Seguidores

domingo, 6 de março de 2022

Evangelho do dia 12 de março sábado 2022

 


12 março - Tu, ó José, ensina-nos, assiste-nos, torna-nos membros dignos da Sagrada Família. (L 35). SÃO JOSE MARELLO

 


Mateus 5,43-48

"Vocês ouviram o que foi dito: "Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos." Mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para que vocês se tornem filhos do Pai de vocês, que está no céu. Porque ele faz com que o sol brilhe sobre os bons e sobre os maus e dá chuvas tanto para os que fazem o bem como para os que fazem o mal. Se vocês amam somente aqueles que os amam, por que esperam que Deus lhes dê alguma recompensa? Até os cobradores de impostos amam as pessoas que os amam! Se vocês falam somente com os seus amigos, o que é que estão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos, assim como é perfeito o Pai de vocês, que está no céu."
E Jesus terminou assim:
- Portanto, estes irão para o castigo eterno, mas os bons irão para a vida eterna.
"

Meditação:

 

A grande novidade do Evangelho não é tanto o fato de que Deus é Fonte de bondade, mas que os homens podem e devem agir à imagem do seu Criador: «Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso!» (Lc 6,36).

Através da vinda do seu Filho até nós, esta Fonte de bondade está agora acessível. Tornamo-nos, por nosso lado, «filhos do Altíssimo» (Lc 6,35), seres capazes de responder ao mal com o bem, ao ódio com amor.

Vivendo uma compaixão universal, perdoando aos que nos fazem mal, damos testemunho de que o Deus de misericórdia está no coração de um mundo marcado pela recusa do outro, pelo desprezo em relação àquele que é diferente.

Impossível para os humanos entregues às suas próprias forças, o amor pelos inimigos testemunha a atividade do próprio Deus no meio de nós.

 

Nenhuma ordem exterior o torna possível. Só a presença, nos nossos corações, do amor divino em pessoa, o Espírito Santo, permite amar assim.

 

Este amor é uma conseqüência direta do Pentecostes. Não é em vão que Estêvão, «cheio do Espírito Santo» termine com estas palavras: «Senhor, não lhes atribua este pecado.» (At 7,60)

Esta sexta, e última, antítese da seqüência de Mateus exprime uma das mais fortes contradições com a doutrina dos escribas e fariseus: o amor ao inimigo.

A comunidade de Mateus era formada por convertidos do judaísmo. E estavam sendo perseguidos pelos compatriotas da sinagoga.

A atitude de amor ao inimigo era a coerente maneira de testemunhar a sua fidelidade a Jesus e ao seu projeto. Com o refrão: "Ouvistes o que foi dito... Ora, eu vos digo..." fica afirmada a autoridade de Jesus em substituir a doutrina excludente do judaísmo por sua prática amorosa e libertadora.

Cultivamos a atitude da não-violência, do perdão e reconciliação, para chegar à perfeição que é “O AMOR”. Jesus propõe algo que é difícil de levar a termo: “amar nossos inimigos”, em contraposição do “odiar nossos inimigos”, que é mais instintivo e, aparentemente mais lógico.

Por que perdoar a quem me fez tanto mal? Vivemos em um mundo onde a guerra, a violência, a morte nos ronda buscando a quem devorar.

Continua a proposta de mudança para este tempo de Quaresma. Hoje o modelo apresentado é o do Pai e sua perfeição. Aqui somos convidados a considerar as mudanças que devemos fazer.

Para o amor temos o modelo de Jesus: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei"; para nosso comportamento: trate aos demais como gostaria de ser tratado. São os modelos que devemos seguir e são assim mesmo, o espelho no qual devemos olhar.

A partir desta perspectiva, o mandamento do amor chega ao seu ponto alto: desinteresse, amor sem limites, orar pelos inimigos e perdão para todos.

 

São as coisas práticas que hoje nos ensina Jesus e que devem estar na ordem do dia nesta quaresma e na comunidade. Não façamos projetos altruístas e gerais com "todos os homens e mulheres do mundo". Não.

Perdoemos um erro de um companheiro, desse que está ao nosso lado, deixemos de lado um comentário maldoso feito a nosso respeito, justifiquemos a pessoa ainda que não estejamos de acordo com a ação, saudemos o que passa ao nosso lado. Isto é mais difícil do que todo mundo, amamos os amigos, os vizinhos, "este" ou "esta" pessoa concreta. Os inimigos nem os vemos, nem cruzam nosso caminho.

Voltemos, porque somente quem ama seu irmão que vê, sem buscar recompensa, realiza o projeto de Deus em sua vida e em sua comunidade, mesmo parecendo impossível.

A proposta do Reino se baseia no amor. O Reino de Deus se constrói na força do amor, não na violência ou na agressividade.

Quem ama é capaz de dar até sua própria vida pelos demais, perdoando inclusive o perseguidor, o que hostiliza, maltrata e o assassino. Este é o milagre do amor: o amor aos inimigos.

Essa é a proposta do Mestre. “Amar os inimigos” torna possível, no seguidor de Cristo, a relação filial com o Pai. Somente assim seremos filhos, sendo semelhantes a Jesus, e sermos misericordiosos como é Deus, nosso Pai.

A exortação de Jesus ao amor aos inimigos é justificada: "Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus". Esta sutil afirmação nos revela que Deus se manifesta como nosso Pai e que a nós cabe a responsabilidade e a iniciativa de assumirmos esta filiação.

Em conclusão nos é feita a exortação imperativa de seguirmos o modelo de perfeição do Pai. Esta perfeição não está no cumprimento das incontáveis observâncias da Lei, mas na prática do amor e da misericórdia.

Este amor, longe de ser um simples sentimento, reconcilia as oposições e cria uma comunidade fraterna a partir dos mais diversos homens e mulheres, da vida desta comunidade sai uma força de atração que pode agitar os corações. É este o amor que eu chamo de perfeito, o amor que perdoa até aqueles que nos podem tirar a vida.

 

Reflexão Apostólica

A mensagem do monte teria um tremendo impacto se fosse aplicada em nosso meio. O que seria o mundo se Israel parasse de atacar a faixa de Gaza ou se os Talibãs esquecessem a guerra religiosa contra o ocidente?

Pensamos muito no MACRO, mas o que ela (a palavra) pode fazer num MICRO mundo chamado PESSOA? O que aconteceria se cada um se empenhasse de todo coração de toda sua alma como foi sugerido por Jesus em outro momento? Creio eu que o mundo mudaria.

Uma questão: Será que fazer o bem, sem nada querer em troca, passou a ser uma virtude de poucos abnegados que o mundo prefere chamar de TOLOS?

Contam que certa vez um grande homem chamado Ghandi deparou-se com algo extraordinário: Conheceu a história, e bem mais que isso, os ensinamentos de um Jovem Galileu que propunha uma mudança radical no paradigma de como viver e de viver numa determinada época. Ouviu que Ele pregava que o mundo mudaria através de uma transformação, chamada conversão, de única pessoa. Talvez o franzino homem indú tenha dado mais valor a mensagem do monte que nós mesmos.

Se eu mudar hoje talvez o mundo não mude de imediato, mas a conseqüência da minha transformação será análoga a ação de uma pequena pedra no lago, que ao produzir um  impacto local, transforma a realidade e a tranqüilidade ao seu redor visível nas ondas que poderão fazer mover quem vive a vida pairando na superfície, ou seria melhor dizer, já resignado com que vê, ouve e constata.

Minha ação será pequena se eu pensar no MACRO? Ao lembrar agora de uma antiga fábula ou conto de sabedoria, me fez meditar: a estrelinha do mar que voltou para o oceano, lançada por aquele que a escolheu entre tantas outras, mudará o mundo?

Num contexto sócio-político, o que esperar de alguém que não mede esforços para se eleger num cargo eletivo? Como não se lembrar das pessoas que após eleitas tomam conta apenas dos seus (e principalmente dos SEUS interesses) amigos? Como deitam na suas camas ao saber que milhões ficaram sem merenda porque não votei a favor de uma emenda que não foi proposta por meu partido?

Creio eu que se votássemos num candidato que não me oferecesse nada em troca (um favor, um cargo, uma ajuda) e sim propostas, trabalho e honestidade teríamos mais chance de ver menos gente nas ruas ou morando em favelas. Agora de repente entendo o porquê uma atitude MICRO pode mudar o paradigma de uma MACRO.

 

Fecho com a reflexão proposta pela CNBB: “(…) Um dos valores mais determinantes da nossa vida é a justiça, mas na maioria das vezes deixamos de lado a justiça de Deus para viver a justiça dos homens, fundamentada na troca de valores e não na gratuidade de quem de fato ama. Quem ama verdadeiramente reconhece que Deus é amor e tudo o que somos e temos vem dele, como prova desse amor gratuito. Assim, as nossas atitudes não podem ser determinadas pelas diferentes formas de comportamento das pessoas que nos rodeiam, mas pelo amor gratuito de Deus que deve fazer com que sejamos capazes de superar toda forma de vingança em nome da justiça e procurar dar a nossa contribuição para que o mundo seja cada vez melhor”.

 

Pensando somente nos MEUS não mudamos a vida dos SEUS e tão pouca a DELES.

(…) Portanto, sejam perfeitos, assim como é perfeito o Pai de vocês, que está no céu”.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário