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quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Evangelho do dia 10 de agosto quinta feira 2023

 

10 agosto - Quando algum de nós tiver a tentação de descer de sua grelha ou de trocá-la, lance um olhar às grelhas dos outros, mais quentes, e alto lá: quando muito, mudar de lado. (L 157). São Jose Marello

 


Leitura do santo Evangelho segundo São João 12,24-26

 "Em verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto. Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem não faz conta de sua vida neste mundo, há de guardá-la para a vida eterna. Se alguém quer me servir, siga-me, e onde eu estiver, estará também aquele que me serve. Se alguém me serve, meu Pai o honrará."  

Meditação: 

 A explicação da parábola da semente que cai na terra germina e dá frutos, somos todos nós que nos entregamos pela causa do Reino de Deus.

Na verdade, alguns fazem entrega total de si, como os sacerdotes e os religiosos e as religiosas. Mas nós também somos exemplos de auto entrega pela evangelização.
 O grão que não morre fica só. Aqui o trecho do evangelho se refere àqueles que nem estão aí para o Reino de Deus. Querem mais é cuidar da sua vida e não têm tempo para Deus. Aí acontece o contrário do que eles almejam. Suas vidas acabam definhando-se pela ausência de Deus.

Não é que Deus seja vingativo e nos abandona. Somos nós que O abandonamos por causa do nosso individualismo e o apego às coisas desta vida.
O Evangelho de hoje traz a comparação da natureza para expressar o seu verdadeiro sentido. A vida só tem sentido quando doada. Só assim ela se transforma em vida nova e não morre sufocada em si mesma. O grão de trigo adquire vida nova quando aceita desaparecer debaixo da terra e morrer. Assim foi com a vida de Jesus e com a vida de São Lourenço, cuja festa celebramos hoje.

São Lourenço, padroeiro dos diáconos, tem como missão o serviço na comunidade e aos irmãos. Lourenço aceitou doar a vida por uma causa.

Doou-se a si mesmo, depois de ter escolhido o bem maior que é Jesus Cristo. Diante de tanto egoísmo presente na vida das pessoas, entendemos o quanto é importante a partilha da vida, dos bens e dos dons. O egoísmo é mortal e estéril, enquanto a vida é doação.

A imagem do grão que cai na terra e tem que morrer para dar frutos é usada, também, por Paulo em sua primeira carta aos Coríntios (15,36s).
Antigamente julgava-se haver uma descontinuidade entre o grão e os frutos. Assim esta imagem do grão se adaptava à tradição da ressurreição baseada na leitura do livro de Daniel, no capítulo 10, com a visão dos ossos dos mortos que são revivificados.

Na realidade, sabemos que o grão já tem em si a vida e não morre, mas se transforma. Há assim uma continuidade entre o grão, a árvore e os frutos por ela produzidos. Assim também, o Jesus humano já tem em si a vida divina e eterna, a qual permanece e se manifesta após sua morte na cruz.
A imagem da semente que morre e dá fruto suscita interrogações sobre o modo como vivemos neste mundo. Queremos ter segurança em nossa vida correndo atrás dos projetos de enriquecimento e sucesso, colocando-nos a serviço dos poderosos deste mundo? Ou queremos abandonar os sucessos deste mundo e entregar nossa vida nas mãos de Deus, em comunhão com seu amor e confiantes em sua providência, fieis ao cumprimento de sua vontade aqui na terra?

Como pode nossa vida dar muito fruto? Jesus nos propõe uma forma de viver com tal objetivo. Para ele, a vida das pessoas tem que ser produtiva; não se pode perdê-la de forma vã e inútil.

Mas a vida dá realmente muitos frutos ao ser compartilhada. Quando não é dividida com os irmãos, perde o sentido; torna-se solitária, desperdiçada, egoísta.
O Senhor nos propõe uma orientação para conseguir a plenitude da vida humana: se nos apegarmos à vida, acabaremos por nos tornar egoístas; mas, se utilizarmos nossa vida na partilha solidária, ela adquire uma dimensão elevada: orienta-se para a eternidade.

 A vida que se consome nas nossas ocupações diárias é uma vida frutífera própria de quem decidiu seguir Jesus. Converte-se assim em serviço; e quando transcorre dessa forma, então temos mais vida; abundante, boa, feliz.

 Quem segue Jesus, é aquele que serve. Somente desta maneira poderá estar onde quer que esteja Jesus. A vida entregue ao serviço em Deus é a que dá muito fruto. Por isso, o próprio Deus o honrará e abençoará.

O caminho discipular na palavra de Deus é uma constante aprendizagem da vida que morre, como o grão de trigo, para dar muito fruto.
A semente que pretende conservar-se não comunica vida. Jesus compara sua vida à da semente: ser doação para que as pessoas tenham vida, porque Deus Pai é assim: fonte e princípio de vida para todos. Quem quisesse segurar o ar que respira somente para si, morreria sufocado.

Um egoísta é alguém que quer segurar o fôlego só para si e não admite partilhar com os outros. Por isso a última ação de nossa vida é expirar, que também significa dar a vida, entregar o espírito. A vida só circula na medida em que é recebida e doada.
Seguir a Jesus é servir, como ele nos serviu. O amor de Jesus nos liberta, transformando nossas vidas e nos movendo ao serviço aos mais carentes e necessitados, em comunhão de amor e vida com Jesus e o Pai.

Aqui reside o papel profético da Igreja e de cada cristão em particular. Este profetismo faz olhar o presente e deduzir o que possa acontecer no futuro. O serviço ao Senhor é o serviço à humanidade e vice-versa.

Reflexão Apostólica:

 A maior manifestação de Deus é a vida, paixão e ressurreição de Jesus. Lá, Deus se manifestou em todo o esplendor de sua ternura, entrega e amor.

 Para melhor compreender isto, é necessário estar em sintonia com a proposta do Evangelho e estar disposto a entregar a vida pelo reino de Deus em cada momento da existência.

A vida de Jesus foi precisamente uma entrega total e generosa. Caiu como semente boa no sulco da vida e produziu frutos abundantes. Não reteve sua vida para si. Entregou-a completamente em favor de seus amigos e da humanidade.
Essa entrega generosa faz da vida de Jesus e da vida de seus seguidores, uma boa colheita que produz abundantes boas obras.

 Passamos a vida tratando de adquirir coisas para sermos felizes. Lançamos a semente de nossa vida entre as pedras da cobiça e no matagal das preocupações.

Jesus nos convida a mudarmos de atitude e a dirigirmos nossa existência pelo caminho que conduz à vida autêntica. Quer fazer-nos compreender que a vida é uma entrega alegre e generosa em favor do próximo, sobretudo, do próximo pobre.

A leitura insiste na generosidade e no serviço. Por isso, diante das carências do mundo, é importante partilhar os bens e os dons.

 Precisamos, porém, estar atentos na forma como realizamos isso. Doar coisas sem promover a pessoa se chama assistencialismo.

 O assistencialismo (o simples socorrer o próximo em suas necessidades mais urgentes) não traz nem trará por si só grande resultado.

 Ele pode causar dependência: a pessoa se acostuma a receber e acaba não tendo nem força e nem coragem para buscar sua autonomia. Por outro lado, para quem doa, tranqüiliza a consciência, mas sem resolver o problema.

Detendo-nos em pensar no que faria Jesus, vemos que o assistencialismo apenas tem conseguido aumentar a mendicidade, a dependência, a completa perda da dignidade humana, a formação de uma massa de “incapacitados” mentais que somente servem para tranqüilizar nossa consciência quando lhes damos um esmola, quando lhes satisfazemos a fome de um dia e achamos que é suficiente.

 De acordo com o projeto da justiça, querido por Deus e praticado por Jesus, a questão não se resolve meramente com assistências e doações.

A proposta de Jesus passa pelo compromisso com a justiça como fundamento para se eliminar as causas que geram o empobrecimento.

 A missão de proclamar a justiça é um gesto profético que cada cristão deveria ter para si como primeira vocação. Ser profeta assim faz a gente trabalhar para melhorar o presente e olhar para o futuro com esperança.

Propósito:

Senhor Jesus, a vida jorrou abundante de tua fidelidade até à morte de cruz. Possa eu beneficiar-me desta plenitude de vida.

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