Seguidores

sábado, 25 de outubro de 2014

Evangelho 30º Domingo do tempo comum - 26 de outubro

26 - É algo espantoso o pensamento dessa corrente circular de graças, onde cada anel é uma força da qual depende a nossa salvação eterna. (L 52).  São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 22,34-40

"Os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então se reuniram, e um deles, um doutor da Lei, perguntou-lhe, para experimentá-lo: "Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?" Ele respondeu: "'Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento!' Esse é o maior e o primeiro mandamento. Ora, o segundo lhe é semelhante: 'Amarás teu próximo como a ti mesmo'. Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos". " 

Meditação:

O Evangelho aponta, precisamente, na mesma direção ao mostrar que para Jesus o fundamento da relação com Deus e o próximo é o amor solidário. Jesus sintetiza o decálogo e quase toda a legislação no amor fraternal e recíproco.

Os juristas gostavam de provocar Jesus para saber dos seus conhecimentos sobre a Lei. Para eles o mandamento mais importante era a observância do sábado

Vamos aqui imaginar as 680 leis, entre prescrições e proibições, que regiam a prática judaica, como uma enorme e frondosas árvore, de muitos ramos e folhas.

A pergunta que o "sabichão da Lei" faz a Jesus seria mais ou menos essa: “Qual dos ramos dessa árvore é o mais importante?”

Em um ambiente legalista e de excessivo rigorismo na prática da Lei, fazer uma pergunta capciosa dessa, evidenciava uma segunda intenção, era um ardil, uma cilada, uma pergunta maldosa, onde o interlocutor não estava interessado na resposta, mas sim em uma justificativa, a partir dela., para condenar a quem respondera.

Jesus de maneira sábia desmonta essa armadilha e retomando o exemplo das Leis religiosas, como uma frondosa árvore, Jesus vai dizer que o mais importante é a raiz, de fato, o amor a Deus e ao próximo é a Raiz do Cristianismo, é a essência da verdadeira Religião.

Jesus, além de não cair na armadilha que lhe armaram, tirou vantagem da situação e fez um ensinamento espetacular, não suprimindo nenhuma das Leis em vigor, porem, afirmando categoricamente que nenhuma delas era válida, caso não fosse cumprido aquilo que é o essencial em uma Lei Divina: o Amor a Deus e ao próximo.

Nós vivemos hoje em uma sociedade que tem muito mais normas que o povo judeu, inclusive nossas igrejas possuem extensas legislações. Vivemos também em um mundo com muito mais milhões de pobres e oprimidos do que podiam prever os profetas.

A palavra de Jesus que hoje lembramos e atualizamos em nossa celebração é um convite a sacudir nossa passividade, a recuperar a indignação ética diante da situação intolerável deste mundo chamado moderno e civilizado e a voltar ao essencial do evangelho, ao mandamento principal, aos dois amores.

O amor a Deus não está nas observâncias ascéticas, religiosas, e legais, que levam a discriminações e exclusões, inclusive ódio ao inimigo, mas é o amor que se concretiza no dom e na acolhida ao próximo, sem limites.

O amor a Deus identifica-se e concretiza-se com o amor ao próximo, que se iguala ao amor de si mesmo, e neste amor de comunhão fraterna comunga-se com o próprio Deus.

Este amor ao próximo não se restringe às simples relações inter-pessoais, mas tem um alcance social. É o amor que luta por uma sociedade mais justa e fraterna, onde todos tenham acesso aos bens deste mundo, sem privilegiados ou excluídos, no desabrochar da vida plena. Este amor, do qual o apóstolo Paulo foi testemunha, é o amor que gera vida a alegria nas comunidades.

Com isto, religião adquire um sentido novo, reunindo em uma única lei esses dois amores, a Deus e aos irmãos, gerando assim o compromisso em viver como irmãos e irmãs, Filhos e Filhas do mesmo Deus que é Pai.

Reflexão Apostólica:

Deus não admite o amor a si sem que este amor se torne gestos concretos de caridade. É por isso que hoje vemos no Evangelho que o primeiro e maior mandamento traz consigo um outro que é semelhante a ele. O primeiro exige de nós o amor a Deus e o segundo exige de nós o amor ao próximo.

Jesus nos diz que desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. A partir daí podemos perceber porque são João nos diz na sua primeira epístola que quem ama não peca.

Com isso, Jesus nos mostra que somente a plena vivência do amor nas suas duas dimensões, a Deus e aos próximo, pode conduzir verdadeiramente à santidade.

E nós, de que modo amamos a Deus? Rezando e lendo o Evangelho, indo à Missa aos Domingos e Dias Santos de Guarda, pensando nas três pessoas da Santíssima Trindade, ouvindo e divulgando a sua Palavra, acreditando em Jesus.

De que modo nós amamos as pessoas que fazem parte do nosso dia-a-dia na família, na escola e que são próximas a nós?

Respeitando, evitando uma briga, não roubando, não prejudicando, sorrindo, cumprimentando, perdoando, tolerando, ajudando, demonstrando interesse, compreendendo, falando bem, mostrando seus erros, corrigindo, não sendo falso, mas amigo de verdade, não fazendo fofoca, não estragando as coisas dos outros, não fazendo bagunça durante às aulas, não tendo inveja e não desejando o mal a ninguém, não fazendo brincadeiras de mal gosto, obedecendo os professores e os pais, tendo pena e ajudando: os cegos, mendigos, paralíticos e outros deficientes etc.

Sendo honesto, dando esmola a um pobre, não mentindo, não sendo fingido, não caluniando, não guardando rancor, não tendo ódio, não sendo preguiçoso, não divulgando os defeitos dos outros, não ofendendo, não fazendo gozação, enfim, procurando acertar mais e errar menos, querendo para os outros exatamente o que desejamos para nós.

Cristão é aquele que vive o amor de Cristo e trabalha para construir um mundo melhor, combatendo as coisas erradas, por exemplo.

O cristão cresce, ou se valoriza como pessoa, quando ele se preocupa com o verdadeiro desenvolvimento dos outros. Quando procura viver como irmão. Esse é o amor fraterno que dá sentido a nossa vida e à vida das outras pessoas.

Será que vivemos sempre esse amor fraterno? Será que no nosso dia-a-dia na família, na escola, no trabalho, nós nos esforçamos realmente para que este mundo seja melhor?

Recebemos de Deus a tendência natural para fazermos o que Ele nos manda, de maneira que não podemos insurgir-nos, como se Ele nos pedisse uma coisa extraordinária, nem orgulhar-nos, como se déssemos mais do que aquilo que nos é dado.

Ao recebermos de Deus o mandamento do amor, possuímos imediatamente, desde a nossa origem, a faculdade natural de amar.

Não foi a partir do exterior que fomos por ela formados; e isto é evidente, porque procuramos naturalmente aquilo que é belo; sem que no-lo ensinem, amamos aqueles que nos são aparentados, pelos laços do sangue ou de uma qualquer aliança; enfim, de boa vontade damos provas de benevolência aos nossos benfeitores.

Haverá coisa mais admirável do que a beleza de Deus? Haverá desejo mais ardente do que a sede provocada por Deus na alma purificada, que exclama com emoção sincera?

Aquilo que é bom é também supremamente amável; ora, Deus é bom; portanto, se todas as coisas procuram o que é bom, todas as coisas procuram a Deus.

Se o afeto dos filhos pelos pais é um sentimento natural, que se manifesta no instinto dos animais e na disposição dos homens para amarem as mães desde tenra idade, não sejamos menos inteligentes do que as crianças, nem mais estúpidos do que os animais: não nos apresentemos diante de Deus que nos criou como estrangeiros sem amor.

Mesmo que não tivéssemos compreendido, pela Sua bondade, Quem Ele é, devíamos ainda assim, apenas pelo fato de termos sido criados por Ele, amá-Lo acima de tudo, e permanecer ligados à memória do que Ele é, como as crianças permanecem ligadas à memória de sua mãe pelo amor que essa lhe dedicou.

Só o amor de uma mãe pode tornar agradável a Deus a ação do homem: “Compreendo tão bem, que somente o amor pode nos tornar agradáveis ao Senhor, que isso constitui minha única ambição.

O amor “é tudo.” O homem poderia fazer coisas grandiosas, mas sem o amor, permaneceriam vazias, completamente desvitalizadas como um corpo sem alma.

Seu valor não depende da grandiosidade, mas do amor com o qual foram idealizadas e realizadas. O amor é o único elemento que pode plasmar e dar finalidade dignamente a todo o agir humano. “Com amor, não caminho apenas, ponho-me a voar.”

Você já compreendeu que só o amor que você viver será agradável a Deus? Como você tem vivido o amor com o próximo? Você sabia que ser santo é amar? De que modo você ama a Deus?

Amar a Deus é fácil, principalmente, quando para isso precisamos apenas ajoelhar, rezar e elevar os nossos pensamentos a Deus. Mas, cuidado, se este amor não passa pelo irmão, ele está equivocado.

Releia o texto de hoje e você vai entender: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o coração, com toda a sua alma e ao próximo como a ti mesmo”. Será que precisamos repetir? Este texto deve servir como um mantra para o nosso dia. Vale a pena pensar sobre isso.

Amar a Deus é tão fácil, não é?

Propósito:


Ó Deus, nosso Pai, aumentai nossa fé, nossa esperança e, sobretudo, aumentai nosso amor e nosso sentido da justiça, de modo que vivamos sempre próximos dos nossos irmãos, especialmente os mais necessitados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário