Seguidores

domingo, 13 de março de 2022

Evangelho do dia 15 de março terça feira 2022

 


15Março – Façamos os pedidos ao nosso bom papai São José, que é o Patriarca das pessoas atrapalhadas (ele que passou por tantas atrapalhações!). (L 78). SÃO JOSÉ MARELLO


 Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 23,1-12

 "Então Jesus falou à multidão e aos seus discípulos. Ele disse:

- Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para explicar a Lei de Moisés. Por isso vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dizem. Porém não imitem as suas ações, pois eles não fazem o que ensinam. Amarram fardos pesados e os põem nas costas dos outros, mas eles mesmos não os ajudam, nem ao menos com um dedo, a carregar esses fardos. Tudo o que eles fazem é para serem vistos pelos outros. Vejam como são grandes os trechos das Escrituras Sagradas que eles copiam e amarram na testa e nos braços! E olhem os pingentes grandes das suas capas! Eles preferem os melhores lugares nos banquetes e os lugares de honra nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças e de ser chamados de "mestre". Porém vocês não devem ser chamados de "mestre", pois todos vocês são membros de uma mesma família e têm somente um Mestre. E aqui na terra não chamem ninguém de pai porque vocês têm somente um Pai, que está no céu. Vocês não devem também ser chamados de "líderes" porque vocês têm um líder, o Messias. Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros. Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido."  

Meditação:

 O evangelho de hoje traz uma crítica de Jesus contra os escribas e os fariseus de seu tempo. No começo da atividade missionária de Jesus, ou doutores de Jerusalém tinham ido até à Galiléia para observá-lo (Mc 3,22; 7,1).

 Incomodados pela pregação de Jesus, tinham apoiado a calúnia que o apontava como endemoninhado (Mc 3,22). Durante três anos aumentou a popularidade de Jesus. Ao mesmo tempo, cresceu o conflito entre ele e as autoridades religiosas.

 A raiz deste conflito estava na maneira como se relacionava com Deus. Os fariseus buscavam sua segurança não no amor de Deus para com eles, mas na observância rigorosa da Lei.

 Diante desta mentalidade, Jesus insiste na prática do amor que relativiza a observância da lei e lhe dá o verdadeiro significado.

 A raiz da crítica: "Eles falam, mas não praticam". Jesus reconhece a autoridade dos escribas e dos fariseus. Eles ocupam a cátedra de Moisés e ensinam a lei de Deus, mas eles mesmos não observam o que ensinam.

Eis, portanto, o alerta para o povo: "Deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam".

 É uma crítica terrível! Imediatamente, como num espelho, Jesus aponta alguns aspectos da incoerência das autoridades religiosas.

 Jesus alerta os discípulos para o comportamento incoerente de alguns doutores da lei. Meditando nestas incoerências, é conveniente pensar não aos fariseus e aos escribas daquele tempo já ultrapassado, mas a nós mesmos e às nossas incoerências: amarram pesados fardos e os colocam sobre os ombros das pessoas, mas eles não os movem; fazem suas ações para serem admirados; amam os lugares de destaque e também serem chamados de doutores. Os escribas gostavam de entrar nas casas das viúvas e rezar longas orações para receber dinheiro em troca!

 Jesus pede ter uma atitude bem diferente. Em lugar de usar a religião e a comunidade como meios de autopromoção para se apresentar mais importantes diante dos olhos dos outros, ele pede não usar o título de Mestre, Pai e Guia, porque um só é o Guia, o Cristo; só Deus no céu é Pai, e Jesus é Mestre. Todos vós sois irmãos. É esta a raiz da fraternidade que nasce da certeza que Deus é nosso Pai.

 Hoje, na Igreja, os sacerdotes são chamados de “padre”. Muitos estudam em universidades da Igreja e obtém o título de “Doutor” (mestre). Muitas pessoas realizam direção espiritual e se aconselham com pessoas que são chamadas “Diretor espiritual" (guia).

 O que importa é lembrar o motivo que leva Jesus a proibir o uso destes títulos. Se fossem usados pela pessoa para afirmar sua posição de autoridade e seu poder, esta pessoa estaria no erro e seria criticada por Jesus. Se fossem usados para alimentar e aprofundar a fraternidade e o serviço, não seriam criticados por Jesus.

 Resumindo: o maior seja o menor. Esta frase é o que caracteriza seja o ensino seja o comportamento de Jesus: "O maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado" (Mc 10,43; Lc 14,11; 18,14).

 Reflexão Apostólica:

 A catequese preocupou-se, durante longo tempo, por transmitir a doutrina correta. Por isso, a preocupação ou ênfase em aprender os dez mandamentos, os sacramentos, os sete dons do Espírito Santo e seus catorze frutos e muitas outras tradições.

 Esse interesse catequético é legítimo e inquestionável. Contudo, é necessário perguntar: a catequese que se preocupa tanto pela "doutrina correta", a chamada "ortodoxia", se preocupa igualmente pela prática correta, a chamada "ortopraxis"?

 O evangelho de Mateus é direto e taxativo. Ele pede que aceitemos a ortodoxia, porém sempre e quando esteja baseada e fundamentada na ortopraxis, isto é, na prática da justiça. Anunciar as doutrinas corretas, sim, mas na prática da justiça.

Anunciar as doutrinas corretas, que todo mundo aceita, é muito fácil. O difícil é praticá-las. Por isso, urge revisar a ortopraxis catequética antes mesmo que os sistemas doutrinais lembrando sempre que, durante muito tempo, nossa catequese se limitou, em grande parte, a memorizar preceitos, doutrinas e fórmulas.

O evangelho de hoje nos pede que, sem esquecer tudo isso, nos preocupemos em realizar o que elas propõem. O fundamental de toda a doutrina cristã, contida no evangelho, é a prática comunitária da caridade, expressa na exigência irrevogável de justiça.

A comunidade cristã existe para comunicar a boa noticia à humanidade. Ela mesma se converte em boa noticia quando transforma as realidades de morte em caminhos de vida em abundância e não quando se anuncia a si mesma.

 Por esta razão, a catequese não pode converter-se em uma transmissão individual de conteúdos religiosos, mas uma prática pedagógica comunitária.

 A comunidade somente pode ensinar e aprender com o exemplo e a participação de todos os seus integrantes, sem distinção de sexo, idade ou cargo ministerial, pois, enquanto se trate de praticar e ensinar a justiça, ninguém está isento de ser catequista e ninguém está excluído de ser catecúmeno.

No texto de Mateus, chama a atenção a contraditória recomendação de "fazer tudo o que eles vos disserem", o que implicaria em suportar os "fardos pesados e insuportáveis" amarrados por estes fariseus.

 Pode-se pensar que tal recomendação seja um reflexo da mentalidade de discípulos convertidos do judaísmo, ainda apegados às tradições judaicas.

 Percebe-se, com evidência, que tanto a ostensiva prática dos escribas e fariseus como suas exigências doutrinais e legais ferem a proposta de Jesus, anteriormente anunciada, de viver humildemente, no "segredo do Pai".

Nas comunidades deve predominar a humildade, a igualdade em dignidade e o amor, embora na diversidade dos dons e carismas. Paulo apóstolo é uma testemunha desta humildade e de carinho.

Quais são os motivos que você para viver e trabalhar em comunidade? A comunidade, como lhe ajuda e corrigir e melhorar suas motivações? Em que critica Jesus os doutores da lei e em que os elogia? O que criticaria em você e o que elogiaria? Você já se olhou no espelho?

 Propósito:

Ó Deus Pai, faze que nosso coração esteja cada dia mais aberto à Tua Palavra, para que nossa vida seja cada vez mais conforme ao que tu nos ensinas, e assim caminhemos seguindo teus passos e construamos, com a tua ajuda, teu reino entre nós, até o dia em que tu no-lo concedas em toda sua plenitude.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário