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quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Evangelho do dia 25 de novembro sábado 2023

 25 novembro - Sede humildes de coração, submetei sempre o vosso ponto de vista ao dos outros, pedi conselho em tudo, não confieis nunca em vós mesmos, mas em todas as vossas dúvidas, recorrei aos vossos superiores, os quais são iluminados por Deus para vos aconselhar e vos orientar. (S 358). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 20,27-40

Naquele tempo, 27aproximaram-se de Jesus alguns sa­duceus, que negam a ressurreição, 28e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão. 29Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. 30Também o segundo 31e o terceiro se casara com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. 32Por fim, morreu também a mulher. 33Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela”.
34Jesus respondeu aos saduceus: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, 35mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; 36e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram.
37Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’. 38Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. 39Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: “Mestre, tu falaste muito bem”. 40E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus. 

 Meditação:

Jesus desmoraliza os saduceus, apresentando o cerne das Escrituras: Deus é o Deus comprometido com a vida. Ele não criou ninguém para a morte, mas para a aliança consigo para sempre. A vida da ressurreição não pode ser imaginada como cópia do modo de vida deste mundo.

A propósito de uma pergunta capciosa dos seus adversários que negavam a ressurreição dos mortos, Jesus procura fazer-lhes compreender que, no mundo novo da ressurreição, as coisas estão fora e acima do nosso modo de pensar terreno.

 A ressurreição dos mortos pertence já a esse “mundo que há-de vir” para além da morte, em que Deus vive como Deus de vivos, como Ele Se tinha revelado no episódio da sarça ardente, ao apresentar-Se a Moisés como Deus dos que tinham vivido antes, mas que para Ele são sempre vivos, Ele “o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacob”.

 Os saduceus, grandes proprietários de terras, formavam a elite dos sacerdotes (20,27-40). Não acreditavam na ressurreição, e propõem a Jesus um caso difícil, para mostrar que é absurdo crer na ressurreição.

 Jesus retifica a questão, mostrando que a vida da ressurreição não deve ser concebida como mera cópia da vida na dimensão presente. E os mortos ressuscitam? Referindo-se à célebre forma “Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó”, Jesus mostra que, sendo Deus dos vivos e da Vida, também Abraão, Isaac e Jacó devem estar vivos com ele.

 Com efeito, o sentido de toda a criação é viver para Deus, e essa vida não conhece fim. Ruma para a plenitude, sempre. O que está com Deus está vivo para gozar a vida em abundância.

 Os saduceus queriam embaraçar Jesus fazendo perguntas a partir da prática do levirato (Dt 25.5-6). No livro do Deuteronômio está ordenado que, no caso de um irmão falecer sem descendência, é a obrigação de um irmão casar com a viúva para dar o nome à família. Se, nessa prática, uma viúva casar sucessivamente, de quem será a mulher na ressurreição?

 Jesus afirma a ressurreição (vv. 35-37), e mostra aos saduceus que as instituições pertencentes a esta ordem das coisas não continuarão pós-ressurreição. Em outras palavras, as instituições terrenas não continuarão no céu, que é o mundo da justiça plena. O mundo onde está presente o Reino de Deus. Todas as instituições e poderes são transitórios e provisórios, ainda.

 A continuidade entre o agora e o então está em Deus e na sua graça. E Jesus faz excursão mais profunda no Pentateuco, lembrando-os do que Moisés disse a respeito de Deus como o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. A ressurreição é contrastada, por isso, pela imposição da morte; pelos determinismos e fatalismos da cultura, da religião, da política corrompida, nos sistemas de pensar. A ressurreição é a dádiva da vida e vem de Deus.

 Assim, à luz da ressurreição, a vida é vista e vivida sob o poder da graça. Em Lucas a ênfase recai na expressão: “não podem mais morrer” com referência aos filhos da ressurreição.

Reflexão Apostólica:

 O Deus de Jesus é o Deus que ama a vida e a defende, que se faz presente na história humana para conduzi-la à plenitude, para além do natural, do tempo histórico e dos modos de viver. Jesus responde sabiamente à pergunta dos saduceus. Sua resposta tem como fundamento a fidelidade de Deus ao longo da história da salvação, que é doadora de sentido para todo cristão.

Afirma que para Deus todos vivem, são filhos da ressurreição, pois não a morte, mas a vida é o destino último do ser humano; uma vida plena e abundante que é concedida por Deus e confirmada por Jesus em sua ressurreição.

Baseando-se na lei de Moisés, segundo a qual o irmão de um homem falecido sem descendência deveria se casar com a viúva, os saduceus elaboram uma história truculenta apenas para desprestigiar Jesus e a fé na ressurreição.

 A resposta do Mestre é clara: depois da ressurreição seremos como anjos; não viveremos segundo as leis deste mundo, incluindo o casamento. Jesus enfatiza e recalca que os mortos ressuscitam, porque o Deus em que cremos é o Deus dos vivos e não dos mortos, e para Ele todos os servos vivem. É um convite de Jesus para que seus discípulos assumam o compromisso pela vida e rechacem todas as atitudes de morte que crescem em nosso mundo.

 Como todos nós vivemos num mundo marcado pelo materialismo, cada vez mais somos tentados a fazer da matéria a causa da nossa felicidade e nos fecharmos nessa realidade para analisar todas as coisas e, com isso, não somos capazes de ver outros caminhos para a felicidade ou até mesmo outras condições de vida que Deus pode nos conceder para o nosso bem, como é o caso da vida eterna.

 O erro que os saduceus cometeram e que aparece no evangelho de hoje é esse: se tornaram tão materialistas que ficaram incapazes de abrir o próprio coração para a proposta da vida plena que nos é feita pelo próprio Deus.

Nós, cristãos, somos gestores da esperança e construtores de soluções de vida. Temos que testemunhar contra a "cultura da morte" e todas suas manifestações, rechaçá-las, lutarmos em favor de suas revisões e transformações; isso em fidelidade ao Deus que é Vida Eterna, fonte universal da vida e que nos enviou seu Filho, que "é a ressurreição e a vida", para que quem creia nele, ainda que morra tenha a vida eterna.

Somos chamados como crentes em Jesus a construir projetos que favoreçam, em todo momento, a vida e a dignidade das pessoas, em especial dos mais debilitados e necessitados, já que desta maneira é como Deus mesmo se vai manifestando à humanidade.

Ele nos chama à vida, à fraternidade, e devemos responder da mesma maneira: sendo testemunhas dessa vida, dessa esperança prometida por Deus na ressurreição. 

 Propósito:

Pai, és Deus da vida e Deus dos vivos, e queres todos os seres humanos em comunhão contigo para sempre. Ajuda-me a viver, já nesta vida, esta comunhão eterna.

 

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