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domingo, 21 de janeiro de 2024

Evangelho do dia 22 janeiro segunda feira 2024

 

22 JANEIRO - Rezemos uns pelos outros para nos fortalecermos em suportar de maneira cristã o peso das fraquezas humanas e lembremo-nos de que é no Céu, e não aqui na terra, que temos a nossa herança. (L 48). São Jose Marello

 

Marcos 3,22-30

Os escribas vindos de Jerusalém diziam que ele estava possuído por Beelzebu e expulsava os demônios pelo poder do chefe dos demônios. Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como pode Satanás expulsar Satanás? [...] Em verdade, vos digo: tudo será perdoado às pessoas, tanto os pecados como as blasfêmias que tiverem proferido. Aquele, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será réu de um ‘pecado eterno’”. Isso, porque diziam: “Ele tem um espírito impuro”.

Meditação:

No Evangelho dos dias atrás vimos que os familiares de Jesus tentaram detê-lo, porque pensavam que estava fora de si, que estava louco. Agora são os letrados que o caluniam e o difamam. Afirmam que seu poder salvífico e libertador não vem de Deus, mas de Satanás. Dizem isto porque já não podem dizer que desconhecem os milagres de Jesus e vêem as multidões que o buscam.

Suas ações escaparam do seu controle e isso preocupa as autoridades de Jerusalém. Jesus defende sua missão e o faz através de comparações, que tem como finalidade deixar claro três coisas: que nele o reino de Deus se faz presente; que ele possui a força do Espírito de Deus e por isso é capaz de destruir o reino de Satanás; e que os letrados pertencem a Satanás. São eles os blasfemos, pois não reconhecem que em Jesus atua o Espírito Santo.

Os letrados, por não se abrirem ao dinamismo do Espírito e por negarem sua ação plena em Jesus se auto-excluem da salvação que Deus lhes oferece. A salvação chega às nossas vidas quando abrimos fiel e docilmente nossa mente e coração à vontade de Deus.

Conforme a popularidade de Jesus crescia, seus inimigos procuravam, desesperadamente, meios para explicar seus maravilhosos poderes. Finalmente, decidiram alegar que ele expulsava demônios pelo poder do próprio Satanás. Paralelo ao texto de hoje estão Mateus 12,22-32 e Lucas 11,14-23. E com apenas três argumentos Jesus responde e faz uma advertência:

1. Como é que Satanás pode expulsar a si mesmo?
2. Se eu expulso demônios por Satanás, por quem os expulsam os vossos filhos?
3. Para roubar a casa de um homem forte, tem-se primeiro que amarrá-lo. Expulsando demônios, estou amarrando Satanás, de modo que eu possa cumprir minha missão de resgatar àqueles que Satanás mantém cativos.

Sua advertência foi: “Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno.” (Mc 3,28-30).

Depois de Seus debates com os fariseus, e outros inimigos, sobre como guardar o sábado, eis que surge nova questão: de onde vinha o poder de Cristo para expulsar demônios?

 Não podendo negar Seus muitos e poderosos milagres, os líderes judaicos tentaram vinculá-los a Belzebu – ou seja, a Satanás. Interiormente, sentiam que esses milagres eram resultado da manifestação divina, mas após terem acusado e perseguido Jesus, ficava difícil admitir a origem divina da obra feita por Ele. O orgulho, ou seja, a falta de humildade, levou tais líderes a essa situação.

O argumento de Cristo permaneceu sem resposta: Como Seus milagres poderiam provir de Satanás, se os destruíam a obra dele? (saúde em vez de doença, libertação de demônios em vez de escravidão a eles).

 Há aqui uma lição para todos: o orgulho pode obliterar a visão espiritual a ponto de alguém “ao mal chamar bem, e ao bem chamar mal” (Is 5,20). Quando uma pessoa chega a esse ponto, corre o risco de pecar ou “blasfemar contra o Espírito Santo” e “não ter perdão para sempre” (Mc 3,29). Por quê?

 O fato é que todo pecado pode ser perdoado, desde que seja confessado (IJo 1,9). Mas, se alguém chegar ao ponto de achar que o mal é o bem (de que a falsa acusação deles quanto aos milagres de Cristo era correta), então nunca haverão de se arrepender disto, e por conseguinte, não obterão o perdão.

 Estarão cometendo o “pecado imperdoável”, pois nunca foi confessado para ser perdoado. Poderíamos dizer, então, que “pecado imperdoável” é pecado não confessado e deixado, como esses dos líderes judaicos.

 Os escribas vindos de Jerusalém são os enviados dos chefes religiosos que tinham em mãos o culto sacrifical do Templo e o dinheiro do Tesouro, anexo ao Templo. Eles percebem que Jesus, com seu anúncio da verdade e do amor, é uma ameaça para o poder e os privilégios deles. Jesus já havia expulsado o espírito impuro que dominava um homem em uma sinagoga. Eles se empenham em difamar Jesus, para afastá-lo do povo.

O Espírito Santo é o amor. Considerar as obras de amor do Espírito como sendo obras do demônio significa o distanciamento e até a ruptura com o próprio amor de Deus. Rejeitar e matar os que com amor buscam resgatar a dignidade humana dos empobrecidos explorados e excluídos significa a rejeição da vida e do amor de Deus.

 Na Encíclica «Dominum et vivificantem», § 46 de João Paulo II encontramos razões do porque é imperdoável o pecado contra o Espírito Santo.

Porque é que a «blasfémia» contra o Espírito Santo é imperdoável? Em que sentido se deve entender esta «blasfémia»? S. Tomás de Aquino responde que se trata da um pecado «imperdoável por sua própria natureza, porque exclui aqueles elementos graças aos quais é concedida a remissão dos pecados».

 Segundo uma tal exegese, a «blasfémia» não consiste propriamente em ofender o Espírito Santo com palavras; consiste, antes, na recusa de aceitar a salvação que Deus oferece ao homem, mediante o mesmo Espírito Santo agindo em virtude do sacrifício da Cruz.

Se o homem rejeita o deixar-se «convencer quanto ao pecado», que provém do Espírito Santo e tem carácter salvífico, ele rejeita contemporaneamente a «vinda» do Consolador: aquela «vinda» que se efetuou no mistério da Páscoa, em união com o poder redentor do Sangue de Cristo: o Sangue que «purifica a consciência das obras mortas». Sabemos que o fruto desta purificação é a remissão dos pecados.

Por conseguinte, quem rejeita o Espírito e o Sangue permanece nas «obras mortas», no pecado. E a «blasfémia contra o Espírito Santo» consiste exatamente na recusa radical de aceitar esta remissão, de que Ele é o dispensador íntimo e que pressupõe a conversão verdadeira, por Ele operada na consciência. Se Jesus diz que o pecado contra o Espírito Santo não pode ser perdoado nem nesta vida nem na futura, é porque esta «não-remissão» está ligada, como à sua causa, à «não-penitência», isto é, à recusa radical a converter-se.

 Isto equivale a uma recusa radical de ir até às fontes da Redenção; estas, porém, permanecem «sempre» abertas na economia da salvação, na qual se realiza a missão do Espírito Santo. Este tem o poder infinito de haurir destas fontes: «receberá do que é meu», disse Jesus.

Deste modo, Ele completa nas almas humanas a obra da Redenção, operada por Cristo, distribuindo os seus frutos.

 Ora a blasfêmia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica o seu pretenso «direito» de perseverar no mal — em qualquer pecado — e recusa por isso mesmo a Redenção.

O homem fica fechado no pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, consequentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida.

É uma situação de ruína espiritual, porque a blasfémia contra o Espírito Santo não permite ao homem sair da prisão em que ele próprio se fechou e abrir-se às fontes divinas da purificação das consciências e da remissão dos pecados.

De uma maneira muito resumida, é próprio dos poderosos acusarem e difamarem todo aquele que é considerado como uma ameaça a seu poder, acusando-o agitador, perturbador da ordem, terrorista ou, em um enfoque religioso, possesso do demônio. Na Inquisição, tal coisa aconteceu com freqüência.

 Rejeitar o amor de Jesus é rejeitar o próprio Espírito Santo, que é a comunicação da Vida e do Amor de Deus.

 Reflexão Apostólica:

 Os escribas vindos de Jerusalém são os enviados dos chefes religiosos que tinham em mãos o culto sacrifical do Templo e o dinheiro do Tesouro, anexo ao Templo.

 Eles percebem que Jesus, com seu anúncio da verdade e do amor, é uma ameaça para o poder e os privilégios deles. Jesus já havia expulsado o espírito impuro que dominava um homem em uma sinagoga. Eles se empenham em difamar Jesus, para afastá-lo do povo.

 O Espírito Santo é o amor. Considerar as obras de amor do Espírito como sendo obras do demônio significa o distanciamento e até a ruptura com o próprio amor de Deus.

 Rejeitar e matar os que com amor buscam resgatar a dignidade humana dos empobrecidos explorados e excluídos significa a rejeição da vida e do amor de Deus.

O evangelho de Marcos nos diz que: Em Jesus está presente o Espírito Santo, que o leva à missão de libertar e desalienar os homens. Por isso ele é acusado de estar “possuído por um espírito mau”. Tal acusação é pecado sem perdão. Para os acusados, o bem é mal, e o mal é bem. Eles, na verdade, estão comprometidos e tiram proveito do mal; por isso, não reconhecem e não aceitam Jesus.

Quantas vezes vemos pessoas cheias do Espírito Santo que lutam pela justiça e são tão criticados e até mesmo assassinados, pois sempre encontraremos corrupção na sociedade, cujo valores morais, éticos e cristãos estão invertidos.

Nós lutamos contra nós mesmos (as) quando negamos o poder do Espírito Santo e não reconhecemos nele o motivador da nossa vida. Aqueles homens, naquele tempo, confundiam Jesus com um espírito mau. E eram os próprios mestres da Lei quem os ensinava assim. Os mestres da Lei não queriam se curvar diante de Jesus e, por isso, negavam a ação do próprio Espírito de Deus. Este é um pecado imperdoável!

 Precisamos estar muito atentos aos ensinamentos dos homens, aos que eles pregam, para que não se enfraqueça em nós a manifestação do Espírito Santo de Deus.

Você acredita que o Espírito Santo tem poder na sua vida? Quem é o Espírito Santo para você?

Como vimos, a ação e o ensinamento de Jesus acabaram provocando um juízo e o desmascaramento da má forma de agir dos líderes de seu tempo. A vida transparente de Jesus e a coerência entre sua palavra e sua vida acabaram revelando a hipocrisia daqueles que tinham responsabilidade espiritual no meio do povo.

 Os escribas que procediam do centro do poder, de Jerusalém, se encontram com Jesus e nele descobrem a vivencia de um ministério libertador. Aos escribas, que se dão conta de que Jesus anunciava um Deus diferente daquele anunciado pelo centro do poder, desde o templo de Jerusalém, e também diferente daquele anunciado pela classe sacerdotal institucionalizada, e ao descobrir que seu comportamento era diferente do comportamento deles e dos outros líderes religiosos, não lhes sobravam outra alternativa senão enfrentar a Jesus, mediante a calúnia. Atreveram-se a caluniar Jesus acusando-o de que ele agia pelo poder de Belzebu.

 A autoridade judaica não sabia como manchar o ministério de Jesus no anúncio da Boa Nova. Frente à fama que Jesus foi ganhando no meio do povo, dos excluídos, dos descontentes com o sistema, não encontraram outro meio para desmerecer sua obra, senão através da demonização, forma típica da religião judaica para excluir socialmente a qualquer indivíduo.

O que os escribas pretendiam era minguar a força que Jesus foi ganhando através de sua práxis libertadora e propagar por todos os meios (neste caso a calúnia) que tudo o que ele fazia, fazia pela força do maligno, o inimigo de Deus.

Jesus, apesar da mentira e do complô armado pelos escribas, continua com seu ministério no meio do povo. Mas Jesus vai bem mais longe. Além de instaurar o Reino ali onde a vida se encontrava ameaçada, ele faz um juízo forte contra os líderes religiosos de seu tempo.

 Ao longo de sua vida e no diálogo fácil com os homens e mulheres, Jesus descobre que eles (os líderes religiosos) que tinham a responsabilidade de ir mostrando ao povo o caminho por onde avançar ao longo da história falsificaram o caminho e encheram de mentira e de engano o seguimento de seu Pai Deus.

Frente a esta situação de engano e de mentira Jesus profere uma sentença: "Em verdade vos digo: todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, mesmo as suas blasfêmias; mas todo o que tiver blasfemado contra o Espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno".

Esta sentença de Jesus estava sendo dirigida aos líderes de seu tempo, para quem as obras de Deus eram consideradas do demônio e as obras injustas das estruturas e a teologia falseada do templo eram consideradas obras de Deus.

Para nós, este relato evangélico tem muita atualidade, como todo o Evangelho. Nós, muitas vezes, consideramos o mal como se fosse o bem e o bem como se fosse o mal.

 Peçamos a Deus que nos dê a capacidade de discernir para saber escolher o caminho correto e para poder comprometer-nos como indivíduos e como Igreja no projeto libertador do Reino, mesmo que nos caluniem, nos persigam e ameacem a nossa vida. O Reino vale a pena, essa é a grande lição que nos deixou Jesus.

Propósito:

Pai, sou-te infinitamente grato, pois, em Jesus Cristo movido pelo Espírito Santo, tua libertação chega até nós, vítimas de tantas formas de opressão.

A Bíblia tem poder!
Não, não é simplesmente deixa-la aberta em algum lugar que vai causar algum efeito.
Não, também não adianta ler como se lê uma revista. Carrega-la? Não tem nada de poderoso nisso e pode até se tornar ridículo, dependendo de suas atitudes.
Não, ela não é um livro! Ela, quando lida, ouvida e obedecida, se torna a inerrante, infalível, perfeita e eterna Palavra de Deus - poderosa para transformar qualquer criatura humana presa no pecado, em um novo ser, livre para vencer!

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