20 fevereiro - Alegremo-nos por não terem cessado as contradições e por não faltarem os adversários que fazem aumentar em nós a confiança em Deus. (L 253). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 8,27-33
"Depois Jesus e os seus discípulos foram para os povoados que ficam
perto de Cesaréia de Filipe. No caminho, ele lhes perguntou:
- Quem o povo diz que eu sou?
Os discípulos responderam:
- Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e
outros, que é um dos profetas.
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus.
- O senhor é o Messias! - respondeu Pedro.
Então Jesus proibiu os discípulos de contarem isso a qualquer
pessoa.
Jesus começou a ensinar os discípulos, dizendo:
- O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos
líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto
e, três dias depois, ressuscitará.
Jesus dizia isso com toda a clareza. Então Pedro o levou para um
lado e começou a repreendê-lo. Jesus virou-se, olhou para os discípulos e
repreendeu Pedro, dizendo:
- Saia da minha frente, Satanás! Você está pensando como um ser
humano pensa e não como Deus pensa."
O Evangelho de Marcos que a liturgia da Igreja nos convida a
refletir ao longo de todo esse ano litúrgico de 2014 possui 16 capítulos, e
sabem qual é a idéia central do evangelista ao escrevê-lo? Que Jesus é o
Cristo, o FILHO DE DEUS!
Então, nada mais justo do que no centro do seu Evangelho termos a passagem de
hoje (justamente no cap. 8)
Um dos maiores interesses de Marcos em seu evangelho é afirmar que
Jesus é o Cristo, o Messias enviado. Por isso, o relato de hoje é tido como
central, já que nele encontramos a confissão de fé de Pedro e o primeiro
anúncio da paixão e ressurreição.
Se nos relatos anteriores as pessoas e os discípulos não compreendiam a missão
de Jesus, aqui se dá um passo adiante no processo para a fé, através da
confissão de Pedro.
Esse discípulo reconhece Jesus como Cristo, como o Ungido de Deus, o esperado
pelo povo de Israel. Esta resposta sensata e original à pergunta formulada por
Jesus parece ser o resultado de um longo caminho de convivência com o Mestre,
caminho de escuta da sua palavra e do fato de serem testemunha dos sinais
poderosos a favor dos pobres, dos enfermos e dos endemoninhados.
Entretanto, o entusiasmo de Pedro se arrefece ao escutar o plano messiânico de
Jesus. Pedro se acovarda e tenta detê-lo. A propósito, temos consciência que
nossa experiência de seguimento de Jesus implica riscos e exigências?
Marcos convida a todo aquele que lê o evangelho de hoje a
perguntar-se: e para mim quem é Jesus? Dessa resposta depende nossa maneira de
ver a vida e de vivê-la.
Parece que Jesus não se importa tanto com o que os outros dizem dele, mas está
interessado sobremaneira no que aqueles que andam ao seu lado pensam. Ora,
cristão é aquele que segue os passos de Cristo, que anda com ele... Se Jesus me
perguntasse hoje: Quem sou eu pra você? o que responderia?
Para ter a coragem de abrir a boca é preciso ir no fundo da alma e
reconhecer-se fraco e pecador porque quando nos contrapomos a Jesus a luz de
sua divindade ilumina a escuridão de nossa humanidade de modo que não podemos
responder com idéias bonitinhas e vazias.
É preciso reconhecer que o nosso cristianismo muitas vezes fica só na
aparência, que não somos capazes de continuar fiéis a Ele quando nos sobrevém
momento de Cirineus, quando sobre nossa alma sentimos pesar a sua cruz, quando
nem mesmo em nossa família encontramos compreensão, quando parece que estamos
remando quando a correnteza e dá vontade de abandonar o barco.
Reflexão Apostólica:
A presença de Jesus ainda não era totalmente entendida pelos
apóstolos. Eles ainda não conseguiam separar a pessoa humana da divindade sobre
ela.
Jesus não representava apenas o olhar de Deus sobre os homens como
diz o salmo 101: “(…) O
SENHOR OLHOU A TERRA DO ALTO CÉU”, mas o cumprimento de uma aliança
feita a Noé: “(…) Disse
Deus a Noé e a seus filhos: ‘Eis que vou estabelecer minha aliança convosco e
com vossa descendência, com todos os seres vivos que estão convosco: aves,
animais domésticos e selvagens, enfim, com todos os animais da terra, que
saíram convosco da arca. Estabeleço convosco a minha aliança: NENHUMA CRIATURA
SERÁ MAIS EXTERMINADA PELAS ÁGUAS DO DILÚVIO, E NÃO HAVERÁ MAIS DILÚVIO PARA
DEVASTAR A TERRA’ “. (Gn 9, 8-11)
Deus afirmava que não haveria mais dilúvios e a vinda de Jesus
demonstra que havia chegado a hora de provar definitivamente Seu amor por sua
criatura. O império romano dilacerava vidas inocentes, condenava pessoas a
miséria e a pobreza e é nesse cenário que Jesus surge e como é para Jesus, após
tantos milagres e prodígios, ensinamentos e partilhas e ainda não ser
reconhecido pelos os seus?
Essa cena ainda é muito comum… Quantas pessoas conhecemos que usam
a imagem de Deus como referencia de suas vidas, mas no fundo ainda não o
reconheceram. “Crentes”, “evangélicos”, “católicos”, que acreditam que já
entenderam ou sabem muito sobre ser cristão, mas ainda são apegadas a mentiras,
bens materiais supérfluos, (…). Dentro de suas igrejas conhecem bem a Jesus,
mas fora dela ainda se comportam como pagãos… (hunf!)
É claro que nos comportamos ainda hoje como a canção Bye, bye tristeza da
Sandra de Sá “(…)
Ninguém aqui é puro anjo ou demônio Nem sabe a receita de viver feliz”, ou seja
entre altos e baixos ainda temos muito o que aprender mesmo estando tão perto
de Jesus em nossas igrejas, cultos e em nossas vidas.
Precisamos estar abertos as correções que virão dele e não somente
as exaltações. Quem deseja aprender deve estar apto e preparado para os puxões
de orelha!
“(…) Porque virá tempo em que os homens já não
suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo
prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos
da verdade e se atirarão às fábulas. Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente
nos sofrimentos, cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu
ministério”. (2Tm 4,
3-5)
Então o que aprendemos?
Propósito: Preciso estar aberto às correções pois Cristão não é aquele que diz ser, mas aquele que demonstra com a vida.
Perdoar a
si mesmo é um grande princípio de sabedoria.
Esqueça o
que passou e siga em frente.
Não se
culpe pelos erros do passado.
O
importante é admitir os próprios erros e, a partir daí, tentar mudar seu modo
de ser.
Aceite as
próprias limitações, para que a vida seja encarada de maneira mais positiva.
O ato de
perdoar a si mesmo e aos irmãos é importante para seu crescimento pessoal.
Tenha
paciência em relação a si mesmo. Perdoe e será perdoado.
“Vendo a
fé que tinham, disse Jesus: ´Homem, teus pecados são perdoados´.” (Lc 5,20).
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