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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Evangelho do dia 06 de agosto quinta feira

06 DE AGOSTO - TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR JESUS CRISTO.
Abracemo-nos em Cristo e, no momento de nos juntar a Ele na união mística da Eucaristia, transfiguremo-nos. (L 11). São Jose Marello
Marcos 9,2-10

"Seis dias depois, Jesus foi para um monte alto, levando consigo somente Pedro, Tiago e João. Ali, eles viram a aparência de Jesus mudar. A sua roupa ficou muito branca e brilhante, mais do que qualquer lavadeira seria capaz de deixar. E os três discípulos viram Elias e Moisés conversando com Jesus. Então Pedro disse a Jesus:
- Mestre, como é bom estarmos aqui! Vamos armar três barracas: uma para o senhor, outra para Moisés e outra para Elias.
Pedro não sabia o que deveria dizer, pois ele e os outros dois discípulos estavam apavorados.Logo depois, uma nuvem os cobriu, e dela veio uma voz, que disse:
- Este é o meu Filho querido. Escutem o que ele diz!
Aí os discípulos olharam em volta e viram somente Jesus com eles.
Quando estavam descendo do monte, Jesus mandou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse. Eles obedeceram à ordem, mas discutiram entre si sobre o que queria dizer essa ressurreição.
"
Meditação
A liturgia re-propõe um célebre episódio precisamente hoje, segundo domingo da Quaresma. Jesus queria que os seus discípulos, em particular aqueles que teriam a responsabilidade de guiar a Igreja nascente, fizessem uma experiência direta da sua glória divina, para enfrentar o escândalo da cruz.
Com efeito, quando chegar a hora da traição e Jesus se retirar para rezar no Getsémani, terá próximos precisamente Pedro, Tiago e João, e pedir-lhes-á que vigiem e rezem com Ele (Mt 26, 38). Eles não conseguiram fazê-lo, mas a graça de Cristo sustentá-los-á e ajudá-los-á a acreditar na Ressurreição.
Hoje, a teologia interpreta que o dom do Filho de Deus é a encarnação, com a plenitude de amor revelada e comunicada por Jesus no convívio com os discípulos e as multidões. Jesus, nascido de Maria, humano e divino, é portador da imortalidade e da glória.
Somos convidados a ter a experiência, já, da glória de Deus, no amor fraterno. "Nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai como Filho único" (Jo 1,14b).
O Evangelho da Transfiguração liga-se à Paixão, pois tira os discípulos do escândalo da Cruz, dando-lhes a visão da futura glorificação pascal. Refletindo o tema da Aliança e Transfiguração participamos desta realidade. A obediência de Jesus deu-lhe a vitória. A meta do cristão é a transfiguração de sua fragilidade pela obediência da fé.

Com sua Transfiguração, Jesus mostra em síntese sua obra messiânica, mas também suas perspectivas; os efeitos de seu messianismo não são um privilégio para um grupinho fechado, imagem das três tendas; deve ser anunciado para o mundo todo, mas somente quando Jesus o indicar.

Somos transfigurados por Cristo a partir do Batismo e da presença do Espírito em nós. Somos revestidos de Cristo. Para chegar a isso somos convidados a subir o monte que é Jesus. Estando na presença de Deus pelo amor, ouviremos as palavras do Pai: Este é meu Filho amado, escutai o que Ele diz. O Filho diz as palavras que ouviu do Pai.

Deus prova Abraão pedindo o sacrifício de Isaac. A Jesus é oferecida a Cruz. Abraão e Jesus deram a resposta de aceitação da vontade de Deus.

Somos instigados a responder com fé, mesmo tendo que sacrificar nosso Isaac, nossos caprichos. Sem isso jamais teremos uma fé que seja redenção. Na Eucaristia renovamos a aliança e somos transfigurados.

A tentação mais freqüente nas tarefas da evangelização é nos sentirmos satisfeitos quando tudo sai bem, quando uma comunidade empreendeu o caminho por onde pensamos que deve andar; geralmente paramos aí, sem nos dar conta da inércia a que estamos conduzindo a comunidade.

A comunidade de Marcos tem que esclarecer este ponto; não pode viver da satisfação de ter encontrado o sentido de sua vida ou de sentir-se já de acordo com o querer de Jesus e seu Evangelho; quer dizer, não pode ficar fechada em “três tendas”; a missão é grande e universal.
A comunidade e cada fiel têm hoje que percorrer este mesmo caminho, esclarecendo quem é Jesus, sem omitir que antes de sua glorificação definitiva, Jesus tem de passar pela cruz; não esquecer que “o Ressuscitado é o Crucificado”.
Portanto é preciso abandonar as comodidades e enfrentar o mundo que nos espera, necessitado de amor, esperança, solidariedade, justiça e paz.
O episódio da transfiguração de Jesus deixa a mensagem que são Paulo em plenitude viveu, tendo podido assegurar: Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim." (Gl 2,20).
Trata-se da mudança radical do cristão no modelo divino. Imitação perfeita do Filho de Deus, cujo conhecimento não deve ser meramente especulativo e cujo amor tão pouco não pode ser apenas afetivo.
Tanto os estudos sobre a pessoa de Cristo como a fé no Redentor necessitam estar unidos às obras nas quais se reflete a personalidade de cada um.
Conhecimento prático, amor operativo. Ele é a causa eficiente da regeneração do batizado e a causa exemplar de sua santificação, modelo de todos os que se dizem seus discípulos.

Cristo se fez um modelo acessível e atraente, perfeito e abrangente. Os cristãos podem transfigurar sua vida se identificando com Ele: pobres, ricos, sábios e ignorantes e isto em qualquer circunstância dado que Ele a todos resgatou, deu a vida sobrenatural e lhes comunica seus dons celestiais.

Ele manifesta uma ética geral e uma disciplina universal de conduta para que se proceda como Ele agia, para que se viva como Ele vivia, para que se sofra como Ele sofria. Ele quer se fazer presente no mundo através de seus discípulos.
O Apóstolo dizia: “Sede meus imitadores como eu o sou de Cristo” (1 Cor 4,16). Deste modo o fiel se torna a imagem viva do seu Senhor.

Jesus sempre presente nas palavras, nas obras, no coração e na mente de cada um. Cristo o ideal da vida do batizado, o objeto de suas aspirações, o imã de seus corações. Para isto é cada um se interrogar a cada instante: Que pensaria Jesus neste momento? Como Ele faria esta tarefa? Que quer Ele de mim aqui e agora? Como o posso agradar neste momento?

Dá-se então o vir a ser do fiel no seu Salvador numa total identificação com Ele no gotejar da renúncia de cada minuto. O próprio Cristo afirmou: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 4,14).

O grande significado da transfiguração é a revelação aos discípulos de que para estabelecer o reino de Deus é necessário passar, com grande coragem, pelos sacrifícios que a vida nos reserva.
Nunca os discípulos teriam percebido este plano divino se não tivessem escutado o Filho de Deus e fossem iluminados pela luz da Páscoa, pela experiência de Jesus Ressuscitado.

Do mesmo modo nós podemos iludir-nos de que a transição deste mundo - onde o sofrimento, as contrariedades, as desilusões e as injustiças são constantes - para a glória do Reino possa ocorrer sem a doação e sacrifício da própria vida.
Não somos o fogo que deve arder nesta terra, mas devemos ser os propagadores de sua chama de amor, dado que Ele é a fornalha ardente de caridade e veio para colocar chama na terra (Lc 12,49).

Grandeza e responsabilidade do cristão! Depende de cada um fazer da vida uma interrogação, um chamado sempre susceptível de ser ouvido por todos as testemunhas que o vêem. É a imponderável ação de uma alma sobre a outra.

É se transfigurando em Cristo que o cristão pode tornar os homens melhores. Com seu exemplo, mesmo sem palavras, o verdadeiro seguidor de Cristo já torna seu irmão melhor.
Onde uma pessoa boa, submissa a Deus vive, reza, sofre, trabalha... há uma lareira de calor sublime que aquece, arrasta nos eflúvios das mensagens celestes.
Fomos convidados a procurar os sinais que nos apontam para a verdadeira vida. Reconhecemos que a transfiguração é antecipação da ressurreição, mas que esta pressupõe a morte.
Tenhamos a força para enfrentar as dificuldades e tribulações desta vida e saibamos ouvir Jesus, para nos podermos transfigurar na esperança de alcançarmos o Reino de Deus.

Que a intercessão de Maria, nossa Mãe, nos ajude a percorrer com fé e generosidade o caminho desta Quaresma.
Reflexão Apostólica: 

Tenho sido insistente em anunciar que precisamos vencer algumas barreiras. Algumas pessoas, que por ventura se encontram num estágio razoável ou maior de espiritualidade e amadurecimento cristão, precisaram estar alertas à influencia da inércia sobre esse crescimento.

Uma reflexão e uma analogia:

Grandes alpinistas, ao tentar escalar o Everest, precisam entender que o topo só será alcançado, mediante as paradas que existem. Ninguém até hoje, saiu da base ao cume sem fazer essas paradas. Precisamos ter essa verdade: O estágio seguinte só será vencido com certas adaptações. O próprio corpo precisa de um tempo para se adaptar.

Escalar o Everest precisou primeiro de uma vontade, é o que chamam de “vontade de conversão individual”, ou seja, eu preciso querer mudar. A cada passo dado teremos que enfrentar os problemas e tribulações de cada fase e rapidamente se adaptar. O tempo pertence a Deus, portanto a adaptação, ou a conversão é dada a cada dia e dia após dia. Como o Dunga prefere chamar: Um PHN.

Somos muitos, e ao mesmo tempo, e talvez de formas e métodos diferentes (pastorais, movimentos, ministérios) a tentar escalar esse Everest chamado Santidade. Somos, portanto como os alpinistas a deixar os pinos de segurança para que outros consigam ir por onde já passamos e às vezes deixar de subir, por um instante para resgatar algum outro que escorrega ou toma o caminho mais perigoso da escalada.

Toda essa reflexão é para não cairmos na tentação de querermos ficar e montar tendas, pois aqui “esta muito bom”. Precisamos descer do monte e encarar que pessoas precisam de nós e às vezes o comodismo no faz ficar esperando por elas. Continuo a afirmar na minha crença que o bom pastor trás suas ovelhas, mas Ele antes de partir nos deu a missão de levar a boa nova a todos.

Graças a Deus não sou o único a sentir isso em meu coração.

(…) Caríssimos Presbíteros, nós, pastores, nos tempos de hoje, somos chamados com urgência à missão, seja “ad gentes”, seja nas regiões dos países cristãos, onde tantos batizados afastaram-se da participação em nossas comunidades ou, até mesmo, perderam a fé. Não podemos ter medo nem permanecer quietos em casa. O Senhor disse a seus discípulos: “Por que tendes medo, homens fracos na fé?” (Mt 8, 26). “Não se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candeeiro, para que ilumine a todos os que estão na casa” (5,15). “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,20). Não lançaremos a semente da Palavra de Deus apenas da janela de nossa casa paroquial, mas sairemos ao campo aberto da nossa sociedade, a começar pelos pobres, para chegar também a todas as camadas e instituições sociais. Iremos visitar as famílias, todas as pessoas, principalmente os batizados que se afastaram. Nosso povo quer sentir a proximidade da sua Igreja. Faremo-lo, indo à nossa sociedade com alegria e entusiasmo, certos da presença do Senhor conosco na missão e certos de que Ele baterá à porta dos corações aos quais O anunciarmos”. (Cardeal Cláudio Hummes – Arcebispo Emérito de São Paulo Fonte: Canção Nova 04/08/09)

Essa é a beleza de nossa igreja: um mover do Espírito para todos. Não somos convidados a viver uma direção diferente do que nossa igreja pede se assim o fizermos, corremos o risco de escalar o Everest sem ajuda, sem oxigênio…

Algumas pastorais e movimentos sumiram ou deixaram de acontecer pela subida sem oxigênio; por lideranças com boas intenções, mas com pouca humildade na bagagem.

Precisamos respeitar o tempo, a direção, a vontade de Deus. As vezes um tempo parado, pode significar amadurecimento para o próximo estagio a escalada.

Continuemos subindo em busca do cume (santidade)… Mas talvez algumas etapas do trajeto não aconteçam sozinhas, que talvez a caminhada só seja concluída cercada de outras pessoas. Um fato: o passo mais difícil até o cume é o abandono de si mesmo.

(…) Em seguida, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á. Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida?” (Mc 8,34-36)
O nosso viver é marcado por dúvidas e incertezas na caminhada onde nem todas as perguntas serão respondidas nesta vida.

O que importa, é que carreguemos com amor e paciência as pequenas cruzes do quotidiano, trilhando em nosso calvário no seguimento de Jesus.

Não percamos mais tempo buscando atalhos que não levam a lugar nenhum. Não basta estar cristão, é preciso ser cristão transfigurado no modelo que é Cristo Jesus!


Propósito: Ouvir e acreditar com toda a firmeza em Jesus, conforme Ele quis apontar aos discípulos que o acompanharam ao cimo do monte. Ser cristão transfigurado no modelo que é Cristo Jesus.

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