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domingo, 9 de agosto de 2015

Evangelho do dia 10 de agosto segunda feira

São Lourenço, Diacono
10 - Quando algum de nós tiver a tentação de descer de sua grelha ou de trocá-la, lance um olhar às grelhas dos outros, mais quentes, e alto lá: quando muito, mudar de lado. (L 157). São Jose Marello 
Leitura do santo Evangelho segundo São João 12,24-26

"Em verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto. Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem não faz conta de sua vida neste mundo, há de guardá-la para a vida eterna. Se alguém quer me servir, siga-me, e onde eu estiver, estará também aquele que me serve. Se alguém me serve, meu Pai o honrará." 

Meditação:
 

A explicação da parábola da semente que cai na terra germina e dá frutos, somos todos nós que nos entregamos pela causa do Reino de Deus.

Na verdade, alguns fazem entrega total de si, como os sacerdotes e os religiosos e as religiosas. Mas nós também somos exemplos de autoentrega pela evangelização.

 O grão que não morre fica só. Aqui o trecho do evangelho se refere àqueles que nem estão aí para o Reino de Deus. Querem mais é cuidar da  sua vida e não têm tempo para Deus. Aí acontece o contrário do que eles almejam. Suas vidas acabam definhando-se pela ausência de Deus.

Não é que Deus seja vingativo e nos abandona. Somos nós  que  O abandonamos por causa do nosso individualismo e o apego às coisas desta vida.

O Evangelho de hoje traz a comparação da natureza para expressar o seu verdadeiro sentido. A vida só tem sentido quando doada. Só assim ela se transforma em vida nova e não morre sufocada em si mesma. O grão de trigo adquire vida nova quando aceita desaparecer debaixo da terra e morrer. Assim foi com a vida de Jesus e com a vida de São Lourenço, cuja festa celebramos hoje.

São Lourenço, padroeiro dos diáconos, tem como missão o serviço na comunidade e aos irmãos. Lourenço aceitou doar a vida por uma causa.

Doou-se a si mesmo, depois de ter escolhido o bem maior que é Jesus Cristo. Diante de tanto egoísmo presente na vida das pessoas, entendemos o quanto é importante a partilha da vida, dos bens e dos dons. O egoísmo é mortal e estéril, enquanto a vida é doação.

A imagem do grão que cai na terra e tem que morrer para dar frutos é usada, também, por Paulo em sua primeira carta aos Coríntios (15,36s).

Antigamente julgava-se haver uma descontinuidade entre o grão e os frutos. Assim esta imagem do grão se adaptava à tradição da ressurreição baseada na leitura do livro de Daniel, no capítulo 10, com a visão dos ossos dos mortos que são revivificados.

Na realidade, sabemos que o grão já tem em si a vida e não morre, mas se transforma. Há assim uma continuidade entre o grão, a árvore e os frutos por ela produzidos. Assim também, o Jesus humano já tem em si a vida divina e eterna, a qual permanece e se manifesta após sua morte na cruz.

A imagem da semente que morre e dá fruto suscita interrogações sobre o modo como vivemos neste mundo. Queremos ter segurança em nossa vida correndo atrás dos projetos de enriquecimento e sucesso, colocando-nos a serviço dos poderosos deste mundo? Ou queremos abandonar os sucessos deste mundo e entregar nossa vida nas mãos de Deus, em comunhão com seu amor e confiantes em sua providência, fieis ao cumprimento de sua vontade aqui na terra?

Como pode nossa vida dar muito fruto? Jesus nos propõe uma forma de viver com tal objetivo. Para ele, a vida das pessoas tem que ser produtiva; não se pode perdê-la de forma vã e inútil.
Mas a vida dá realmente muitos frutos ao ser compartilhada. Quando não é dividida com os irmãos, perde o sentido; torna-se solitária, desperdiçada, egoísta.

O Senhor nos propõe uma orientação para conseguir a plenitude da vida humana: se nos apegarmos à vida, acabaremos por nos tornar egoístas; mas, se utilizarmos nossa vida na partilha solidária, ela adquire uma dimensão elevada: orienta-se para a eternidade.

A vida que se consome nas nossas ocupações diárias é uma vida frutífera própria de quem decidiu seguir Jesus. Converte-se assim em serviço; e quando transcorre dessa forma, então temos mais vida; abundante, boa, feliz.

Quem segue Jesus, é aquele que serve. Somente desta maneira poderá estar onde quer que esteja Jesus. A vida entregue ao serviço em Deus é a que dá muito fruto. Por isso, o próprio Deus o honrará e abençoará.

O caminho discipular na palavra de Deus é uma constante aprendizagem da vida que morre, como o grão de trigo, para dar muito fruto.

A semente que pretende conservar-se não comunica vida. Jesus compara sua vida à da semente: ser doação para que as pessoas tenham vida, porque Deus Pai é assim: fonte e princípio de vida para todos. Quem quisesse segurar o ar que respira somente para si, morreria sufocado.

Um egoísta é alguém que quer segurar o fôlego só para si e não admite partilhar com os outros. Por isso a última ação de nossa vida é expirar, que também significa dar a vida, entregar o espírito. A vida só circula na medida em que é recebida e doada.

Seguir a Jesus é servir, como ele nos serviu. O amor de Jesus nos liberta, transformando nossas vidas e nos movendo ao serviço aos mais carentes e necessitados, em comunhão de amor e vida com Jesus e o Pai.

Aqui reside o papel profético da Igreja e de cada cristão em particular. Este profetismo faz olhar o presente e deduzir o que possa acontecer no futuro. O serviço ao Senhor é o serviço à humanidade e vice-versa.
Reflexão Apostólica:

A maior manifestação de Deus é a vida, paixão e ressurreição de Jesus. Lá, Deus se manifestou em todo o esplendor de sua ternura, entrega e amor.

Para melhor compreender isto, é necessário estar em sintonia com a proposta do Evangelho e estar disposto a entregar a vida pelo reino de Deus em cada momento da existência.

A vida de Jesus foi precisamente uma entrega total e generosa. Caiu como semente boa no sulco da vida e produziu frutos abundantes. Não reteve sua vida para si. Entregou-a completamente em favor de seus amigos e da humanidade.

Essa entrega generosa faz da vida de Jesus e da vida de seus seguidores, uma boa colheita que produz abundantes boas obras.

Passamos a vida tratando de adquirir coisas para sermos felizes. Lançamos a semente de nossa vida entre as pedras da cobiça e no matagal das preocupações.

Jesus nos convida a mudarmos de atitude e a dirigirmos nossa existência pelo caminho que conduz à vida autêntica. Quer fazer-nos compreender que a vida é uma entrega alegre e generosa em favor do próximo, sobretudo, do próximo pobre.

A leitura insiste na generosidade e no serviço. Por isso, diante das carências do mundo, é importante partilhar os bens e os dons.

Precisamos, porém, estar atentos na forma como realizamos isso. Doar coisas sem promover a pessoa se chama assistencialismo.

O assistencialismo (o simples socorrer o próximo em suas necessidades mais urgentes) não traz nem trará por si só grande resultado.

Ele pode causar dependência: a pessoa se acostuma a receber e acaba não tendo nem força e nem coragem para buscar sua autonomia. Por outro lado, para quem doa, tranqüiliza a consciência, mas sem resolver o problema.

Detendo-nos em pensar no que faria Jesus, vemos que o assistencialismo apenas tem conseguido aumentar a mendicidade, a dependência, a completa perda da dignidade humana, a formação de uma massa de “incapacitados” mentais que somente servem para tranqüilizar nossa consciência quando lhes damos um esmola, quando lhes satisfazemos a fome de um dia e achamos que é suficiente.

De acordo com o projeto da justiça, querido por Deus e praticado por Jesus, a questão não se resolve meramente com assistências e doações.

A proposta de Jesus passa pelo compromisso com a justiça como fundamento para se eliminar as causas que geram o empobrecimento.

A missão de proclamar a justiça é um gesto profético que cada cristão deveria ter para si como primeira vocação. Ser profeta assim faz a gente trabalhar para melhorar o presente e olhar para o futuro com esperança.
Propósito:
Senhor Jesus, a vida jorrou abundante de tua fidelidade até à morte de cruz. Possa eu beneficiar-me desta plenitude de vida.

2º Meditação: 

Nos evangelhos sinóticos encontramos a parábola da semente que cai na terra, germina, e dá frutos. A semente, aí, significa a Palavra de Deus ou o Reino de Deus (Mc 4,26-34).

João usa a mesma imagem, com o grão de trigo, porém seu significado é o próprio Jesus. Destaca o aspecto da "morte" do grão, para a transformação que dará origem à planta que germina e aos frutos que virão. É uma alusão a Jesus que entrega sua vida, com fidelidade total, até a morte, gerando os frutos das comunidades de discípulos que continuarão sua missão.

Este "morrer" é a expressão do desapego completo da vida enquanto sua realização conforme os critérios deste mundo. É com este desapego que se dão frutos para a vida eterna.

A palavra de Jesus é o grão de trigo lançado à terra, que nasce, cresce e dá muito fruto. A palavra de Jesus é recebida por nós, em nosso coração. Ali ela nasce, cresce e nos faz adultos conscientes e prontos a produzir muitos frutos na seara do Senhor.

Quando amadurecemos na palavra de Deus, conseguimos algo até inexplicável, que só com Ele conseguimos. E, mesmo nos amando muito a nós mesmos, conseguimos esquecer-nos e praticarmos ações tão altruístas, que só na ação do Espírito Santo é possível.

É isso que Jesus nos quer dizer quando fala: “aquele que se ama perde-se e aquele que despreza a si mesmo neste mundo, assegura para si a Vida Eterna“.

Como instrumentos de Deus, conseguimos amar mais ao próximo do que a nós mesmos, como Jesus fez, dando a própria vida para nos salvar.

São João , em sua primeira carta nos fala: “Aquele que diz que ama a Deus que não vê e não ama o seu irmão que vê , é mentiroso.. Se alguém tiver bens neste mundo e vir seu irmão passando necessidades e lhe fechar as entranhas, como habitará nele o amor de Deus?

Precisamos orar muito a Deus, para que nos conceda o dom do entendimento, do discernimento, para que sempre compreendamos, através do Seu Espírito Santo, as mensagens que Ele nos envia, solicitando a nossa participação no seu plano de salvação.

Para São João “quem confessa que Jesus é o filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus.” Que bom, que graça, quando entendemos todo esse mistério na relação de Deus com a humanidade inteira, sem dúvidas, sem questionamentos! Que muito bom, quando o Espírito de Deus nos aquece com seu amor, repousando no nosso coração, porque O acolhemos e O aceitamos, esquecendo-nos de nós mesmos e atendendo ao nosso irmão que tanto está precisando de algo e de algumas palavras com esse amor; sendo atencioso e ouvindo-o em seus lamentos e dúvidas.

A cada gesto desses, somos admirados pelo Senhor. Ainda mais no mundo complicado e injusto em que hoje vivemos. Onde o mal prolifera e arrasta-se em todas as camadas sociais, transformando e transtornando gente, corrompendo e deixando-as indignas e por isso infelizes; porque Deus quando nos criou, o Seu Plano era de que fôssemos íntegros, felizes e imortais, dentro do Paraíso.

Entretanto, o pecado entrou no mundo e nos fere e nos mata para Deus, quando nos afastamos do seu amor e da sua Graça, embora Ele continue sempre nos amando, aguardando, minuto a minuto, que consigamos reencontrar o seu caminho da Felicidade Verdadeira. Acreditamos nas palavras de Jesus, pois a morte não é o último ato isolado da existência, mas é o termo de uma vida devotada ao amor.

Apegar-se à vida é querer afirmá-la em conformidade com os critérios da ideologia de sucesso deste mundo sob controle dos poderosos, agentes da morte lenta ou violenta. Guardar a vida na vida eterna supõe o desprezo desta ideologia de sucesso e poder, que impõe a submissão pelo temor. Quem não teme a própria morte está livre para colocar-se totalmente a serviço da vida. O seguimento de Jesus se faz com o dom total de si mesmo, a favor da vida.
 
2º Reflexão Apostólica:

Como compreender a vida simples daquele que vive no campo? Um lugar onde ainda não tem acesso a internet ou TV a cabo e tantas outras modernidades, onde um bico de luz é o único ponto luminoso em meio à escuridão; onde a labuta começa bem antes do sol nascer e o dia acaba por volta das sete da noite e mesmo assim temos a real impressão que foi lá que a felicidade resolveu morar?

Como entender a situação de alguém que conquistou tudo que o fruto trabalho possa comprar; que alcançou o máximo do prestigio em uma profissão ou numa função ou que seus bens garantam uma vida tranqüila até mesmo para duas gerações, mas que na luta para se conquistar tamanho patrimônio precisou lançar mão de sua saúde, de sua família, de sua vida para obtê-lo?

É bem verdade que Jesus nos prometeu e nos promete vida plena e em abundancia, mas aonde tenho procurado?

É preciso deixar claro que o reino que Jesus nos preparou não esta reservado para somente os pobres ou para os ricos e sim para todos os “desprendidos”, pois no sermão do monte os “bem aventurados” são os POBRES e HUMILDES DE CORAÇÃO, sejam eles brancos, negros, amarelos, (…).

Como não se encantar por um Deus que em meio aos privilégios de sua situação celeste prefere ficar com os homens, caminhar com eles, ensiná-los, acompanhá-los, curá-los? O que o criador vê de tão importante nessa criatura ao ponto de morrer por ela?

Um dia expliquei, a uma pessoa de quem gosto muito, que é bem diferente “GOSTAR” e “SE IMPORTAR”. A grosso modo, gostar de algo ou de alguém é ter um sentimento agradável em relação a ele (a), mas não necessariamente me importo com ele (a). Posso gostar muito da minha empregada doméstica, mas não me importar se o salário que recebe é suficiente para garantir o mês; posso gostar de comprar coisas novas e não me importar quanto meu pai tem que trabalhar para me dar…

Andamos de carro em altas velocidades, pois GOSTAMOS da aventura, mas pouco NOS IMPORTAMOS se por ventura minha destreza me trair; procuramos por facilidades, principalmente em meio a favores de políticos, para que em troca do meu voto me faça um GOSTO, mesmo NÃO ME IMPORTANDO se o futuro eleito é um grande mal caráter. Nossos olhos se abrem ao que nos agrada, mas fingem não perceber o que realmente importa.

Note que SE IMPORTAR é morrer, é se dar, é pensar no outro e NÃO SOMENTE em mim. “(…) Mas, se morrer, dará muito trigo. Quem ama a sua vida não terá a vida verdadeira; mas quem não se apega à sua vida, neste mundo, ganhará para sempre a vida verdadeira”.

Voltando aos primeiros exemplos dados no começo dessa reflexão, trazendo a mente o bucolismo da vida simples e a agitação da modernidade, será que consigo ter o melhor dos dois mundos? E a resposta é sim!

Aonde quer que estejamos, saibamos que a coisa mais importante sempre estará do lado de dentro.

Se a vida por acaso nos possibilitar abundancia em algum sentido, dividamos com as pessoas que nos cercam. Nunca deixe de ajudar, a repartir abraços, oferecer sorrisos, pois a maior virtude de um homem não depende de uma conta financeira ou do carro que dirige.

(…) E disse então ao povo: Guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas”(Lc 12, 15)

Se de mais! NÃO SEJA MAIS UM! “(…) Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se um grão de trigo não for jogado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão


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