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Santo Estanislau Kostka
Estanislau nasceu no castelo de Rostkow, na vila de
Prasnitz (Polônia), a 28 de outubro de 1550. Quando tinha 14 anos foi
estudar em Viena, juntamente com seu irmão mais velho, Paulo. Devido a uma
ordem do Imperador Maximiliano I, o internato jesuíta onde estudavam foi
fechado, sobrando como refúgio o castelo de um príncipe luterano, que com
Paulo, promoveu o calvário doméstico de Estanislau. Em resposta às agressões do
irmão, que também eram físicas, e as tentações da corte, o santo e penitente
menino permanecia firme em seus propósitos cristãos: “Eu nasci para as coisas
eternas e não para as coisas do mundo”.
Diante da
pressão sofrida, a saúde de Estanislau cedeu, e ao pedir que providenciassem um
sacerdote para que pudesse comungar o Corpo de Cristo, recebeu a negativa dos
homens, mas não a de Deus. Santa Bárbara apareceu-lhe, na companhia de anjos,
portando Jesus Eucarístico e, em seguida, trazendo-lhe a saúde física, surgiu a
Virgem Maria com o Menino Jesus.
Depois
desse fato o jovem discerniu sua vocação à vida religiosa como jesuíta, por
isso enfrentou familiares e, ousadamente, fugiu sozinho, a pé, e foi parar na
Companhia de Jesus. Acolhido pelo Provincial que o ouviu e se encantou com sua
história, com somente 18 anos de idade, viveu apenas 9 meses no Noviciado,
porque adquiriu uma misteriosa febre e antes de morrer os sacerdotes ouviram
dos seus lábios sorridentes dizerem: “Maria veio buscar-me, acompanhada de
virgens para me levar consigo”.
Santo
Estanislau Kostka, rogai por nós!
Lucas 17,11-19
"Jesus continuava viajando para
Jerusalém e passou entre as regiões da Samaria e da Galiléia. Quando estava
entrando num povoado, dez leprosos foram se encontrar com ele. Eles pararam de
longe e gritaram:
- Jesus, Mestre, tenha pena de nós!
Jesus os viu e disse:
- Vão e peçam aos sacerdotes que examinem vocês.
Quando iam pelo caminho, eles foram curados. E, quando um deles, que era
samaritano, viu que estava curado, voltou louvando a Deus em voz alta.
Ajoelhou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. Jesus disse:
- Os homens que foram curados eram dez. Onde estão os outros nove? Por que
somente este estrangeiro voltou para louvar a Deus?
E Jesus disse a ele:
- Levante-se e vá. Você está curado porque teve fé."
Meditação:
Estamos ainda caminhando com Jesus na
sua viagem a Jerusalém, ao encontro do seu destino na Cruz. Nesta parte do
Evangelho (17, 11-19, 27), Jesus conclui o seu ensinamento sobre o que é
necessário para segui-Lo. Aqui temos mais um exemplo de uma história própria a
Lucas, o quarto milagre na sua narrativa da viagem. Como nos outros casos, (11,
14; 13, 10-17; 14, 1-6), o mais importante não é o milagre em si, mas o
ensinamento que brota dele.
As informações geográficas de Lucas, que não era natural da Palestina, são
muitas vezes imprecisas. Para ele dois fatos são importantes - a meta de Jesus
é Jerusalém, onde se dará o seu encontro definitivo com a vontade do Pai, e o
fato que ele se encontra com um samaritano, um dos excluídos oficialmente do
povo de Deus.
Para entendermos o contexto da passagem e a situação de quem fosse considerado
leproso (embora muitos na realidade não eram - simplesmente sofriam de alguma
doença da pele!), podemos estudar trechos como Lv 13-14; Nm 5, 2-3; 2Rs 7, 3-9;
15, 5. Houve barreiras enormes que separavam essas pessoas sofridas da
convivência normal da comunidade. Aqui os excluídos pelas barreiras religiosas
e sociais vão se encontrar com quem rompe estas mesmas barreiras, em nome do
Deus misericordioso.
O grito dos leprosos é significante: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós” (v.
13.). Mais uma vez encontramos a palavra “compaixão”. Em todos os Sinóticos,
destaca-se a “compaixão” de Jesus. A sua atitude nunca é de ter “pena” de
alguém, pois, quer queiramos quer não, quando a gente tem pena de alguém, está
se colocando num outro nível do que a outra pessoa. Ter “compaixão” é sentir a
“paixão” do outro “com” ele ou ela, ou seja, entrar no sofrimento, nos
sentimentos do outro, e assim não tirar dele a sua dignidade.
Mas, foi somente o samaritano que “percebeu” a ação de Deus nele. Com certeza o
termo “percebeu” não quer se referir somente à cura física - ele percebeu a
presença da salvação de Deus. Então a sua volta a Jesus significa a sua
conversão. A resposta dele é de “dar glória a Deus”, muitas vezes em Lucas a
resposta correta a uma manifestação da misericórdia de Deus (2, 20; 5, 25; 5,
26; 7, 16; 13, 13; 18, 43; 23, 47 etc). Aqui temos uma conotação cristológica -
o curado louva a Deus pelo que foi feito por Jesus, o agente da misericórdia de
Deus.
O texto sublinha que aquele que voltou para gloriar a Deus, aquele que percebeu
a presença da ação salvífica de Deus, era um samaritano: “Os homens que
foram curados eram dez. Onde estão os outros nove? Por que somente este
estrangeiro voltou para louvar a Deus?” (v. 18). Mais uma vez, o herói da
história é tirado de dentro da categoria dos excluídos, tema caro ao coração de
Lucas. É só pensar nos pastores, no “Bom Samaritano”, na “mulher pecadora”, nas
mulheres no túmulo, e outros exemplos. A salvação de Deus é universal, e não
limitada a uma etnia ou classe.
Lucas não se contenta em relatar somente a cura de uma doença - ele nos leva a
uma compreensão da missão salvífica de Jesus. O relato conclui com a frase: “Levante-se
e vá. Você está curado porque teve fé.” (v. 19).
Jesus é aquele que cura e restaura à
convivência humana, símbolo da salvação integral que Deus oferece a todos que
aceitam a sua mensagem!
Sejamos como o leproso - percebamos a
ação de Deus no meio de nós, e gloriemos em palavras e ações aquele que nos
oferece a salvação de todos os males, gratuitamente!
Reflexão Apostólica:
Será que os
leprosos pediram para Jesus os curasse? Será que havia esperança em alguém tão
doente em ver de volta a cura de seus males? Isso fica subtendido na
interpretação de cada coração que lê esse evangelho.
A Lepra, mais que uma doença visível e mutiladora, era uma doença social. As
pessoas dadas como leprosas eram “condenadas” a vagar longe da sociedade sendo
assim, era comum encontrá-los em grupos, pois tentavam assim não ficar só. Em
grupos tentavam também se manter e se ajudar, pois a fome era a maior inimiga
dos doentes.
Jesus passava por uma região que era repudiada pelos judeus. Região “impura” de
onde judeu algum deveria guardar “a terra das sandálias”.
Nesse local,
Jesus é abordado por pessoas, que talvez sedentas ou famintas, viam em busca de
algo que as ajudasse. Jesus poderia como no episódio da moeda dentro do ventre
do peixe (Mt 17,26), dar algum dinheiro para que lhes fartasse a fome, mas como
a palavra mesmo diz: Jesus sabe o que REALMENTE precisamos.
Mas algo de
extraordinário aconteceu: “(…) Quando iam pelo caminho foram curados”.
Muitas pessoas que
vem ao encontro de Jesus já começam seu processo de mudança pelo caminho. Creio
que até mesmo durante o percurso já são libertadas do que REALMENTE era
necessário que fosse tratado. No entanto, muitos de nós, velhos de caminhada
ainda não compreendemos isso ao nos debulhar em pedidos se o mais importante é
que a Palavra chegue ao nosso coração.
Mesmo aquele que
veio e não voltou é preciso crer que a Palavra não volta sem cumprir o que era
para ser feito em nós. Ele pode ter partido e não testemunhado, mas se a porta
estava aberta, com certeza a semente foi lançada.
Reparemos que Jesus determinou algo na vida daquele que voltou. Jesus atestou o
dom da fé em alguém que ninguém esperava (além de leproso, samaritano). Ele
poderia ter voltado a viver depois de tanto tempo de exclusão social, mas
primeiro soube agradecer a Deus em seguida assumiu um compromisso de ação.
Quando volta, ele abandona um paradigma humano – a ingratidão.
Quando disse que os dez vinham à procura de algo material (dinheiro, comida,
água) é uma exortação a todos aqueles que só procuram Deus quando a água começa
a subir. Sim, creio que Deus vai operar (até mesmo pelo caminho) pela
misericórdia em todos nós, mas precisamos deixar que Deus opere em nós o que
REALMENTE precisamos e ao voltar pra casa, possamos ver as nossas lepras indo
embora e não sejamos ingratos, pois não conseguimos o que achávamos que
queríamos.
Repita assim “Senhor o Senhor sabe o que eu preciso”.
Propósito: Agradecer pelos infinitos dons de
Deus.
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