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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Evangelho do dia 23 de janeiro sábado

23 de janeiro - Falando de coisas boas e úteis, sinto em mim uma força que me conduz ao alto, a uma região mais pura e serena do que esta nossa terra; sinto um instinto, que chamaria
de progressão, um desejo de aperfeiçoamento, uma forte aspiração pelo Céu. (L 5). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 3,20-21

Naquele tempo, 20Jesus voltou para casa com os discípulos. E de novo se reuniu tanta gente que eles nem sequer podiam comer. 21Quando souberam disso, os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si.

Meditação:

Neste Evangelho temos uma breve narrativa, exclusiva do evangelista Marcos, na qual podemos destacar aspectos importantes e aspectos controvertidos.
A cena bíblica é a seguinte: Jesus e os Doze, recém eleitos, vão a uma casa em Cafarnaum. Havia uma multidão acirrada, a tal ponto que eles nem podiam e não tinham tempo nem para alimentar-se. E quando os "seus" ficaram sabendo disso, saíram para proteger Jesus, porque diziam que Ele tinha "perdido o juízo" . E neste grupo que vai até Jesus, está a figura de Maria, sua mãe.

Os parentes de Jesus consideram que Ele estava exagerando no modo como se dedicava à sua missão, porque Jesus desleixa até as suas necessidades mais elementares, como a de comer (v.20)
Marcos mostra aqui o caminho progressivo de Maria na fé. O evangelista revela o traço tão humano de Maria de Nazaré que se preocupa pelo Filho, o que denota uma preocupação normal.

Num olhar mais profundo, Marcos quer mostrar que o seguimento de Jesus (para fazer parte de sua família) ultrapassa os laços de parentesco.
Jesus inaugura uma NOVA FAMÍLIA constituída não mais do sangue e dos laços de parentesco (valor absoluto nas sociedades antigas) e sim daqueles que se juntam ao redor de Jesus para fazer a vontade do Pai.

Marcos ensina que até Maria, a criatura mais estreitamente ligada a Jesus pelos laços de sangue (maternidade) teve que elevar a ordem mais alta dos seus valores.

Depois de ter levado Jesus no seu ventre, era preciso que Ela o gerasse no coração, cumprindo a vontade de Deus. Uma vontade que se torna manifesta naquilo que Jesus dizia e realizava.

Assim, a figura de Maria "mãe" se harmoniza e se completa com a figura de "discípula" e "primeira cristã".
Como vimos, esta breve passagem é muito dura para a família de Jesus, a tal ponto que vários exegetas tentaram ver em os seus (v. 21) não os pais, mas os discípulos de Jesus; e outros inclusive chegaram a pôr na boca dos discípulos o epíteto: perdeu a cabeça, como se referindo à multidão e não a Jesus.
Realmente parece que foi a família de Jesus que interveio e a que foi responsável por aquele epíteto aludindo a Jesus.
A reação da família de Jesus ao saber das multidões que o cercam pode ter interpretações variadas. A expressão traduzida por "familiares" pode significar ou laços consangüíneos ou a proximidade dos discípulos.

Pode-se também ter a dupla interpretação de que o verbo usado no texto, "enlouqueceu", refira-se a Jesus ou á multidão. Assim pode-se entender que, ou os familiares ou os discípulos de Jesus, não o compreendendo e julgando-o fora de si, queiram retê-lo, ou julgando a multidão demais agitada queiram protegê-lo.
Marcos gosta de apresentar Jesus num contexto de crise, e assim se explica esta breve narrativa referente à família do Mestre, apontando para um ensinamento posterior.

Jesus está no centro de uma série de antagonismos e incredulidades. A única possibilidade de adesão a ele deve passar por cima da dependência carnal e apoiar-se numa dependência espiritual forjada na fé.

O discípulo é quase sempre um solitário. Sua mãe, sua irmã... tentam limitar seus meios de expressão e levá-lo de volta para a casa concreta e segura.
Certamente o discípulo é chamado a romper com todas as estruturas que o impedem de dedicar-se à sua missão, mesmo que venham de círculos tão próximos como os da família, e abrir-se a um novo mundo de relações fundamentadas na fé e na convicção de ter sido escolhido por Jesus.  

Reflexão Apostólica: 

Assim como nós Jesus também sofreu incompreensões e foi mal interpretado nas Suas ações. Até as pessoas da sua família não entendiam a Sua missão e a Sua proposta libertadora em favor dos mais necessitados.

À medida que Jesus curava as pessoas eliminando as raízes da marginalização, expulsando os espíritos maus e dando a elas dignidade, mais O procuravam e O cercavam a ponto de que Ele não tivesse mais tempo nem de comer. Por isso, Ele era considerado louco e se organizavam para impedi-Lo.
Nós também, muitas vezes somos incompreendidos (as) nas nossas ações, até dentro da nossa própria casa, na nossa família ou junto àqueles que convivem conosco!

É difícil também para as pessoas entenderem quando nós nos voltamos para as ações em favor dos mais necessitados ou quando começamos a desvalorizar as coisas terrenas e iniciamos um processo de conversão; as pessoas nos criticam porque “perdemos muito tempo” em coisas que não nos dão lucro!
Somos chamados (as) de alienados (as), fanáticos (as), quando saímos pelo mundo falando as mensagens do Evangelho ou tentando ajudar a tanta gente que sofre.

No entanto, quando aderimos às coisas que o mundo nos oferece e entramos na roda dos que valorizam os prazeres efêmeros, quando nos detemos em ganhar dinheiro para ter sucesso, aí então, nós somos aplaudidos (as) e incensados (as). Isso acontece porque nós humanos, temos a nossa visão limitada e superficial e não nos deixamos esclarecer pelo Espírito de Deus que mora em nós.
Fazemos coisas erradas, por ignorância e não entendemos a profundidade de Deus, ficamos no superficial e imaginamos esta vida como o objetivo central da nossa existência. Jesus também passou pelo crivo dos homens.

Como tem sido o seu julgamento diante do mundo? Você é considerada uma pessoa normal que vive como a maioria? Ou você também já foi apelidado (a) de exagerado (a) por causa do reino de Deus? O que dizem de você os seus amigos, suas amigas, quando você deixa algum lazer para ir a Igreja ou ao Grupo de Oração? Alguém já o (a) chamou de fanático (a)?

O Evangelho que acabamos de meditar chama a atenção por sua brevidade, como se o que dissesse fosse muito importante e devêssemos pensar bem.
Jesus se encontra dentro da casa, seus parentes do lado de fora e a multidão está ao seu redor ouvindo-o. Estão reunidos os discípulos e discípulas em torno de Jesus, como também as multidões, que são pessoas do povo, capazes de deixar tudo e seguí-l’O: são os aleijados, coxos, pobres, doentes que estão “como ovelhas sem pastor (Mc 6,34)”.

Participar da casa é participar do banquete da vida, da aproximação com o outro como espaço de diálogo e compreensão. Para poder entrar na casa é preciso romper com o sistema de opressão que há em nossa sociedade, na medida em que faço do outro instrumento da minha vontade e o coloco em disputa com os demais. A casa é o lugar apropriado para desenhar a proposta que Jesus deseja anunciar e promover o sistema de relação social.
Um profeta só é desprezado em sua pátria, em sua parentela e em sua casa (Mc6,4) . As pessoas capazes de compreender a missão de Jesus são aquelas que fazem a experiência d’Ele.

Os mais próximos se afastam diante da missão de Jesus, enquanto os mais distantes se aproximam d’Ele e de sua missão. Aproximar da missão é encontrar-se dentro da casa e reconhecer em Jesus a presença do Reino de Deus. É preciso compreender os gestos e não ter o coração endurecido.
Os que estão fora da casa são os adversários que querem interromper a missão, concordando com uma ideologia que domina as pessoas e que controla o sistema opressor.

Estar na casa é o principal foco e eixo de partida. Jesus se sente próximo e familiar a todos que se deixam envolver por seu projeto. O grau de parentesco é como que um título para que se possa fazer parte da nova comunidade, que requer acima de tudo fidelidade. Jesus se recusa a aceitar quem não aceita sua missão!
Perante uma atitude de vida incoerente, na qual o projeto de Deus não é assumido e a discriminação se torna mais forte, Jesus faz um questionamento: “quem é minha mãe e meus irmãos?” (Mc 3,33).

Se eles não conseguem aceitar a missão de Jesus, Este também não o reconhece como parente. É preciso ser obediente a Deus, porque no centro está o ser humano e suas necessidades.

Estar sentado à sua volta é estar atento aos seus ensinamentos. É a unidade em Jesus que se deve fazer evidente numa opção de vida, numa instauração de uma família, como também na vida; viver a vida com adesão ao projeto de Deus e na construção de um mundo novo, no qual a esperança nos mova para frente para podermos chegar a terra onde jorra leite e mel. Chamem-nos os nomes que nos quiserem chamar. Digam o que quiserem dizer. É preciso dizer: Sou católico e não desisto nunca.

Propósito:
Pai, a manifestação de tua misericórdia, por meio de Jesus, é motivo de imenso júbilo. Que eu saiba expressá-lo, com todo o vigor, sem medo das censuras e maledicências. Ó Deus, assim como nos enviaste o Vosso Filho que se fez louco por amor à vossa vontade, assim fazei de nós loucos. Loucos para aceitar qualquer tipo de trabalho e ir a qualquer lugar, sempre num sentido de vida simples, humilde, amando e promovendo a paz, a justiça, a restauração e a reconciliação entre as famílias.

2 Meditação:

Marcos, no início de seu evangelho, apresentou a tensão entre “sinagoga”, da qual Jesus se afasta, e “casa”, que passa a ser o local de reunião das novas comunidades em torno de Jesus.

Participar da casa é participar do banquete da vida, da aproximação com o outro como espaço de diálogo e compreensão. Para poder entrar na casa é preciso romper com o sistema de opressão que há em nossa sociedade, na medida em que faço do outro instrumento da minha vontade e o coloco em disputa com os demais. A casa é o lugar apropriado para desenhar a proposta que Jesus deseja anunciar e promover o sistema de relação social.

O evangelho de Marcos, depois de uma longa travessia, acompanha Jesus de volta para casa. Poderíamos imaginar que poderia descansar por alguns dias, ou algumas tardes tranqüilas com os vizinhos e familiares, mas de novo, se aglomera uma grande multidão, de modo que “não podiam nem sequer comer”.
As necessidades eram tantas que Jesus e seus amigos se viam totalmente absorvidos pela atenção das pessoas que recorriam a eles. O serviço quando se faz com o coração, não respeita horários, festas ou calendários fixos; a medida da generosidade, coisa que pode parecer estranha numa sociedade mercantilista na qual o bem se quantifica, se mede, onde o egoísmo e o cálculo são as atitudes predominantes aceitáveis.

“Está fora de si”, “está louco”: é a interpretação que fazem para aqueles que estão fora da dinâmica do serviço. De maneira que seus parentes vão buscá-lo para cuidar dele. É uma loucura servir até o extremo, é uma loucura partilhar e trabalhar pelos necessitados, é uma loucura de perder a si mesmo para dar vida aos demais. Mas, talvez necessitamos demais loucos, capazes deixar de lado seus próprios interesses mesquinhos, e entregarem-se alegres e generosos ao serviço e ao trabalho por aquelas pessoas excluídas e esquecidas de nosso mundo.
Esta breve passagem é muito dura para a família de Jesus, a tal ponto que vários exegetas tentaram ver em os seus (v. 21) não os pais, mas os discípulos de Jesus; e outros inclusive chegaram a pôr na boca dos discípulos o epíteto: perdeu a cabeça, como se referindo à multidão e não a Jesus.
Realmente parece que foi a família de Jesus que interveio e a que foi responsável por aquele epíteto aludindo a Jesus.
Marcos gosta de apresentar Jesus num contexto de crise, e assim se explica esta breve narrativa referente à família do Mestre, apontando para um ensinamento posterior.

Jesus está no centro de uma série de antagonismos e incredulidades. A única possibilidade de adesão a ele deve passar por cima da dependência carnal e apoiar-se numa dependência espiritual forjada na fé.
O discípulo é quase sempre um solitário. Sua mãe, sua irmã... tentam limitar seus meios de expressão e levá-lo de volta para a casa concreta e segura.
Certamente o discípulo é chamado a romper com todas as estruturas que o impedem de dedicar-se à sua missão, mesmo que venham de círculos tão próximos como os da família, e abrir-se a um novo mundo de relações fundamentadas na fé e na convicção de ter sido escolhido por Jesus.

2 Reflexão Apostólica:

Jesus recolhe-se numa casa. Talvez na de algum de seus seguidores. O grupo necessita de um pouco de repouso. Mas a povo aflui para escutá-lo e ver os sinais que realiza, de modo tal quem nem o Senhor nem os discípulos tinham sequer tempo para comer.

Marcos pretende realçar a atividade missionária de Jesus e de seus discípulos, e, com tal objetivo, traz-nos este delicado detalhe: não tinham tempo nem para comer.

Entretanto, espalhou-se o boato de que Jesus estava fora de si; louco. Por isso, seus parentes vão buscá-lo, para resgatá-lo da multidão que o comprimia daquela forma desumana, para levá-lo e cuidar dele.

Quando a tarefa evangelizadora é assumida com paixão, esgota. E certamente, gera sérias objeções. Mas a força do Evangelho ninguém pode deter, porque é dinamizada pelo próprio Espírito de Deus. Os grandes apóstolos e evangelizadores adiam o próprio descanso e até suas necessidades mais básicas, imbuídos de tal forma de sua “mania” evangelizadora que não chega a ser raro serem chamados de malucos.

Quando se vive impregnado do Espírito de Jesus nada pode deter o verdadeiro apóstolo; nem as falsas acusações dos adversários nem a tendência protecionista de parentes e amigos.

Paulo de Tarso, exemplo de apóstolo, gabava-se sem se ruborizar: “Entretanto, de tudo aquilo de que outrem se ufana (falo como um insensato), disto também eu me ufano... Falo como menos sábio: eu, ainda mais que eles. Muito mais pelos trabalhos, muito mais pelos cárceres, pelos açoites sem medida. Muitas vezes vi a morte de perto. Cinco vezes recebi dos judeus os quarenta açoites menos um. Três vezes fui flagelado com varas. Uma vez apedrejado. Três vezes naufraguei, uma noite e um dia passei em alto mar... E continua descrevendo suas loucuras (2ª Carta aos Coríntios 11, 21-33).

Não importa que nos chamem de loucos se pusemos o coração e a vida no Evangelho de Jesus. Mais ainda, parece que as falsas acusações ratificam a autenticidade do Evangelho e o testemunho do evangelizador.

Jesus se recusa a aceitar quem não aceita sua missão !!!

O evangelista Marcos nos deixa claro aqui que o importante é entrar na casa e conversar, dialogar e participar da vida com o outro. Assim, a comunidade do discipulado será a nova família que queremos formar.

A verdadeira família é aquela constituída por pessoas que, fazendo a vontade de Deus, tornam-se discípulas de Jesus. A família consangüínea, pelo amadurecimento do amor, abre-se e solidariza-se com os mais excluídos e empobrecidos.

Propósito:

Deus eterno e onipotente, que governais o céu e a terra, escutai misericordiosamente as súplicas do vosso povo e concedei a paz aos nossos dias.


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