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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

EVANGELHO SEXTA FEIRA 3 DE OUTUBRO

03 - No silêncio a alma se prepara para lançar aquele (o) grito altíssimo que deverá ecoar por todo o horizonte católico. (L 23). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 10,13-16

"Jesus continuou:
- Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo. E, para mostrarem que estavam arrependidos, teriam se assentado no chão, vestidos com roupa feita de pano grosseiro, e teriam jogado cinzas na cabeça. No Dia do Juízo, Deus terá mais pena de Tiro e de Sidom do que de vocês, Corazim e Betsaida! E você, cidade de Cafarnaum, acha que vai subir até o céu? Pois será jogada no mundo dos mortos!
Então disse aos discípulos:
- Quem ouve vocês está me ouvindo; quem rejeita vocês está me rejeitando; e quem me rejeita está rejeitando aquele que me enviou.
"
  
Meditação:

No Evangelho de hoje, Jesus conclui o discurso em que Ele deu as recomendações aos 72 discípulos que iriam preparar a Sua chegada nas cidades que Ele pretendia visitar.

A irritação que Jesus demonstra hoje é com as cidades que não acolheram bem os discípulos de Jesus. Corazim e Betsaida eram cidades em que viviam judeus, ou seja, o povo a quem Jesus deu a prioridade de receber a Boa Nova em primeiro lugar. 

Este texto, praticamente com as mesmas palavras, está também no evangelho de Mateus. Lucas inseriu-o no fim das orientações para a missão dos setenta e dois discípulos, na Samaria.

Temos aqui um contundente texto de imprecação. É um estilo característico do Antigo Testamento, sendo também encontrado na literatura grega.

Existe uma profunda ligação dessa passagem com algo que ocorreu com Jonas e os Ninivitas (Jn 3,4-10). Deus, em muitas narrativas do antigo testamento, é apenas mencionado pela dureza da sua justiça aos que preferem o mal; no novo testamento, Jesus esforça-se em apresentar o Deus amoroso e compassivo. O Evangelho de hoje reafirma a presença soberana do Deus justo.

O evangelho de Lucas narra três
“ais” de Jesus contra três cidades da Galiléia: Betsaida, Corozaim e Cafarnaum. Jesus constatou que nos lugares onde caberia esperar uma pronta aceitação de sua mensagem, foi onde encontrou maior resistência e dureza de coração; pelo contrário, donde não se esperava nada encontrou maior abertura e aceitação.

Àquelas três cidades opõe a atitude de Tiro e de Sidônia. Lucas ignora a contraposição que faz Mateus de Cafarnaum com Sodoma (Mt 11, 23).

É a constatação que faz Lucas do efeito produzido pelo Evangelho dentro e fora do povo de Jesus. Lucas está consciente da universalidade da mensagem de Jesus, mas não deixa de fazer notar a obstinação do povo judeu aos desígnios de Deus.

Nesse mesmo sentido, nossas atitudes não estão muito distantes de se parecerem com as de Betsaida, Corozaim e Cafarnaum.

Cremos que já sabemos tudo, que não há nada de novo que nos possa tornar melhores, e disso decorre que existem ao nosso redor tantas pessoas, tantas coisas, tantas situações que permanentemente nos estão chamando à mudança, à retificação de nosso modo de ver, sentir, pensar, e nós nem nos damos conta disso.

E o que acontece no plano pastoral também acontece no institucional. Não podemos deixar de reconhecer que pertencemos a instituições que na maior parte do tempo estão fechadas à ação sempre nova do Espírito; fechamento que se traduz no apego a posições tomadas para guardar o status quo, posições dogmáticas que empobrecem cada vez mais as possibilidades de enriquecimento da mensagem, quase com desprezo pelo novo, como se houvesse autoridade para deter as novas ações do Espírito.

Há quem se creia possuidor de uma dada verdade, fora da qual ninguém tem nada que dizer, nem acrescentar, contribuir proporcionar.

Essa foi a realidade que Jesus enfrentou e constatou também o primeiro grupo de discípulos e discípulas; Paulo a experimentou em sua própria carne e é a mesma situação que vivemos ainda hoje entre nós.

Seremos premiados por ter guardado zelosamente algumas verdades de que o tempo e a realidade cotidiana vão exigindo reformulações, adaptações na linha da fidelidade ao Espírito? Muito provavelmente não, talvez sejamos julgados, isso sim, por não nos termos aventurado a deixar agir mais o Espírito.

Jesus declara a íntima relação entre ele e seu Pai que o enviou. Não é possível admitir que Deus seja grande, maravilhoso, misericordioso, e tudo o mais que queiramos, e deixar de lado a proposta de Jesus.

Rechaçar, com a sutileza que o fazemos, qualquer aspecto do Evangelho é rejeitar Jesus, e rejeitar a ele é repelir o Pai que o enviou.

Talvez seja difícil escutar entre nós uma rejeição verbal contra Jesus, mas o que de fato vemos com toda a clareza é a repulsa prática, o deixar de lado por mil justificativas os aspectos mais comprometedores e de maior exigência do Evangelho.

Infelizmente, nós passamos a vida teorizando, inventando planos e projetos de evangelização que muitas vezes ficam somente em mera teoria; não é esta uma das muitas maneiras de deixar escapar o próprio Evangelho e por onde se vai Jesus, ou por outras palavras, um modo de rejeitá-lo?

Como vimos. Jesus dá o veredicto negativo de toda uma cidade pelo mau acolhimento que alguns deram aos seus discípulos. Talvez houvessem, naquelas cidades, pessoas que acolheriam bem os discípulos...

Pela falta de hospitalidade e acolhimento de alguns, todos pagaram! Jesus sabia que a brutalidade e arrogância dos maus gritam mais alto que a boa vontade e acolhimento dos bons... como aconteceu em Jerusalém, durante a Sexta-Feira Santa.

A mensagem de hoje vai para os formadores de opinião pública! Vocês têm um grande poder e uma enorme responsabilidade nas mãos! Usem da sua influência para tornar as pessoas melhores: mais acolhedoras, mais educadas, mais hospitaleiras... mais humanas!...

Quando os discípulos de Jesus chegarem na nossa cidade, que eles encontrem boa acolhida, para que não entremos todos na lista onde está Corazim, Betsaida, Cafarnaum...

Reflexão Apostólica:

Quando acontecem as fatalidades do dia-a-dia clamamos ardentemente pela justiça divina, mas quando somos nós os grandes opressores, pedimos a Sua misericórdia.

Deus nunca, nem no novo e nem no antigo testamento deixou de olhar com justiça sendo assim compreensível a idéia que realmente precisamos TAMBÉM mudar.

Às vezes pensamos: Será que somente rezar é suficiente? Trazer essa reflexão é importante, pois nos trás de volta ao compromisso que temos com a minha própria salvação e com a dos que me cercam sendo assim, inconcebível a idéia de salvação sem a cruz.
O mais engraçado é que todos sabem o que é certo e o que é errado, mas por que então não fazemos somente o correto?

Passamos boa parte de o nosso tempo a justificar, para nós mesmos e para os outros, os atos e gestos (erros) que  desde o começo sabíamos que não era para serem feitos.

Sabemos que é errado, mas não conseguimos deixar de fazer
“(…) Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo.”.

Iniciamos amanhã o mês missionário  e com ele a reflexão que precisamos antes de tudo começar pela conversão daquele (a) que vemos no espelho todos os dias. Talvez se conseguirmos convertê-lo (a) ou pelo menos fazê-lo (a) cair menos vezes, conseguiremos ter um mundo melhor.
Precisamos muito que isso aconteça, pois Deus é Justo e também será justo com nossa luta em buscarmos sermos alguém melhor do que já somos hoje.

Uma possível conclusão: Se sei o que é errado e tenho convicção disso devo começar minha caminhada de dentro pra fora. Sendo assim
 
Propósito:
Pai, move-me à conversão e à penitência diante do testemunho de Jesus, de modo que eu não incorra em castigo por minha incapacidade de reconhecer o apelo da salvação.

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