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sábado, 18 de novembro de 2023

Evangelho do dia 28 de novembro terça feira 2023

 


28 novembro - Quando formos elogiados, ponhamo-nos a sorrir e pensemos que Deus vê o interior. (S 198). São Jose Marello

 


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,5-11

Naquele tempo, 5algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas vo­tivas. Jesus disse: 6“Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. 7Mas eles perguntaram: “Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer?”
8Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ E ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente! 9Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”.
10E Jesus continuou: “Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. 11Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu”. 

 Meditação:

 A partir de hoje e até o sábado desta semana, a vinda do Reino, da Nova Jerusalém na qual Deus aparece como o soberano da História e a ênfase é posta na justiça de Deus.

O advento do Reino é o advento da justiça para aqueles que nunca a tiveram, para as vítimas que não foram ouvidas, para aqueles que lutaram e foram derrotados, para aqueles que foram capazes de resistir até o final.
O Apocalipse retoma hoje a imagem do ser humano que aparece no livro de Daniel (7,13-14) e a aplica ao Cordeiro, a Jesus Cristo triunfante. É Ele que fará justiça, que fincará a foice para a ceifa e para a vindima.
acostumados às ideias do Deus de amor e misericórdia, pode causar espanto a expressão final relativa a que todo o produto da colheita e da vindima da terra será lançado “no lagar da ira de Deus” .
A misericórdia de Deus não exclui a justiça, pelo contrário, a pressupõe. Fazer justiça àqueles que jamais a receberam é um dos aspectos da misericórdia de Deus. Os poderosos do mundo acreditam que são onipotentes e impunes. O profeta de Patmos anuncia a justiça de Deus.
Esta mesma ideia é proclamada no salmo 95: Deus é o rei "que governa os povos retamente" que "vem para governar a terra: governará o mundo com justiça, e os povos com lealdade".
Justiça de Deus para aqueles que padeceram de fome, de mal tratos, de torturas, justiça para as mulheres abusadas e maltratadas, cujos direitos foram considerados ilegítimos pelos regimes patriarcais que sucederam ao longo da história.
Justiça para os milhões de seres humanos que morreram de fome ou por enfermidades previsíveis ou que tinham cura. Justiça para os que viveram na amargura e no desamparo.
Hoje cabe-nos meditar sobre o capítulo 21, 5–11. Em primeiro lugar temos a introdução a todo o discurso: vv 5–7. Os discípulos estavam admirados com a construção do Templo.

NA VERDADE, era uma maravilha. Mas os discípulos não tinham entendido os gestos e oráculos proféticos de Jesus quando chegaram a Jerusalém. Primeiro, o discurso de 19, 41–44, em que Jesus já dizia que não ficará pedra sobre pedra. E em seguida disse que o Templo era uma toca de ladrões (bandidos).

Quando de repente Jesus repete agora de novo que do Templo não restará pedra sobre pedra, os discípulos lhe perguntaram sobre o “quando” e sobre os “sinais” anunciadores de tal desastre. A resposta de Jesus foi só para uma parte da pergunta. Jesus falará de todo o tempo futuro, muito embora no capítulo 21, 20–24 se referirá à destruição de Jerusalém
Nos Evangelhos sinóticos encontramos conjuntos de textos escatológicos sobre a vinda do referências à destruição de Jerusalém. Eles integram os "discursos escatológicos" de Mateus (caps. 24-25) e Marcos (cap. 13), e dois discursos em Lucas: o primeiro (Lc 17,22-37) destaca a vinda do Filho do homem, e o segundo (Lc 21,5-11) destaca o prenúncio da destruição de Jerusalém e do Templo. Neste, Jesus inicia sua fala aludindo à destruição do Templo, passando, em seguida, aos sinais que a precederão: guerras e perseguições.
"Não ficará pedra sobre pedra que não seja destruída" disse Jesus no Evangelho de hoje referindo-se às belíssimas pedras do Templo de Jerusalém.
A justiça de Deus abarcará toda injustiça, nada ficará impune. E Jesus realça o castigo a toda forma de falsificação religiosa que intenta fazer do Deus libertador uma ideologia para legitimar a opressão.
No capítulo 21, 8–11, Jesus fala de todas as “dores” da história durante o tempo da Igreja: falsos messias, guerras e revoluções, terremotos, pestes e fome em diversos lugares, coisas espantosas e grandes sinais no céu. A mensagem de Jesus é clara: não tenham medo e nem se alarmem, estejam tranquilos. Tudo isto tem que acontecer, mas não é ainda o fim.
“Virão muitos usurpadores em meu nome". Estamos usurpando também em nossas igrejas o Nome Santo para amparar sistemas opressores? Estamos sendo também cúmplices, com nossas ações, palavras ou silêncios? Serão também derrubadas as pedras dos nossos templos?
Jesus chama a atenção daqueles que se deixam impressionar pela majestosa e imponente arquitetura do Templo de Jerusalém. Ele deveria representar a fé, a ligação com Deus e, no entanto, já não consegue criticar a estrutura de morte e marginalização que existe por detrás desses muros. A resposta que Jesus dá a esta atitude tem um tom escatológico, projeta para o futuro o destino da humanidade.
É uma resposta que surge da esperança na pronta vinda do reino de Deus, quer dizer, da espera em uma nova forma de vida na qual Deus, com sua misericórdia e sua justiça reinará, destruindo todas aquelas estruturas que produzem violência, fome, marginalização e morte.
Não se devem usar estes discursos apocalíptico de Jesus para fazer medo às pessoas ou para calcular o fim do mundo. Isto vai contra a intenção de Jesus.

O que o Mestre quer é que estejamos tranquilos e sem medo em meio às adversidades, porque sabemos que “finalmente” (quer dizer, quando chegar o fim) nos encontraremos com Cristo na construção do Reino de Deus. O fim do mundo é um dia bonito e não catastrófico. Toda a história está orientada para a manifestação de Jesus e a chegada do Reino.
As palavras relativas ao destino reservado ao templo sintetizam o material procedente de Marcos. Por outra parte, o Jesus de Lucas não está sentado no monte das Oliveiras, frente ao templo, mas está dentro do templo.
A perícope referida aos sinais antes do fim estabelece um claro contraste entre o que deve ocorrer “primeiro” e o “final”. Desta maneira, à diferença de Mateus, Lucas não se refere ao final do mundo, mas à destruição do templo de Jerusalém”.
Hoje podemos nos deter na consideração dos “sinais enganosos”. Há muitas pessoas angustiadas por causa de pessoas e grupos que se aproveitam da religiosidade (e, com frequência, da credulidade) de muitas pessoas simples.

Não faltam em alguns meios de comunicação mensagens aterrorizantes que interpretam alguns acontecimentos atuais como sinais da cólera divina e antecipação do fim do mundo.
Há alguns anos se falava da AIDS como castigo de Deus. Qualificativos parecidos receberam o fenômeno meteorológico “EL NIÑO” e outros. A necessidade de se ver livres dessas ameaças provoca uma febre de fenômenos pseudomilagrosos: falsas aparições marianas, ritos de desagravo e proliferação de líderes carismáticos com propostas extravagantes. Estes “terrores”, induzidos às vezes de maneira diabólica, não respondem a uma leitura cristã da Palavra de Deus.
O final é um acontecimento de graça, um triunfo do Deus da Vida sobre todas as forças da morte. Os verdadeiros sinais são aqueles que nos ajudam a despertar, a tomar consciência da graça do Senhor que já está entre nós e a nos dispor para acolhê-la com alegria e confiança.

Reflexão Apostólica:

Os discípulos de Jesus estão assombrados pela majestosa construção do Templo. Eles não entenderam as palavras e os gestos proféticos de Jesus a respeito do Templo. Dele não ficará pedra sobre pedra.

O templo tinha sido transformado pelos dirigentes de Israel em um foco de corrupção e exploração dos pobres. Os discípulos perguntaram, intrigados e confusos, quando ocorreria a destruição do Templo.

A beleza e a suntuosidade do Templo davam àqueles que o observavam a sensação de firmeza e perenidade. Como se poderia destruir aquela maravilha?

Além disso, dava a sensação de poder e solidez aos que a administravam. Contudo, Jesus não teme afirmar a fragilidade e a finitude do projeto que se sustenta no Templo. Esta afirmação inquieta aos que não somente admiram a riqueza da construção, mas que veem no Templo o fundamento de sua vida e de sua cultura.

A afirmação de Jesus seguramente traz a suas mentes a pergunta sobre o final dos tempos, inquietação presente no povo e tema de diversos debates religiosos. Jesus chama a atenção para se manter o olhar para o essencial: nem a grandeza do Templo nem as ameaças dos falsos profetas podem oferecer um caminho seguro.

A história mesma, cheia de contradições, é o lugar no qual o fiel deve buscar a vontade de Deus e manter-se fiel, apesar das dificuldades e perseguições. Com esta atitude de vida, não há por que “entrar em pânico”.

Seja hoje a oportunidade de refletirmos sobre nossas contínuas tentações de triunfalismo, que nos impedem de acolher a novidade misericordiosa de Deus.

Aceitar a finitude, a contradição e a conflitividade que o seguimento de Jesus acarreta, fará de sua Igreja sinal de humildade e de autêntica proximidade da vida humana em todas as suas realidades.
Jesus Cristo não nos prometeu nenhum sinal especial para nos livrar dos acontecimentos que tiram a normalidade da nossa vida, porém, ele nos adverte que estejamos atentos (as) em relação às coisas que têm significado para nós.
O valor que as coisas têm é inerente a maneira como nós as enxergamos, ou seja, elas valem para nós conforme a nossa visão interior e subjetiva. O que é valioso para um poderá não ser para o outro dependendo do amadurecimento que eles tenham em relação ao valor das coisas criadas.
As pessoas que admiravam o Templo pela sua beleza exterior, tinham uma visão superficial do mundo e das coisas que as atraíam. Jesus fez ver a elas que o material que enfeita o Templo e até mesmo, aquele que o construiu pode ser facilmente destruído. “Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra.”
“O sinal das coisas que estão para acontecer”, nós o percebemos, justamente pelas “coisas que já estão acontecendo”, no mundo, em nós e nas pessoas ao nosso redor. Guerras, revoluções, terremotos, fome, peste, miséria, dissensões, separações, homicídios, uns se voltando contra os outros etc etc..
Não é fácil ver com clareza estas mensagens sensacionais. São numerosos os agoureiros que anunciam; seu grande número contagia e sugestiona. Disfarçam-se com as palavras de Jesus. Sua mensagem soa como o “Sou Eu; aproxima-se o tempo”. Reúnem, como ele, discípulos a seu redor. Estes os seguem.

Nesse jogo desconcertante da fraude brilha com sua admoestação a palavra do Senhor: essas pessoas são impostoras, e acabam em apostasia e perdição. As palavras de Jesus começam e terminam com uma gravidade que nos põe em defesa: “Não se deixem enganar; não vão atrás deles”.

Na literatura apocalíptica dos judeus se prediziam, para o tempo final, guerras, revoluções e rumores desconcertantes a este respeito. A pergunta pelo tempo e os sinais da ruína de Jerusalém ficam sem resposta.

Aos cristãos que aguardam com ansiedade a vinda de Cristo dirige palavras de orientação, pois o desejo impaciente de ver realizado este sonho leva a prestar ouvidos a falsos rumores.

Para Jesus o tempo presente e o futuro se abriam como esperança; era o tempo definido da salvação. Por isso deveria de ser tomado a sério o momento presente e interpretá-lo com um sinal de Deus que nos chama a fazer deste mundo de morte, um mundo de vida.

Apesar de atentos, nós necessitamos de serenidade e prudência para atravessar esse campo minado e não podemos nos apavorar. O nosso testemunho deve ser de confiança absoluta nas palavras de Jesus: “é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas, não será logo o fim”.
Enquanto as coisas acontecem e enquanto não chega o fim, nós ainda temos chance para uma mudança radical na nossa mentalidade medíocre que valoriza somente o que é atrativo e nos encanta.

Os grandes sinais que serão vistos no céu já se manifestam dentro de nós quando entramos em comunhão com Deus, e, pelo poder do Espírito Santo, acolhemos os ensinamentos de Jesus e temos intimidade com Ele.
A Palavra de Jesus nos recomenda a que não sejamos enganados (as) dando ouvido aos “arautos” do terror, portanto, escutemos atentamente ao que o Senhor nos revela e façamos tudo de acordo com o que Ele nos disser.

Ao analisarmos Mateus 24,7-8 e Lucas 21,11 mais cuidadosamente, o Senhor Jesus diz que as guerras serão seguidas de fomes, de pestes, de terremotos em vários lugares. O versículo nos diz que não necessariamente as epidemias, as fomes e os terremotos acontecem por causa da guerra, mas, são vários eventos que acontecem sucessiva e simultaneamente.

Hoje vivemos um momento de agitação semelhante. Estamos inundados de visões catastróficas que nos anunciam um futuro obscuro e terrível para todos os seres viventes. Mas o importante não é o fato que o mundo se acabe – se tal coisa ocorrer, o importante é perguntamos qual é a finalidade do mundo e da humanidade, qual é a utopia? Qual futuro nós poderemos e deveremos construir? O que Deus quer de nós aqui e agora?

Os tempos difíceis chegarão, isso não se pode evitar; mas Jesus previne a seus seguidores para que em tempos de dificuldade estejam muito atentos, com os olhos abertos e uma consciência bastante clara e definida para não crer em qualquer um que diga “sou eu” ou “ o momento está próximo”.

Não há por que se preocupar tanto pelo “quando” (v. 7) sucederá o que Jesus acaba de vaticinar. O que realmente importa é manter a capacidade de distinguir sempre com critérios de justiça os sinais dos tempos.
Jesus não anuncia apenas tragédias, também oferece esperança. Senhor reitera muitas vezes que não é para ter medo nem se alarmar, porque esse não será o fim. O que Jesus pretende realçar é que, em meio às dificuldades e conflitos em que vivemos, não podemos nos deixar dominar pelo medo, porque a última palavra provém de Deus.
As palavras que Jesus emprega para referir-se à novidade de Deus podem parecer sem esperança, trágicas e violentas; entretanto é uma linguagem que tem como finalidade exortar seus seguidores a interpretar a realidade a partir dos valores do reino, sem deixar-se convencer nem desalentar-se por falsos profetas nem pelas promessas dos poderes opressores.

Somos chamados a viver na vigilância, em constante esperança em Deus, vivendo em nossas comunidades os valores do reino, construindo assim espaços alternativos de vida.

Nós cristãos devemos nos manter firmes na esperança de que a vida triunfará sobre todas as formas de morte, e para quem vive com a esperança na ressurreição, a morte tem outro papel, de menor importância, porque a vida está acima dela. Já não tememos mais as estruturas que geram morte, porque temos nossos olhos fixos no Senhor da vida.

Deus está sempre presente na vida de seus filhos e filhas: no início, durante o seu desenvolvimento e até o fim. Ninguém e nenhum fica fora do alcance da salvação.

Propósito:

Ó Deus, que não temeis os poderosos desta terra, ajudai o vosso povo a avistar o amanhã com clarividência, confiante na vossa Providência. Pai, vosso Filho Jesus é sinal de tua presença no meio da humanidade. Que eu saiba acolhê-lo como manifestação de vossa misericórdia, e só nele colocar toda a minha segurança.

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