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terça-feira, 14 de maio de 2019

EVANGELHO DO DIA 19 DE MAIO 5º DOMINGO DA PÁSCOA - DIA DO CONGREGADO MARIANO



19 maio  - Alguns santos Padres disseram que a distância que existe entre nós e Maria Santíssima é infinita. Mas nós a podemos sempre diminuir tornando-nos seus verdadeiros devotos. (S 212).São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São João 13,31a-35

"Quando Judas saiu do Cenáculo, disse Jesus aos seus discípulos: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele, Deus também O glorificará em Si mesmo e glorificá-l’O-á sem demora. Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros."

Meditação
 

Os seguidores de Jesus foram assimilando pouco a pouco que ele verdadeiramente estava vivo. O que antes lhes parecia uma irrealidade e era motivo de dúvidas e temor, com o correr do tempo lhes foi aclarando e se convenciam interiormente de que Jesus vivia no meio deles porque eram capazes de comprometer-se a trabalhar pelas pessoas de seu tempo e porque haviam mudado suas vidas a ponto de serem pessoas novas e cheia de entusiasmo e de vida capazes de entregar-se completamente àqueles a quem se dirigia sua pregação.

A pregação dos Apóstolos animava aos discípulos que haviam abraçado a fé no ressuscitado e recordava que o Reino de Deus é uma exigência constante e séria, e que assim como é uma realidade trazida por Deus e realizada e inaugurada com a vida de Jesus, também exige compromisso de radicalidade e de transformação por parte dos que o recebem como projeto real de vida.

Com Jesus Cristo chega o Reino de Deus, mas chegará sua consumação na Parusia. Por isso os cristãos desde o tempo do primeiro anuncio, pediam ao Pai, como faz hoje a Igreja, com a mesma oração que Jesus ensinou: “venha a nós o vosso Reino” (Mt 6, 9ss)

A idéia que nos apresenta a segunda leitura, do Apocalipse, é a recriação da obra de Deus. Deus, segunda as páginas do Gênesis criou um mundo bom, uma terra possível de ser habitada e um céu sob o qual todos os seres eram iguais em dignidade, em direitos e deveres. Mas pouco a pouco o ser humano se deixou corromper o coração pelo ódio, e por egoísmo dominou os recursos naturais. Uns submeteram outros até empobrecer a muitos e gerar o caos sobre a terra.

Por isso, desde o anuncio dos profetas se proclamava a criação de “um céu novo e de uma terra nova” (Is 65, 17), já que a obra de Deus havia sido degenerada pelos mesmos homens e mulheres que prejudicaram seu interior e começaram a ser causa de morte e de desigualdade.

O vidente do livro do Apocalipse vê consumada a palavra que no passado pronunciara o profeta Isaias: vê como Deus recria o céu e a terra e faz possível que homens e mulheres o aceitem nessa realidade messiânica chamada Reino de Deus.

Este Reino que Jesus anunciou em sua vida e que seus primeiros seguidores assumiram, não é exclusivamente dos circuncidados: é para todo aquele que está a favor de Deus, do Deus da vida, da justiça de paz. 

A saída de Judas da Ceia para concretizar a prisão de Jesus, dando início à sua Paixão, aparece como o início da sua glorificação.

É que a Paixão e a Morte do Senhor não é urna derrota, mas é uma vitória sobre o demônio e o pecado. Por outro lado, se temos em conta que o verbo glorificar, sobretudo na forma médio-passiva, como é este o caso, tem um sentido manifestativo, em vez de «agora foi glorificado…» poderia traduzir-se: «agora é que se revela a glória… (Jo 12, 23; 17, 1-5).

Sendo assim, o texto do Evangelho indica que na Paixão-Morte-Ressurreição se mostra a glória de Cristo, ao dar, por meio da sua morte, a vida eterna e o Espírito Santo aos que crêem. 

A lei do amor fraterno não era uma novidade (Lv 19, 18), mas Jesus dá-lhe um sentido e uma medida nova, que não é apenas a medida dum coração humano, mas a do coração de Cristo – «como Eu vos amei» –, que entrega a sua vida pela redenção de todos (1Jo 4, 9-11); segundo conta Tertuliano (Apolog. 39), os primeiros cristãos tomaram tão a sério estas palavras do Senhor, que os pagãos exclamavam admirados: «vede como eles se amam!» (Jo 15, 12.13.17; 1Jo 2, 8; Mt 22, 39; Jo 17, 23; At 4, 32).

Por outro lado, «o mandamento novo» sugere a Nova Aliança, pois então a Lei e a Aliança se consideravam duas noções paralelas; aqui Jesus atual não como um simples intermediário de Deus, à maneira de Moisés, mas com uma autoridade própria e em seu nome próprio, ao dizer: «Eu dou-vos um mandamento

O evangelho nos apresenta alguns versículos do grande discurso de despedida de Jesus na noite da Ceia, em que o Mestre entrega seu testamento espiritual aos discípulos: o grande mandamento do amor como sinal visível da adesão de seus discípulos a ele e da vivência real e afetiva da fraternidade. 

O mundo poderá identificar de que comunidade se trata se os discípulos guardam entre si este mandamento do amor. Jesus resgata a Lei, ao propor o amor como o melhor meio para seu cumprimento. Quem ama, demonstra que está cumprindo com os demais preceitos da Lei.

É possível que na comunidade primitiva se tenha discutido qual devesse ser seu distintivo próprio e inequívoco. Para isso, apontam para as próprias palavras de Jesus. Num mundo carregado de egoísmo, de invejas, rancores e ódios, a comunidade é chamada a dar testemunho de outra realidade completamente nova e diferente: o testemunho do amor.

Um dos principais motivos pelos quais tantos cristãos abandonam a Igreja é a falta de um testemunho muito mais aberto e decidido a respeito do amor. Com muita freqüência, nossas comunidades tornam-se verdadeiros campos de batalha em que nos enfrentamos uns aos outros, sem reconhecer no outro a imagem de Deus. 

Isso afeta a fé e a boa vontade de muitos fiéis. Por certo, não se trata de nossas comunidades e grupos serem totalmente alheios ao conflito, não; o choque é necessário em certa medida, porque, a partir dele, pode-se criar um ambiente de discernimento, de purificação da fé e das convicções mais profundas em relação ao Evangelho; no enfrentamento – considerado em termos de respeito e amor cristão mútuo – aprendemos justamente o valor da tolerância, do respeito à diversidade, e a melhora de nossa maneira de entender e praticar o amor. Do conflito, assim entendido – inevitável onde há mais de uma pessoa –, é possível criar espaço para construir e crescer. 
Para isso, fazem falta a fé, a abertura à mudança e, sobretudo, a disposição de aceitarmos receber a força viva de Jesus. Somente dessa forma, nossa vida humana e cristã irá adquirindo cada vez maior sentido e irá se convertendo em testemunho autêntico de evangelização.

Em resumo, como atesta ainda uma vez o apóstolo Paulo, de rico que era, tornou-se pobre. Reconheces a novidade de seu amor para conosco? A lei mandava amar o irmão como a si mesmo.

Jesus, porém, amou-nos mais que a si mesmo. Se não nos houvesse amado assim, não teria descido de sua natureza de Deus e de sua igualdade com o Pai até nossa miséria; não teria suportado por nós morte tão cruel, as bofetadas dos judeus, as zombarias e injúrias, em uma palavra, tudo o que sofreu e que não acabaríamos de enumerar.

Se não nos houvesse amado mais que a si mesmo, também não teria querido de rico tornar-se pobre. Inaudita e nova é, portanto, a medida deste amor!

Em conseqüência, ele manda que também nós nos disponhamos a nada preferir ao amor dos irmãos, nem a glória, nem as riquezas, e a não hesitarmos, quando nos for pedido, enfrentar a morte para salvar o próximo.

Foi isso que fizeram os santos discípulos de nosso Salvador e aqueles que lhes seguiram os passos, antepondo a salvação dos outros à própria vida; não fugiram a nenhum sacrifício e não recusaram sofrer os mais graves males para salvar as almas em perigo de se perderem. Por isso diz Paulo: Diariamente, corro risco de vida (1 Cor 15, 31). E ainda: Quem fraqueja, que eu também não fraqueje? Quem tropeça, que eu não fique febril? (2 Cor 11, 29).

O Salvador mandou que cultivássemos esse amor, superior àquele ordenado pela lei antiga, como raiz da mais perfeita piedade para com Deus. Pois sabia que não podemos agradar a Deus e obter os bens sublimes e perfeitos, senão seguindo a beleza daquele amor por ele mesmo derramado em nossos corações.

Tenho colocado o Amor no centro de minha vida? Tenho Jesus como modelo e medida a serem alçados em meu progresso no amor? A revelação do mandamento do amor nos diferencia das demais religiões?

Os vv. 33-35 apresentam novo tema, o do amor. A glória de Jesus outra coisa não é senão a obediência ao Pai e o amor às pessoas, manifestados em suas palavras e sinais. Agora ele se dirige aos discípulos, chamando-os carinhosamente de filhinhos. Diante da iminente partida de Jesus, à comunidade resta só um caminho para continuar unida a ele: viver o amor. Este é o estatuto e a identidade de quem pretende permanecer unido a Jesus.

A herança deixada à comunidade é o mandamento novo: “Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, assim também vocês devem se amar uns aos outros” (v. 34). O mandamento é novo porque supera a Lei, incapaz de revelar de forma definitiva a vontade de Deus. O mandamento é uma ordem, um imperativo – amem-se –, porque é dado por quem preencheu todas as exigências de Deus.

Não é imposto de fora, mas vem de dentro, como condição indispensável para a consecução do projeto divino. Não é norma, e sim o único modo de proceder do cristão.

Jesus dera o exemplo. Pouco antes, lavara os pés dos discípulos (cf. comentário ao evangelho da quinta-feira santa), mostrando o que é amar: “Como eu os amei”. O amor é gratuito. Poder-se-ia esperar que Jesus dissesse: “Amem a mim como eu amei vocês”. Mas não! Ele não pede retribuição para si. Pede que os discípulos se amem uns aos outros. É assim que amarão Jesus!

O amor é ativo. Deve ser manifestado em gestos. Dessa forma, a revelação de Jesus se prolonga no amor das pessoas na comunidade: “Nisso todos conhecerão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor uns para com os outros”.

Reflexão Apostólica:

Depois que Judas saiu do cenáculo, disse Jesus: "Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros."

O texto é a introdução do discurso de despedida, no qual Jesus apresenta seu testamento antes de voltar para o Pai. Estamos, portanto, diante de uma síntese da vida de Jesus, diante das normas que irão traçar o caminho da comunidade que procura concretizar o projeto de Deus.

O grande segredo da renovação das comunidades reside no serviço. Momentos antes de proferir as palavras que são objeto de nossa meditação, hoje, Jesus, após lavar os pés de seus discípulos, perguntou-lhes: Sabeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés, uns dos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós (vv. 12-15). 

Jesus apresenta a comunidade do serviço como alternativa, como proposta nova para todas as sociedades de nossos dias, baseadas comumente na competição, no merecimento, no domínio, no poder. E a que custo? Nós o sabemos muito bem. Quantas vezes o mundo da competição, do consumismo, da glória de ter mais está fundado nas lágrimas dos pobres, nas angústias e no sangue dos humildes!

O Reino de Cristo é diferente, não tem marca distintiva, não vive fora deste mundo: o que nos deve caracterizar é a lógica do amor gratuito, como o amor de Deus por nós, sem distinção.
Nossas comunidades são de fato guiadas só pela lógica do amor e do serviço em favor dos mais humildes sem interesse, sem desejo de reconhecimento, sem forçar elogios? Acreditamos, de fato, que o mandamento deixado como herança por Jesus é um presente: é o caminho que conduz à felicidade, aqui e agora?
O mundo novo instaurado por Jesus ressuscitado para sempre, terá como base fundamental o amor, amor que supera todas as fronteiras e que possibilita a harmonia e a verdadeira convivência em torno a Deus, que é seu fundamento.

O amor então será o sinal máximo da vida na “nova terra e no novo céu”, e assim cumpriremos o encargo dado por Jesus de “amar-nos uns aos outros”. Por esse amor conhecerão a seus seguidores em todo mundo.

Quando amamos de verdade, sem interesse e sem limitações, estamos dando uma pequena mostra de como será a realidade da vida no Reino de Deus. Então que nos reconheçam como verdadeiros cristãos na capacidade de amar. 
Propósito:
Ó Deus, nosso Pai, que, por meio de Jesus, destes por lei ao vosso povo santo, o novo mandamento de amar como Cristo nos amou. Fazei de nós, todos os cristãos, testemunhos vivos desse mesmo amor, para que possamos difundí-lo por todo o universo.


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