domingo, 3 de agosto de 2025

Evangelho do dia 04 agosto segunda feira 2025

 

04 agosto Concedamos sempre a vitória a Deus, mesmo quando isso repugna ao nosso amor próprio. E, se nem sempre podemos sentir nisso aquela doçura e aquela paz que o sacrifício cumprido traz consigo, supra a isto a fé e, voltando o nosso olhar para o Céu, exclamemos: Paraíso! Paraíso! (S 234). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 14,13-21

"Ao ser informado da morte de João, Jesus partiu dali e foi, de barco, para um lugar deserto, a sós. Quando as multidões o souberam, saíram das cidades e o seguiram a pé. Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele e disseram: "Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!" Jesus, porém, lhes disse: "Eles não precisam ir embora. Vós mesmos dai-lhes de comer!" Os discípulos responderam: "Só temos aqui cinco pães e dois peixes". Ele disse: "Trazei-os aqui". E mandou que as multidões se sentassem na relva. Então, tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos; e os discípulos os distribuíram às multidões. Todos comeram e ficaram saciados, e dos pedaços que sobraram recolheram ainda doze cestos cheios. Os que comeram foram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças."  
Meditação: 

Esta narrativa da partilha dos pães entre Jesus, seus discípulos, e a multidão, é encontrada nos quatro evangelistas.
Contudo Marcos e Mateus apresentam a narrativa de uma segunda partilha, bastante semelhante, como que em reprise desta primeira, porém diferenciando-se na medida em que a primeira acontece na Galiléia e a segunda em território exclusivo de gentios, fora da Galiléia.

O trecho do Evangelho de hoje vem logo após a história da morte de João Batista, ligada à festa de aniversário do Tetrarca Herodes Antipas. Ou seja, Mateus contrasta o “Banquete da Morte” promovido por Herodes, com “O Banquete da Vida”, protagonizado por Jesus!

Mateus salienta o comportamento de Jesus: ele não é fanático, querendo enfrentar imediatamente Herodes; mas também não é fatalista, deixando as coisas correr como estão. Ele continua fiel à missão de servir ao seu povo. Reúne e alimenta as multidões sofredoras, realizando os sinais de um novo modo de vida e de anúncio do Reino. A Eucaristia é o sacramento memória dessa presença de Jesus, lembrando continuamente qual é a missão a que nós, cristãos, fomos chamados. 

 Devemos saber discernir o que é milagre e a forma pela qual Deus operou. Para que professemos uma fé consciente e não desvairada, inconseqüente e fanática.

Temos que ter consciência de que o sobrenatural de Deus, quase sempre é operante de acordo com o natural humano.

Na maioria das vezes falta a visão correta, o verdadeiro discernimento das Escrituras sobre questionamentos que como disse o Espírito Santo através do apóstolo são Paulo (2Pe 3,16) há pontos difíceis de serem entendidos: “Falando disto como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de se entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para a sua própria perdição”.
Costumamos ver o sobrenatural de Deus em coisas e em fatos, que em verdade, estão relatados de forma metafórica, em parábolas, e ainda: em um “linguajar peculiar da época, localidade e cultura de um povo”.

Isto, porque, servimos ao Deus único e verdadeiro, que ressuscita mortos, abre os olhos aos cegos, cura enfermidades, que ao homem é impossível fazê-lo, dá voz ao mudo e faz o coxo andar.

Muda completamente a natureza humana, pois, diz as Escrituras Sagradas, que Ele tem o coração do rei nas mãos e o inclina para o lado que Ele quer. Há isto podemos dizer: sobrenatural divino. Ele faz! No Evangelho de hoje, temos um exemplo grandioso do sobrenatural de Deus operando no natural humano.

A multidão estava cansada e faminta. Faminta de Deus – O Pão Da Vida – alimento sobrenatural, espiritual; tanto quanto do pão substancial “alimento para o corpo”.

Sabemos que por mais que o homem seja desprovido, jamais faz uma longa jornada sem que traga consigo, o mínimo de alimentos segundo às suas possibilidades momentâneas.

Sem dúvida alguma, cada um dos que ali estavam ansiando ouvir o Mestre, depois de uma longa jornada, sol à pino, trazia em sua mochila, alguma provisão em víveres. Mesmo que um pedaço de pão seco ou peixe.

Porém, a natureza do homem mesquinho e falho – pois, é através da Palavra, que mudanças acontecem, e eles estavam ansiosos por conhecê-la –, não estavam segundo a visão cristocêntrica: o partilhar em comunhão uns com os outros, temiam colocar à mostra os seus alimentos...

A multidão era grande! Acaso, não é assim, ainda hoje, entre os que têm a natureza mesquinha?
O Senhor Jesus na sua onisciência, discernindo o que se passava nos corações, nas mentes de tantos quantos ali estavam, sabiamente para não os constranger, levantou as mãos ao céu e orou apresentando à Deus Pai os “cinco pães e os dois peixinhos” (para alimentar toda a multidão), os vemos (pela fé) envergonhados a retirar de suas mochilas, pães, peixes e muito mais, segundo às suas próprias possibilidades!... “O POUCO COM DEUS, É MUITO”.
Quando nas nossas Paróquias há alguma festividade e cada um se encarrega de levar algo, ficamos admirados com o que se pode fazer através da comunhão, do espírito doador, do compartilhar.
Na partilha se dá a abolição de uma sociedade escrava do mercado pela implantação da nova sociedade livre, justa e fraterna. A partilha é o gesto concreto do amor.
O amor é contagioso e transforma a comunidade. A visão messiânica, a partir do Primeiro Testamento, deu origem à interpretação desta passagem como um espantoso milagre pelo qual os pães são multiplicados.
Se o objetivo de Jesus fosse o de praticar gestos espantosos, então maior efeito teria se transformasse as pedras em pães, o que ele rejeitou na tentação que lhe foi feita em seguida ao recebimento do batismo por João Batista.

A benção de Jesus sobre os pães e peixes que os discípulos lhe trouxeram significa redirecionar a Deus aquilo que é de Deus.
Significa desvincular os bens da posse excludente para libertar o dom de Deus em sua criação colocando-o ao alcance de todos.

A benção liberta também o coração e a generosidade levam à partilha e à saciedade de todos. A sobra indica a eficiência da generosidade. A partilha é a expressão do amor de Jesus.
Nada nos separa deste amor que se manifesta, hoje, nas pessoas e comunidades que buscam a justiça e constroem a fraternidade.

Reflexão Apostólica:

Neste Evangelho Jesus nos dá uma grande lição de solidariedade humana, quando rejeitou a idéia dos Seus discípulos para que “despedisse as multidões”.

Quantas vezes nós queremos nos ver livres dos problemas e também “despedimos” as pessoas porque elas são empecilhos à nossa missão, à nossa caminhada.

As pessoas vêm famintas, precisando da nossa ajuda e nós fazemos vista grossa às suas dificuldades, achando que não somos capazes de ajudá-las porque temos muito pouco tempo ou mesmo porque nos achamos pequenos e limitados. Jesus diz hoje á nós também: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer! ”

O Senhor nos manda sentar para que possamos parar e refletir sobre a nossa vida, partilhando e dividindo com as outras pessoas os nossos planos e sonhos.

Tudo isso, dentro da perspectiva de Deus e à luz da Sua Palavra e dos Seus ensinamentos. Hoje também, como ontem, há muita relva, isto é, espaço, ocasião, oportunidade para que, reunidos, nós possamos descobrir os nossos dons, talentos, aptidões, riquezas e bens espirituais, que são os nossos cinco pães e dois peixes.

Ao tomar os pães e os peixes nas mãos e dar graças ao Pai, Jesus nos deu o exemplo de como poderemos fazer aumentar os nossos talentos. Trazemos primeiramente, a vida para agradecer a Deus e a Ele oferecer em favor do irmão.

Além disso, temos a doar saúde, paz, alegria, juventude e a nossa capacidade de olhar, de sorrir, de cantar, de amar, de sonhar e de desejar.

Você também tem propensão a eliminar da sua frente aquelas pessoas que lhe “dão trabalho”? Do que você dispõe para alimentar a multidão que procura pão? A quem Jesus manda hoje você oferecer o pão da Palavra? Você tem sentado com as pessoas para partilhar a sua vida? Você tem colocado nas mãos do Senhor os seus talentos e os seus dons?

Na realidade, os Evangelhos transmitem-nos muitas vezes os sentimentos de Jesus para com as pessoas, especialmente doentes e pecadores.

Ele exprime, através dum sentimento profundamente humano, a intenção salvífica de Deus que deseja que todo o homem alcance a verdadeira vida.

Cada celebração eucarística atualiza sacramentalmente a doação que Jesus fez da sua própria vida na cruz por nós e pelo mundo inteiro.

Ao mesmo tempo, na Eucaristia, Jesus faz de nós testemunhas da compaixão de Deus por cada irmão e irmã; nasce assim, à volta do mistério eucarístico, o serviço da caridade para com o próximo, que “consiste precisamente no fato de eu amar, em Deus e com Deus, a pessoa que não me agrada ou que nem conheço sequer.

Isto só é possível realizar-se a partir do encontro íntimo com Deus, um encontro que se tornou comunhão de vontade, chegando mesmo a tocar o sentimento.

Então, aprendemos a ver aquela pessoa já não somente com os meus olhos e sentimentos, mas segundo a perspectiva de Jesus Cristo”.

Desta forma, nas pessoas que contactamos, reconhecemos irmãs e irmãos, pelos quais o Senhor deu a sua vida amando-os “até ao fim”.

Mateus nos lembra que a participação eucarística exige compromisso com uma visão social baseada na partilha dos bens necessários para a vida, e não na acumulação da parte de alguns junto com a falta do básico para muitos.

É claro que diante do enorme sofrimento da maioria da população do mundo, a gente pode sentir-se tão impotente como se sentiram os discípulos no Evangelho de hoje. 

O texto nos ensina que não devemos cair na cilada de aceitar as saídas falsas propostas pela sociedade vigente e hegemônica – de “lavar as mãos” ou de cair somente num simples assistencialismo.

O cristão, sustentado pela eucaristia, a Mesa da Palavra e a Mesa do Pão, deve se comprometer com uma visão cristã da sociedade, que exige que a gente faça o que é possível para a construção de um mundo de justiça e fraternidade.

Propósito:

Pai, abre meu coração para a solidariedade, a fim de que, diante de meu semelhante necessitado eu sinta a alegria de partilhar com ele o que me deste.

Dia 04

Mesmo que seja acometido por maus pensamentos, mantenha-se firme no caminho da verdade e do bem.

Não se deixe levar por pessoas de má índole nem pela busca desenfreada de poder.

Respeite seus semelhantes.

Saiba que, mais cedo ou mais tarde, você prestará contas de seus atos ao Criador.

Por isso, jamais perca de vista o essencial.

Em suas ações, nunca perca a serenidade.

“Mandas teu espírito, são criados, e assim renovas a face da terra”.

(Sl 104[103],30).

 


 

 

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