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domingo, 28 de janeiro de 2024

Evangelho do dia 29 janeiro segunda feira 2024

 

29 de janeiro - Temos que sofrer muitas contradições na carne e no espírito. Mas esta é a nossa missão: carregar generosamente a cruz seguindo as pegadas do Mestre. Ele certamente nos dará a força necessária para que possamos chegar, sem desvios, à grande meta do Paraíso. (L 52). São Jose Marello

 

Marcos 5,1-20

Naquele tempo, 1Jesus e seus discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. 2Logo que saiu da barca, um homem possuído por um espírito impuro, saindo de um cemitério, foi a seu encontro. 3Esse homem morava no meio dos túmulos e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. 4Muitas vezes tinha sido amarrado com algemas e correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava as algemas. E ninguém era capaz de dominá-lo. 5Dia e noite ele vagava entre os túmulos e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. 6Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele 7e gritou bem alto: “Que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Eu te conjuro por Deus, não me atormentes!” 8Com efeito, Jesus lhe dizia: “Espírito impuro, sai desse homem!” 9Então Jesus perguntou: “Qual é o teu nome?” O homem respondeu: “Meu nome é ‘Legião’, porque somos muitos”. 10E pedia com insistência para que Jesus não o expulsasse da região. 11Havia aí perto uma grande manada de porcos, pastando na montanha. 12O espírito impuro suplicou, então: “Manda-nos para os porcos, para que entremos neles”. 13Jesus permitiu. Os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. E toda a manada — mais ou menos uns dois mil porcos — atirou-se monte abaixo para dentro do mar, onde se afogou. 14Os homens que guardavam os porcos saíram correndo e espalharam a notícia na cidade e nos campos. E as pessoas foram ver o que havia acontecido. 15Elas foram até Jesus e viram o endemoninhado sentado, vestido e no seu perfeito juízo, aquele mesmo que antes estava possuído por Legião. E ficaram com medo. 16Os que tinham presenciado o fato explicaram-lhes o que havia acontecido com o endemoninhado e com os porcos. 17Então começaram a pedir que Jesus fosse embora da região deles. 18Enquanto Jesus entrava de novo na barca, o homem que tinha sido endemoninhado pediu-lhe que o deixasse ficar com ele. 19Jesus, porém, não permitiu. Entretanto, lhe disse: “Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti”. 20E o homem foi embora e começou a pregar na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados. 

Meditação:

No Evangelho de hoje, vemos um claro contraste entre a obra do demônio e a de Deus. O que nos faz lembrar das palavras de Jesus registradas em João 10,10 "o ladrão não vem senão para matar, roubar e destruir; mas eu vim para que vocês tenham vida e a tenham com abundância".

 O Diabo é esperto para cativar e ludibriar as pessoas, apresentando uma série de atrativos que têm, por objetivo último, o de matar, roubar e destruir. Tudo o que ele oferece termina em inferno. O Gadareno não nasceu endemoniado. Ele foi uma pessoa como outra qualquer. Ele até mesmo tinha mulheres e filhos (v. 19).

 A Bíblia adverte: "Não deis lugar ao Diabo" (Ef 4,27). As pessoas podem se afundar no pecado até ao ponto de se verem totalmente dominadas pelo mal. Eis aí o retrato mais grotesco do que os demônios pretendem fazer com os seres humanos. Dominado e derrotado pelo mal, aquele gadareno não habitava mais em casa, mas em um cemitério (v. 3), e era impelido pelos demônios para a solidão do deserto (Lc 8,29).

 Tornou-se um ser anti-social e violento (v. 4), vivendo inquieto e ansioso, andando de um lado para o outro numa angústia sem tréguas (v. 5). Ele passou a não apreciar e nem a valorizar mais a própria vida. Perdeu o pudor e, sem nenhum respeito próprio, andava sem roupas (Lc 8,27). Com um espírito autodestrutivo, feria-se a com pedras (v. 5).

Este é um quadro chocante, mas devemos saber que o adversário tem estratégias diferentes para atingir pessoas diferentes. Geralmente ele é mais sutil.

 Quantos não ficam surpresos consigo mesmos ao serem tomados pelo ódio, rancor, chegando mesmo a agirem com assustadora violência? Quantos não estão também estressados e angustiados sem conseguir descansar direito? Quantos não estão perdendo o pudor. Por exemplo, o que acontece em certos bailes funk.

 Onde foi parar a dignidade humana? E quantos não estão também experimentando uma grande solidão? Mesmo em meio a multidão, sentem-se como um Robson Crusoé. Não tem amigos em quem possam confiar. Feridos e traumatizados, desenvolveram verdadeiras couraças que servem de barreiras para o desenvolvimento de saudáveis relacionamentos interpessoais. Estão, de fato, sem perceber, sendo impelidos para o deserto.

Mas a boa notícia é de que há esperança, mesmo para alguém tão arruinado como era o caso do endemoniado gadareno. Jesus o libertou! De modo que, agora, ele podia ser visto assentado tranquilamente na comunhão de Jesus e de seus discípulos (v. 15). Sinal de que estava apto a voltar ao convívio social. E não se encontrava mais nu, pois estava agora vestido (v. 15)!

 Recobrou sua honra e dignidade! E já não mais gritava e agia como um louco, pois havia recuperado o bom senso (v. 15). Além destas três coisas maravilhosas, outra é que ele agora encontrou razão e motivação para viver (Mc 5,18).

 Queria seguir o Mestre! Desejava tornar-se um missionário! Pretendia ir para terras distantes, mas Jesus orienta-o a primeiramente retornar para sua família. Pois missões começa em casa (v. 19 e At 1,8)!

 Jesus promove a restauração do lar! Ao mesmo tempo, Jesus está deixando um missionário em Decápolis (v.20)! Uma testemunha do seu poder libertador! Sinal de sua compaixão até mesmo por aqueles que se mostram hostis a ele.

Como o processo de libertação daquele homem implicou no sacrifício de dois mil porcos (v.13), o povo dali acabou expulsando a Jesus da região (v. 17), pois possuíam um sistema de valores onde porcos valem mais que os humanos. Jesus representava uma ameaça aos porcos daquele povo.

Vemos aí que não só aquele individuo, mas também o próprio povo também estava dominado por distintas legiões, como a daqueles porcos que representam seu egoísmo materialista, e eram também dominados literalmente por uma legião do Exército Romano que ocupava a cidade. Aquele povo há séculos vinha sendo dominado e oprimido por uma sucessão de nações estrangeiras.

 Por fim, entendemos que aquele povo também era dominado por demônios de toda espécie que buscavam afastar as pessoas da vida abundante e impedir o seu progresso em direção a Deus.

E quanto a nós? Existe algo que impede nossa caminhada cristã, que atrapalha nossos relacionamentos, que nos perturba e oprime ou que nos domina e escraviza? Existe algo que amamos mais do que a Deus?

Onde está o nosso tesouro? “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6,19-21). “Não podeis servir a dois senhores” (Mt 6,24). É tão triste constatar que “a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas” (Jo 3,20). Mas Jesus veio para desfazer as obras do Diabo (1Jo 3,8) e quer conceder a você uma vida abundante e significativa (Jo 10,10). Entregue-se sem reservas ao Senhor da Vida!

 Reflexão Apostólica:

 Com a leitura de hoje ocorre algo particular. Uma ação que para muitos é negativa e vai contra os interesses e a dignidade do Rei Davi é a maldição que um homem lança contra ele, porém ele mesmo a interpreta como a vontade de Deus e deixa o homem passar; enquanto que no evangelho, a ação de Jesus a favor do endemoniado, libertando-o e enviando os demônios à manada de porcos, é interpretada como um mal pelos gerasenos e pedem a Jesus que se retire de seu território.

 O fundo das duas situações há como que um elemento comum: a dignidade das pessoas. No caso do Antigo Testamento, a situação não se resolve, mas no caso do Novo Testamento a dignidade é restituída.

A ação de Jesus se mostra incômoda, pois causou o bem para alguém, mas prejudica os interesses de outros. Ocorre-nos que devemos fechar as portas à salvação que se dá ao outro. Preferimos ficar como estamos, afastando-nos do que nos incomoda, que nos faz mudar, que nos propõe salvar. Será que temos medo da luz e da liberdade? É tão alto o preço que pagamos pela salvação a ponto de preferirmos ficar como estamos?

 Jesus veio ao mundo para salvar o homem do pecado e da morte eterna. No entanto, o homem muitas vezes continua refém e escravo das artimanhas do espírito do mal.

Assim como aquele endemoninhado que vivia no “meio dos túmulos” muitos de nós ainda nos deixamos escravizar e insistimos em viver a cultura da morte. Não reconhecemos a Deus como nosso Pai e provedor persistimos em lutar com armas que, ao invés de nos libertar são como algemas e correntes que nos prendem à mesma situação durante muito tempo da nossa vida.

Porém, o Pai não quer que se perca nenhum filho Seu, por isso, ainda hoje Jesus Cristo vem a nós a fim de nos libertar dos “espíritos maus” que nos perseguem. Jesus expulsou para longe os carcereiros que atormentavam aquele homem da região dos gerasenos e recomendou-lhe que fosse para casa, para junto dos seus.

 Assim também Ele quer fazer conosco. Somos curados e libertados para amar e cultivar relacionamentos saudáveis a partir da nossa casa, na nossa família. Ele nos tira do meio dos sepulcros e nos conduz a uma vida de paz e harmonia conosco e com o próximo, bastando para isso que nos rendamos ao Seu poder amoroso. 

 O evangelho nos oferece uma faceta interessante: quem foi tocado pela liberdade que Jesus oferece está disposto a assumir seu estilo de vida, o "endemoniado curado" queria ir com Jesus. No entanto, é aconselhado a ficar com os seus e aí proclame a Boa Nova do Reino, as maravilhas realizadas pela misericórdia de Deus.

Você ainda continua lutando com as armas que o mundo lhe impõe ou já se rendeu ao poder do Deus que liberta o homem do pecado? Quais são os “espíritos maus” que insistem em prender você no meio dos sepulcros? Você já voltou para casa ou continua habitando no cemitério?

Propósito:

Pai, faze-me anunciador da compaixão que tens por mim, a qual se manifesta na libertação de meu egoísmo e na abertura do meu coração para o serviço ao meu semelhante.

 Você sabe rezar adequadamente?

A ansiedade, por exemplo, é um grande perigo para a vida de oração. Quem reza com ansiedade tende a querer submeter Deus ao seu tempo

Antes de aprender a rezar é preciso compreender o que é a oração, e qual é o sentido dela. A oração nada mais é que uma relação de amor, que um diálogo humilde com Deus. Ela é, segundo Santa Teresinha do Menino Jesus “Um impulso do coração, é um simples olhar lançado para o céu, é um grito de gratidão e de amor, tanto no meio da tribulação como no meio da alegria”

O fundamento da oração é a humildade uma vez que “Não sabemos o que pedir” (Rm 8,26). O orante não pode perder jamais o senso de piedade, ele deve se dirigir a Deus dizendo: “Senhor, meu coração não se enche de orgulho, meu olhar não se levanta arrogante. Não procuro grandezas, nem coisas superiores a mim. Ao contrário, mantenho em calma e sossego a minha alma, tal como uma criança no seio materno, assim está minha alma em mim mesmo” (Salmo 131,1-2). Na certeza de que: “A oração do humilde penetra as nuvens; e ele não se consolará, enquanto ela não chegar a Deus, e não se afastará, enquanto o Altíssimo não puser nela os olhos” (Eclesiástico 35,21).

A finalidade da oração

A finalidade da oração não é outra se não aquela de nos unir a Cristo. A oração é muito mais que um proferimento de palavras, ela é antes e acima de tudo, um encontro com a Pessoa de Cristo. Ele por primeiro deseja nos encontrar “Ele antecipa-se a procurar-nos e é Ele que nos pede de beber. Jesus tem sede, e o seu pedido brota das profundezas de Deus que nos deseja. A oração, saibamo-lo ou não, é o encontro da sede de Deus com a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede d’Ele” (CIC 2560).

Os combates da oração

Não existe oração sem combate. Quer sejam os combates humanos, quer sejam os combates espirituais “Não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares” (Efésios 6,12). 

Aqui se poderia falar de três combates da vida de oração: Barulho, distração e imediatismo. O mundo de hoje é permeado pelo barulho e é averso ao silêncio. O silêncio é fundamental para a vida de oração. A distração é uma consequência do barulho, mas não só do barulho ruidoso, mas também de um outro tipo de barulho que nos passa despercebido, e por mais paradoxal que pareça, pode ser chamado de barulho do silêncio, ou seja, aquele barulho das infinitas informações visuais que recebemos. 

Por último, se pode falar então do combate do imediatismo. A sociedade de hoje é conduzida pelo princípio do “amanhã já é tarde”, do “tudo tem que ser para ontem”, e a consequência disso é a ansiedade. 

A ansiedade é um grande perigo para a vida de oração, pois quem reza com ansiedade, tende a querer submeter Deus ao seu tempo, tende a querer fazer mais a sua própria vontade do que a vontade de Deus.

Expressões da oração

O Catecismo da Igreja nos apresenta três expressões da oração, ou seja, as três formas de rezar. 

A primeira é a oração vocal que é “Uma necessidade humana de associar os sentidos à oração interior e que corresponde a uma exigência da natureza humana. Nós somos corpo e espírito e experimentamos a necessidade de traduzir exteriormente os nossos sentimentos. Devemos rezar com todo o nosso ser para dar à nossa súplica a maior força possível” (CIC 2702). 

A segunda expressão da oração é a meditação. A meditação é antes de tudo uma busca, é através dela que o espírito procura uma compreensão das razões da vida cristã para aderir aquilo que o Senhor lhe pede. A meditação, diz o Catecismo: “Exige uma atenção difícil de disciplinar. Habitualmente, recorre-se à ajuda de um livro como as Sagradas Escrituras, os ícones e imagens sagradas, ou algum escrito espiritual” (CIC 2705). 

Por fim, vem a terceira expressão da oração que é a contemplação que segundo Santa Teresa de Jesus, nada mais é que uma forma de nos relacionarmos amigavelmente com Jesus. A contemplação é procurar “Aquele que o coração ama (Ct 1, 7) que é Jesus, e n’Ele o Pai. Ele é procurado, porque desejá-Lo é sempre o princípio do amor, e é procurado na fé pura, esta fé que nos faz nascer d’Ele e viver n’Ele. Nesta modalidade de oração pode, ainda, meditar-se; todavia, o olhar vai todo para o Senhor” (CIC 2709).

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