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domingo, 6 de março de 2022

Evangelho do dia 08 de março terça feira 2022

 


08  Março - Pediremos a São José que obtenha para todos nós a graça de conhecer e seguir a divina vontade (L 278). São Jose Marello

 


Mateus 6,7-15

"- Nas suas orações, não fiquem repetindo o que vocês já disseram, como fazem os pagãos. Eles pensam que Deus os ouvirá porque fazem orações compridas. Não sejam como eles, pois, antes de vocês pedirem, o Pai de vocês já sabe o que vocês precisam. Portanto, orem assim:
"Pai nosso, que estás no céu, que todos reconheçam que o teu nome é santo.
Venha o teu Reino.
Que a tua vontade seja feita aqui na terra como é feita no céu!
Dá-nos hoje o alimento que precisamos.
Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam.
E não deixes que sejamos tentados, mas livra-nos do mal.
[Pois teu é o Reino, o poder e a glória, para sempre. Amém!]"
- Porque, se vocês perdoarem as pessoas que ofenderem vocês, o Pai de vocês, que está no céu, também perdoará vocês. Mas, se não perdoarem essas pessoas, o Pai de vocês também não perdoará as ofensas de vocês.
"

 

Meditação:

 

O evangelho de hoje nos apresenta a oração do Pai Nosso, o Salmo que Jesus nos deixou. Existem duas redações do Pai Nosso: a de Lucas (Lc 11,1-4) e a de Mateus (Mt 6,7-13).

 

A redação de Lucas é mais breve. Lucas escreve para as comunidades que estavam inseridas entre os pagãos e eram constituídas por pessoas de cultura e mentalidade grego-pagã. Visa ajudar as pessoas que estão iniciando a caminhada da oração.

 

No Evangelho de Mateus, o Pai Nosso encontra-se inserido no Discurso da Montanha, onde Jesus orienta os discípulos na prática das três obras de piedade: esmola (Mt 6,1-4), oração (Mt 6,5-15) e jejum.

 

O Pai Nosso faz parte de uma catequese para judeus convertidos. Eles estavam acostumados a rezar, mas tinham alguns vícios que Mateus queria corrigir. No Pai Nosso, Jesus resume todo o seu ensino em sete pontos dirigidos ao Pai.

 

Nestes sete pedidos, retoma as promessas do Antigo Testamento e manda pedir ao Pai que nos ajude a realizá-las. Os primeiros três se referem à nossa relação com Deus. Os outros quatro tem a ver com a relação comunitária que temos com os outros.

 

Na introdução, Jesus critica as pessoas para as quais a oração era um repetição de fórmulas mágicas, de palavras fortes, dirigidas a Deus para obrigá-lo a responder a seus pedidos e necessidades.

 

Quem reza deve buscar, em primeiro lugar, o Reino, muito mais que seus interesses pessoais. A acolhida da oração por parte de Deus não depende da repetição das palavras, mas sim da bondade de Deus que é Amor e Misericórdia. Ele quer o nosso bem e conhecer nossas necessidades, antes mesmo das nossas orações.

 

As primeiras palavras: “Pai Nosso que estás nos céus!” Abbá, Pai, é o nome que Jesus usa para se dirigir a Deus. Expressa a intimidade que ele tem com Deus e manifesta a nova relação com Deus que deve caracterizar a vida das pessoas nas comunidades cristãs (Gl 4,6; Rm 8,15). Mateus acrescenta ao nome do Pai o adjetivo nosso e a expressão que “estás nos céus”.

 

A verdadeira oração é uma relação que nos une ao Pai, aos irmãos e às irmãs, à natureza. A familiaridade com Deus não é intimista, mas expressa a consciência de pertencer à grande família humana, da qual participam todas as pessoas, de todas as raças e de todos os credos: Pai Nosso.

 

Rezar ao Pai e entrar na intimidade com Ele, é entrar em sintonia com os guias de todos os irmãos e irmãs. É buscar o Reino de Deus em primeiro lugar.

 

A experiência de Deus Pai é o fundamento da fraternidade universal. • Mateus 6,9b-10: Os três pedidos pela causa de Deus: o Nome, o Reino, a Vontade. Na primeira parte do Pai Nosso, pedimos para restaurar a nossa relação com Deus.

 

Para fazer isso, Jesus pede (a) a santificação do Nome revelado no Êxodo por ocasião da libertação do Egito; (b) pede a vinda do Reino, esperado pelo povo após o fracasso da monarquia; (c) pede a realização da Vontade de Deus, revelada na Lei que estava no coração da Aliança.

 

O Nome, o Reino, a Lei, são os três eixos do Antigo Testamento que manifestam como deve ser a nova relação com Deus.

Os três pedidos apontam que é preciso viver na intimidade com o Pai, tornando conhecido seu Nome, amando-o, fazendo com que seu Reino de amor e de comunhão se torne realidade, que se faça sua Vontade assim na terra como no céu. No céu, o sol e as estrelas obedecem à lei de Deus e criam a ordem do universo.

 

A observância da lei de Deus “assim na terra como no céu” deve ser fonte e espelho da harmonia e do bem-estar para toda a criação.

 

Esta relação renovada com Deus torna-se visível na relação renovada entre nós que, por sua parte, é objeto dos outros quatro pedidos; o pão cotidiano, o perdão das dívidas, e não cair em tentação e a libertação do Mal.

 

Na segunda parte do Pai Nosso pedimos para restaurar e renovar a relação entre as pessoas. Os quatro pedidos apontam como devem ser transformadas as estruturas da comunidade e da sociedade de modo que todos os filhos e as filhas de Deus vivam com igual dignidade.

 

"O pão nosso de cada dia" (Mt 6,11): lembra o maná de todo dia no deserto (Ex 16,1-36). O maná era uma "prova" para ver se as pessoas eram capazes de seguir a Lei do Senhor (Ex 16,4), isto é, se era capaz de juntar alimento só por um dia em sinal de fé que a providência divina oferece para a organização fraterna. Jesus convida a caminhar para um novo êxodo, rumo a uma nova convivência fraterna que possa garantir o pão para todos.

 

O pedido do “perdão das dívidas” (6,12): lembra o ano sabático que obrigava os credores a perdoar todas as dívidas aos irmãos (Dt 15,1-2). O objetivo do ano sabático e do ano jubilar (Lv 25,1-22) era zerar as desigualdades e recomeçar tudo de novo.

 

Como rezar hoje: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos a quem nos deve”? Os países ricos, todos cristãos, se enriquecem graças à dívida exterior doa países pobres. Não cair em tentação: o pedido de “não cair em tentação” (6,13) lembra os erros cometidos no deserto, onde o povo caiu em tentação (Ex 18,1-7; Nm 20,1-13; Dt 9,7-29), para imitar Jesus que foi tentado e venceu (Mt 4,1-17).

 

No deserto, a tentação leva as pessoas a seguir outros caminhos, a voltar atrás a não seguir o caminho da libertação e a exigir de Moisés que os guiava.

 

Libertação do Mal: o mal é o Maligno, Satanás, que procura desviar e que, de muitas maneiras, tenta levar a pessoa a não seguir o caminho do Reino, apontado por Jesus. Tentou Jesus a abandonar o Projeto do Pai e ser o Messias das idéias dos fariseus, escribas e outros grupos judaicos.

 

O Maligno afasta de Deus e é motivo de escândalo. Entrou também em Pedro (Mt 16,23) e tentou também Jesus no deserto. Jesus o venceu (Mt 4,1-11).

 

Jesus afirma “perdoa as nossas dívidas”, mas hoje rezamos “perdoa as nossas ofensas”, o que é mais fácil: perdoar as ofensas ou perdoar as dívidas? Como você está acostumado (a) a rezar o Pai Nosso: mecanicamente ou inserindo nele toda a tua vida e teu ardor nas palavras que pronuncias?

 

Reflexão Apostólica

 

Esses dias ficou enfatizada a importância do Jejum, hoje falaremos da oração.

Comecemos pela primeira leitura de hoje (Is 55,10-11): (…) Isto diz o Senhor: assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la."

Como rezar? Como saber se nossa prece chegou ao Senhor? Como saber? Saibam que esse é um dos maiores dilemas dos cristãos. Sabemos que Ele nos ouve e que suas palavras não voltam sem cumprir seu destino, mas não sabemos se o tocamos. Como suprimir essa angustia?

Nossa humanidade requer respostas. Viramos o volante, esperamos que o carro mude de direção; pisamos no freio, esperamos que pare; compramos um bilhete de rifa, esperamos pelo menos saber o número sorteado.

 

Precisamos dessa alimentação, que chamam de feedback para saber se a atitude que tomamos correspondeu ao desejado. Importante salientar: tudo isso faz parte de um conjunto de atos instintivos, primitivos e bem normais.

Um bebê chora esperando assim chamar atenção para algo; uma criança rola no chão esperando a mesma coisa; rezamos esperando ser ouvidos… Será que somos ouvidos?

 

É claro que sim! Mas essa angústia é tão remota que os mais antigos queimavam suas ofertas, imaginando assim, ao ver a fumaça subir ao seu, levava consigo as suas preces. A fumaça era um sinal visível da oração. Ela reforçava a sua fé. Ela ainda é muito usada ainda hoje só que na forma de incenso, mas em nossas orações diárias não vemos fumaça (graças a Deus! risos), mas então o que nos faz ter a certeza que elas chegaram a Deus? Uma resposta simples: A fé!!

No Evangelho de hoje Jesus nos ensina a rezar. Ele diz que não precisamos usar palavras bonitas ou difíceis, pois o Pai já sabe do que precisamos, muito antes de nós abrirmos a boca para pedir.

 

Você poderia perguntar: "Ora, se Ele já sabe, então por que eu ainda preciso pedir?" Pois é, você também não precisa pedir... O nosso Pai do Céu não exige que você peça.

 

Você consegue lembrar da última vez que passou 3 dias sem rezar um Pai Nosso? Pense um pouco... Agora tente lembrar... O que foi que aconteceu? Você passou fome? O sol deixou de nascer pra você? A água deixou de lhe molhar? Acredito que não. E por quê? Porque Deus cuida de você como quem cuida de um bebê recém-nascido, que nem sabe do que precisa, mas é cercado de mimos e paparicos sem nem saber de onde eles vêm...

 

Jesus nos ensinou a oração por excelência, essencialmente comunitária: o Pai-Nosso. A primeira parte da oração tem como centro o desejo da realização do projeto do Pai (teu nome, teu reino, tua vontade). Na segunda parte o centro é a comunidade (pão nosso, nossas dívidas, não nos deixeis), que adere concretamente a este projeto.
Na oração do Pai-Nosso encontramos o projeto da mudança.

Jesus nos deu a matiz de todas as orações: O Pai Nosso. Partindo dela saem e originam as outras orações. Decoradas ou espontâneas o que as diferencia é a fé de quem as proclama. Celina Borges sintetizou numa canção (Hoje eu vou tocar no Senhor) como devemos evocar a Deus em nossa oração: “(…) Vou te buscar com todo o meu coração. E além do véu te encontrar. Face a face te ver, te tocar te sentir. E dizer tudo aquilo, que eu tenho em mim. Hoje eu vou tocar no Senhor, COM MINHA FÉ, VOU RASGAR O CÉU COM A MINHA ORAÇÃO E te ver face a face”.

 

A oração é uma busca por Deus. É não se contentar de vê-lo passar sem o tocá-LO. Portanto O FOCO DA ORAÇÃO NÃO É O PEDIDO OU O QUE É VISÍVEL E SIM A CONVERSA.

 

O Apostolo Paulo alertava que não sabemos pedir e em virtude disso o Espírito Santo vem para pedir por nós (Rm 8,26).

Esse mesmo Espírito faz-se agitar pela fé, confiança esta que fez o cego saber que Jesus passava por ali mesmo sem vê-lo ou quando moveu a mulher que sofria de hemorragia a enfrentar as cotoveladas e empurrões da multidão para pelo menos tocar a orla de seu manto.

O PAI NOSSO é a matiz das orações, mas ele muda de acordo com a fé de quem reza. Vamos tentar novamente?

Pai Nosso que estais no céu…

 

Propósito: Rezar com muita consciência e fé a Oração que Jesus nos ensinou.

 

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