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segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Evangelho do dia 27 de outubro sexta feira 2023

 


27 outubro - Portanto, cada momento que passa é uma nova oportunidade que devemos aproveitar e da qual, um dia, deveremos prestar contas a Deus; por isso, cada minuto que vai sendo marcado no relógio pode marcar no tempo o instante solene do qual depende o nosso destino eterno. ( L 52). São Jose Marello

 


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 12,54-59

 Naquele tempo, 54Jesus dizia às multidões: “Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece. 55Quando sentis soprar o vento do sul, logo dizeis que vai fazer calor. E assim acontece. 56Hipócritas! Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente? 57Por que não julgais por vós mesmos o que é justo?

58Quando, pois, tu vais com o teu adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele enquanto estais a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao guarda, e o guarda te jogará na cadeia. 59Eu te digo: daí tu não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.

 Meditação:

 Os interlocutores de Jesus, em especial alguns Mestres da Lei, não aceitam sua mensagem porque são hipócritas. E a multidão, que o escuta, não o aceita, também por sua hipocrisia, e por desconhecer o momento principal da história da salvação, o kairos.

A capacidade profética de ler os sinais dos tempos deveria ser uma das qualidades que mais identifica o cristão no seguimento de Jesus Cristo.

Segui-Lo implica aprender, estar disposto a aprender sempre e a configurar-se como novo ser que nasce da experiência pascal. 

 O primeiro gesto transformador é a abertura à esperança, ao futuro, à novidade que a cada momento vem de Deus. Esse futuro é possível precisamente porque a memória da passagem de Deus nos permite ter uma referência e uma experiência deste Deus que se empenha para que sejamos livres.

Ao mesmo tempo exige que valorizemos o momento presente, esse precioso instante, porque nele Deus se manifesta de maneira extraordinária; e se não tivermos a mente clara e o olhar atento, perdemos essa possibilidade de encontro com o Deus que cria, mantém e defende a vida.

Precisamos ter presente que nos acontecimentos do cotidiano é possível descobrir o que Deus quer nos revelar. Isso, porém, significa redobrar a atenção e não dormir a ponto de deixar passar este tempo significativo em nossas vidas.

Deus é comunicação. Continuamente emite sinais que devem ser interpretados por nós. Sua vontade se apresenta aos poucos e em diversos tempos. 

 Um belo exemplo disso foi a graça do Espírito Santo que tocou o papa (beato João XXIII – 1881-1958) para convocar o Concílio Vaticano II (1964), ao saber ver os sinais dos tempos.

 O Papa logo os percebeu e insistiu na necessidade da Igreja fazer seu agiornamento, ou seja, proceder a uma atualização, revisão e modernização, para que pudesse explicar ao homem moderno seus dogmas.

Assim olhando para as necessidades dos homens de hoje, deveremos explicar-lhes a lição perene da Novidade de Cristo. Jesus nos adverte: Sabeis distinguir os aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente?

 Não podemos, porém, fazê-lo por nós mesmos, mas com as bênçãos de Deus. “Digne-se o divino Espírito Santo ouvir de maneira mais consoladora a oração que cotidianamente sobe de todos os recantos da terra: ‘Renova em nossos dias como que os prodígios dum novo Pentecostes, e concede que a Igreja santa, reunida em unânime e mais intensa oração com Maria, Mãe de Jesus, e guiada por Pedro, difunda o reino do divino Salvador, que é reino de Justiça, amor e paz Assim seja!’ ” (Da Convocação do Concílio Ecumênico Vaticano II - Beato João XXIII – 25.12.1961).

Reflexão Apostólica:

Jesus nos ensina a dar valor ao tempo presente da nossa vida e nos mostra que as revelações do Pai também se manifestam por meio dos fatos e dos acontecimentos do nosso dia a dia.

Assim como nós percebemos as mudanças climáticas, as rotações das estações do ano, e detectamos se vem chuva ou sol, nós também precisamos estar atentos aos sinais de Deus para interpretar o tempo presente da nossa vida.

 Por meio das diversas situações que passamos o Senhor nos dá os meios para que possamos praticar a justiça e o amor.

Portanto, o nosso momento presente é também um presente de Deus para nós, porque representa uma chance que temos para pôr em prática, concretamente, o que o Senhor nos ensina na Sua Palavra.

“Interpretar o tempo presente” é fazer uma reflexão do modo como nós estamos vivendo, das ações que estamos praticando, da justiça ou injustiça que estamos promovendo diante dos nossos irmãos.

Nós só temos um tempo para tomar decisão: é o tempo presente. Se não avaliarmos agora, a nossa vida, talvez mais tarde já não tenhamos tempo para arrependimento.

 Portanto, a hora é essa, se você está passando por algum momento difícil de sofrimento ou de doença, se você não está compreendendo nada do que tem sucedido na sua vida ou com a sua família, dê um voto de confiança ao Senhor e, procure, perceber os sinais que são evidentes.

O Espírito Santo quer dar a melhor direção e, além do mais, Deus deve estar querendo construir em nós, um homem ou uma mulher novos, acrisolados e purificados.

 Confiemos Nele e tudo passará! 

O que tem acontecido no mundo no tempo presente? Você tem percebido os sinais do tempo? Você tem procurado tempo para meditar sobre a sua existência à Luz de Deus?  Os acontecimentos da sua vida presente têm tido algum significado para você? Qual é para você a perspectiva do seu futuro em relação ao que você tem vivenciado no tempo presente? Você sabia que a dor com Jesus, se transforma em amor?

 No Evangelho que hoje meditamos, Jesus lamenta que os seus ouvintes sejam capazes de interpretar os sinais do tempo e não captem os sinais dos tempos que representam a chegada do Reino de Deus entre eles. Não descobrem nele e nos seus sinais a importância do momento em que vivem.

Portanto, Jesus repreende os seus contemporâneos, que sabem distinguir os sinais meteorológicos, mas não o sinal que Ele mesmo é: o Filho Unigênito enviado pelo Pai para salvação de todos.

 Compreender o tempo  em que vivemos é compreender as intenções de Deus que, em todo o tempo, sobretudo pelo mistério da Igreja e dos sacramentos, torna atual o mistério de Jesus com toda a sua eficácia salvífica.

Saber fazer previsões do tempo, analisando os dados da meteorologia, implica uma atenção interessada. Se não estivermos realmente interessados e atentos para nos darmos conta da importância do tempo como tempo para exercer a justiça e a caridade, corremos sério risco.

Há que reconciliar-se radicalmente com aqueles com que estamos em conflito. Caso contrário, podemos cair no redemoinho do não-perdão, donde não sairemos sem danos.

 É como se Jesus apontasse o sinal do tempo por excelência, que é Ele mesmo, como sinal de salvação, mas só para quem se compromete a viver como reconciliado, isto é, na paz, na justiça e na bondade.

É na história que podemos compreender as intenções de Deus, e não fora dela. Daí a atenção que devemos dar aos sinais dos tempos. Deus atua dentro do tempo. É também no tempo que responde às nossas interrogações. Quantas vezes Lhe fazemos perguntas na oração, e encontramos as respostas na vida.

 É, pois, no tempo que havemos de ler os sinais de salvação e de perdição. O sinal de salvação por excelência é sempre Cristo, com o seu mistério pascal. Ele salva-nos à medida que, lendo os sinais dos tempos e confrontando-os com a Palavra, deixamos que ela mesma, a Palavra, produza frutos em nós e no nosso tempo. Pondo em prática a Palavra, permitimos a Deus fazer muito mais do que podemos esperar.

Um dos sinais do nosso tempo é a chamada globalização, em que passamos de um mundo dividido e fragmentado, àquilo a que M. McLuhan chamou de a «aldeia global».

 Os meios de comunicação, que podem ser instrumentos de divisão e guerra, também podem e devem tornar-se instrumentos de união e de paz.

Para isso, todos os homens de boa vontade, e particularmente nós, os crentes, havemos de superar a tentação do individualismo, que fragmenta, e dar espaço à unificação da nossa pessoa, e à união entre os homens.

 Como crentes, temos a certeza de que Cristo habita no nosso coração e que, fundados e radicados na sua caridade, podemos ser repletos da plenitude de Deus, e alcançar a unificação do coração e de todas as nossas faculdades e forças, a unificação da nossa pessoa. S. Paulo indica-nos os meios para isso: a humildade, a mansidão, a paciência, e o suportar amoroso de nossas índoles.

A chave que temos ao alcance da mão, para contribuirmos para a unidade entre os homens, é procurar tudo o que une e deixar de parte tudo o que divide como dizia e fazia João XXIII.

 Com essa chave chegaremos à unificação pessoal, comunitária, eclesial, social e… planetária. Vivendo e realizando esse projeto, o nosso tempo, que está sob o signo de Jesus, tornar-se-á um tempo de claridade, iluminado pela luz da salvação e, com Cristo e como Cristo, tornar-nos-emos instrumentos de unidade e de paz.

 A exemplo do Fundador, sintonizando com os sinais dos tempos e em comunhão com a vida da Igreja, queremos contribuir para instaurar o reino da justiça e da caridade cristã no mundo; queremos participar na construção da cidade terrena e na edificação do Corpo de Cristo empenhando-nos sem reserva, no advento da nova humanidade.

Muitas vezes nós, como os conterrâneos de Jesus, temos um coração duro. Não sabemos olhar em profundidade e não descobrimos, ou não queremos descobrir, o sentido dos acontecimentos; inclusive, olhamos para o outro lado se o que vemos nos compromete.

A exigência de Jesus aponta para a necessidade de colocar todas as nossas capacidades e qualidades para fazer desta humanidade uma verdadeira morada de Deus.

Hoje temos que experimentar a Deus na história de uma maneira distinta: trabalhar livremente no cumprimento de sua vontade; nessa mesma liberdade que me permite ser escolhido por Ele.

Não podemos deixar de experimentar a presença libertadora e salvifica de Deus na realidade histórica, na vida da comunidade e na vida dos seres humanos.

Propósito:

Pai, corrige a negligência que me impede de entregar-me inteiramente à ti, sem demora. Torna-me hábil para as coisas do teu Reino! Cura a minha cegueira, Senhor, e dá-me a luz do teu Espírito para ver a profundidade das pessoas.

 

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