04/10 – São Francisco
de Assis
São Francisco nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182.
Jovem orgulhoso, vaidoso e rico, que se tornou o mais santo dos italianos. Com
24 anos, renunciou a toda riqueza para desposar a “Senhora Pobreza”.
Aconteceu que Francisco foi para a
guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a voz do Patrão que lhe
dizia: “Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?”.
Ele respondeu que ao amo. “Porque, então, transformas o amo em
criado?”, replicou a voz. No início de sua conversão, foi como
peregrino a Roma, vivendo como eremita e na solidão, quando recebeu a ordem do
Santo Cristo na igrejinha de São Damião: “Vai restaurar minha igreja,
que está em ruínas”.
Em 16 de abril de 1209 ele fundou a
Ordem dos Franciscanos. Em 1210 ele recebeu a aprovação do Papa Inocêncio III,
numa dramática audiência papal. Obteve a Indulgência do Papa e começou a
regulamentar a sua Ordem e as exigências para ser membro dela. Uma das
exigências era a pobreza total e a obediência total.
Em 1212 Santa Clara e ele fundaram a
ordem das Clarissas Pobres. São Francisco e 5000 franciscanos foram ao encontro
papal de 1212 e Francisco foi para o Egito e passou a pregar para os
muçulmanos. Ele encontrou-se com o Sultão Malik al-Kamil em Damietta, Egito. O
Sultão reconhecendo Francisco como um homem santo não permitiu que ninguém o
prendesse.
Francisco retornou a Itália porque
membros da ordem estavam mudando suas regras originais para abrandá-las. Ele
procurou a ajuda do Papa para proteger as suas regras e ele enviou Francisco
por toda a Europa e Oriente Médio. Em 1223, foi a Roma e obteve a
aprovação mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida. Na última
etapa de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224. Ele
construiu uma pequena Creche no natal naquele ano e foi o fundador do costume
de se fazer presépios para adornar as igrejas no natal.
Já enfraquecido por tanta penitência,
São Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus
filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas. O seráfico
pai, São Francisco de Assis, retira-se então para a Porciúncula, onde morre
deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226. Passados dois anos
incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado por
Gregório IX.
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 10,13-16
"Jesus continuou:
-
Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os
milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e
de Sidom, os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito
tempo. E, para mostrarem que estavam arrependidos, teriam se assentado no chão,
vestidos com roupa feita de pano grosseiro, e teriam jogado cinzas na cabeça.
No Dia do Juízo, Deus terá mais pena de Tiro e de Sidom do que de vocês,
Corazim e Betsaida! E você, cidade de Cafarnaum, acha que vai subir até o céu?
Pois será jogada no mundo dos mortos!
Então
disse aos discípulos:
-
Quem ouve vocês está me ouvindo; quem rejeita vocês está me rejeitando; e quem
me rejeita está rejeitando aquele que me enviou."
Meditação:
No Evangelho de hoje, Jesus conclui
o discurso em que Ele deu as recomendações aos 72 discípulos que iriam preparar
a Sua chegada nas cidades que Ele pretendia visitar.
A irritação que Jesus demonstra hoje é com as cidades que não acolheram bem os
discípulos de Jesus. Corazim e Betsaida eram cidades em que viviam judeus, ou
seja, o povo a quem Jesus deu a prioridade de receber a Boa Nova em primeiro
lugar.
Este texto, praticamente com as
mesmas palavras, está também no evangelho de Mateus. Lucas inseriu-o no fim das
orientações para a missão dos setenta e dois discípulos, na Samaria.
Temos aqui um contundente texto de imprecação. É um estilo característico do
Antigo Testamento, sendo também encontrado na literatura grega.
Existe uma profunda ligação dessa
passagem com algo que ocorreu com Jonas e os Ninivitas (Jn 3,4-10). Deus, em
muitas narrativas do antigo testamento, é apenas mencionado pela dureza da sua
justiça aos que preferem o mal; no novo testamento, Jesus esforça-se em
apresentar o Deus amoroso e compassivo. O Evangelho de hoje reafirma a presença
soberana do Deus justo.
O evangelho de Lucas narra três “ais”
de Jesus contra três cidades da Galiléia: Betsaida, Corozaim e Cafarnaum. Jesus
constatou que nos lugares onde caberia esperar uma pronta aceitação de sua
mensagem, foi onde encontrou maior resistência e dureza de coração; pelo
contrário, donde não se esperava nada encontrou maior abertura e aceitação.
Àquelas três cidades opõe a atitude
de Tiro e de Sidônia. Lucas ignora a contraposição que faz Mateus de Cafarnaum
com Sodoma (Mt 11, 23).
É a constatação que faz Lucas do
efeito produzido pelo Evangelho dentro e fora do povo de Jesus. Lucas está
consciente da universalidade da mensagem de Jesus, mas não deixa de fazer notar
a obstinação do povo judeu aos desígnios de Deus.
Nesse mesmo sentido, nossas atitudes
não estão muito distantes de se parecerem com as de Betsaida, Corozaim e
Cafarnaum.
Cremos que já sabemos tudo, que não
há nada de novo que nos possa tornar melhores, e disso decorre que existem ao
nosso redor tantas pessoas, tantas coisas, tantas situações que permanentemente
nos estão chamando à mudança, à retificação de nosso modo de ver, sentir,
pensar, e nós nem nos damos conta disso.
E o que acontece no plano pastoral também acontece no institucional. Não
podemos deixar de reconhecer que pertencemos a instituições que na maior parte
do tempo estão fechadas à ação sempre nova do Espírito; fechamento que se
traduz no apego a posições tomadas para guardar o status quo,
posições dogmáticas que empobrecem cada vez mais as possibilidades de
enriquecimento da mensagem, quase com desprezo pelo novo, como se houvesse
autoridade para deter as novas ações do Espírito.
Há quem se creia possuidor de uma
dada verdade, fora da qual ninguém tem nada que dizer, nem acrescentar, contribuir
proporcionar.
Essa foi a realidade que Jesus enfrentou e constatou também o primeiro grupo de
discípulos e discípulas; Paulo a experimentou em sua própria carne e é a mesma
situação que vivemos ainda hoje entre nós.
Seremos premiados por ter guardado
zelosamente algumas verdades de que o tempo e a realidade cotidiana vão exigindo
reformulações, adaptações na linha da fidelidade ao Espírito? Muito
provavelmente não, talvez sejamos julgados, isso sim, por não nos termos
aventurado a deixar agir mais o Espírito.
Jesus declara a íntima relação entre
ele e seu Pai que o enviou. Não é possível admitir que Deus seja grande,
maravilhoso, misericordioso, e tudo o mais que queiramos, e deixar de lado a
proposta de Jesus.
Rechaçar, com a sutileza que o fazemos,
qualquer aspecto do Evangelho é rejeitar Jesus, e rejeitar a ele é repelir o Pai
que o enviou.
Talvez seja difícil escutar entre nós
uma rejeição verbal contra Jesus, mas o que de fato vemos com toda a clareza é
a repulsa prática, o deixar de lado por mil justificativas os aspectos mais
comprometedores e de maior exigência do Evangelho.
Infelizmente, nós passamos a vida
teorizando, inventando planos e projetos de evangelização que muitas vezes
ficam somente em mera teoria; não é esta uma das muitas maneiras de deixar
escapar o próprio Evangelho e por onde se vai Jesus, ou por outras palavras, um
modo de rejeitá-lo?
Como vimos. Jesus dá o veredicto negativo de toda uma cidade pelo mau
acolhimento que alguns deram aos seus discípulos. Talvez houvessem, naquelas
cidades, pessoas que acolheriam bem os discípulos...
Pela falta de hospitalidade e
acolhimento de alguns, todos pagaram! Jesus sabia que a brutalidade e
arrogância dos maus gritam mais alto que a boa vontade e acolhimento dos
bons... como aconteceu em Jerusalém, durante a Sexta-Feira Santa.
A mensagem de hoje vai para os
formadores de opinião pública! Vocês têm um grande poder e uma enorme
responsabilidade nas mãos! Usem da sua influência para tornar as pessoas
melhores: mais acolhedoras, mais educadas, mais hospitaleiras... mais
humanas!...
Quando os discípulos de Jesus
chegarem na nossa cidade, que eles encontrem boa acolhida, para que não
entremos todos na lista onde está Corazim, Betsaida, Cafarnaum...
Reflexão
Apostólica:
Quando acontecem
as fatalidades do dia-a-dia clamamos ardentemente pela justiça divina, mas
quando somos nós os grandes opressores, pedimos a Sua misericórdia.
Deus
nunca, nem no novo e nem no antigo testamento deixou de olhar com justiça sendo
assim compreensível a idéia que realmente precisamos TAMBÉM mudar.
Às vezes
pensamos: Será que somente rezar é suficiente? Trazer essa reflexão é
importante, pois nos trás de volta ao compromisso que temos com a minha própria
salvação e com a dos que me cercam sendo assim, inconcebível a idéia de
salvação sem a cruz.
O mais engraçado
é que todos sabem o que é certo e o que é errado, mas por que então não fazemos
somente o correto?
Passamos
boa parte de o nosso tempo a justificar, para nós mesmos e para os outros, os
atos e gestos (erros) que desde o começo sabíamos que não era para serem
feitos.
Sabemos que é errado, mas não conseguimos deixar de fazer… “(…) Ai de você,
cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres que
foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os
seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo.”.
Iniciamos amanhã o mês missionário e com ele a reflexão que precisamos
antes de tudo começar pela conversão daquele (a) que vemos no espelho todos os
dias. Talvez se conseguirmos convertê-lo (a) ou pelo menos fazê-lo (a) cair menos
vezes, conseguiremos ter um mundo melhor.
Precisamos muito
que isso aconteça, pois Deus é Justo e também será justo com nossa luta em
buscarmos sermos alguém melhor do que já somos hoje.
Uma possível
conclusão: Se sei o que é errado e tenho convicção disso devo começar minha
caminhada de dentro pra fora. Sendo assim…
Propósito:
Pai, move-me à conversão e à
penitência diante do testemunho de Jesus, de modo que eu não incorra em castigo
por minha incapacidade de reconhecer o apelo da salvação.
Jesus
mostra a incongruência entre o serviço a Deus e a Mamon,
o deus Dinheiro. O ser humano é chamado a tomar uma decisão e a optar por
um ou outro. O lado de Deus contém amor, justiça, solidariedade, fraternidade e
serviço. O lado do vil metal envolve tudo que é contrário ao Reino de Deus:
orgulho, ódio, cobiça, inveja, violência e exploração. Não dá para servir ao
mesmo tempo a Deus e ao Dinheiro. Lc 16,13
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