segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Evangelho do dia 12 novembro terça feira 2024

 


12/11 – São Josafá (o Bispo da Unidade)

 Josafá (João Kuncevicz) nasceu em Wladimir (Ucrânia), no ano de 1580, numa família de ortodoxos, ou seja, ligados à Igreja Bizantina e não à Igreja Romana.

Com a mudança de vida mudou também o nome para Josafá, pois era comerciante até que, tocado pelo Espírito do Senhor, abraçou a fé católica e entrou para a Ordem de São Basílio, na qual, como monge desde os 24 anos, tornou-se apóstolo da unidade e sacerdote do Senhor. Dotado de muitas virtudes e dons, foi superior de vários conventos, até tornar-se Arcebispo de Polotsk em 1618 e lutar pela formação do Clero, pela catequese do povo e pela evangelização de todos.

São Josafá, além de promover com o seu testemunho a caridade para com os pobres, desgastou-se por inteiro na promoção da unidade da Igreja Bizantina com a Romana; por isso conseguiu levar muitos a viverem unidos na Igreja de Cristo. Os que entravam em comunhão com a Igreja Romana, como Josafá, passaram a ser chamados de “uniatas”, ou seja, excluídos e acusados de maus patriotas e apóstolos, segundo os ortodoxos. Aconteceu que numa viagem pastoral, Josafá, com 43 anos na época, foi atacado, maltratado e martirizado. Após ser assassinado, São Josafá foi preso a um cão morto e lançado num rio. Dessa forma, entrou no Céu, donde continua intercedendo pela unidade dos cristãos, tanto assim que os próprios assassinos mais tarde converteram-se à unidade desejada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

São Josafá, rogai por nós!

 12 novembro - Às vezes acontece de sentirmos uma paz tão profunda, uma alegria tão inebriante, que já nos parece estar experimentando uma antecipação do Céu. Mas eis que de repente a mente se anuvia, o coração arrefece e desfalece; a fronte já não brilha tão serena, o olhar já não resplende com vivacidade, as ações já não procedem com regularidade... estamos possuídos pela desolação e por aflições imensas! Jesus, vendo a alma afeiçoar-se ao prazer, lembra-nos que não é no exílio que devemos alegrar-nos e sim na pátria celeste. Aqui na terra vivemos para sofrer, lutar e vencer. (S 346). São Jose Marello



Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 17,7-10

 "Jesus disse:

- Façam de conta que um de vocês tem um empregado que trabalha na lavoura ou cuida das ovelhas. Quando ele volta do campo, será que você vai dizer: "Venha depressa e sente-se à mesa"? Claro que não! Pelo contrário, você dirá: "Prepare o jantar para mim, ponha o avental e me sirva enquanto eu como e bebo. Depois você pode comer e beber." Por acaso o empregado merece agradecimento porque obedeceu às suas ordens? Assim deve ser com vocês. Depois de fazerem tudo o que foi mandado, digam: "Somos empregados que não valem nada porque fizemos somente o nosso dever.""  

Meditação:

Esse evangelho, principalmente nas primeiras linhas, gera em nós certo desconforto se for lido de maneira racional, mas não podemos deixar de lembrar que o momento e a situação eram norteados por uma cultura diferente da nossa.

Jesus também não inaugurava nesse evangelho o positivismo defendido pelos pensadores da idade moderna.

Ele não defendia a resignação mediante a situação patrão e funcionário (servo), mas que cada um deveria entender e fazer o seu papel.
A parábola de hoje é o final de um grande bloco de recomendações que Jesus faz a seus discípulos sobre as condições que devem ter para fazer parte da comunidade dos crentes.

Jesus lhes diz que a graça não é fruto de recompensa, mas fruto da entrega e do serviço aos demais.
Um efeito negativo do legalismo religioso em Israel é o tipo de pessoa que gera: gente interesseira, que não pensa no valor de uma causa à qual se deve entregar sem medidas, mas no estrito cumprimento da lei da qual depende seu prêmio.
A mentalidade de Jesus era outra coisa diferente: estava absorvida pelo valor da causa de seu Pai (a justiça e a misericórdia) e seu maior prêmio era servir a esta causa.
Jesus queria contagiar desta mentalidade a seus seguidores. E na parábola do servo infatigável praticamente resume sua própria vida: como a do servo que depois de um trabalho (semear, arar), deve fazer ainda outro (servir à mesa).

Tudo isto lhe parece natural, e não exige recompensa nem melhor trato porque sua causa é estar a serviço de seu senhor.
Bem diferente da mentalidade de quem está a serviço do poder e que espera recompensa nesta mesma linha.

Quem está convencido de ser servidor da causa da justiça, não estranha que esta causa lhe exija um serviço após o outro, nem que venha a padecer carências em seu serviço. Ele não busca prêmios, quer apenas ser o simples servidor de uma causa.
Nesta parábola exclusiva de Lucas temos um contraste entre um servo submisso e seu patrão.

De início, os discípulos são convidados a se identificarem com o patrão da parábola ("Se alguém de vós tem um servo...").

Na aplicação da parábola, os discípulos são identificados com o servo (...dizei: "Somos simples servos...").
A parábola causa certo constrangimento pelas imagens usadas: por um lado o senhor proprietário rural, prepotente e gozador, e, de outro lado, um servo humilhado.
A parábola é composta com base em imagens do pequeno trabalhador que possui um só escravo.

Ele faz parte da propriedade de seu senhor, muito distinto de outros trabalhadores que eram contratados por um determinado tempo.
O relato começa com uma pergunta de Jesus que tem por finalidade conhecer a realidade do escravo.

O regressar do duro trabalho do dia, cansado e faminto, não pode o escravo pensar na comida ou no descanso.
Ao contrário, como escravo que é, recebe outra tarefa: servir seu senhor. Uma vez cumprida essa ordem, quando o senhor não tem mais o que mandar, pode ele também comer e beber.
Esta é uma realidade comum nas sociedades de classes, onde as elites privilegiadas exploram e humilham os pobres pequeninos e despojados de tudo.
No ambiente religioso do judaísmo no tempo de Jesus, a parábola pode exprimir a relação entre a Lei opressora e o fiel oprimido, com sua obediência cega.
A parábola nos descreve a atitude que o homem deve ter perante Deus. Servimos a Deus com humildade, sabendo que não somos indispensáveis.
Tudo o que recebemos dele é graça e toda nossa vida deve ser uma resposta agradecida a seus dons e não uma busca de recompensa, que em todo caso seria sempre sem merecimento.
Com esta parábola, Jesus se opõe à mentalidade dos fariseus que pensavam que, cumprindo a lei, obrigavam a Deus a premiá-los por seu comportamento.

Entretanto, Jesus pensa que os dons de Deus ao servo cumpridor não são um direito que se pode reivindicar, mas um dom gratuito, porque a consciência do dever cumprido é uma recompensa suficiente.
O evangelho nos recorda que somos seguidores, discípulos do Senhor. Apesar de que os projetos, tarefas e atividades que realizamos diariamente estejam cheios de triunfos e reconhecimentos, não é a nós mesmos quem anunciamos, mas a Jesus e o Reino de Deus.
A vida de Jesus foi toda dedicada ao serviço aos pobres e excluídos, culminando com o lava-pés dos discípulos na última ceia. Por Ele, somos convidados a assumirmos esta prática de serviço.
Somos simples servos inúteis que fazemos o que temos que fazer. Não podemos nos vangloriar pelo trabalho realizado, mas sermos humildes e não propagar o que fazemos buscando o favor dos demais; temos que recordar sempre que nada do que fazemos pelo Senhor será suficiente para recompensar o que Ele faz por nós

Reflexão Apostólica:

Enfrentamos em nossas comunidades, no nosso trabalho, em sociedade um momento podemos chamar de “Pilatos”.

As pessoas não se atrevem a mudar a realidade ao seu redor mesmo que ela (a situação) esteja errada ou parcialmente equivocada. Elas cada vez mais as pessoas estão “lavando as mãos” aos problemas.

Ficam paulatinamente cegas aos problemas que acontecem ao seu redor, passando a se interessar apenas pelos seus. Essa nova forma de egoísmo tem conseguido atingir quem deveria estar dando o exemplo da união – os servos.

Mesmo a morte de cruz sendo o desígnio de Jesus, Pilatos sabia que Ele não havia feita nada de errado, por que então nada fez? Foi avisado por sua esposa, mas por que endureceu seu coração?

E hoje, por que nossas lideranças, amigos, líderes têm fugido da correção fraterna? Por que é que cada um tem vivido uma igreja e esquecido que na realidade fomos chamados a sermos um?

A igreja não cresce pela fala ou talento de um “JACÓ”, de um Grupo, de uma Pastoral, um Movimento, mas pelo empenho de nos mantermos unidos e com apenas um objetivo.

Deus nos constituiu comunidade, mas esse grupo de pessoas que convivem e congregam de um mesmo objetivo devem amadurecer a idéia de crescer.

Uma comunidade seja ela na igreja, no trabalho, na família, só se desenvolve quando cada membro toma posse da maturidade.

Amadurecemos na vida cristã quando entendemos o nosso papel em relação a nós e principalmente aos outros e só assim poderemos de fato exercer, na fé e na ação conclamadas por são Tiago, a missão a que fomos chamados (as).

Somos agora empurrados por algo sobrenatural que é maior que todos nós – O amor de Deus.

Sim, somos empregados, mas o nosso Deus não é um feitor ou um capitão do mato. Não é um Deus que persegue, maltrata ou que encheria alguém de privilégios.
Nosso Deus, é um Deus do silêncio; que pede para não aparecer mesmo fazendo mudanças e milagres em nossas vidas; é um Deus que mesmo conhecendo nossa natureza fraca e movida por interesses confia em nossa vontade de mudar, de crescer, (…); mas mesmo Ele sendo tão bom e compassivo, precisamos entender que cada um tem o seu lugar.

Não posso tratar a Deus como “meu chapa” e viver uma vida medíocre repleta de inveja, desamor, ganância, orgulho, ódio, hipocrisia (…).

Se cada um soubesse o seu lugar e desempenhássemos o nosso papel, sem lavar as mãos, teríamos com certeza uma comunidade, um mundo, um planeta, mais fraterno.

Propósito:

Pai, reconhecendo-me servo inútil, quero esforçar-me para ser justo e misericordioso. Somente assim serei agradável a ti.



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