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domingo, 30 de julho de 2023

EVANGELHO DO DIA 06 DE AGOSTO 2023 - TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

 

06 agosto - TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR JESUS CRISTO.

Abracemo-nos em Cristo e, no momento de nos juntar a Ele na união mística da Eucaristia, transfiguremo-nos. (L 11). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 17,1-9

 "Seis dias depois, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João, ... a uma alta montanha. E foi transfigurado diante deles: seu rosto brilhou como o sol e suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisto apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Pedro, então... lhe disse: "Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias". Ainda estava falando, quando uma nuvem... os cobriu com sua sombra. E, da nuvem, uma voz dizia: "Este é o meu filho amado, nele está meu pleno agrado: escutai-o!" Ouvindo isto, os discípulos caíram com o rosto em terra e ficaram muito assustados. Jesus se aproximou, tocou neles e disse: "Levantai-vos, não tenhais medo". Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não ser Jesus. Ao descerem da montanha, Jesus recomendou-lhes: "Não faleis a ninguém desta visão, até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos". "  

Meditação

 Duas perguntas logo nos vêm à mente: O que foi a "Transfiguração"? E para quê?

Tudo o que temos notícia sobre esse episódio é o que os Evangelistas narraram, com suas limitações. Vale lembrar que o Evangelho de Lucas foi o mais rico em detalhes, pois ainda disse sobre qual assunto Jesus conversava com Moisés e Elias: a morte de cruz a qual Ele iria padecer.
Mas e o "rosto brilhante como o sol"? E as "vestes mais brancas do que a melhor lavadeira poderia alvejar"? Se os três discípulos que presenciaram a cena foram fiéis na descrição do que viram, a única conclusão que podemos chegar é de que o Céu se abriu, e Jesus tomou conhecimento de todo o plano que seu Pai tinha para Ele.
No dia do Batismo de Jesus, a voz do Pai disse: "Este é o meu filho muito amado, no qual eu ponho a minha afeição." E hoje, na Transfiguração, a voz disse: "Este é o meu filho amado, no qual pus todo o meu agrado. Ouvi-o." É uma ORDEM direta do Pai. Sem intermediários. E mesmo assim, Jesus só permitiu que esse episódio fosse revelado às outras pessoas, após a sua ressurreição!
A cena da Transfiguração tem uma razão de ser, para os três discípulos que subiram com Jesus ao monte. Seria impossível duvidar da divindade de Jesus, após ter presenciado uma cena como aquela! E seria uma grande desobediência contra o Deus Todo-Poderoso se eles não seguissem aquela ordem direta: "Ouvi-o!"
Essa é a ordem que nós também devemos seguir, para que possamos, um dia, ressuscitar e subir aos Céus transfigurados, mais limpos do que já estivemos algum dia nessa terra...
O Pai nem chegou a dizer que deveríamos "seguir Jesus", pois já está implícito que quem o ouve, de verdade, vai seguir O caminho, A verdade e A vida.
A radical transformação do mundo atual parece ter deixado na sombra o sentido da vida, porque se tornou incapaz de escutar “a voz do silêncio suave” (1Rs 19,12), que ressoa das profundezas da história.
Daí decorre a dificuldade radical de enxergar qualquer outra dimensão da realidade que esteja acima ou por dentro da experiência humana. Não é mais capaz de ler os sinais da presença de Deus na história, dando a impressão de que a realidade seja algo inconsistente e sem valor, e que, no fim das contas, a história humana não passa de uma tremenda ilusão.
No entanto, olhando mais em profundidade, a experiência da tristeza e da angústia e a agitação da vida moderna, tão repleta de conflitos, exprimem uma exigência de sentido e um desejo de serenidade e de paz.
O episódio evangélico da Transfiguração revela exatamente esta dimensão e pode ser um autêntico sinal de esperança também para o nosso tempo. Não se trata simplesmente de um “olhar” diferente do jeito comum de considerar as coisas, mas está em jogo uma “visão penetrante” de algo que pode mudar radicalmente a vida e o seu sentido
No Evangelho de hoje, somos convidados a subir a montanha em companhia de Pedro, Tiago e João, seguindo os passos de Jesus que se afasta da multidão e se recolhe para rezar.
A montanha na Bíblia é o lugar da presença e da manifestação de Deus. Foi sobre uma montanha que a Lei foi dada a Moisés; como também foi sobre uma montanha que Elias revelou o Deus único.
Agora, é Mateus que nos conta o que se passou naquela montanha onde estão reunidos Jesus com os três discípulos: “ele foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz”.
Esta mudança no rosto de Jesus que o torna luminoso como o sol é o que chamamos “Transfiguração”. Transfigurar significa mudar a figura ou a feição.
Imaginando como poderíamos entender melhor a transfiguração de Jesus, lembremos o rosto de algumas pessoas que nos passam essa ideia: o rosto de uma mãe que amamenta seu filhinho, o de um adolescente apaixonado etc.  O que caracteriza o olhar de todos eles é o brilho no olhar.
E o que faz iluminar a expressão destas pessoas? O amor. É o amor que transparece do rosto deles e os torna brilhantes.
Com certeza, foi o amor que tornou o rosto de Jesus resplandecente. Enquanto estava rezando, ele entra em contato com o Pai, e o amor entre eles é tão grande que chega a alterar a sua aparência.
Os três apóstolos que o acompanhavam certamente ficaram perplexos ao verem esta mudança; principalmente, quando apareceram Moisés e Elias, conversando com Jesus.
Moisés, que guiou o povo de Israel da escravidão do Egito à libertação dada por Deus; e Elias, que foi assunto ao céu numa carruagem de fogo (2 Rs 2,11). Os dois, que representam toda a história de Israel, aparecem na montanha para conversarem com Jesus.
Mas, qual era mesmo o assunto da conversa deles? Conversavam sobre a morte que Jesus iria sofrer em Jerusalém, falavam da paixão de Jesus.
Nesse ínterim, Pedro constata maravilhado: “Senhor, é bom estarmos aqui!” E propõe: “Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”.
Pedro tem razão: deve ter sido muito bom mesmo estar ali imersos na luz do amor entre o Pai e o Filho, escutando o diálogo com Moisés e Elias. Era tão bom que Pedro queria que aquele momento nunca acabasse. Por isso é que ele propôs fazer três tendas.
Normalmente, quando as pessoas vão a uma montanha para acampar, ou seja, querem passar mais tempo lá, levam e armam suas barracas.
Porém, enquanto Pedro fazia a sua proposta, saiu uma voz do céu com outra indicação: para saborear aquele momento extraordinário, não era preciso armar as tendas, mas ter um coração atento para ouvir a Palavra de Jesus.
De fato, o Pai diz: “Este é meu Filho amado, no qual eu pus todo meu agrado, escutai-o!”. Não faz muito tempo que ouvimos a mesma declaração no Batismo de Jesus. E este é um detalhe muito interessante, pois o Pai está dizendo que aquele Filho que começou o ministério no Jordão é o mesmo que está prestes a morrer crucificado.
A força da voz do Pai deve ter sido uma experiência esplendorosa para os apóstolos, a ponto de ficarem assustados. Mas Jesus lhes diz: “Levantai-vos e não tenhais medo”. A voz de Jesus inspira em nós discípulos confiança e esperança.
A força da voz do pai insiste: “Escutai-o!” Escutar! É a melhor maneira para se preparar para a Páscoa: escutar a Palavra que Jesus veio nos dar. Escutar com os ouvidos, mas, sobretudo, escutar com o coração. Só assim podemos ficar com o nosso rosto transfigurado.

 Reflexão Apostólica:

 Jesus mostrou-se em sua natureza divinal apenas aos mais próximos, escolhidos a dedo, só aos que considerou preparados para tanto e provando que pode se fazer presente tanto no céu como na terra.
O evento, narrado no Evangelho de hoje, serviu, sem dúvida, para aumentar a fé dos discípulos, uns mais questionadores do que outros, dando-lhes uma pequena amostra de como é viver em vitória e santidade, sem mancha nem pecado, verdadeiramente livre de qualquer casca terrestre. Daí a idéia de sol, branco, luz incandescente.
Moisés e Elias conversando com Jesus comprovam que a Palavra de Deus é uma só. O Antigo e o Novo Testamento se complementa, pois tudo faz parte do projeto de Deus, e ainda que Moisés, Elias e Jesus são três figuras distintas a serviço do Pai, cada uma a seu tempo, mas reconhecendo e confirmando o papel do Filho de Deus no contexto divino.
Pedro, por sua vez, num misto de ingenuidade, acolhimento, ignorância, como o homem comum, antecipa-se em buscar servir da forma humana, limitada, ainda que de boa-fé, e sem entender a infinidade do milagre que está à sua frente.
Quantas vezes, como Pedro, presenciamos milagres e não entendemos ou não acreditamos na grandeza do que Jesus nos mostra? Ou nos precipitamos à vontade de Deus?
Às vezes precisamos levar sustos com as coisas de Deus para conseguirmos ouvir e atentar à sua proposta, à sua voz, àquilo que Ele quer que façamos, isto é, colocar Jesus como nosso, caminho, verdade e vida. Assim somos de alguma forma seus eleitos, também escolhidos para ter participação no plano celeste.

Jesus sempre vem para nos dar força, afastar nosso medo, mesmo quando este advém do desconhecimento da imensidão de seu reino que nos é oferecido, animando-nos a ter coragem, esta que muitas vezes está em deixar-se conduzir por seus ensinamentos e pelo Espírito Santo, sem comodismo, mas com muita fé.
Infelizmente, nos dias de hoje, o rosto de Jesus aparece mais desfigurado que transfigurado. Desfigurado em tantos rostos humanos por causa da pobreza extrema.
Jesus sofredor aparece desfigurado no rosto de crianças doentes, abandonadas, desfrutadas; no de jovens desorientados, perdidos; no dos excluídos da sociedade; no de desempregados, no de idosos abandonados até mesmo pela família. São muitos os desafios que os missionários de Jesus têm de enfrentar. Coragem! Levantai-vos e não tenhais medo.

Devemos lembrar que, mesmo cientes da glória de Deus em nossas vidas, enquanto humanos, devemos seguir nossa caminhada, na convivência com o próximo, com contemporaneidade, sempre testemunhando a renovação que Jesus causa em nossa vida.
Que a glória do Senhor não seja por nós esquecida, pois Ele nos convida a vivermos em luz e santidade, e ainda aqui na terra, a tomar parte de suas bênçãos, para assim aumentarmos nossa fé, e o servirmos com ânimo e confiança em sua Palavra. 

 Propósito:

 Pai, que eu seja capaz de contemplar a cena patética de Jesus pendente da cruz, sem me deixar abater pela estupefação, para poder contemplá-lo glorioso na ressurreição.

 

Quando pediu que os discípulos rezassem com perseverança, Jesus queria dizer que orassem sem desanimar.
Isso pode ser aplicado à sua vida.
Se deseja que suas orações sejam atendidas, jamais hesite.
A confiança e a fé apontadas por Jesus deveriam mover montanhas. (cf Mc 11,23)


Entregue com muita confiança seus desejos aos Senhor da vida.

 

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