20 novembro - Ter cuidado com as palavras que se dizem parece pouca coisa, mas ao invés é uma grande virtude. (S 197). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 19,41-44
"Quando Jesus chegou perto de
Jerusalém e viu a cidade, chorou com pena dela e disse:
- Ah! Jerusalém! Se hoje mesmo você soubesse o que é preciso para conseguir a
paz! Mas agora você não pode ver isso. Pois chegarão os dias em que os inimigos
vão cercá-la com rampas de ataque, e vão rodeá-la, e apertá-la de todos os
lados. Eles destruirão completamente você e todos os seus moradores. Não ficará
uma pedra em cima da outra, porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio
para salvá-la."
Meditação:
A trágica destruição de Jerusalém e do Templo é associada à
rejeição do poder religioso, aí sediado, a Jesus, com sua mensagem libertadora
de paz e amor universal.
Depois de uma longa caminhada, desde a Galiléia, Jesus se aproxima de Jerusalém
e, vendo a cidade, chora sobre ela. Jerusalém era uma cidade dos jebuseus que
foi invadida e tomada pelo rei Davi. Nela Davi centralizou os poderes
religioso, político e militar.
Jesus chega a Jerusalém aclamado pela multidão. Porém, ao invés de
corresponder aos aplausos vendo a cidade, chora sobre ela. Jerusalém era a
capital da fé daquele tempo. Pois tendo sido tomada do povo jebuseu pelo rei
Davi, nela estavam centralizados todos os poderes religiosos, político e
militar.
O templo aí construído e a sólida teologia imperial elaborada na corte dos reis
descendentes de Davi conferiram à Jerusalém o status de cidade sagrada.
Todavia, já os profetas do Antigo Testamento denunciavam o abuso de poder e a
corrupção aí reinantes, e o fato se tornava cada vez pior.
Os olhos desta cidade estão como que tapados: ela se tornou o centro da
exploração e opressão do povo, enveredando por um caminho que é o oposto do
caminho da paz.
Ela será destruída, porque não quer reconhecer na visita de Jesus a
ocasião para mudar as próprias estruturas injustas, abrindo-se ao apelo d’Ele.
Jesus chora porque gostaria de juntar aquele povo como uma galinha junta seus
pintinhos. Caro leitor, você conhece esta cena? A galinha junta os pintinhos
com as asas e os protege. Jesus é assim mesmo! Ele usa linguagem bem humana
para que possamos compreender.
Veja que comparação Jesus faz! Como é grande o amor de Jesus pela
humanidade, narrado nestes textos à cidade de Jerusalém. E ele é proclamado
para você aqui, agora! Ele deseja muito abrir seus braços agora e acolher a
todos, deixe-se ser acolhido por Jesus!
Foram duas ocasiões muito solenes aquelas em que os textos sagrados nos dizem
que Jesus chorou. Chorou diante do sepulcro, onde jazia o seu amigo Lázaro,
morto há quatro dias, e chorou quando sentiu, no mais íntimo do seu coração, a
incredulidade da santa cidade de Jerusalém.
Jesus é Deus (único, sem dúvida), que chora pela situação triste e ímpia
deste mundo perdido. Parece um contraste, algo incoerente, Deus a chorar pelos
homens. Mas não. Não é incoerência, porque este (Jesus) é o único Deus que ama.
Deus que ama o mundo de tal maneira que dá a si mesmo, como sacrifício de
substituição para que todo aquele que n’Ele crê não morra, mas tenha a vida
eterna.
Olhemos este texto e vejamos com que amor Deus se ocupa de nós. Como dá a si
mesmo; como sofre, vendo a cidade entregue às suas impiedades e dominada pelos
vendilhões da religião; como chora sobre ela e ora para que abra os olhos para
as suas oportunidades, ainda de pé, mas em breve perdidas!
Esta cidade somos nós quando não nos “queremos” converter e acatando os
seus ensinamentos nos salvar. E então continua chorando por ti e por mim:
Jerusalém, Jerusalém, como gostaria que visses as tuas oportunidades, mas tu
queres continuar de olhos fechados; como queria que abrisses os olhos, mas tu
preferes continuar de olhos fechados e não ver a verdade; como quis ajuntar os
teus filhos como a galinha ajunta os pintos debaixo das asas, mas tu não
quiseste; Porque assim queres, os teus inimigos te sitiarão de todos os lados,
serás totalmente derrubada e em ti não ficará pedra sobre pedra que não seja
derrubada.
Não te vês na situação da rebeldia de Jerusalém? Arrepende-te enquanto é
tempo. Aceita a misericórdia de Jesus, que chora pela tua triste e condenável
situação de pecador perdido. Vem a Cristo que te chama com amor infinito e
viverás. Ai de ti que não sabes reconhecer a bondade de Deus que estava a seu
lado no dia a dia da vida. Que estejamos sempre atentos e conscientes com os
bens que temos, sobretudo, o bem da paz e da vida.
Reflexão Apostólica:
Hoje o texto narra uma
afirmação de Jesus quanto ao destino trágico da cidade de Jerusalém que de fato
foi invadida e saqueada pelos bárbaros e depois por outros povos. Talvez Jesus
tenha falado também de cada invasão que cada um de nós é acometido de tempos em
tempos.
Um fato: Não sabemos também quando nossa Jerusalém será invadida, essa
Jerusalém que representa nossa vida, nossa saúde, nosso serviço (…). Hoje estou
bem e amanhã não sei, ou melhor, ninguém sabe.
Duro é ver após um
acontecimento (demissão, doença, surgimento de uma dívida, o despejo, o fim do
casamento, do namoro, de uma amizade) que parecia que já sabíamos que algo iria
acontecer, mas que não nos atentamos aos sinais. E como os sinais são grandes agora!!
“(…)
Agora você não pode ver
isso. Chegarão os dias em que os inimigos vão cercá-la com rampas de ataque, e
vão rodeá-la, e apertá-la de todos os lados… porque você não reconheceu o tempo
em que Deus veio para salvá-la”
Jesus, não distante, mas ainda mais próximo do que nunca, chora ao nosso lado.
Ampara-nos no sofrimento, no sentimento, na “culpa”, na saudade.
Nas invasões bárbaras foram subtraídas (roubadas) relíquias e peças sagradas do
povo; artefatos que lhe diziam muito e faziam falta.
Quantos de nós também temos a
impressão, que após um acontecimento, um grande sofrimento, uma grande perca,
algo em nós também é roubado. Não é a perca de algo físico, material (…), mas
de algo que também fazia parte de nós e que sentimos falta?
Jesus também chorava porque nada podia fazer. Sim! O Senhor não podia fazer
nada. Ele, mesmo sendo 100% Deus, não poderia ferir ou negar o livre arbítrio
humano. A dádiva dada por Deus que nos eleva acima dos anjos, mas também nos
condena se o usarmos sem a sabedoria.
Mesmo tendo feito tanto aos olhos de todos, de ter curado a tantos, ter
resgatado ou transformado a vida de tantos outros, as pessoas preferiam não
mudar.
Imagine-se no trabalho,
em casa, na faculdade onde você com tanto conteúdo e conhecimento para repassar,
mas os colegas não quererem aprender, melhorar, mudar…
Quando, mesmo sendo novo em
idade, sabe ou percebe, que seus pais, amigos, irmãos estão prestes a tomar uma
atitude errada, mas não consegue ser ouvido (a) por eles… Duro isso, mas é
fruto do livre arbítrio e deve ser respeitado, pois Jesus também respeitou.
De fato nossa vida não é um “mar de rosas” o tempo todo, mas ainda não é o fim.
Sinais são apresentados todos os dias e em todas as horas, mas nossos olhos se
recusam a vê-los.
É preciso se antecipar aos
fatos a começar pela remoção do que nos impede de vê-los. No dia que
conseguirmos isso a tempestade acalmará e voltaremos a navegar no mar que
escolhi
Precisamos buscar a maturidade na fé!
Dia 20
Pela força
da fé, é possível vencer todas as aflições.
Você é o
dono dos próprios atos e responsável pela própria vida.
Abrace com
garra as metas que a se propôs realizar.
Não tenha
medo de nada nem de ninguém.
Lembre-se
de que o Senhor é sua força e proteção.
Jamais
desanime nem desista.
Vá à luta!
“Quem teme
o Senhor não tem medo de nada”. (Eclo 34,16a).



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