11/11
– São Martinho de Tours (Bispo)
Martinho
nasceu na Hungria, antiga Panônia, por volta do ano 316, e pertencia a uma
família pagã. Seu pai era comandante do exército romano. Por curiosidade
começou a frequentar uma Igreja cristã, ainda criança, sendo instruído na
doutrina cristã, porém sem receber o batismo. Ao atingir a adolescência, para
tê-lo mais à sua volta, seu pai o alistou na cavalaria do exército imperial.
Mas se o intuito do pai era afastá-lo da Igreja, o resultado foi inverso, pois
Martinho continuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a
caridade. Depois, foi destinado a prestar serviço na Gália, atual França.
Foi
nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto:
Um
dia, um mendigo que tremia de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o
cavalariano cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte.
Durante a noite, o próprio Jesus apareceu-lhe em sonho usando o pedaço de manta
que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa
noite em diante, ele decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se
à religião.
Com
vinte e dois anos, já estava batizado, provavelmente pelo bispo de Amiens,
afastado da vida da Corte e do exército. Tornou-se monge e discípulo do famoso
bispo de Poitiers, santo Hilário, que o ordenou diácono. Mais tarde, quando
voltou do exílio, em 360, doou a Martinho um terreno em Ligugé, a doze
quilômetros de Poitiers. Lá, Martinho fundou uma comunidade de monges. Mas logo
eram tantos jovens religiosos que buscavam sua orientação que Martinho
construiu o primeiro mosteiro da França e da Europa ocidental.
No
Ocidente, ao contrário do Oriente, os monges podiam exercer o sacerdócio para
que se tornassem apóstolos na evangelização. Martinho liderou, então, a
conversão de muitos e muitos habitantes da região rural. Com seus monges, ele
visitava as aldeias pagãs, pregava o Evangelho, derrubava templos e ídolos e
construía igrejas. Onde encontrava resistência, fundava um mosteiro. Com os
monges evangelizando pelo exemplo da caridade cristã, logo todo o povo se
convertia. Dizem os escritos que, nessa época, havia recebido dons místicos,
operando muitos prodígios em benefício dos pobres e doentes que tanto amparava.
Quando
ficou vaga a diocese de Tours (cidade da França), em 371, o povo aclamou-o,
unanimemente, para ser o bispo. Martinho aceitou, apesar de resistir no início.
Mas não abandonou sua peregrinação apostólica: visitava todas as paróquias,
zelava pelo culto e não desistiu de converter pagãos e exercer exemplarmente a
caridade. Nas proximidades da cidade, fundou outro mosteiro, chamado de
Marmoutier. E sua influência não se limitou a Tours, tendo se expandido por
toda a França, tornando-o querido e amado por todo o povo.
Martinho
exerceu o bispado por vinte e cinco anos. Morreu, aos oitenta e um anos, na
cidade de Candes, no dia 8 de novembro de 397. Sua festa é comemorada no dia
11, data em que foi sepultado na cidade de Tours.
Venerado
como são Martinho de Tours, ele se tornou o primeiro santo não-mártir a receber
culto oficial da Igreja e também um dos santos mais populares da Europa
medieval.
São
Martinho de Tours, rogai por nós!
Naquele tempo, 1Jesus
disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele
que produz escândalos! 2Seria melhor para ele
que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que
escandalizar um desses pequeninos. 3Prestai
atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. 4Se ele
pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou
arrependido’, tu deves perdoá-lo”. 5Os
apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6O Senhor
respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda,
poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela
vos obedeceria”.
Meditação:
A comunidade fraterna dos discípulos não é uma
comunidade de santos, isenta de faltas. Quando o irmão peca, quando peca contra
seu irmão, este não deve permanecer impassível; trata-se, com efeito, da
salvação do irmão pecador. O primeiro que se deve fazer é repreendê-lo. Aquele
que o deixa agir sem se preocupar com seu pecado, se torna culpável: “Não
odiarás o teu irmão no teu coração, mas repreende-o para que não incorras em
pecado por causa dele (Lv 19,17).
A palavra de admoestação induzirá o irmão a se corrigir.
Se este reconhecer sua culpa e se converter, então o irmão deverá perdoar a seu
irmão.
A comunidade dos discípulos se santifica quando um irmão perdoa ao outro,
perdoa-o uma e outra vez apesar das recaídas, sete vezes ao dia, sempre que
haja falta, sem limite algum. Se o discípulo perdoar ao irmão, também Deus lhe
perdoará a culpa.
Com a solicitude de todos pela salvação do irmão, e
com o perdão de todas as ofensas pessoais e de todas as ofensas recebidas, virá
o povo de Deus a ser santo. Também aqui, como no caso do perdão de Deus, o
arrependimento e conversão são a base de tudo.
Lucas nos apresenta hoje três situações de vida
comunitária. A primeira para a qual o Senhor chama a atenção dos discípulos é a
impossibilidade de que desapareçam os escândalos. O pior não é que existam, mas
quem os produz.
Trata-se daqueles líderes religiosos que por causa
de seu mau comportamento são motivo de escândalo para a comunidade, sobretudo
para aqueles que estão começando a caminhar na fé. Jesus condena com tanta
força essa conduta, que até usa a metáfora de atirá-los ao mar com uma pedra no
pescoço.
A segunda situação é a correção fraterna. Se um
irmão errar, somos obrigados a corrigi-lo; e, caso se arrependa, devemos
perdoá-lo, sem exceção. Se voltar arrependido sete vezes, devemos perdoá-lo
“sete vezes”, quer dizer, sempre; sem exceção. A correção assim compreendida é
o caminho de reconciliação e de paz; fica excluído o rancor.
A terceira situação sobre a qual nos chama a
atenção o evangelho é a fé. Os discípulos pedem ao Mestre que lhes aumente a
fé, e este lhes responde com uma chamada à atenção: se eles tivessem fé como um
grão de mostarda, diriam a uma amoreira que se arrancasse e se transplantasse
no mar, e ela lhes obedeceria.
Jesus lhes está dizendo que mesmo com sua fé tão
pequena podem anunciar o reino e realizar em seu nome sinais assombrosos (Lucas
9,6), se tivessem fé como um grão de mostarda, que é uma das menores sementes,
poderiam fazer prodígios extraordinários. Mas não se trata de buscar prodígios
sobrenaturais. Com os recursos ao nosso alcance e a fé posta no Senhor, podemos
chegar a realizar verdadeiras maravilhas. Muitos santos comprovaram isso.
Reflexão Apostólica:
No Evangelho de hoje, Jesus
nos exorta a tomarmos atitudes concretas de fé. A nossa fé é medida e provada
pelas ações que praticamos em favor do nosso próximo e que os ajudam a
levantar-se.
Por isso, é nos atos mínimos
que a nossa fé, mesmo pequenina, pode ser cultivada e exercitada e assim cresça
e se torne firme. Quem crê em Jesus para as pequenas coisas tornar-se-á forte
para enfrentar os grandes desafios.
Provocar escândalos, promover
desunião, levantar falso testemunho, são atitudes que negam o nosso estágio de
Fé. Os escândalos são inevitáveis, porém estejamos atentos para que eles
não aconteçam por nossa causa!
Quando nós advertimos,
exortamos e repreendemos as pessoas a quem nós amamos e torcemos por elas, nós
precisamos crer que agimos assim, em nome de Deus.
Jesus também nos ensina que é
necessário, não somente repreender, ensinar, corrigir o nosso próximo, mas,
sobretudo, perdoá-lo sempre. Perdoar sete vezes, significa perdoar todos os
dias e nunca deixar de assim fazê-lo.
Contudo, para por em prática o
que Jesus nos recomenda, nós necessitamos cada vez mais nos apossar do dom da
fé. Somente pela fé é que nós poderemos exercitar o perdão, a reconciliação, a
serenidade diante das dificuldades, a firmeza para não provocar escândalo e a
esperança de fazer muito mais do que nós próprios temos capacidade.
Por isso, quando Jesus falava
sobre essas coisas aos Seus discípulos, eles o pediam “Senhor, aumenta a nossa
fé!” Todavia, o importante para nós, não é possuir uma fé grande demais, mas,
tomar posse do dom da fé que já recebemos do Senhor no nosso Batismo, a fim de
que sejamos capazes de tomar atitudes concretas de fé, com amor.
Reflexão pessoal: Em que
tem se baseado a sua fé? Na sua capacidade de acreditar ou no seu abandono ao
Amor de Deus? Você tem sido sinal de tropeço para alguém? Qual tem
sido o seu comportamento, diante das pessoas que esperam algo de você? Jesus
nos manda repreender o irmão e perdoá-lo. Como você tem feito isto? Você tem
sabido admoestar as pessoas que causam escândalo, com amor? O que você faz
quando vê um irmão, ou uma irmã no erro?
Propósito:
Pai, concede-me uma fé robusta que me predisponha ao
perdão e me previna contra as atitudes que possam levar meu semelhante a se
afastar de ti.
Nenhum comentário:
Postar um comentário