30 setembro - Tudo sempre para a maior glória de Deus
Nosso Senhor. (L 18). São Jose
Marello
Lucas 9,46-50
"Os discípulos começaram a conversar sobre qual deles era o mais importante. Mas Jesus sabia o que eles estavam pensando. Então pegou uma criança e a pôs ao seu lado. Aí disse:
- Aquele que, por ser meu
seguidor, receber esta criança estará recebendo a mim; e quem me receber estará
recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que é o mais humilde entre vocês,
esse é que é o mais importante.
João disse:
- Mestre, vimos um homem
que expulsa demônios pelo poder do nome do senhor, mas nós o proibimos de fazer
isso porque ele não é do nosso grupo.
Então Jesus disse a João
e aos outros discípulos:
- Não o proíbam, pois
quem não é contra vocês é a favor de vocês. "
Meditação:
A preocupação acerca de quem era o MAIOR no grupo de doze de Jesus
é revelada nos relatos dos Evangelhos. De acordo com o evangelista Lucas,
pelo menos em dois momentos o Senhor tratou desta questão: Lc 9,46-50 (também
relatado por Mc 9,33-41 e Mt 18,1) e Lc 22,24-29.
A tarefa que Jesus se impôs de formar seus discípulos nas
questões do Reino agora se entorpece com a forma de sentir e pensar de seus
discípulos, que obedece à formação cultural e à tradição da época.
Depois de todas as manifestações externas, que entre outras inclui
a ressurreição dos mortos e a cura dos enfermos, Jesus olha para dentro do
grupo de discípulos e percebe que eles seguem pensando com a lógica do
anti-reino.
Ante o reiterado anúncio da paixão e morte de Jesus, eles se
perguntam quem ficará com o poder. O evangelho afirma que surgiu uma discussão
sobre quem era maior entre eles. Ante esta preocupação ambiciosa, a resposta de
Jesus é desconcertante: " O menor entre vocês será o maior".
Esta é a lógica do Reino: a autoridade e autenticidade não
derivam do status, do cargo ou dinheiro, mas da capacidade de serviço entre os
irmãos; ali reside a força da nova comunidade-sociedade formada para o Reino.
O Evangelho de hoje está constituído por duas pequenas unidades
que têm como tema o significado da “grandeza” no Reino de Deus.
Os discípulos discutiam sobre quem deles seria o maior. Nunca se
acabaria a luta contra a ambição? Finalmente chegariam a entender de que se
tratava este assunto do Reino? Então Jesus sentou-se, como um mestre, chamou
aos doze e tomando uma criança, colocou-a a seu lado e lhes disse: “O que
recebe esta criança em meu nome, é a mim que recebe, e aquele que me recebe,
recebe aquele que me enviou. O menor entre vocês é realmente o maior”.
A atitude de Jesus é um
gesto verdadeiramente pedagógico: Jesus põe uma criança ante os discípulos e a
declara protótipo da grandeza no Reino de Deus. A partir deste gesto, Lucas
elabora uma corrente de sentenças impregnadas de matizes característicos de sua
igreja.
A criança não será um exemplo de inocência ou pureza; a criança é
um ser frágil, sem poder, sem pretensões, sem autoridade; não tem nada que
dizer na sociedade e deve limitar-se a obedecer às ordens que lhe dão os
maiores, só pode “receber” com alegria o que se lhe oferece.
O chamado de Jesus a seus discípulos é que renunciem às pretensões
sobre o Reino e aceitem com valentia o que se lhes oferece. Os discípulos devem
mudar substancialmente seu conceito sobre a grandeza.
O fazer-se como crianças não significa voltar a ser o que se foi,
mas renunciar ao poder e optar pela humildade e o serviço aos demais, como
única possibilidade de ser parte no Reino de Deus.
A segunda parte do evangelho de hoje mostra a preocupação dos
discípulos pelo prestígio e a posição elitista que se expressa em seu rechaço
daquele que, mesmo não sendo do grupo dos doze, realiza ação de cura em nome de
Jesus.
A reação de Jesus é imediata: rechaça explicitamente esta atitude
elitista e sectária do grupo. O erro que os discípulos cometeram foi pensar que
o “desconhecido” que invocava o nome de Jesus lhes fazia competição.
Jesus pensa de outra maneira e nos convida a que pensemos como
Ele. Convida-nos a que sejamos abertos a outras pessoas, grupos e movimentos e
trabalhemos por uma causa comum: o Reino de Deus.
Nós, a comunidade dos seguidores de Jesus, devemos estar dispostos
a tolerar e aceitar a TODOS os que trabalham para instaurar no mundo um novo
projeto social.
Reflexão Apostólica:
A tarefa que Jesus se impôs de formar seus discípulos nas
questões do Reino agora se entorpece com a forma de sentir e pensar de seus
discípulos, que obedece à formação cultural e à tradição da época.
Depois de todas as manifestações externas, que entre
outras inclui a ressurreição dos mortos e a cura dos enfermos, Jesus olha para
dentro do grupo de discípulos e percebe que eles seguem pensando com a lógica
do anti-reino.
Ante o reiterado anúncio da paixão e morte de Jesus, eles
se perguntam quem ficará com o poder. O evangelho afirma que surgiu uma
discussão sobre quem era maior entre eles. Ante esta preocupação ambiciosa, a
resposta de Jesus é desconcertante: " O menor entre vocês será o
maior".
Esta é a lógica do Reino: a autoridade e autenticidade
não derivam do status, do cargo ou dinheiro, mas da capacidade de serviço entre
os irmãos; ali reside a força da nova comunidade-sociedade formada para o
Reino.
Jesus hoje nos dá uma grande lição. Acolher os que são desprezados. Investir
uns dez ou vinte minutos do nosso tempo para contar umas piadas para o
porteiro, para dar um bom dia gostoso a faxineira, e lhe perguntar, como
vai? Jesus está nos dizendo que podemos ser mais gentis com os humildes,
dizendo Feliz Natal aos excluídos em geral...
O Evangelho de hoje trata de um assunto que nunca sai de moda: a vaidade. O
desejo de se sentir importante é um dos mais primitivos do ser humano, e cai
como uma luva para o primeiro dia do mês missionário.
Jesus nunca olha para uma pessoa, mas sempre olha através da pessoa. Quando
olhamos para alguém, não percebemos o que aquela pessoa está passando,
pensando, sentindo... Isso nós só conseguimos saber quando nos anulamos e nos
colocamos no lugar da outra pessoa. Jesus foi, então, o maior de todos os
psicólogos que já existiu... Ele sondava o coração, e era capaz de ser aquela
pessoa.
Na passagem de hoje, Ele sondou o coração dos discípulos e sentiu que eles se
perguntavam quem, dentre os 12, seria o maior.
Eles eram humanos como nós, e dentro do grupo, procuravam uma posição de
destaque. Observe que Jesus não coloca todos no mesmo patamar. Jesus admite que
há a possibilidade de alguém ser maior que os outros. Existe uma hierarquia no
Reino dos Céus! Mas essa hierarquia é o inverso da nossa.
Aqui, neste mundo, quanto maior for a sua posição, mais inacessível você se
torna. Na hierarquia de Jesus, quanto mais acessível você for, maior a sua
posição. Viu como inverte duplamente? Neste mundo, você cresce e se torna
inacessível; no Reino dos Céus, você se torna acessível e cresce!
As pessoas têm medo/resistência em falar com você? Algo está errado... O
primeiro passo é assumir. Se você não assumir, não vai conseguir nem passar
para o segundo passo: descobrir o porquê.
A maioria das pessoas quer interagir mais, ter mais e melhores amigos. Mas elas
precisam se ver em você... encontrar a abertura, que pode ser na forma de um
sorriso, uma brincadeira, ou até em você saber o nome dela... E esse já é o
terceiro passo: abrir-se. Em pouco tempo, você já vai ser tão solicitado, que
não vai dar nem conta de tanta responsabilidade.
O missionário do Reino, portanto, não pode desprezar ninguém! É claro que o
menino que Jesus tomou em seus braços nesta passagem, representa não só as
crianças, mas todos os que são "pequenos" para este mundo.
A segunda parte do Evangelho de hoje trata das pessoas que não são do grupo dos
discípulos, mas que usam o nome de Jesus para expulsar demônios. Dá para perceber
alguma semelhança com o que vemos hoje?
Alguns cristãos fazem exatamente isto. E a resposta de
Jesus também serve para nós. Não devemos proibir. Desde que façam o bem às
pessoas, estaremos no mesmo time. Caso utilizem do nome de Jesus para tirar
proveito próprio, eles é quem irão prestar contas, quando chegar o momento.
Propósito:
Pai, que eu busque sempre destacar-me no serviço ao meu
semelhante, de modo especial, os mais necessitados, pois nisto consiste minha
verdadeira grandeza de discípulo.
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