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segunda-feira, 3 de julho de 2023

Evangelho do dia 06 de julho quinta feira 2023

 

06 julho - Trabalho com pureza de intenção, oração confiante e perseverante, total conformidade à vontade divina: este é o distintivo dos verdadeiros ministros do Senhor. (L 41). São Jose Marello

 


Mateus 9,1-8

"Jesus entrou num barco, voltou para o lado oeste do lago e chegou à sua cidade. Então algumas pessoas trouxeram um paralítico deitado numa cama. Jesus viu que eles tinham fé e disse ao paralítico:
- Coragem, meu filho! Os seus pecados estão perdoados.
Aí alguns mestres da Lei começaram a pensar:
- Este homem está blasfemando contra Deus.
Porém Jesus sabia o que eles estavam pensando e disse:
- Por que é que vocês estão pensando essas coisas más? O que é mais fácil dizer ao paralítico: "Os seus pecados estão perdoados" ou "Levante-se e ande"? Pois vou mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho poder na terra para perdoar pecados.
Então disse ao paralítico:
- Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa.
O homem se levantou e foi para casa. Quando o povo viu isso, ficou com medo e louvou a Deus por dar esse poder a seres humanos.
"

Meditação:

 O temor em nossos dias é de transgredir costumes estabelecidos na sociedade. Com frequência damos mais valor às doutrinas do que às pessoas. Jesus desafia essa mentalidade. Para ele a pessoa está em primeiro lugar, em especial em se tratando de alguém que sofre. Jesus, mesmo correndo o risco de ser taxado de blasfemo, não teme libertar da culpa um homem cujos temores o paralisam a ponto de impedir-lhe o movimento.

Porém, a blasfêmia maior em nossos dias é não usar a força transformadora da própria religião a favor do bem-estar da pessoa que sofre. Jesus desafia seus adversários e assume uma atitude eficaz de compaixão, amor e solidariedade como caminho para alcançar a liberdade humana. Em nossa época as maiores blasfêmias já não contradizem certas doutrinas religiosas.
Blasfêmia hoje é questionar as práticas que nossa cultura secular consagra. É mal visto questionar o consumismo que paralisa a maior parte das pessoas a ponto de levá-las ao sedentarismo, à obesidade e ao conformismo. Da mesma forma, tornou-se inquestionável a exploração a que são submetidas nações inteiras com o objetivo de baixar custos de produção.

No bloco de dez milagres coletados por Mateus, nos capítulos 8 e 9 de seu evangelho, temos, hoje, a narrativa de cura de um paralítico. Mateus resume a narrativa de Marcos, rica em pitorescos detalhes.
No texto se percebe que o essencial é o perdão dos pecados, sendo a cura apenas o seu sinal. As elites religiosas das sinagogas e do Templo humilhavam e mantinham o povo submisso, imputando-lhes o caráter de "pecador" por não observarem as centenas de preceitos da Lei. A própria doença era considerada como fruto do pecado.
O tema central não é o milagre enquanto tal (a cura do paralitico), mas o perdão dos pecados. Vivemos em um mundo onde o ódio, o rancor, a vingança para com o outro faz parte da vida das pessoas. Custa-nos perdoar quem nos ofendeu ou nos tenha maltratado física e/ou moralmente. Por isso Jesus propõe outro modelo, outra forma, outro sistema de valores.
O perdão e a misericórdia são importantes na vida do cristão. Nessa passagem evangélica, Jesus tem misericórdia do paralitico e o cura. A cura, porém, não é só no aspecto físico, mas também espiritual, pelo perdão dos pecados, apresentando-o limpo diante de Deus e diante dos homens. A fé do paralitico e daqueles que o conduziam, anima Jesus a realizar a cura.
Jesus se admira da segurança dos que conduziam a paralítico. É o oposto dos letrados, que não creem nas palavras de Jesus e o acusam de blasfemo. Este é o pecado maior dos letrados: não reconhecer a ação libertadora de Deus em Jesus, em meio da desgraça, exclusão e marginalização em que tantas pessoas vivem.

A libertação do pecado só poderia ser feita no Templo, mediante ofertas, em nome de Deus. Agora, o homem paralítico, considerado pecador, está libertado por Jesus, pode mover-se e ter iniciativas. Em Jesus, Deus dá aos humanos o poder de libertar-se dos pecados, e no amor e na prática da justiça, transformar o mundo.
Mateus, além de demonstrar o poder de Jesus, quer realçar a fé daquela multidão que se aproximou de Jesus, atraída a Ele justamente por causa deste poder. Fé tão grande que venceu todas as dificuldades. Fé que é confiança ilimitada no poder de Jesus, posto a serviço do ser humano.

Por fim, Mateus, depois de nos contar a cura e o perdão dos pecados do paralítico, nos fala daquela multidão que, diante deste milagre de Jesus, ficou com medo, glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens.

O poder de Jesus de perdoar os pecados foi passado aos seus discípulos-apóstolos, quando ao ressuscitar dos mortos e aparecendo-lhes, disse-lhes: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós”. Depois destas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 21-23).

Antes Pedro, à pergunta de Jesus: “No dizer do povo, quem é o Filho do homem?” E aos seus discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. E Jesus disse a Pedro: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus: Tudo o que ligares na Terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus (Mt 16,13-19).

Portanto, a Igreja de Cristo e na Igreja os homens escolhidos por Cristo, têm a missão de administrar o sacramento do perdão. Não são eles que perdoam. Mas é Cristo que o faz na pessoa do Sacerdote. Este poder de perdoar os pecados é inseparável da pessoa de Cristo e da Sua Igreja, Uma, Santa Católica e Apostólica.

Reflexão Apostólica

(…) Onde é mais fácil que vejamos a ação de Deus na nossa vida, quando Deus realiza uma cura ou nos concede alguma graça pela qual suplicamos ou fizemos promessas ou quando ele perdoa os nossos pecados? É claro que ao lermos este texto, afirmamos que é quando ele perdoa nossos pecados, mas a gente não vê as pessoas celebrarem ações de graças quando são perdoadas e sempre vemos celebrações em ação de graças por curas, conquistas e coisas do gênero. Isto tudo nos mostra que intelectualmente sabemos as coisas certas, mas existencialmente vivemos subordinados aos valores do mundo, de modo que somos pessoas divididas entre o que falamos e o que de fato acreditamos. O Evangelho de hoje é para todos nós um convite: precisamos de fato enxergar mais além para valorizarmos mais os verdadeiros dons que Deus nos concede”. (CNBB)

Sinto que estou me repetindo em algo que já escrevi em reflexões anteriores. Mas acredito que certas coisas muito importantes da nossa vida devem ser repetidas, refletidas para serem eliminadas ou corrigidas.

 O pecado tem tamanha influencia em nossas vidas que Jesus se empenhava ao máximo a libertar as pessoas, especialmente as mais simples, desse grande mal, no entanto ainda existem fariseus mais preocupados com os erros do que os acertos.

A quem compete curar e libertar? Realmente existe um grupo de pessoas eleitas por Deus a serem melhores que outras? O que leva alguém a deixar de anunciar a verdade e a paz para pregar uma grande mentira e a guerra? Fazendo uma grande analogia a esse fato pergunto: do que adianta ser um preso confesso e arrependido do seu crime, mas ainda está preso ao crime que cometeu? Do que adianta o arrependimento se não ter um bom comportamento?
Nos questionamentos acima, vivemos a difícil situação de falarmos algo, no entanto vivendo outra. Em ambos os casos ainda falta algo
O que mais incomodava aos mestres da lei narrado no evangelho de hoje era o fato de Jesus propor-se a libertar ou mudar a realidade do paralitico. O homem poderia até continuar a claudicar (mancar), mas não seria mais refém do pecado. Como questionei acima, de que adianta a cura se não houver uma mudança de comportamento real?
É importante frisar que a dedicação de Jesus estava e ainda está na remissão do pecado e não na doença, na fatalidade, no problema e sim na mudança do ponto de vista sobre sua própria vida. Um homem deitado e prostrado tem uma visão bem diferente daquele que se encontra de pé ou daquele que está acima de um monte…

Muitos irmãos, inclusive nós, precisam apenas de uma oportunidade de levantar. Eles precisam é da mudança de realidade. Ao oferecer uma nova chance, Jesus renovava a vida de quem o encontra. Não posso então me alimentar da hipocrisia e acreditar que NÓS, paralíticos, deixaremos de MANCAR ou errar, mas ao sermos apresentados a nova realidade, dificilmente voltaremos a deitar no leito.
Jesus diz “
(…) Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa”. Apesar de ainda mancarmos, nunca mais seremos os mesmos. Ao voltarmos para casa, para nossa realidade, nossas vidas, ainda teremos a cama (o leito, o pecado) a nos rondar. A grande proposta de Jesus foi em dizer LEVANTE e coube aos fariseus em olhar apenas a cama.
A atitude de Jesus, mesmo sendo questionada, se foca no perdão e não na cura. “(…) Pois vou mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho PODER NA TERRA PARA PERDOAR pecados”. A cura passa a ser consequência da vontade de mudar.
Esqueçamos a doença, ajudemos aos irmãos a levantar.

 Propósito:

Valorizar mais os verdadeiros dons que Deus nos concede. 

 

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