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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Evangelho do dia 08 de fevereiro sexta feira 2019


08  fevereiro -  Coragem, coragem, o tempo urge. Ai de nós se nos encontrarmos desprovidos para o dia da batalha! (L 26). SÃO JOSE MARELLO

Marcos 6,14-29

"O rei Herodes ouviu falar de tudo isso porque a fama de Jesus se havia espalhado por toda parte. Alguns diziam:
- Esse homem é João Batista, que foi ressuscitado! Por isso esse homem tem poder para fazer milagres.
Outros diziam que ele era Elias. Mas alguns afirmavam:
- Ele é profeta, como um daqueles profetas antigos.
Quando Herodes ouviu isso, disse:
- Ele é João Batista! Eu mandei cortar a cabeça dele, e agora ele foi ressuscitado!
Pois tinha sido Herodes mesmo quem havia mandado prender João, amarrar as suas mãos e jogá-lo na cadeia. Ele havia feito isso por causa de Herodias, com quem havia casado, embora ela fosse esposa do seu irmão Filipe. Por isso João tinha dito muitas vezes a Herodes: "Pela nossa Lei você é proibido de casar com a esposa do seu irmão!"
Herodias estava furiosa com João e queria matá-lo. Mas não podia porque Herodes tinha medo dele, pois sabia que ele era um homem bom e dedicado a Deus. Por isso Herodes protegia João. E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas mesmo assim gostava de escutá-lo.
Porém no dia do aniversário de Herodes apareceu a ocasião que Herodias estava esperando. Nesse dia Herodes deu um banquete para as pessoas importantes do seu governo: altos funcionários, chefes militares e autoridades da Galiléia. Durante o banquete a filha de Herodias entrou no salão e dançou. Herodes e os seus convidados gostaram muito da dança. Então o rei disse à moça:
- Peça o que quiser, e eu lhe darei.
E jurou:
- Prometo que darei o que você pedir, mesmo que seja a metade do meu reino!

Ela foi perguntar à sua mãe o que devia pedir. E a mãe respondeu:
- Peça a cabeça de João Batista.
No mesmo instante a moça voltou depressa aonde estava o rei e pediu:
- Quero a cabeça de João Batista num prato, agora mesmo!
Herodes ficou muito triste, mas, por causa do juramento que havia feito na frente dos convidados, não pôde deixar de atender o pedido da moça. Mandou imediatamente um soldado da guarda trazer a cabeça de João. O soldado foi à cadeia, cortou a cabeça de João, pôs num prato e deu à moça. E ela a entregou à sua mãe. Quando os discípulos de João souberam disso, vieram, levaram o corpo dele e o sepultaram."

Meditação:

Nesta narrativa de Marcos podemos ver a importância de João Batista na tradição das primeiras comunidades. Percebe-se uma ironia sobre o ridículo das motivações de Herodes e os grupos de poder que o cercam.

Em forte contraste, um banquete de aniversário para comemorar a vida termina com a morte: uma cabeça degolada servida em um prato.
Na verdade, quem articulou a morte de João, foram os poderosos da Galiléia. Eles usaram Herodíades e sua mãe para executar o plano assassino. Trata-se da repressão do poder local contra as ações denunciadoras e libertadoras.

A execução de João tem três significados: Primeiro, ironizar um rei que apesar de toda sua pompa, no fundo não passava de um fraco.

Também significou uma advertência aos discípulos de Jesus que estavam preparados para o apresentar como O messias, O filho de Deus, ou o próprio Deus.

Em terceiro lugar, o martírio de João serviria para avisar, para assustar a todos, no sentido de que tomassem consciência de que tanto de João como de Jesus, ninguém deveria esperar glória nem poder, mas um serviço humilde e divino, seguido de martírio.

Marcos começou o capitulo 6 falando das maravilhas de Jesus (v. 2), as quais, aliadas às expulsões de demônios e curas feitas por Seus discípulos na primeira viagem missionária, trouxeram “notoriedade do nome de Jesus” (v. 14) e provocaram três reações básicas sobre a identidade de Jesus: é João Batista ressurreto (v. 14, 16) – é o veredicto de quem tinha a consciência culpada por ter promovido a sua morte; é Elias (v. 15) é o veredicto dos nacionalistas – esperavam um messias político que os livrasse do poderio romano e, segundo criam, seria precedido pela volta de Elias; é profeta (v. 15) – é o veredicto de quem viu nele não o messias mas apenas a volta do ministério profético que estava interrompido a mais de 300 anos em Israel.

Como Jesus
trouxe na mente de Herodes a lembrança do assassinato de João Batista, Marcos interrompeu temporariamente sua narrativa sobre Jesus e focou a atenção na recordação deste episódio singular, o qual traz-nos hoje importantes lições sobre a postura da Igreja em relação aos governantes da nossa nação.

Este ano, devemos escolher aqueles que estarão à frente dos destinos dos nossos municípios, nos próximos quatro anos, como vereadores e prefeitos. E a lição que João Batista nos deixa é de que precisamos de UMA IGREJA INDEPENDENTE DO PALÁCIO... UMA IGREJA OUSADA: CONFRONTA OS ERROS DOS GOVERNANTES (v. 18-19)

João Batista, percebendo o adultério de Herodes, colocou o dedo na sua ferida de forma ousada e destemida, consciente de que sua postura atrairia o ódio mortal da adúltera Herodias (v. 19) e a prisão por ordem de Herodes (v. 17).

Lucas acrescentou que ele também repreendeu Herodes “por todas as maldades que ele havia feito” (Lc 3,19). A igreja hoje, igualmente, não foi chamada para “fazer média” com os governantes, mas para conscientizá-los de seus desvios éticos.

Como comunidade profética, ela não tem compromisso com o erro, esteja onde ele estiver; seu único compromisso é com a verdade de Jesus, que não teve medo de tratar o mesmo Herodes de “raposa” (Lc 13,31-32).

João Batista, ao confrontar Herodes, colocou-o em total desconforto. E o que mais inquietava Herodes não era só o seu erro, mas a constatação de que João Batista tinha, do ponto de vista ético, autoridade total para confrontá-lo pois era “justo e santo”, razão porque, foi constrangido a deixá-lo em segurança.

Jesus reconheceu também esta integridade afirmando que “dentre os nascidos de mulher não houve ninguém como João Batista...” (Lc 7,28).

O profeta, como representante do Rei dos Reis de toda a terra, precisa ser eticamente diferente de todos os governantes. Se ele tem o mesmo comportamento do Rei que autoridade terá para confrontá-lo?

Ao longo das campanhas políticas desfilam diante de nós candidatos que afirmam ter como objetivo serem profetas de Deus no palácio dos homens, contudo, quando assumem seus cargos se tornam tão incoerentes ou até mais incoerente do que os governantes que antes contestavam...

“E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas mesmo assim gostava de escutá-lo.”. João não estava comprometido com o discurso político palaciano, mas apenas com a mensagem do arrependimento (Lc 3,1-14). Por isso, entregou-a de forma tão impactante que Herodes não teve como ignorá-la nos limites de seu coração.

A igreja deve ser cobeligerante, apoiando todas as causas sociais legitimadas por Deus e que tragam efetivamente o bem estar do povo. Porém, sua mensagem vai além da mensagem política que oferece mais educação, segurança, saúde e emprego: ela denuncia a corrupção do coração humano e a necessidade de um arrependimento acompanhado de fé no Cristo do Calvário....

Herodes Antipas, o Herodes de nossa passagem recebeu de seu pai Herodes, o Grande, uma herança de violência. Foi de seu pai a idéia de matar todas os meninos de dois anos para baixo da cidade de Belém e região, para assim eliminar também o recém-nascido Jesus que os magos afirmavam ser o rei dos judeus (Mt 2,1-18).

Diz a história que Herodes o Grande se casou várias vezes e mandou assassinar vários membros de sua própria família. Portanto, mandar matar ou permitir a morte de críticos do Reino não era um procedimento novo no palácio de Herodes.

Marcos nos afirma que a independência profética de João Batista custou a sua própria vida. Na trama de sua morte está uma mulher adúltera (v. 16-17), violenta (v. 19), oportunista (v. 22-25) e indiferente (v. 28) e um governante que se tornou escravo de uma promessa impensada – dar a sua enteada o que ela quisesse (v.22).

Assim, o profeta que se recusara a usufruir das benesses dos manjares reais, tem sua própria cabeça colocada num prato palaciano.

A história do mártir João Batista nos remete às palavras de Jesus dita à igreja de Esmirna: “não temas as coisas que tens de sofrer; eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, par serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias; sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2,10).

Este é um desafio imenso: para João Batista e para muitos cristãos, ao longo da história, a independência do palácio e a dependência completa de Jesus custou o derramamento de sangue. Será que estamos prontos, se necessário, vivenciar nossa fé com tamanha intensidade?

Em conclusão, podemos dizer que uma igreja OUSADA - usa a autoridade de Seu cabeça para confrontar os desvios e desmandos dos governantes É uma igreja que procura manter um canal de comunicação com o palácio, procurando ver nas oportunidades de aproximação com os governantes um espaço para, em amor, fazer críticas construtivas...

Uma igreja ÍNTEGRA - credibiliza-se pela semelhança com Seu cabeça É uma igreja que “dá a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” – reconhece e respeita a ordem política, mas coloca a ordem espiritual acima da política, por isso não se deixa atrair pelos caminhos diabólicos da corrupção, mentira, desonestidade, falcatrua e nem fecha alianças com partidos políticos.

 Uma igreja PROCLAMADORA: que vai ao palácio para testemunhar do Seu cabeça e não para comprar benesses Uma igreja que está presente no palácio orando, orientando, sugerindo, interagindo como embaixadora do Rei dos Reis, proclamando sua mensagem, sem usar esta proximidade para vender seu apoio. Uma igreja que não mistura púlpito com palanque, investimento financeiro no Reino com investimento financeiro em campanhas políticas...

Uma igreja SACRIFICAL pronta para morrer por Seu cabeça se necessário for Uma igreja que olha para o poder público como consumidora de benesses mas como parceira de alternativas que promovam a transformação da sociedade.

Antes de votar: ore, informe-se, avalie.... Depois de votar: registre os nomes dos escolhidos, acompanhe o trabalho, sugira, elogie, confronte, interaja: PARTICIPE.

Reflexão Apostólica:
 
O poder resiste e mata aqueles que se levantam, comunicando liberdade e vida.

Esse evangelho é um dos mais vistos durante o ano. Pelo menos três vezes ele é inserido na liturgia semanal e cada vez que o leio, alguma coisa diferente me salta aos olhos, algo além do direcionamento da exegênese aplicada a esse profundo texto.

Sim, João Batista morreu por denunciar a verdade. Apresentava a todos que deveriam mudar seu comportamento. Poderosos o temiam, os simples o admiravam. Era um homem santo e profundamente focado na sua missão mas isso nós já conhecemos, mas foi uma seqüência de palavras que hoje me chamam a atenção: “(…) Pois tinha sido Herodes mesmo quem havia mandado prender João, AMARRAR AS SUAS MÃOS E JOGÁ-LO NA CADEIA”.

Quantas vezes, no trabalho, na igreja, em um grupo de estudo (…), também fomos amarrados e jogados num canto? Quando estamos repletos de energia, idéias, propostas ai vem alguém, às vezes por inveja, ou má compreensão, ou por não sabermos nos expressar ou esperar, tomamos um chá de cadeira? Mas mesmo na cadeia, João Batista ainda incomodava sem nada dizer.

Conheço irmãos que vivem e outros tantos que já assim viveram. Indivíduos que nada fizeram além de querer viver honestamente no entanto nunca, pois foram reconhecidas; irmãos e irmãs que trabalhavam enquanto outros nada faziam e, no momento oportuno, foram também exiladas, afastadas, descredenciadas simplesmente por conseguir fazer.
Quem já passou por isso sabe bem: como o próprio João, ainda que amarrados, incomodamos e incomodaremos!

Um conforto: Se João azucrinava sem fazer milagres ou desafiá-los publicamente, imaginemos o quanto Jesus devia ser visto e “adorado” pelos mestres da Lei? Consegue imaginar o quanto crescia naqueles corações o ódio ao ponto de declarar que o profeta de Nazaré deveria perecer numa Cruz, a pior morte possível na época?

Os Evangelhos dessa semana, mesmo o da apresentação do Senhor, nos trazem uma idéia concreta que, mesmo abatidos, em Deus seremos fortes; que mesmo que tudo se oponha ou derrotas a nós forem impostas, sairemos no fim, vitoriosos. O que esta nos faltando é: “tomar posse e acreditar”.

 “(…) Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus! BEM-AVENTURADOS SEREIS QUANDO VOS CALUNIAREM, QUANDO VOS PERSEGUIREM E DISSEREM FALSAMENTE TODO O MAL CONTRA VÓS POR CAUSA DE MIM. ALEGRAI-VOS E EXULTAI, PORQUE SERÁ GRANDE A VOSSA RECOMPENSA NOS CÉUS, POIS ASSIM PERSEGUIRAM OS PROFETAS QUE VIERAM ANTES DE VÓS“. (Mt 5, 7-12)

João nada mais falava na prisão, mas o silêncio abraçado a sua fé e a consciência que já havia realizado sua tarefa o fazia um vencedor mesmo no mais profundo dos calabouços. Quantos colegas idealizaram projetos de uma vida inteira e veio alguém e os jogou no lixo ou se declarou como seu criador? Quantos viram sua vida ir embora num desastre, numa enchente? Móveis, carros, casas, sonhos, vidas foram, mas a fé na reconstrução permanece.

Como cai bem a canção do padre Fábio de Melo “viver pra mim é Cristo”, nesse momento:
(…) SE CALAREM o som da MINHA VOZ; Em silêncio ESTAREI A ORAR. Se numa prisão me colocar, Eu VOU TE ADORAR… Se minha família me trair, Eu vou sonhar com Deus; Viver seus planos isso é parte, De uma carreira de cristãos

Nunca pense que lhe calaram ou lhe desvalorizaram… É difícil lidar com a inveja que é inerente a nós seres humanos.

Davi caiu tantas vezes, mas a cada nova e corajosa tentativa de permanecer de pé, saiu um salmo que nos conforta e nos alegra.

Você conhece casos de pessoas mortas vítimas da corrupção e da tirania dos poderosos? Conhece, na nossa comunidade e na nossa igreja pessoas vítimas do autoritarismo e de um excesso de poder?  Superstição, covardia e corrupção eram as marcas do exercício do poder nas mãos de Herodes. Como se comportam aqueles que hoje exercem seu poder sobre os outros?

Propósito:

 Viver cada momento do dia de hoje, de forma transparente, em coerência com a Palavra: "Diga apenas "sim" quando é "sim"; e "não", quando é "não". O que você disser além disso, vem do Maligno" (Mt 5,37)

NOSSOS FILHOS
O fracasso do seu filho(a) não representa – necessariamente – o seu fracasso. Por alguma razão, pais tem a tendência de se culparem ao crerem que tudo aquilo que os seus filhos fazem é um reflexo da maneira em que eles foram criados. A prática da vida tem demonstrado que até mesmo pais dedicados, sempre presentes na vida dos seus filhos, sempre prontos a pagar o preço para serem os melhores pais que possam ser, ainda assim produziram filhos rebeldes que optaram por um estilho de vida que tem quebrado o coração dos seus pais. 
Nossos filhos tomam as suas próprias decisões. Nossos filhos podem e tomam – eventualmente – péssimas decisões. E quando assim fazem, não existe quantidade de gritos, ameaças e senso de culpa que possa mudar o que já aconteceu. Nossos filhos “vieram” de nós para esta vida a fim de aprender as suas próprias lições e ter as suas próprias experiências que necessitam a fim de encontrarem a sua própria identidade. 
Nosso trabalho é o de guiar, apoiar, nutrir, ensinar e estabelecer um alicerce para que eles possam se firmar. Deus está velando por você e da mesma maneira ele vela pelo seu filho(a); tudo o que lhe resta a fazer, - quando já há muito você perdeu o controle – é orar, confiar e em fé entregar o seu filho(a) aos cuidados do Perfeito Pai.


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