Seguidores

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Evangelho quarta feira 15 outubro - Santa Teresa de Jesus (Ávila)

15 - Sofrer ou morrer! Após ter experimentado quanto fosse sublime sofrer com Jesus, Santa Teresa descobriu que morrer era infinitamente mais nobre, porque sinal de união eterna com o Esposo Divino. (L 232). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 11,42-46

 "- Ai de vocês, fariseus! Pois dão para Deus a décima parte até mesmo da hortelã, da arruda e de todas as verduras, mas não são justos com os outros e não amam a Deus. E são exatamente essas coisas que vocês devem fazer sem deixar de lado as outras.
- Ai de vocês, fariseus! Pois gostam demais dos lugares de honra nas sinagogas e gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças.
- Ai de vocês! Pois são como sepulturas que não se vêem, sepulturas que as pessoas pisam sem perceber.
Então um mestre da Lei disse a Jesus:
- Mestre, falando assim, o senhor está nos ofendendo também.
Jesus respondeu:
- Ai de vocês também, mestres da Lei! Porque põem fardos tão pesados nas costas dos outros, que eles quase não podem agüentar. Mas vocês mesmos não ajudam, nem ao menos com um dedo, essas pessoas a carregar esses fardos.

Meditação:

 Não é que Jesus rejeita as leis. Na verdade, ele e seus discípulos se mantêm dentro da estrutura legal do judaísmo e, por conseguinte, não descuidam dos seus ritos. O que Jesus denuncia é a hipocrisia de um cumprimento externo, rigorista, que não nasce da autêntica relação de justiça nem de amor a Deus e aos irmãos.

Os fariseus pretendem se mostrar como perfeitos cumpridores das prescrições legais e por isso procuram os primeiros lugares e aplausos dos outros. A religião deles não é sincera porque sua motivação interior é a busca de sis mesmos; é a auto-suficiência daquele que se julga perfeito e superior aos outros.

O fariseu se esqueceu de que não se trata simplesmente de um cumprimento de leis o que nos identifica com a santidade de Deus, mas sim que a verdadeira relação e aliança divina consistem em receber esse dom de Deus para traduzi-lo na autenticidade da justiça, da solidariedade e do reconhecimento de igualdade com os outros.

A imagem do deus legalista, rigorista, desumano, vigilante, recompensador, que os mestres da Lei tinham criado com sua conduta e ensinamentos, está distante do Deus do Reino, do Deus revelado, do Deus da Aliança, que é amor, perdão, misericórdia e ternura infinita para com os homens e as mulheres.

As críticas do Senhor contra os fariseus e doutores da Lei não se devem a que rechace as leis. Ele e seus discípulos não descuidam da observância racional da Lei. Rechaçam sim a hipocrisia de um cumprimento rigorista somente externo e levado até o absurdo, sem uma autêntica relação com o amor a Deus, traduzido em justiça, compaixão, solidariedade e amor ao próximo.

Os adversários de Jesus buscam mostrar-se como perfeitos cumpridores da Lei e modelos de observância. E assim buscam os primeiros postos e os aplausos dos demais. Mas na realidade se buscam a si mesmos; move-os a auto-suficiência dos que se crêem perfeitos e superiores aos demais, e por dentro está cheio de podridão.

Fariseus e mestres da Lei se esqueceram de que não é o cumprimento frio das leis que identifica a santidade diante de Deus, mas a verdadeira relação e a aliança íntima com ele, pela disposição com que se recebem seus preceitos para traduzi-los numa busca verdadeira da justiça, da solidariedade, do reconhecimento igualitário e o amor aos demais.

A imagem do Deus legalista, rigorista, inumano, vigilante e “recompensador” que os mestres da Lei criaram com sua conduta e ensinamentos, está longe do Deus do Reino, do Deus revelado, do Deus da Aliança, que é amor, perdão, misericórdia, ternura infinita para com todos os seres humanos.

Também para nós poderá ter chegado – pela família, educação, ou até pela catequese... – uma imagem de Deus feita de medo mais do que de amor. Se tiver sido assim, aprendamos a reconhecer e praticar a verdadeira aliança com Deus-Amor?

Reflexão Apostólica:

Na mesma linha de reflexão do evangelho de ontem, Jesus chama a atenção para o que é verdadeiramente importante em seu Reino: a prática da justiça e do amor de Deus.
Os fariseus empregavam toda a energia de sua religiosidade em minúcias e aparências, enquanto não davam nenhuma importância ao amor aos irmãos.

Era essa falta de fraternidade que Jesus também lhes verberava quando censurava sua preocupação em ocupar os melhores lugares nas sinagogas e receberem a saudação dos transeuntes. No fundo presumiam-se superiores aos outros e melhores do que ninguém.
Era esse mesmo sentimento de orgulho que os cegava ao não perceberem que exigiam dos outros o cumprimento de tudo quanto mandava a Lei com suas inúmeras prescrições, como a da purificação das mãos, como meditamos ontem, enquanto eles próprios se eximiam de fazê-lo.

Isto levou Jesus a acusá-los: “Observai e fazei tudo o que eles dizem (os escribas e fariseus), mas não façais como eles, pois dizem e não fazem (Mateus 23,3).
Jesus vai muito mais além e lhes mostra que o principal está na pureza do coração, obtida pela conversão sincera.

Propósito:

 Pai, coloca-me em sintonia com Jesus para quem a justiça e o amor a ti valem mais que o legalismo dos que são incapazes de descobrir o teu verdadeiro desígnio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário