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quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Evangelho do dia 09 de agosto quarta feira 2023

 

09 agosto - Nem sempre é o fogo que faz avermelhar a grelha! (L 157). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 15,21-28

 "Partindo dali, Jesus foi para a região de Tiro e Sidônia. Uma mulher cananéia, vinda daquela região, pôs-se a gritar: "Senhor, filho de Davi, tem compaixão de mim: minha filha é cruelmente atormentada por um demônio!" Ele não lhe respondeu palavra alguma. Seus discípulos aproximaram-se e lhe pediram: "Manda embora essa mulher, pois ela vem gritando atrás de nós". Ele tomou a palavra: "Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel". Mas a mulher veio prostrar-se diante de Jesus e começou a implorar: "Senhor, socorre-me!" Ele lhe disse: "Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos". Ela insistiu: "É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!" Diante disso, Jesus respondeu: "Mulher, grande é tua fé! Como queres, te seja feito!" E a partir daquela hora, sua filha ficou curada. "  

Meditação:

 Qual não seria a surpresa de Jesus ao encontrar nessa mulher, sozinha e com uma filha enferma, uma fé que contrastava com a incredulidade de seus conterrâneos. Como Elias no inicio de usa missão, Jesus compreende que ainda que a missão comece em casa, não pode excluir aqueles autênticos crentes no Deus da Solidariedade, da Justiça e do Direito.

Por esta razão, sua palavra abandona o pedantismo do discurso nacionalista e acolhe a universal comunhão dos seguidores do Deus da Vida. Paulo, na mesma linha, abandona os esforços inúteis por abrir Israel à esperança profética, aceita a proposta dos crentes de outras nações que estão dispostos a formar novas comunidades abertas, ecumênicas e solidarias.

Depois de Jesus ter andado a espalhar pela Galiléia junto dos seus a chegada do Reino dos Céus, ele decide-se a ir para terra estrangeira, para a região de Tiro e Sidon que fica ao norte da Galiléia, no atual Líbano, uma terra estrangeira onde a maior parte das pessoas eram não-judias, ao contrário da Galiléia, onde quase todos eram judeus. Uma delas era esta mulher que foi ter com Jesus.

 Esta mulher, sem nome, o evangelista Marcos chama-a de Síro - Fenícia, Mateus diz que ela é cananéia. Os dois títulos têm o mesmo significado: é uma mulher estrangeira. Ela tinha uma filha endemoniada.

  A mãe não sabia mais o que fazer para livrar a pobre coitada daquele sofrimento. O demônio não deixava a menina em paz em nenhum momento.

 A mãe da menina aproveitou que Jesus estava por ali, chegou e gritou: “Jesus tenha pena de mim! Minha filha está horrivelmente dominada por um demônio!” Ela conhecia Jesus de nome e sabia que Ele era muito bom e tinha poder para mandar embora os demônios.

 A princípio, Jesus não falou nada nem fez nada. Também não parou de andar para dar atenção à mulher. Mas ela foi atrás dele gritando: “Jesus, tenha pena de mim!”

Os amigos de Jesus entenderam o sofrimento daquela mãe e pediram para que o Senhor a mandasse embora. Jesus não mandou a mulher embora, mas fingiu que não iria atender o seu pedido. Para provar a fé daquela mulher, Ele disse que curava gente de seu país, e não gente de outro país.

 A mulher movida de uma fé que ultrapassa a dos discípulos grita a Jesus: “Tem compaixão de mim, Senhor, filho de Davi! Minha filha tem uma doença maligna”. Jesus não responde. Os discípulos, incomodados, dizem-lhe: “Manda-a embora, pois vem gritando atrás de nós”.

A mulher, porém, jogou-se aos pés de Jesus: “Senhor, ajuda-me!”. Jesus insiste em não querer envolver-se no caso de uma estrangeira: “Não está certo tirar o pão dos filhos, para jogá-lo aos cachorrinhos”. Ela, porém, apesar de reconhecer que não tem esse direito insiste na sua humilde “súplica”: “É verdade, Senhor, mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos”. Então, Jesus respondeu: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres”. E, a partir daquela hora, a filha da cananéia ficou curada.

A mulher cananéia é um modelo de súplica humilde, como o centurião de Cafarnaum (Mt 8,5-13), e perseverante, como o cego Bartimeu (Mc 10,46-52).

 O centro do episódio é Jesus. Ele aparece livre, sereno, firme. No mesmo capítulo 15 de Mateus, Jesus se distancia das tradições dos escribas e fariseus.

 No episódio da cananéia, ele é pressionado pelos próprios discípulos para que despeça a mulher importuna. Mas Jesus se deixa vencer pela súplica de uma mãe angustiada.

 Não são os gritos da cananéia que o comovem, mas a perseverança da sua fé. Por ser pagã, ela não teria direito, mas a sua filha foi curada por pura graça. Jesus realiza um gesto soberano e profético, que anuncia o acesso dos pagãos (chamados de “cães”, pelos judeus) à salvação.

 A insistência e ousadia da mulher cananéia, fez com que Jesus atendesse seu pedido e com isso provou para todos que em Deus não há diferença entre cultura, cor, raça, credo ou região.

 Uma grande lição para levarmos para nossas vidas é que precisamos ter uma fé teimosa, insistente, chata, daquelas que chega a incomodar, que não desanima nunca, que não se frustra. Pois assim, quando Deus provar a nossa fé, conseguiremos manter-nos firmes e fiéis.

 A perseverança da fé dessa mulher deve nortear também a nossa. Insistamos que Jesus vai atender. A promessa é mesmo dele: Batei, e a porta se vos abrirá, buscai e achareis. Exercitemos nossa fé na oração, na reflexão da palavra e no testemunho de nossa vida.

 Reflexão Apostólica:

 Jesus, escreve Mateus, da região da Galiléia “retirou-se” para a região de Tiro e Sidônia (atual Líbano), antigas cidades fenícias, com importantes portos comerciais, ricas e pujantes, mas também marcadas por egoísmos e injustiças sobretudo contra os pobres.

Por causa disso os profetas do Antigo Testamento pronunciaram vários oráculos de condenação contra essas cidades. Jesus vai para esta região e logo aparece uma mulher “Cananéia”. É uma pagã. Certamente ouviu falar bem de Jesus e não quer perder a ocasião para conseguir um sinal prodigioso em favor de sua filha. Chegando diante dele, pede ajuda para a filha “atormentada por um demônio”.

Apesar da atitude de indisponibilidade de Jesus, ela não desiste em gritar por ajuda. Sua insistência provoca a intervenção dos discípulos. Analogamente ao episódio da multiplicação dos pães, eles queriam que Jesus a mandasse embora: “Atende-a e manda-a embora”, lhe sugerem. Mas Jesus responde afirmando que sua missão se limita a Israel.

 Aquela mulher não se dá por vencida, e pede pela segunda vez com palavras essenciais, mas fortes côo o drama da filia: “Senhor, socorre-me!”. E Jesus responde com uma inusitada dureza: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos!”. Com o apelido “cachorrinhos”, na tradição bíblica, retomada pelos textos judaicos, se aludia aos adversários, aos pecadores e aos povos pagãos idólatras.

 Mas a mulher aproveita a deixa que Jesus lhe dá e diz (assim poderíamos traduzir a frase): “Mas é lógico, Senhor! De fato, até os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!” Também os cachorros, os excluídos, ficam satisfeitos com as migalhas que lhe são jogadas.

 Esta mulher pagã enfrenta Jesus de igual para igual. Poderíamos dizer que sua confiança naquele profeta é maior que a própria resistência do mesmo profeta. E por isso Jesus responde, por fim, com uma expressão inusitada nos evangelhos: esta é “grande fé”, não “pouca fé”. O mesmo elogio Jesus o fez ao centurião, e ambos eram pagãos.

Mais uma vez o Evangelho nos propõe a essencialidade da confiança em Deus que liberta da angústia de confiar só em si mesmos e nos homens.

 A fé desta mulher convence Jesus a realizar a cura. Escreve o evangelista: «Diante disso, Jesus lhe disse: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!” E desde aquele momento sua filha ficou curada». Diante de uma fé como esta nem Deus pode resistir!

Diante das dificuldades, muitas vezes ouvimos dos outros para termos fé! Sou alguém de “pouca” ou de “grande fé”? Por causa de nossa proximidade com Deus podemos cair na ilusão de que Deus só ao nosso pedido vai nos atender. A mulher fenícia, não desanima, enfrenta Jesus. Tenho esta mesma persistência em confiar sem desanimar em Deus?
Em nosso tempo continuamos sem romper com tantos mecanismos que marginalizam e excluem a tantos e autênticos crentes no Deus da Vida, unicamente porque são diferentes de nós por sua nacionalidade, classe social, estado civil ou preferência afetiva.

 Esperamos que alguma boa mulher nos dê a catequese da misericórdia e da solidariedade.

Pelo que se refere à ação "missionária" dos cristãos, bem sabemos que a letra do texto do evangelho de hoje bem poderia induzir-nos a erro, pois a missão não pode estar centrada em nenhuma classe restritiva de ovelhas, nem as de Israel, nem as do cristianismo, nem muito menos as "católicas".

A missão rompeu as fronteiras e somente reconhece como objetivo o reinado do Deus da vida e da Justiça. A missão já não pode ser chauvinista.

 Só se pode entender a missão senão como "Missão para o Reino", pela Utopia do Reinado do Deus da Vida, que é sempre um Deus inapagavelmente plural em suas manifestações, em suas revelações, em seus caminhos.

 Propósito:

Senhor, que eu seja mais sensível ao sofrimento dos pobres desta terra, do que aos “direitos adquiridos” dos sábios e entendidos! Que nas horas em que tu pareces não responder à minha súplica, eu persevere, confiando na tua misericórdia. Pai, purifica meu coração de toda discriminação e de todo preconceito, de modo que eu possa levar os benefícios do Reino a todos os que de mim precisarem.

 Em seus ensinamentos, Jesus disse que todos devem se amar e “amar ao próximo como a eles mesmos” (cf Mt 22,39).

Com essas palavras, ele transmitiu o princípio fundamental: antes de amar alguém, é importante amar a si mesmo.
Se houver dúvidas sobre esse aspecto, significa falta de valorização pessoal.
É preciso trabalhar a auto - aceitação; somente assim será possível investir em algo construtivo.

 

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