06 OUTUBRO – Sede monges em casa e apóstolos fora de casa. (M 9/94/19). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 10,25-37"Um mestre da Lei se levantou e, querendo encontrar alguma prova contra Jesus, perguntou:
- Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna?
Jesus respondeu:
- O que é que as Escrituras Sagradas dizem a respeito disso? E como é que você entende o que elas dizem?
O homem respondeu:
- "Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças e com toda a mente. E ame o seu próximo como você ama a você mesmo."
- A sua resposta está certa! - disse Jesus. - Faça isso e você viverá.
Porém o mestre da Lei, querendo se desculpar, perguntou:
- Mas quem é o meu próximo?
Jesus respondeu assim:
- Um homem estava descendo de Jerusalém para Jericó. No caminho alguns ladrões o assaltaram, tiraram a sua roupa, bateram nele e o deixaram quase morto. Acontece que um sacerdote estava descendo por aquele mesmo caminho. Quando viu o homem, tratou de passar pelo outro lado da estrada. Também um levita passou por ali. Olhou e também foi embora pelo outro lado da estrada. Mas um samaritano que estava viajando por aquele caminho chegou até ali. Quando viu o homem, ficou com muita pena dele. Então chegou perto dele, limpou os seus ferimentos com azeite e vinho e em seguida os enfaixou. Depois disso, o samaritano colocou-o no seu próprio animal e o levou para uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, entregou duas moedas de prata ao dono da pensão, dizendo:
- Tome conta dele. Quando eu passar por aqui na volta, pagarei o que você gastar a mais com ele.
Então Jesus perguntou ao mestre da Lei:
- Na sua opinião, qual desses três foi o próximo do homem assaltado?
- Aquele que o socorreu! - respondeu o mestre da Lei.
E Jesus disse:
- Pois vá e faça a mesma coisa."
Meditação:
Lucas
aborda aqui o tema da "vida eterna", que será novamente abordado no
episódio do homem rico que interroga Jesus (Lc 18,18-23). Respondendo ao doutor
da Lei, Jesus afirma que se tem a vida eterna no amor a Deus e ao próximo. E o
meu próximo é aquele do qual me aproximo para socorrê-lo em suas necessidades.
O
Evangelho de hoje nos leva a ocupar-nos ainda sobre a Igreja, a refletirmos
sobre um de seus principais âmbitos: a caridade, o amor.
Escreve
Bento XVI na sua encíclica Deus Caritas est número 20: “o amor do próximo,
radicado no amor de Deus, é um dever antes de mais para cada um dos fiéis, mas
o é também para a comunidade eclesial inteira, e isto a todos os seus níveis: desde
a comunidade local passando pela Igreja particular até à Igreja universal na
sua globalidade. A Igreja também enquanto comunidade deve praticar o amor”.
O
Papa ainda continua na mesma encíclica no número 22: “A Igreja não pode
descurar o serviço da caridade, tal como não pode negligenciar os Sacramentos
nem a Palavra”. Os outros dois âmbitos de vida que não podem faltar na Igreja,
de fato, juntamente com a caridade, são a liturgia e a catequese.
O
melhor testemunho que a Igreja pode dar a quem observa de fora é o exercício da
caridade. A parábola do bom samaritano (que lemos hoje) no curso da história
nunca deixou de interpelar a consciência dos fiéis em Cristo; e, em nossos dias
atuais mais do que nunca. Para evitar o perigo de passar sem levar seriamente
em consideração este tema, examinamos o trecho evangélico desde o princípio.
Logo
no início, o Evangelho nos lembra antes de tudo que o problema da caridade é
uma questão religiosa. O doutor da lei, esperto nas questões teológicas, cita o
duplo mandamento do amor, a Deus e ao próximo, mas o faz depois de ter
interrogado Jesus sobre a eternidade: “Mestre, o que devo fazer para herdar a
vida eterna?”
Sobre
o seu destino eterno qualquer um se lança totalmente. Este é o poder da
religião. A busca da própria felicidade pessoal, porém, não pode se separar do
amor, amor para com Deus e amor para com o próximo. Será feliz para sempre,
quem desde agora tiver começado a amar Deus e os outros que como ele são irmãos
em Cristo.
O
doutor da lei conhecia as indicações que Deus tinha dado por boca de Moisés e a
contra-pergunta de Jesus (o que está escrito na lei?) que o convidava a dar
sozinho a resposta, e, de fato, ele não erra o veredicto: é preciso amar a Deus
com todo o coração, com toda a alma e com toda a força e com toda a
inteligência e ao próximo como a si mesmo.
Encontra
assim confirmada a reflexão do livro do Deuteronômio, sempre a obra de Moisés
que diz: “Este mandamento que hoje te dou não é difícil demais nem está fora do
teu alcance.
Não
está nem no céu, para que possas dizer: 'Quem subirá ao céu por nós para
alcançá-lo? Nem está do outro lado do mar, para que possas alegar: 'Quem
atravessará o mar por nós para apanhá-lo? Ao contrário, esta palavra está bem
ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir.
Então
será só uma questão de boa vontade? Podia parecer que sim se não fosse a
sucessiva pergunta do doutor da lei que nos coloca de sobreaviso (quem é o
meu próximo?).
Sem
a ajuda da graça de Cristo é impossível cumprir perfeitamente o mandamento do
amor de Deus e do próximo. De fato, entre as boas intenções e as realizações
práticas há um abismo.
Com
a pergunta: “Quem é o meu próximo?”, o doutor da lei queria justificar-se no
sentido de perda que se prova diante de uma tarefa genérica e juntamente árdua
(para o judeu, o próximo era um igual a ele somente, outro judeu).
Assim,
“de onde posso começar no amor para com o próximo?” parece pedir o doutor da
lei, “e depois desde que ponto devo chegar?” a resposta de Jesus é um
obra-prima não tanto porque é original e bem construída, mas porque é a
descrição daquilo que ele, Jesus naquele momento estava levando adiante.
O
bom samaritano da história de fato é um perfeito auto-retrato do próprio Senhor.
Aquele que Jesus atribui ao samaritano, na realidade, é aquele que ele Jesus
estava para fazer.
Padres
e pastores não deixaram escapar a ocasião de esclarecer as várias
correspondências e interpretaram assim o relato.
“A
humanidade, criada por Deus, estava em Jerusalém, isto é, na Paz do paraíso
terrestre, lugar da presença de Deus em meio ao povo. Mas o homem se moveu em
busca de uma outra felicidade, para a cidade do pecado, que é Jericó.
Como
acontece para o filho pródigo, este abandono do pai foi fatal: Satanás, o
tentador, que o desnuda do dom da amizade com Deus e o fere nas suas próprias
capacidades humanas; agora, o homem, encontra-se sozinho, é incapaz de resistir
ao mal, e segue destinado à morte pela estrada da história.
O cristão
hoje e o levita da Antiga Aliança passam ao lado desta humanidade, mas é
uma passagem ineficaz. Até que vem um samaritano, justo Cristo Salvador, que
ajoelhando-se sobre este homem, o põe sobre a montaria do animal, a humanidade
por ele assumida, para levá-lo ao local – que é a Igreja, dentro da qual o
homem possa reencontrar cura e vida... na espera do seu retorno! No entanto,
ali é possível a sua recuperação mediante as duas moedas deixadas pelo
samaritano, que são a Palavra de Deus e os Sacramentos (na Igreja Católica).
Fazendo
o percurso de Jerusalém (760m de altura) para Jericó (240m abaixo do nível do
mar), que é um percurso de descida já que Jerusalém está (
Na
espera desta destinação final, entretanto, nós somos convidados a tomar lugar
na “pensão” terrena que é a Igreja e se nestes ambientes nos sentimos bem, não
devemos nos esquecer daqueles que fora daí padecem e esperam também o nosso
alívio; se pelo contrário, por vários motivos encontramos que nesta casa que é
a Igreja há algo para melhorar, somos convidados a fazer a nossa parte desde o
seu interno, de modo construtivo, superando as resistências humanas e
tornando-nos nós mesmos operadores daquela caridade da qual sofremos a falta.
Também esta é caridade e também na Igreja e pela Igreja há tanto a se fazer.
O
Evangelho termina com um mandamento de Jesus: “Vai e faze a mesma coisa”.
Comecemos
a praticar.
Reflexão Apostólica:
Em qualquer situação que nos encontrarmos, como
necessitados ou como colaboradores somos convocados pelo Senhor a amar o nosso próximo
como a nós mesmos.
Às vezes nós ajudamos às pessoas e as socorremos por
obrigação ou a contra gosto, porém a própria Palavra do Evangelho nos
esclarece: o próximo “é aquele que usou de misericórdia para com ele”.
A misericórdia, então, é o sinal para que nós sejamos “o
próximo” de alguém. Agir com misericórdia é fazê-lo por amor a Deus e acolher a
miséria do outro com o mesmo amor de Deus e não somente com o nosso amor
imperfeito e interesseiro.
Como você costuma agir: como o sacerdote, como o levita,
como o samaritano, como o hospedeiro? Ou você sempre é aquele que desce de
Jerusalém para Jericó, se mete em enrascadas e está sempre precisando que
alguém se aproxime de você? Você já experimentou ser aquele (a) que está
necessitado (a) e espera o socorro de alguém? Quando você ajuda alguma pessoa
você o faz por amor a Deus e com o amor de Deus?
O primeiro a colocar obstáculos no caminho de Jesus é um
teólogo. Este sabe que o amor total a Deus e ao próximo é que leva à vida. Mas,
não basta saber. É preciso amar concretamente.
A parábola do samaritano mostra que o próximo é quem se
aproxima do outro para lhe dar uma resposta às necessidades.
Nessa tarefa prática, o amor não leva em conta barreiras
de raça, religião, nação ou classe social. O próximo é aquele que eu encontro
no meu caminho.
O legista estabelecia limites para o amor: “Quem é o meu
próximo?” Jesus muda a pergunta: ” O que você faz para se tornar próximo do
outro?”
Propósito:
Pai,
dá-me um coração cheio de misericórdia, como o de teu Filho Jesus, pois só
assim terei certeza de estar em comunhão contigo, a caminho da vida eterna.
Dia 06
Para
que não fiquem insossos, você precisa adicionar temperos e sal aos alimentos.
Para
que as empresas, as residências, as escolas e tudo o mais funcione normalmente,
é necessário energia elétrica.
No
Novo Testamento, ao falar sobre a missão do ser humano, Jesus usou estes
exemplos: ser sal e luz para o mundo.
Se
o sal perder a força e a lâmpada ficar apagada, de nada servirão.
Por
isso, transforme sua existência em luz na vida dos semelhantes.
Você
pode fazer a diferença iluminando os caminhos das pessoas.
“Vós
sois o sal da terra.
Ora,
se o sal perde seu sabor, com que se salgará?
Não
servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e pisado pelas pessoas.
Vós
sois a luz do mundo.
Uma
cidade construída sobre a montanha não fica escondida”.
(Mt
5,13-14).
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