”, onde Deus morava, o que mais se podia esperar era milagres! Jesus resiste à tentação do milagre fácil, rejeitando o Deus vendido pelo templo; o seu Deus não é aquele que distribui anjos por todas as partes para guiar e proteger os seus ‘filhos bons’ apenas, como afirmava a religião da época, não é o Deus das visões e aparições nem dos espetaculares prodígios, mas é o Deus da simplicidade, das coisas pequenas, porque age a partir de dentro do ser humano.

A terceira tentação (vv.8-10) diz respeito à relação com o próximo. A lógica religiosa-imperial incentivava a busca constante de poder e, consequentemente, de domínio sobre o outro. Cada vez mais alimentavam-se as expectativas de um messias glorioso e poderoso, capaz de julgar e condenar todos os ‘inimigos’ de Israel. Para decepção de muitos, Jesus apresentou-se como messias servo e sofredor. Por isso, rejeita toda e qualquer forma de poder, pois, mesmo que esse seja exercido em nome de Deus, será sempre de origem diabólica, uma vez que impede a concretização de uma fraternidade universal. Ao invés de poder, Jesus escolherá o serviço como meio de exercício de sua autoridade. Ele não quis e nem quer o domínio do universo; quis e quer apenas que o seu amor chegue, através da Igreja, em todos os confins da terra e, assim, que a humanidade seja transformada.

“O diabo deixou Jesus” (v. porque não encontrou nele um aliado: nem Caifás e nem César aceitaram a “rebeldia” de Jesus, por isso, continuaram tramando contra Ele até a cruz! Embora tenha usado citações do Antigo Testamento como autodefesa, Jesus vai, aos poucos, elaborando seu próprio programa alternativo àquilo que o poder vigente na época lhe tinha proposto. Seu programa é a sua própria vida com suas opções e consequências, explicitado no amplo discurso da montanha (cf. Mt 5 – 7).

Dia 09

Viva de maneira que, no fim do dia, você possa rever suas atitudes e sentir-se feliz, muito feliz.

Não fique se perguntando se obteve vitórias sobre os demais,

Mas observe se conseguiu vencer o egoísmo, se soube fazer os outros felizes, se semeou a boa semente do amor,

se foi luz para quem andava nas trevas e consolo para quem estava triste, e se proferiu a palavra certa a quem precisou.

Lembre-se de que cada um colhe o que semeia.

Se semear amor, paz e felicidade, essa será sua farta colheita.

“Não vos iludais, de Deus não se zomba; o que alguém tiver semeado, é isso que vai colher.

Quem semeia na sua própria carne, da carne colherá corrupção.

Quem semeia no Espírito, do espírito colherá a vida eterna”.

(Gl 6,7-8).

 


Evangelho do dia 08 março sabado 2025

 


08 - Pediremos a São José que obtenha para todos nós a graça de conhecer e seguir a divina vontade (L 278). São Jose Marello

 

Lucas 5,27-32

Depois disso, Jesus saiu e viu um publicano, chamado Levi, sentado na coletoria de impostos. Disse-lhe: "Segue-me". Deixando tudo, levantou-se e seguiu-o. Levi preparou-lhe um grande banquete na sua casa. Lá estava um grande número de publicanos e de outras pessoas, sentadas à mesa com eles. Os fariseus e os escribas dentre eles murmuravam, dizendo aos discípulos de Jesus: "Por que comeis e bebeis com os publicanos e com os pecadores?" Jesus respondeu: "Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Não é a justos que vim chamar à conversão, mas a pecadores".

Meditação:

Jesus convida um pecador a segui-lo e, além disso, entra em sua casa para fazer uma refeição com ele. O que é que ele ganha com isso, se sabe que a única coisa que está arranjando é juntar cada vez mais provas contra si, quando o acusarem formalmente em Jerusalém diante do poder romano? (Lc 23,5).

Aí está o segredo de seu modo de proceder: enquanto “perde pontos” com o judaísmo oficial, ganha na tarefa de instauração do reino de Deus; enquanto vai perdendo sua própria vida diante dos que lhe podem matar o corpo (Mt 10,28), vai ganhando vida cada vez que pessoas como estas que o acompanham à mesa se convertem e se abrem àquele acontecimento novo que era a presença do Noivo (vv. 34-35) e do reino, que subverte absolutamente toda a ordem estabelecida e mantida por um frio legalismo dos fariseus e doutores da lei.

Quantas vezes damos as costas aos “pecadores públicos”, deixando-nos levar por preconceitos ou pelo temor de sermos criticados! Jesus nos está demonstrando com fatos reais que eles são na realidade os que precisam dessa presença, desse acompanhamento que lhes fazemos.

Esta passagem descreve a refeição que reúne Jesus e seus discípulos com alguns pecadores, imediatamente depois do convite de Jesus a Mateus. Afirma-se que o próprio Mateus organiza o banquete, e Lucas acentua que o fez de maneira suntuosa.

Alguns fariseus se assombram diante dos discípulos de que seu Mestre coma com pecadores. Jesus declara então que veio para os doentes e os pecadores, e não para os sadios e justos.

Jesus pensa, sem dúvida, nesses “justos” que são incapazes de transcender a noção de justiça para chegar a reconhecer a misericórdia de Deus. Sua atitude lembra a dos operários da vinha que reclamaram do pagamento dos que tinham trabalhado menos, ou a do filho mais velho com ciúmes da bondade do pai para com o filho pródigo que mais precisava dela; ou a do fariseu que se vangloriava de pagar com justiça até o mais insignificante dízimo, mas desprezava o pedido de misericórdia do publicano.

Jesus opõe então, a uma atitude reduzida à mera justiça do homem, outra baseada na misericórdia. Lembra que os profetas já tinham rejeitado o valor dos ritos, declarando-os inclusive totalmente nulos em proveito de uma fé fundamentada no amor e na misericórdia.

A Palavra de Deus é um esteio para a nossa caminhada aqui na terra. Precisamos colocá-la na nossa vida e encarná-la a fim de que possamos produzir frutos bons que alimentem a quem está necessitando.

Assim como viu Levi, Jesus também nos vê, “sentados (as)” no nosso posto de trabalho, na nossa vidinha acomodada fazendo apenas o que nos interessa e quem sabe, somente murmurando e reclamando das coisas que não estão muito boas!

Jesus também nos chama para segui-Lo! Seguir a Jesus é assumir a vida e enfrentar os encargos do dia a dia com o compromisso de construir um mundo novo, não somente esperando que os outros façam, mas participando das ações de justiça e fraternidade.

Os novos discípulos de Jesus devem anunciar o reino a partir do critério fundamental da inclusão, sobretudo para com aqueles que foram marginalizados pelos homens e pelas estruturas sociais, políticas e religiosas.

Ao optar por seguir Jesus, Levi não esqueceu os seus “amigos” do passado. Pelo contrário preparou um banquete para Jesus e convidou-os para que eles também, pudessem ter uma vida comprometida e renovada.

Assim também, nós precisamos fazer quando somos chamados para uma vida nova em Jesus Cristo. Mãos a obra, porque há muitos (as), pecadores (as), como nós, que precisam sentar-se à mesa com o Mestre e também participarem de uma vida nova.

Como Levi, sejamos obedientes ao Mestre que nos chama para a sua missão. Saiba que a obediência ao chamado de Jesus é o único caminho de que dispõe a pessoa humana – ser inteligente e livre – para se realizar plenamente. Quando diz “não” a Deus o ser humano compromete o projeto divino e se diminui a si mesma, destinando-se ao fracasso. Digamos sim ao projeto de Deus em nossas vidas e vivamos eternamente.

 Reflexão Apostólica:

O evangelho deste sábado nos apresenta Jesus sentado à mesa com pecadores. Não importa as criticas de seus opositores, Ele não tem duvidas em se sentar e compartilhar à mesa. Afinal de contas ele veio chamar os pecadores e com eles se senta, sabe qual é sua missão, que para ele é clara e a realiza.
Podemos fazer uma leitura complementar com Isaias que, prevendo os tempos messiânicos, exige uma preparação para esse tempo de salvação: "Quando tirares de ti a opressão, o gesto ameaçador e a maledicência, quando compartilhar teu pão com o faminto e saciar o estômago do indigente, brilhará tua luz nas trevas, tua escuridão se tornará meio dia".
Jesus nos acolhe no banquete do Reino, mas exige que tenhamos uma veste de libertação, pessoal e comunitária, gestos e fatos, pão partido, compartilhado e repartido com o faminto. É uma exigência, o tíquete de entrada do banquete e a possibilidade de ver brilhar a luz de Deus. A justiça e a bondade com os demais tornam possível essa luz.
Quaresma também é tempo propício de conversão e o evangelho de hoje nos dá um modelo de conversão. Sejamos como Mateus, publicano e pecador reconhecido e criticado por seu povo, mas atento e aberto à mudança. Façamos como ele, abramos a porta de nossa casa e a do coração.
A maior condição para que nós possamos usufruir da misericórdia de Deus é justamente a de nos sentirmos pecadores e necessitados de perdão. Jesus Cristo veio ao mundo para nos revelar o grande amor do Pai por cada um de nós e nos fazer participar do reino dos céus cuja porta é a Sua Misericórdia.
A cada um a quem Jesus diz, “segue-me” Ele dá oportunidade de conversão e de vida nova. Os fariseus, no entanto, não entendiam assim, pois queriam ser justos com suas próprias forças. O grande segredo de Levi (Mateus), cobrador de impostos, pecador público foi o de reconhecer a sua condição de miséria e mesmo sendo considerado “um caso sem jeito” acolheu o convite de Jesus e O seguiu.
Quando nós caminhamos aqui na terra seguindo as concepções do mundo, isto é, de como a maioria das pessoas pensa e age, a Palavra de Deus nos confunde porque fala justamente o avesso do que todos pregam. Ao contrário do que todos nós imaginamos, Jesus vem nos dizer que não veio chamar os justos, mas os pecadores e é a estes que Ele procura. Portanto, precisamos nos reconhecer a nossa condição de pecador para que Jesus também nos diga: “segue-me”
Assim, Ele nos dará oportunidade de conversão e de vida nova. Quanto mais doente estiver uma pessoa maior será a sua cura, por isso Jesus nos diz: “os que são sadios não precisam de médicos, mas sim os que estão doentes!”
A nossa necessidade de conversão é perene e nós nunca podemos nos contentar com o que já progredimos. A cada dia precisamos ouvir o chamado do Senhor, necessitamos recebê-Lo na nossa casa e sentar-nos na mesa com Ele. Quanto mais reconhecermos a nossa enfermidade mais nós teremos Jesus como médico da nossa alma e conseguiremos a cura do nosso coração.
Você também se considera doente e necessitado (a) de salvação e de cura? Você já experimentou levar Jesus para sua casa e apresentá-Lo à sua família e aos seus amigos? Os seus amigos são também doentes como você? Há alguém que você conheça que é considerado pelo mundo como um caso sem jeito? Convide-o para cear com Jesus na sua casa.

Propósito:

Pai, estou certo de que, mesmo sendo pecador, sou amado por ti, e posso contar com a tua solidariedade, que me descortina a misericórdia e a justiça como jeito novo de ser.

Dia 08

Nesse momento, como está se sentindo?

Se estiver triste ou desanimado, não se esqueça de rezar.

Uma pessoa deprimida, mas otimista, melhora mais rápido que uma depressiva e sem esperanças.

Quem pensa e age com pessimismo agrava ainda mais sua enfermidade.

Em suas orações, peça que Deus remova de sua mente as atitudes causadoras de depressão e pessimismo.

Nada lhe é impossível.

Confie sempre em Deus!

Ele tudo pode e quer curá-lo!

Entregue-se a ele e dedique um pouco do seu tempo aos irmãos.

“Jesus voltou-se e, ao vê-la, disse: ´Coragem, filha! A tua fé te salvou´.

E a mulher ficou curada a partir daquele instante”. (Mt 9,22).

 


Evangelho do dia 07 março sexta feira 2025

 

07 março - Confiemo-nos ao glorioso São José, guia e mestre da vida espiritual, modelo inalcançável de vida interior e escondida. (S 226). São José Marello

 


Mateus 9,14-15

"Então os discípulos de João Batista chegaram perto de Jesus e perguntaram:
- Por que é que nós e os fariseus jejuamos muitas vezes, mas os discípulos do senhor não jejuam?
Jesus respondeu:
- Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar tristes enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar!"

Meditação:

Na Bíblia, o noivado representa a aliança de amor de Deus com seu povo. Porém, o povo que foi eleito para dar testemunho do amor universal e misericordioso de Deus, abandonou o Noivo (Javé) e se casou com um culto de jejuns e ritos vazios de libertação e cheios de leis opressoras para os mais debilitados. Agora está de novo o Noivo (Jesus) com uma nova oferta de misericórdia e gratidão.
A comunidade messiânica, composta por homens e mulheres marginalizados, está em festa. Como podem os líderes religiosos ser tão insensíveis diante da alegria dos pobres e pecadores que descobriam, em Jesus, o próprio Deus que em sua procura, como ovelhas perdidas e os fez sentar à sua mesa para lhes devolver a dignidade e a auto-estima que a Lei excludente do Templo lhes havia roubado?
Como não vêem a gratitude que se derrama como um vinho novo sobre seus corações ressecados pela solidão e pelo afastamento? Como querer que façam jejum se o Reino está florescendo entre suas mãos? Que Deus nos dê a sensibilidade para acolher quem é excluído em nossa igreja e em nossa sociedade!
O evangelho de hoje é uma versão mais breve do evangelho que já meditamos, quando nos foi proposto o mesmo tema do jejum (Mc 2,18-22), mas com uma pequena diferença.
A liturgia de hoje omite a comparação do remendo novo num pano velho e do vinho novo em odres velhos (Mt 9,16-17), e concentra sua atenção sobre o jejum.
A narrativa sucede à cena da participação de Jesus na refeição com o publicano Levi e seus amigos e companheiros. Jesus estava solidário com os excluídos do judaísmo, considerados "pecadores" por não serem observantes dos preceitos legais religiosos.
Para Jesus, o fundamental é a sua comunhão com todas as pessoas, indiscriminadamente, em vez de fechar-se em observâncias particularistas e excludentes. Os que optam pelas rigorosas observâncias religiosas se revestem de "eleitos" e se autoexcluem do convívio do dia a dia do povo comum, dos "pecadores".
O jejum é um costume muito antigo, praticado em quase todas as religiões. O próprio Jesus o praticou por quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa-os livres.
Para os judeus, o preceito do jejum era um assunto de muita importância na pratica religiosa. Os momentos de jejum estavam muito bem estipulados no calendário litúrgico semanal e anual. Também se jejuava em diversas circunstancias e motivos.

Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber porque Jesus não insiste no jejum e  por que os seus discípulos não assumem com seriedade esta tradição religiosa de seu povo.
Ante o questionamento, a resposta de Jesus é contundente e surpreendente. Em uma festa de bodas, todo mundo está contente. Ninguém vai fazer penitencia nem jejuar.

Jesus esclarece que sua presença tem um sentido festivo similar a uma festa nupcial. Ele anuncia e testemunha uma boa e alegre noticia da parte de Deus.

 A frase final, alusiva ao retorno ao jejum quando "o noivo será tirado do meio deles", parece ter uma origem tardia, assumida pelo próprio evangelista.
Quando ele já não está com seus seguidores, então aí sim sentirão a necessidade de jejuar. As práticas devocionais de piedade, de religiosidade não têm sentido por si sós.

Quando irrompe o Reino no meio do povo, somente há espaço para a alegria e a festa. A propósito, como você vive a experiência da presença do Reino de Deus em sua vida, na vida de sua família e de sua comunidade?
Qual é a forma de jejum que você pratica? Se não pratica nenhuma, qual é a forma que poderia praticar?
O jejum, como pode ajudar-me a me preparar melhor para a festa da Páscoa? 

Reflexão Apostólica

Um parêntese inicial: Antes de tudo, é importante reparar que os evangelhos desses primeiros dias convidam a refletir sobre o Jejum…
O Jejum é uma das práticas mais antigas de nossa Igreja. Ele está inserido entre os Mandamentos da Igreja haja vista sua importância na construção de um cristão e é engano acreditar que essa prática é exclusiva dos cristãos, pois muitas outras organizações religiosas a fazem como método de centrar seu pensamento e seu proceder.
De certa forma podemos dizer que o Jejum além de um belo exercício para a alma, como já dissemos ontem, é também uma forma de lembrar a presença do “noivo”. Jejuamos, pois Ele assim pediu, mas, além disso, era seu desejo que nos mantivéssemos fortes e perseverantes na fé.
Retorno então a reflexão de ontem: Abster-se de algo só terá o devido efeito se vier acompanhado de alguma coisa que preencha esse espaço.

Quem jejua, busca algo maior que suas próprias forças, sendo assim, a abstinência deve ser acompanhada de um incremento na oração.

Abdicar, deixa entender que estamos aptos e dispostos a também ceder e por fim é um sinal claro da presença do amor.

O tempo é propicio, o momento favorece, por que não experimentar?
Em nossa vida, temos momentos de plena satisfação e outros que possivelmente gostaríamos de esquecer. Atos bons, por vezes, não nos marcam como as decisões equivocadas. Gostaríamos de não “ter dito aquilo”, “feito isso” …

Por muitas vezes, notamos que foi motivado por um instante de raiva, uma noite mal dormida, um acontecimento antes do fato. Muitos assaltantes e pessoas que transgrediram a lei ao serem presos relatavam esse fato: “um instante de bobeira”.
Pode até parecer a perda de um dia, mas abster de algo de vontade própria, é na verdade a busca de si próprio dentro de nós mesmos.

Jesus assim o fez quando foi ao deserto. De fato, cronologicamente não sabemos afirmar se foram 40 dias. Podem ter sido bem menos ou até bem mais que isso!
Os mestres da lei realizavam o jejum por qualquer coisa. Era “fashion” ficar com as feições transfiguradas e com ar sofredor para cativar “tapinhas nas costas”. Quantas pessoas ainda se comportam assim? Esse tipo de “jejum” não leva a nada.

Mas são quarenta dias jejuando? Não! Procure na internet, consulte pessoas na sua comunidade, os padres… Eles poderão indicar-lhe uma forma muito sadia de passar pela Quaresma.
E no fim, o que procurarei? O que encontrarei? Que destino ou motivo deve nortear o meu jejum? Vamos ler a primeira leitura:
(…) Acaso é esse jejum que aprecio, o dia em que uma pessoa se mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em saco e sobre cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor? Acaso o jejum que prefiro não é outro: – QUEBRAR AS CADEIAS INJUSTAS, DESLIGAR AS AMARRAS DO JUGO, TORNAR LIVRES OS QUE ESTÃO DETIDOS, ENFIM, ROMPER TODO TIPO DE SUJEIÇÃO? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne”. (Is 58, 5-7)

Hoje, o jejum verdadeiro significa abster-se do consumo e da posse de bens supérfluos a fim de partilhar seus recursos com os mais pobres e necessitados.

Jejum é o desapego que faz vencer o mal que insiste em nos fazer medíocres a graça de Deus.

Propósito: Tomar consciência do fato que o compromisso com o Evangelho é uma viagem sem volta, que exige perder a vida para poder possuir e retomar tudo com plena liberdade.

Dia 07

“É dando que se recebe.”

Os bens e riquezas acumulados na Terra para nada servirão após a morte; o que se leva da vida é a riqueza espiritual de cada um e o aprimoramento rumo à perfeição.

Você é convidado a repartir seus bens com os irmãos menos favorecidos, praticando, assim, a caridade, o segundo maior mandamento dado por Deus.

No entanto, evite anunciar suas boas ações aos quatro ventos.

“Não saiba a tua mão direita o que fez a mão esquerda” (cf Mt 6,3).

Deus, que tudo vê, tudo ouve e tudo sabe, vai acolher seus gestos.

As obras realizadas ensinam mais que milhares de palavras.

“O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei”. (Rm 13,10).

 


domingo, 2 de março de 2025

Evangelho do dia 06 março quinta feira 2025

 


06 - Um filho de São José não precisa tanto exibir uma linguagem sofisticada quanto aprender o linguajar dos Santos. (L 225). SÃO JOSÉ MARELLO

 APÓS AS CINZAS


Lucas 9,22-25

E Jesus explicou: "É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar". Depois, Jesus começou a dizer a todos: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará. Com efeito, de que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si mesmo?

 Meditação

Os evangelistas, cada um a sua maneira, se referem à questão da identidade de Jesus. A interpretação dominante, entre os discípulos vindos do judaísmo, era que Jesus seria o messias davídico esperado conforme a tradição antiga do Primeiro Testamento.

Jesus rejeita ser identificado com este messias (” cristo”) restaurador do reinado de Davi. É o momento de deixar isto claro. A partir da interrogação sobre quem Ele é, Jesus identifica-se como o “Filho do Homem”. Esta expressão, muito freqüente no livro de Ezequiel, refere-se a comum condição humana, humilde e frágil.

Enquanto “humano” Jesus é vulnerável ao sofrimento e à morte. A “necessidade” deste sofrimento não significa um determinismo, mas as implicações inevitáveis decorrentes do compromisso libertador assumido por Jesus.

 Os poderes constituídos necessariamente vão reagir contra a prática libertadora de Jesus e de seus discípulos, e procurarão destruí-los. Porém, Jesus revela que ao “humano” foi dada, por Deus, a vida eterna. Perder a vida de sucesso oferecida por este mundo e consagrar-se ao seguimento de Jesus significa a comunhão com o Pai em sua vida divina e eterna.

Para Lucas, o que conta é a ressurreição, não a morte. Mesmo ao descrever a morte com traços vivos, destacando a inocência de Jesus, seu caráter de mártir, Lucas não lhe dá o sentido salvífico.

Se, de fato, Lucas é um grego, então se pode ver nisto um motivo para não apelar para a morte expiatória e vicária, pois esta era teologia judaica. No contexto grego de Lucas é muito mais importante ressaltar a ressurreição, pois a morte para os gregos é loucura (1Cor 1,23).

- O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado.

A morte de Jesus como vitória sobre o sofrimento e, sobretudo sobre os poderes da morte, e a de descer aos infernos e lutar com a morte, era uma idéia bem conhecida no oriente e no ocidente. Faz parte da mitologia de muitos povos que a aplicavam aos seus heróis.

Esta ideia penetrou no judaísmo tardio e dali passou para o Novo Testamento. Nesta mesma perspectiva, também Cristo tem vencido os poderes da perdição. Ele conquistou a salvação descendo ao reino dos mortos, libertando os que aí estavam presos, desde Adão até o último homem.

“A concepção é de que Cristo, na hora de sua morte, desce até ali e derrota – numa luta – o príncipe dos demônios. No Novo Testamento encontram-se vestígios desta visão mítica.

Em Mt 27,51-53 se narra que no momento da morte de Jesus a terra tremeu e se abriu, muitos mortos saíram de suas sepulturas e entraram na cidade.

Assim Jesus, pela sua morte liberta os mortos que lá estavam presos. Com esta visão mítica, personifica-se o poder que age sobre a morte. O diabo, a morte e as forças do mal se confundem.

A morte de Jesus assim é vista como resgate e a destruição deste poder. Pela sua morte Jesus destruiu a morte (1Cor 15,24.26; 2Ts 2,8; 2Tm 1,10; Hb 2,14). “Assim, pois, já que os filhos têm em comum o sangue e a carne, também Ele participou igualmente da mesma condição, a fim de, por sua morte, reduzir à impotência daquele que detinha o poder da morte, isto é, o diabo” (Hb 2,14).

Através de sua morte, Jesus destruiu o poder da morte, deixando o ser humano livre. Mas, antes da Ressurreição existe a cruz. E Ele quer advertir os seus para que fiquem preparados para ela.

Como aos apóstolos, também, cada um de nós está sendo convidado a segui-lo, passando por tudo o que Ele passou, a fim de que no final possamos ressuscitar com Ele para a eternidade.

Reflexão Apostólica:

Esta passagem, intimamente ligada ao anúncio da Paixão, contém o enunciado das condições para seguir a Jesus pelo novo caminho que ele se propõe percorrer.

O Mestre não se limitou a mostrar a necessidade salvadora de seus próprios sofrimentos; preparou também os discípulos para aceitar da mesma forma uma vida de provas. Para ilustrar este ensinamento, Lucas compôs em volta deste tema uma espécie de antologia, um tanto artificial, de sentenças de Jesus.

Os verbos: renunciar, carregar a cruz, seguir a Jesus são sinônimos. Designam cada um, à sua maneira, em que consiste o essencial da vida cristã. Jesus é destinado ao escárnio da cruz, e adverte aos seus que não poderão subtrair-se a essa mesma sorte se continuarem sendo fiéis a seu ensinamento. Por conseguinte, é preciso renunciar a toda a segurança pessoal e aceitar os conselhos do Mestre.

Neste sentido, salvar sua vida equivale a abandonar o grupo de Jesus, considerado demasiado perigoso para se ficar seguro; perder sua vida é arriscá-la, conservando-se pertencente ao grupo dos discípulos. Mas esse risco não pode ser enfrentado a não ser em completa solidariedade com a pessoa de Jesus: “por causa de mim”.

Assim termina para todo discípulo o mistério pascal: o que Jesus vivencia, morrendo e ressuscitando, torna-se condição de todos os seus discípulos. Temos de carregar nossa cruz para morrer e viver com ele.

Nos evangelhos de Marcos e Mateus, após esta fala de Jesus sobre o sofrimento que o espera em Jerusalém, da parte dos chefes do judaísmo, Pedro, sob a ideologia do messias poderoso, censura Jesus por se dispor a tal. Jesus retribui a censura de Pedro com outra mais contundente: a proposta messiânica que domina Pedro é de satanás, é uma pedra de tropeço, e é fruto de puros interesses humanos.
Lucas, em seu evangelho, omite este conflito entre Pedro e Jesus. Jesus insiste em fazer seus discípulos compreenderem que sua missão é libertar os cativos e restaurar a vida dos excluídos, sem restrições de caráter religioso ou racial.
Jesus adverte os discípulos de que, em Jerusalém, sofrerá a repressão dos representantes do poder religioso da Judéia, os anciãos, sumo-sacerdotes e escribas. O poder, quando se sente ameaçado, reage perseguindo e matando aqueles que promovem a libertação dos oprimidos.
Pelo evangelho de hoje, nota-se que começamos a Quaresma, porque desde já nos convida a carregar a cruz e seguir Jesus. O convite é que olhemos seriamente as implicações que essa cruz tem em nossas vidas; que não a vejamos como um sinal, algo que tenhamos que padecer como condição sine qua non, mas tenhamos na cruz um elemento que nos enaltece e faz crescer, que nos configura com Cristo.
Jesus, com sua lógica do Reino, nos mostra como perder a vida para ganhá-la. Isto acontece quando não há resistência ao projeto de Deus, quando há mudanças, quando se coloca a confiança no Senhor, quando se caminha com esperança.

Bem disse o livro do Deuteronômio: temos hoje diante de nós a vida e o bem, ou a morte e o mal. Cabe a nós decidir: viver mediocremente ou viver a plenitude, viver a sós e isolados ou viver com Deus e com irmãos, viver esta Quaresma amarrados, tristes e solitários ou vivê-la livres, alegres e solidários.
Neste tempo de Quaresma o evangelho nos lembra que seguir Jesus é renunciar aos projetos de sucesso econômico oferecido aos incluídos no sistema neo-liberal e colocar sua vida a serviço dos excluídos, na construção de um mundo novo, fraterno e partilhado.
Cabe a cada um de nós decidir! Temos ainda toda a Quaresma pela frente para nos preparar para a Páscoa, centro da liturgia. Nestes quarenta dias podemos alcançar a "estatura de Deus". É questão de escolha. Não percamos oportunidade. O evangelho é um programa magnífico para nossa vida cristã: negar a nós mesmos e ganhar a vida, tomar a cruz e seguir Jesus.
Propósito:

Pai, dá-me a firme disposição de renunciar a todos os meus projetos pessoais, para abraçar unicamente o projeto de Jesus, mesmo devendo passar por sofrimentos

Dia 06

Certamente, você já ouviu estas palavras: “É perdoando que se é perdoado”.

O perdão é a chave que liberta a humanidade das mágoas e dos ressentimentos.

É fundamental libertar-se e perdoar a quem lhe fez sofrer ou causou mal.

Jamais guarde amarguras nem rancor no coração.

Seja livre como as aves, que voam até o horizonte infinito, pois nele mora a paz.

Quando concede o perdão, você também se liberta.

“Suportai-vos uns aos outros e, se um tiver motivo de queixa contra o outro, perdoai-vos mutuamente.

Como o Senhor vos perdoou, fazei assim também vós”. (Cl 3,13).

 


Evangelho do dia 05 de março quarta feira 2025

 


05 março - Quer seja comprido ou curto, quer seja bom ou mau o caminho, quer se enxergue ou não a meta com a vista humana, depressa ou devagar, contigo, ó José, estamos certos de que caminharemos sempre bem. (L 208). São José Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 6,1-6.16-18

 ""Cuidado! não pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados. De outra forma, não recebereis recompensa do vosso Pai que está nos céus. Por isso, quando deres esmola, não mandes tocar a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos outros. Em verdade vos digo: já receberam sua recompensa. Tu, porém, quando deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz a direita, de modo que tua esmola fique escondida. E o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa. "Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de orar nas sinagogas e nas esquinas das praças, em posição de serem vistos pelos outros. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai que está no escondido. E o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa. "Quando jejuardes, não fiqueis de rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para figurar aos outros que estão jejuando. Em verdade vos digo: já receberam sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os outros não vejam que estás jejuando, mas somente teu Pai, que está no escondido. E o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa."  

Meditação: 

A Boa Nova de Jesus é expressa, de modo preciso, no evangelho de hoje: não importa a aparência exterior, não importa ser pobre ou não ostentar um cargo de poder, pois Deus prefere os simples, os humildes e com eles quer construir seu Reino.
Ele não julga pelas aparências exteriores, mas pelo que a pessoa é em si mesma. Este é o verdadeiro valor da vida humana criada, o mais valioso é invisível aos olhos do corpo, mas claro e transparente quando se olha com os olhos do coração, assim a oração e o jejum são atos profundamente pessoais e íntimos com Deus.

No contexto judaico, havia personagens que costumavam fingir “atos de misericórdia” para que o público os visse e os louvasse por sua “grande bondade”.

Os chefes religiosos de Israel cumpriam ostensivamente as principais obras de piedade, que eram a esmola, a oração e o jejum, contudo gozavam privilégios e oprimiam o povo. Eram os fariseus. Jesus vem desmascará-los e se refere a eles quando expressa: “Como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas casas para serem louvados”. 

Mateus apresenta as três obras boas para os judeus: jejum, oração e esmola, com a finalidade de aproximar mais a pessoa de Deus.

A esmola não se limita a um gesto externo, mas é a acolhida no seu coração do irmão pobre, percebendo sua dignidade e seu sofrimento. A oração não é o exteriorizar de gestos e de palavras, mas é a união de vontade com o Pai. O jejum não é a prática de alguns sacrifícios alimentares rituais, mas sim é o renunciar ao projeto de sucesso e status pessoal para encontrar sua vida na comunhão de bens e de vida com seu irmão e com Deus

O chamado de atenção de Jesus a seus discípulos, e a nós também, é que não sejamos como eles, que quando realizarmos essas obras, as façamos em segredo, porque o “Pai que vê o que está oculto nos recompensará”.

É um recado para cada um de nós, especialmente em nosso tempo em que os meios de comunicação de massa exaltam o heroísmo, a exaltação, o exibicionismo e menosprezam o anônimo: “se não for personagem público, não vale”. As pessoas se esforçam para ser personagem público, mas pouco a pouco vai perdendo o fundamental: a identidade.

O Evangelho de hoje nos oferece uma ajuda, e nos faz entender como praticar as três obras de penitência – oração, esmola e jejum – e como utilizar bem.

Jesus fala das três obras de piedade dos judeus: a esmola, o jejum e a oração; e faz uma crítica pelo fato de que eles as praticam para serem vistos pelos outros.

O segredo para o efeito é a atenção para que não sejamos como os fariseus hipócritas: «Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus» (Mt 6, 1).

Para Jesus é preciso criar uma nova relação com Deus, e ao mesmo tempo Ele nos oferece um caminho de acesso ao coração de Deus. Para Ele, a justiça consiste em conseguir o lugar onde Deus nos quer.

O caminho para chegar ali está expresso na Lei de Deus. «Se a vossa justiça não superar a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus».

Este encontro com Cristo não se exprime apenas em pedidos de ajuda, mas também em louvor, ação de graças, escuta e contemplação.

Rezar é confiar no Senhor que nos ama e corresponder ao seu amor incondicional. Por sua vez, a oração penitencial privilegia o agradecimento da misericórdia de Deus e prepara o coração para o perdão e para a reconciliação.

O jejum tem certamente uma dimensão física, como a privação voluntária de alimentos. O que jejuamos deve ser partilhado, ou seja, entregue aos nossos irmãos que passam fome. É e sobretudo a privação do pecado.

O jejum é sinal do combate contra o espírito do mal. O modelo deste combate é Cristo, que foi tentado muitas vezes ao sucesso, ao domínio e à riqueza.

No entanto, a sua vitória sobre todo o mal que oprime o homem inaugurou um tempo novo, um reino de justiça, de verdade, de paz, de amor e de partilha.

A experiência do jejum exterior e interior favorece a opção pelo essencial. No nosso tempo, o jejum tornou-se uma prática habitual. Alguns jejuam por razões dietéticas e estéticas.

O jejum cristão não tem uma dimensão dietética ou estética como é prática nos nossos dias, mas sim uma referência Cristológica e solidária com os nossos irmãos e irmãos excluídos da sociedade por causa de diversas condições: raciais, religião, cor, tribo, língua etc.

Como Cristo e com Cristo jejuamos para sermos mais solidários e abertos ao outro. Sob várias formas podemos jejuar, como por exemplo, o jejum midiático da televisão, da internet, do celular, da língua e etc; para redescobrirmos a beleza do diálogo em família, da partilha de interesses, do encontro e da comunhão com os irmãos.

Quando como cristãos vivemos bem o jejum, nos convertemos em seres solidários, seres que partilham tudo entre todos.

Ninguém chamará de ‘seu’ o que possui. Por outras palavras, atualizaremos o Atos dos Apóstolos 2,42 que é a essência do cristianismo.

A relação dinâmica entre o amor e a adesão a Cristo, fazem do gesto de ajuda, expresso na esmola, uma partilha fraterna e não uma esmola humilhante.

Dar esmolas. Isto nos ajuda a vencer a incessante tentação, educando-nos para ir ao encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos.

Hoje, não só na Quaresma, a oração, o jejum e a esmola não perderam a atualidade, e continuam a ser propostos como instrumentos de conversão.

A estes meios clássicos podemos acrescentar outros, em ordem a melhorar a relação com Deus, conosco próprios e com os outros e o maior dentre eles é o amor.

O amor é criativo e encontra formas sempre novas de viver a fraternidade. Permite-nos que contribuamos para a sinceridade do coração e a coerência das atitudes no caminho da paz.

Faz-nos evitar a crítica maldizente, os preconceitos e os juízos acerca dos outros, favorece a autenticidade da vida cristã. E tem como obstáculos a vencer o egoísmo e orgulho, que impedem a generosidade do coração.

Estamos hoje diante de um convite veemente: CONVERTEI-VOS E ACREDITAI NO EVANGELHO. O Evangelho é o próprio Cristo, que nos convida à conversão interior, à mudança de mentalidade para acolher o Reino de Deus e para anunciar a Boa nova.

Reflexão Apostólica:

 Como vimos, Jesus desmascara o modo de proceder dos fariseus, e recomenda a seus discípulos como têm que fazer as obras de piedade: a esmola, a oração e o jejum. Nenhuma delas deverá ser feita para chamar a atenção, para serem vistos, ganhar prestígio ou adquirir uma posição de poder e privilégio diante dos demais.

Jesus recomenda dar esmola sem ser para aparecer, até o ponto que tua mão esquerda não saiba o que faz a direita, pois a esmola que se faz com ostentação e busca de reconhecimento e prestígio social, ofende o pobre.

Quem assim age é um hipócrita. Jesus recomenda evitar a oração aparatosa dos fariseus, pois a oração não é um ato de exibicionismo, mas um encontro pessoal com Deus que se deve fazer desde o mais profundo de si mesmo. Se não for assim, a oração não consegue seu objetivo.

O terceiro exemplo explica como o jejum que agrada a Deus não é aquele que se faz com ostentação, mas o que se pratica como símbolo de solidariedade com a dor e o sofrimento humano. A quem age dessa maneira, Deus, nosso Pai, que vê no oculto, o recompensará.

O texto de hoje nos ajuda a fazer uma reflexão, uma introspecção. Estamos diante de um Evangelho que determina o nosso ser cristão. É o termômetro da nossa própria fé católica. E não poderia existir passagem melhor do que a do Evangelho de hoje.

A prática da justiça, no sentido religioso, significava a busca de justificação diante de Deus. As mais consagradas eram: a esmola, a oração e o jejum. Por esta prática o piedoso judeu julgava-se justo diante de Deus. Com atitude ostensiva, os líderes religiosos do templo e das sinagogas afirmavam seu prestígio e poder.

A penitência, muitas vezes vista como uma prática de sofrimento, na verdade tem o caráter modificador, que nos transforma que nos faz perceber que podemos viver sem certas coisas do mundo. Que mais forte é Deus que nos dá o suficiente para viver.

Os sacrifícios feitos deverão, portanto, ser fonte de crescimento, de amadurecimento espiritual e não motivo de promoção pessoal. E por isso, não devem ser expostos ao mundo, pois é interioridade, é intimidade com Deus.

Isto vale para todos os nossos atos religiosos ou aparentemente humanitários. Não podem ser forma de se vangloriar de sua bondade, mas de promover sua espiritualidade e também o bem de outras pessoas.

Sê assíduo à oração e à meditação. Disseste-me que já tinhas começado. Isso é um enorme consolo para um Pai que te ama como Ele te ama! Continua, pois, a progredir nesse exercício de amor a Deus. Dá todos os dias um passo: de noite, à suave luz da lamparina, entre as fraquezas e na secura de espírito; ou de dia, na alegria e na luminosidade que deslumbra a alma.

Se conseguir, fale ao Senhor na oração, louve-o. Se não conseguir, por não ter ainda progredido o suficiente na vida espiritual, não se preocupe: feche-se no seu quarto e ponha-se na presença de Deus. Ele verá vocês e apreciará a sua presença e o seu silêncio. Depois, pegará você na mão, falará com você, dará cem passos com você, pelas veredas do jardim que é a oração, onde você encontrará consolo.

Permanecer na presença de Deus com a simples finalidade de manifestar a nossa vontade de nos reconhecermos como seus servidores é um excelente exercício espiritual, que nos faz progredir no caminho da perfeição.

Quando estiver unido a Deus pela oração, examine quem você é verdadeiramente; fale com Ele, se conseguir; se lhe for impossível, detenha-se, permaneça diante dele. 

Não se trata de conceber a oração interior, livre de todas as formas tradicionais, como uma piedade simplesmente subjetive, e de opô-la à liturgia, que seria a oração objetiva da Igreja; através de toda a verdadeira oração, alguma coisa se passa na Igreja e é a própria Igreja quem reza, porque é o Espírito Santo que vive nela que, em cada alma única, “intercede por nós com gemidos inefáveis” (Rm 8, 26).

Essa é, justamente, a verdadeira oração, porque “ninguém pode dizer ‘Jesus é o Senhor’ senão por influência do Espírito Santo” (1Cor 12, 3). O que seria a oração da Igreja se não fosse a oferenda daqueles que, ardendo com grande amor, se entregam ao Deus que é amor?

O dom de si a Deus, por amor e sem limites, e o dom divino que se recebe em troca, a união plena e constante, é a mais alta elevação do coração que nos é acessível, o mais alto grau da oração.

As almas que o atingiram são, na verdade, o coração da Igreja; nelas vive o amor de Jesus, Sumo-Sacerdote. Escondidas com Cristo em Deus (Col 3, 3), não podem deixar de fazer irradiar para outros corações o amor divino de que estão cheias, concorrendo assim para o cumprimento da unidade perfeita de todos em Deus, como era e continua a ser o grande desejo de Jesus.

Jesus nos mostra neste texto ao falar da oração, jejum e caridade de forma consciente o momento e o ato mais importante da nossa íntima união com Ele e nos faz saber que estes atos devem ser livres e desimpedidos, desinteressados de reconhecimento.

A partir do momento em que vivemos estas três lições de Cristo oração, jejum e penitência, em nossas vidas, tudo em nós será um eterno aleluia. Jesus terá verdadeiramente ressuscitado em nós.

Propósito:

Pai, só te agradam as ações feitas na simplicidade e no escondimento. Que eu procure sempre agradar-te, enveredando por este caminho. Espírito de piedade ensina-me o modo de agir que realmente agrade ao Pai, e mereça a recompensa divina.

Dia 05

Se alguém que ama romper o relacionamento mantido com você, jamais entre em desespero.

Essa é uma boa chance para fazer uma autoavaliação do que precisa ser mudado.

Sempre haverá alguém à espera de receber seu amor.

Mas vá com calma!

Lembre-se de que tudo tem seu tempo certo.

Aproveite os momentos difíceis para crescer como pessoa.

“Quem é paciente resistirá até o momento oportuno; depois, a alegria lhe será restituída”. (Eclo 1,29).

 


EVANGELHO DO DIA 09 MARÇO 2025 - 1º DOMINGO DA QUARESMA

  09 março - Pediremos a Santa Teresa, a predileta de São José, que faça também de nós os seus prediletos. (L 163). São José Marello   Luc...