01/11 – Dia de Todos os Santos (Solenidade)
Antes
do artigo, assista a homilia do Padre José Eduardo, uma profunda reflexão sobre
a santidade:
O
Dia de Todos os Santos é uma data especial na Igreja, pois no dia 1 de novembro
oramos por todos os santos e mártires que não foram relembrados ao longo do
ano.
É
uma data para orar e relembrar os santos mártires que deram a maior
prova de amor por Deus, aceitando
o martírio de bom grado por não renegar sua fé. Demonstrando com a
prova da própria vida o Amor a Deus sobre todas as coisas.
O
Dia de Todos os Santos é uma data especial de reflexão, oração e uma festa
especial para os exemplos da Igreja, além de ser uma data e reflexão para os
fiéis sobre o amor a Deus, sobre a fé.
Durante
o Dia de Todos os
Santos nossas orações não são apenas por um santo do qual somos devotos,
mas sim direcionadas a todos em gratidão da sua luta para preservar a fé cristã
e a palavra de Deus viva mesmo diante de terríveis obstáculos e sacrifícios.
Os
Santos orientam-nos na penosa viagem ao céu. Não desdizendo a palavra de Jesus
Cristo: “o reino dos céus padece força”, indicam-nos os meios que devemos
aplicar para chegar ao porto da salvação. São os mesmos que eles usaram, a
saber: a observação dos mandamentos da lei de Deus, a observação da lei da
caridade para com o próximo, os mandamentos da lei da Igreja, trabalho, oração,
sofrimentos e mortificação. “Tende coragem! — assim os ouvimos dizer — o céu é
vosso, o céu está perto, vos está garantido.”
Desta
maneira, a festa de Todos os Santos é para nós um dia de alegria, de consolo e
de animação. Os Santos foram o que somos: lutadores e muitos entre eles,
pecadores. Seremos o que eles são: “Benditos do Pai.” Guardemos a esperança do
céu. “Quem tem esta esperança, santifica-se.” (Jo 3,3) “Creio na vida eterna”.
Na luta, na dor, no desânimo e na tribulação, lembremo-nos da glória que nos
espera. Daqui a pouco tudo está acabado e poderemos praticamente, em nós mesmos,
experimentar a verdade da palavra de São Paulo, quando disse: “olho algum viu,
ouvido algum ouviu, nem jamais veio à mente do homem o que Deus preparou para
aqueles que o amam.” (1 Cor 2,9)
Oremos
a todos os santos e mártires da Igreja nessa data especial, e vamos comemorar o
Dia de Todos os Santos celebrando a memória dos ícones e exemplos de fé.
Todos
os Santos, rogai por nós!
01 novembro - FESTA DE TODOS OS SANTOS.
Oh! Peçamos que desponte também para nós, bela e luminosa, a
suspirada aurora da nossa ressurreição. (L 30). São Jose
Marello
Mateus 5,1-12ª
Naquele tempo, 1Vendo Jesus as multidões, subiu ao
monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a
ensiná-los:
3”Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o Reino dos Céus.
4Bem-aventurados os aflitos, porque serão
consolados.
5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão
a terra.
6Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque serão saciados.
7Bem-aventurados os misericordiosos, porque
alcançarão misericórdia.
8Bem-aventurados os puros de coração, porque
verão a Deus.
9Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
10Bem-aventurados os que são perseguidos por
causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11Bem-aventurados
sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo disserem todo tipo de
mal contra vós, por causa de mim. 12aAlegrai-vos e exultai, porque
será grande a vossa recompensa nos céus.
Meditação:
O chamado Sermão da Montanha, faz parte do
discurso inaugural do ministério público de Jesus, que se estende entre os
capítulos
No texto destacamos dois elementos
fundamentais: primeiro está o lugar de onde Jesus fala e o conteúdo do
discurso. Depois de pregar nas sinagogas da Galileia, acompanhado de uma grande
multidão, Jesus subiu ao monte para rezar, escolhe os doze apóstolos e depois
chega a um lugar plano e sentando, os seus discípulos e toda a multidão se
aproxima d’Ele e então, Ele tomando a palavra e começa ensinar. Bem-aventurados
os pobres em espírito porque deles é o Reino dos céus…
A intenção evidente do evangelista é apresentar-nos
um discurso completo. Há, portanto aqui uma unidade retórica, sendo este termo
entendido não só como uso de figuras de estilo, mas, sobretudo como forma de
usar as palavras e construir o discurso visando cumprir um determinado
objetivo, que neste caso é proclamar de um modo novo o Evangelho do Reino.
Não há aqui espaço para uma interpretação
detalhada do texto. Utilizaremos como marco hermenêutico a novidade que este
sermão nos traz, advertindo desde já que de maneira nenhuma se trata de ruptura
com o Antigo Testamento, mas sim do seu pleno cumprimento
À semelhança de Moisés, que sobe ao monte Sinai
para receber as tábuas da Lei que há - de comunicar ao povo de Israel (cf. Ex
19, 3. 20; 24, 15), há quem veja na pessoa de Jesus um “novo Moisés” que surge
como Mestre, não apenas de Israel, mas de todos os homens, chamados à vocação
universal de serem discípulos de Cristo, pela escuta e vivência da sua Palavra:
Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele
que faz a vontade de meu Pai que está no Céu; 7, 24: Ou ainda: Todo aquele que
escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que
edificou a sua casa sobre a rocha). Jesus senta-se na “cátedra” de Moisés (a montanha)
como o Moisés Maior, que estende a Aliança a todos os povos. Assim podemos ver
o Sermão da Montanha como «a nova Torah trazida por Jesus».
Devemos insistir, porém que não se trata
aqui de abandonar a Torah dada na aliança do Sinai. É sabido que o primeiro
Evangelho foi escrito para uma comunidade de cristãos de origem judaica,
enraizados e familiarizados com a Lei de Moisés, que continuava a ser
valorizada e praticada. A preocupação do evangelista é mostrar que, sem abolir
nada do que Moisés tinha deixado, Cristo, com a sua ação, o supera e leva à
perfeição como só Ele pode fazer, absolutamente melhor do que qualquer outro
profeta.
O que Mateus nos apresenta no texto de hoje
não tenho nem se quer uma sombra de dúvidas de que seja o anúncio de um novo
céu e uma nova terra onde haveremos de morar. É como que a realização de todas
as promessas e bênçãos de Deus nos discípulos da nova aliança em Cristo, assim
como no novo espírito com que se deve cumprir a Lei, concretizado nas práticas
da esmola, da oração e do jejum.
A atitude dos filhos do Reino traduz-se
numa nova relação com as riquezas, com o próprio corpo e as coisas do mundo e
com Deus, a quem nos dirigimos como Pai e de cujo Reino se busca a justiça,
antes de tudo.
Como não se pode dizer que se ama a Deus se
não se ama os irmãos, não falta aqui à referência a uma nova relação com o
próximo. Finalmente, o epílogo do sermão faz uma recapitulação e um apelo
veemente à não apenas escutar a Palavra, mas a pô-la em prática, de forma
consciente e deliberada.
Procuramos, da forma mais breve possível,
ver como
Esta é uma forma semítica de dizer “Reino
de Deus”, que está no meio de nós e se realiza plenamente no domínio ou reinado
de Deus sobre todas as suas criaturas e na aceitação ativa, alegre e jubilosa
desse reinado pelas mesmas criaturas, a começar pelo Homem, criado à sua imagem
e semelhança.
O Sermão da Montanha é então para nós um
autêntico programa de vida cristã que não deixaremos de meditar e pôr em
prática em todos os dias, pois ele compreende o ANÚNCIO DE NOVO CÉU E DA NOVA
TERRA onde haveremos de morar.
Reflexão
Apostólica:
As
bem-aventuranças são o anúncio da felicidade, porque proclamam a liberdade, e
não o conformismo ou a alienação. Elas anuciam a vinda do Reino através da
palavra e ação de Jesus.
Estas
tornam presente no mundo a justiça do próprio Deus. Justiça para aqueles que
são inúteis ou incômodos para uma estrutura de sociedade baseada na riqueza que
explora e no poder que oprime.
Os que
buscam a justiça do Reino são os “pobres em espírito”. Sufocados no seu anseio
pelos valores que a sociedade injusta rejeita, esses pobres estão profundamente
convictos de que eles têm necessidade de Deus, pois só com Deus esses valores
podem vigorar, surgindo assim uma nova sociedade.
O
Evangelho deste domingo nos traz o Sermão da Montanha. Falar dele em poucas
palavras é uma missão bem difícil para mim, já que eu olho para ele e vejo uma
grande lição em cada versículo.
Sempre que
o Sermão da Montanha é mostrado nos filmes, Jesus está andando pelo meio da
multidão e falando bem alto. Quando lemos no Evangelho, descobrimos que não foi
bem assim, como nos filmes.
Na
verdade, Jesus olhou para a multidão, subiu o monte em silêncio, e sentou. Os
discípulos se aproximaram e sentaram perto dEle. Foi então que Jesus abriu a
boca e começou a ensinar-lhes. Então se os discípulos estavam perto, não tinha
pra que falar alto! Foi uma "aula particular" para os discípulos, e
que deve ter sido bem mais extensa do que as poucas linhas que ficaram
registradas no livro de Mateus.
O Sermão
da Monatanha é um dos sermões mais famosos e lembrados de Jesus. Aqui nos
detemos em sua introdução, mais conhecida como as “Bem-aventuranças”, pois o
sermão é muito mais longo, pois vai até 7, 29, onde acontece a conclusão
dizendo que as pessoas ficam assombradas com a sua doutrina “porque ensinava
como quem tem autoridade e não como os escribas”. Por que pode causar assombro
esse ensinamento de Jesus? Vejamos de perto as bem aventuranças e tentemos dar
uma resposta.
"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino
dos Céus." Quem são os "pobres de Espírito"? E
por que é deles o Reino dos Céus? Se alguém nos perguntasse "de quem é o
Reino dos Céus?", responderíamos: "dos pobres de espírito"?
Com certeza, não? Para entender o que está escondido nesse versículo...
Pobre em espírito é aquele que tem o espírito vazio de si próprio, a ponto de
reconhecer sua pequenez e pedir humildemente que Deus ocupe esse vazio do seu
espírito. Não importa se a pessoa é rica ou pobre de dinheiro, pois não é
impossível para o pobre ser arrogante, nem para o rico ser humilde. O Reino dos
Céus é destas pessoas porque são estas que se permitem ser preenchidas, no seu
vazio, pelo próprio Deus. São estas pessoas que espalham as sementes do Reino
dos Céus em forma de Amor.
"Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados." Lembramos aqui que só se
aflige quem se importa, quem se preocupa. Com que/quem você se importa? Quem
está aflito de verdade, chora. Como Jesus chorou no Getsêmani. Você já chorou
de arrependimento pelos seus erros? Pelas dificuldades que você teve (ou está
tendo) que enfrentar? Elas foram ou estão sendo necessárias, acreditemos. Se
Deus as permitiu, existe uma razão. Você pode até não entender hoje, mas confie
em Deus: depois de uma grande aflição, sempre vem uma grande recompensa.
"Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra." O verdadeiro manso é aquele
que, mesmo tendo a possibilidade e a escolha de aniquilar aqueles que se opõem
a ele, escolhe a paciência. No entanto, o verdadeiro manso não é passivo e indiferente
ao que é errado, mas defende a Verdade mesmo que isso lhe custe a vida. Nesse
mundo cruel em que vivemos, o normal é que os mansos sejam "engolidos"
pelos violentos. Mas na lógica de Jesus, quem vai "herdar a terra",
ou seja, quem vai permanecer ao final de tudo, são os mansos. Por quê? Porque
os violentos matam-se uns aos outros.
"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados." Aqui está implícito algo
interessante: que neste mundo a justiça é falha. Mas todos nós já ouvimos a
expressão: "a justiça divina tarda, mas não falha". Alguém lhe caluniou?
Alguém lhe trapaceou? Alguém lhe condenou e castigou injustamente? Não se
preocupe: mais cedo ou mais tarde, essa pessoa terá de acertar as contas com
Deus. E, sem sombra de dúvidas, irá colher o que plantou.
A que
“bem-aventuranças” se opõem estas bem-aventuranças? Por que essa insistência de
Jesus em afirmar as bem-aventuranças? Diante das bem-aventuranças (ou do
“êxito”) que a sociedade injusta e insolidária oferece, Jesus proclama oito
veze onde se encontra e quais as bem-aventuranças do reino de Deus. A
verdadeira felicidade se encontra em uma sociedade justa, misericordiosa,
pacífica.
A sociedade injusta oferece felicidade no egoísmo, no êxito pessoal, no
acúmulo. O reino de Deus oferece felicidade no amor, na sinceridade, na
simplicidade. A sociedade injusta, às custas da infelicidade da maioria, cria a
felicidade da minoria. A proposta de Jesus no sermão da montanha é a de
eliminar toda opressão e toda injustiça procurando a felicidade e a vida em abundância
para todos.
A mesma lógica proposta por Mateus é a lembrada por Paulo (1Co 1,26-31) à
comunidade de Corinto. A força de Deus se concretiza em pessoas que não são
forte nem sábias na consideração da opinião comum, porém que sabem concretizar
a presença de Cristo, força e sabedoria de Deus para que ele “se sinta
orgulhoso no Senhor”.
A mensagem que nós podemos tirar deste Evangelho já tão conhecido de todos, é
que o conceito de felicidade que o mundo prega é completamente diferente da
felicidade que Deus planejou para a nossa vida.
Ser pobre,
aflito, manso, faminto, misericordioso, puro de coração, promotor da paz, perseguido,
insultado, na concepção humana é, na realidade, uma infelicidade.
Porém, se
nos aprofundarmos na sabedoria de Deus, o Espírito nos convencerá de que tudo
isso é inerente à nossa condição humana, porém quando nos reconhecemos
completamente dependentes da misericórdia do nosso Pai, então, todas essas
dificuldades transformam-se em ocasiões para que experimentemos o Seu Amor
infinito, e aí então, seremos realmente felizes.
A nossa
felicidade aqui na terra está condicionada à nossa experiência pessoal com o
Amor de Deus. Nesse caso, todas as ocasiões em que somos mais provados são
justamente os momentos em que mais nós temos a amostra da ação de Deus na nossa
vida.
Você já
experimentou alguma vez a felicidade dessa maneira? Para você o que significa
ser feliz? Você já foi perseguido (a) por causa do reino de Deus?
Propósito:
Pai, move-me pelo
Espírito a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e
buscando viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus.
Dia 01
Quem
mais praticou a mansidão foi Jesus, que se auto denominou “manso e humilde de
coração”.
No
entanto, ele foi vítima da pior violência que pôde existir: a crucificação.
A
pessoa calma é mais forte que a violenta, pois esta, ao agir com violência,
demonstra fragilidade e medo, enquanto a outra tem em si a força do amor.
Hoje,
convido você a meditar sobre essa realidade.
Os
mansos possuirão a terra.
“Antes
de tudo, peço que se façam súplicas, orações, intercessões, ação de graças, por
todas as pessoas[...] para que possam levar uma vida calma e tranqüila, com
toda a piedade e dignidade”. (1Tm 2,1-2).


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