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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Evangelho do dia 31 de outubro sábado

 31 outubro - Peçamos a Deus que nos torne santos, logo santos, com aquela santidade que Ele quer. (S 172). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 14,1.7-11

 "Num sábado, Jesus entrou na casa de certo líder fariseu para tomar uma refeição. E as pessoas que estavam ali olhavam para Jesus com muita atenção. 

Certa vez Jesus estava reparando como os convidados escolhiam os melhores lugares à mesa. Então fez esta comparação:
- Quando alguém convidá-lo para uma festa de casamento, não sente no melhor lugar. Porque pode ser que alguém mais importante tenha sido convidado. Então quem convidou você e o outro poderá dizer a você: "Dê esse lugar para este aqui." Aí você ficará envergonhado e terá de sentar-se no último lugar. Pelo contrário, quando você for convidado, sente-se no último lugar. Assim quem o convidou vai dizer a você: "Meu amigo, venha sentar-se aqui num lugar melhor." E isso será uma grande honra para você diante de todos os convidados. Porque quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.
"
  

Meditação:

 Dentre os quatro evangelistas, Lucas é o único que, por três vezes (Lc 7,36; 11,37; 14,1) menciona refeições de Jesus em casa de fariseus. Esta refeição é ocasião de ensinamentos de Jesus. 

Na parábola dirigida aos demais convidados, aquele que ocupou o primeiro lugar teve que cedê-lo a um amigo mais importante do dono da casa e aquele que ocupou o último lugar foi convidado para um lugar melhor.

Este Evangelho nos ajuda a corrigir um preconceito sumamente difundido. «Num sábado, Jesus entrou para comer na casa de um dos principais fariseus.

Eles o observavam atentamente». Ao ler o Evangelho a partir de um certo ponto de vista, acabou-se fazendo dos fariseus o modelo de todos os vícios: hipocrisia, falsidade; os inimigos por antonomásia de Jesus.

Com estes significados negativos, o termo «fariseu» passou a fazer parte do dicionário de nossa língua e de outras muitas.

Semelhante idéia dos fariseus não é correta. Entre eles havia certamente muitos elementos que respondiam a esta imagem e Cristo os enfrenta. Mas nem todos eram assim.

Nicodemos, que vai ver Jesus de noite e que depois o defende ante o Sinédrio, era um fariseu (Jo 3,1; 7, 50ss).

Também Saulo era fariseu antes da conversão, e era certamente uma pessoa sincera e zelosa, ainda que não estivesse bem iluminado. Outro fariseu era Gamaliel, que defendeu os apóstolos ante o Sinédrio (At 5,34 e seguintes).

As relações de Jesus com os fariseus não foram só de conflito. Compartilhavam muitas vezes as mesmas convicções, como a fé na ressurreição dos mortos, no amor de Deus e no compromisso como primeiro e mais importante mandamento da lei.

Alguns, como neste caso, inclusive o convidam para uma refeição em sua casa. Hoje se considera que mais que os fariseus, quem queria a condenação de Jesus eram os saduceus, a quem pertencia a casta sacerdotal de Jerusalém.

Por todos estes motivos, seria sumamente desejável deixar de utilizar o termo «fariseu» em sentido depreciativo. Ajudaria ao diálogo com os judeus, que recordam com grande honra o papel desempenhado pela corrente dos fariseus em sua história, especialmente após a destruição de Jerusalém.

Durante a refeição, naquele sábado, Jesus ofereceu dois ensinamentos importantes: um dirigido aos «convidados» e outro para o «anfitrião».

Ao dono da casa, Jesus disse (talvez diante dele ou só em presença de seus discípulos): «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides seus amigos, nem seus irmãos, nem seus parentes, nem os vizinhos ricos…». É o que o próprio Jesus fez, quando convidou ao grande banquete do Reino os pobres, os aflitos, os humildes, os famintos, os perseguidos.

Vamos centrar nossa meditar no que Jesus diz aos «convidados»: «Se te convidam a um banquete de bodas, não te coloques no primeiro lugar…».

Jesus não quer dar conselhos de boa educação. Nem sequer pretende alentar o sutil cálculo de quem se põe em uma fila, com a escondida esperança de que o dono lhe peça que se aproxime.

A parábola nisso pode dar pé ao equívoco, se não se levar em consideração o banquete e o dono dos quais Jesus está falando. O banquete é o universal do Reino e o dono é Deus.

Na vida, quer dizer Jesus, escolhe o último lugar, procura contentar os demais mais que a ti mesmo; sê modesto na hora de avaliar seus méritos, deixa que sejam os demais quem os reconheçam e não tu («ninguém é bom juiz em causa própria»), e já desde esta vida Deus te exaltará.

Ele te exaltará com sua graça, te fará subir na hierarquia de seus amigos e dos verdadeiros discípulos de seu Filho, que é o que realmente importa.

Ele te exaltará também na estima dos demais. É um fato surpreendente, mas verdadeiro. Não só Deus «se inclina ante o humilde e rejeita o soberbo» (Sl 107, 6); também o homem faz o mesmo, independentemente do fato de ser crente ou não.

A modéstia, quando é sincera, não artificial, conquista, faz que a pessoa seja amada, que sua companhia seja desejada, que sua opinião seja desejada.

Vivemos em uma sociedade que tem suma necessidade de voltar a escutar esta mensagem evangélica sobre a humildade.

Correr para ocupar os primeiros lugares, talvez pisoteando, sem escrúpulos, a cabeça dos demais, são características desprezadas por todos e, infelizmente, seguidas por todos. O Evangelho tem um impacto social, inclusive quando fala de humildade e hospitalidade.

A parábola exprime a prática do Reino: a renúncia ao sucesso na injusta sociedade competitiva pelo status e poder, e a adesão à nova sociedade do Reino, fundada na humildade, na fraternidade e no serviço.

Em conclusão a sentença chave: quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado. É um tema precioso para Lucas, já presente no Cântico de Nossa Senhora (Lc 1,51-52).

O não se precipitar em ocupar os primeiros lugares em momentos solenes era regra comum de boas maneiras nas várias culturas contemporâneas do primeiro século.

Reflexão Apostólica:

No evangelho de hoje Jesus vem nos dar um conselho bem prático para o nosso dia-a-dia e se utiliza de uma simples parábola para nos revelar a importância de sermos humildes e de reconhecermos a nossa pequenez diante dos homens.

Ele está querendo revelar para cada um de nós que em nenhum momento devemos nos valer da expectativa que temos em nós mesmos ou da autoconfiança, pois podemos ser humilhados e colocados para sentar no último lugar.

Como é desagradável ser chamado a sair de um lugar para que outro possa ocupá-lo; e ao mesmo tempo como é bom ser reconhecido na multidão pelo dono da festa e ser conduzido para um lugar especial, escolhido e reservado para você.

Todos nós preferimos passar pela segunda experiência, não é mesmo??? Então, esse é o grande sentido dessa parábola, não se vangloriar de si mesmo e a partir da humildade que Deus coloca em seu coração considerar os outros superiores a vós mesmos para que a partir dessa atitude a própria graça de Deus possa te elevar. Isto não quer dizer que devamos nos sentir uns coitadinhos, não.

São Paulo escreve ao Filipenses no capítulo 2 quando diz: "Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses e sim os dos outros. Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus. Sendo Ele de condição divina não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes".

Nem Jesus que era o próprio Deus se valeu dessa condição para estar no mundo e desempenhar sua missão, então quem somos nós para nos valermos dos poucos talentos que temos para tentar sermos melhor que os outros???

Precisamos valorizar o que temos de melhor em nós sim, mas tudo isso devemos fazer pela graça de Deus. É Deus quem deve te elevar e não você mesmo.

Então, que através desse Evangelho possamos pedir a graça da humildade verdadeira para nossos corações acreditando que Deus age na simplicidade e que não é preciso estar sempre na primeira fila para ser reconhecido por Deus e pelos nossos irmãos.

Tenhamos um dia abençoado por Deus e pratiquemos a virtude da humildade, pois quando nos humilhamos diante dos homens, somos exaltados diante do Pai.

Propósito:

Pai, faze-me humilde e discreto no trato humano. E que eu não aspire grandeza humana. Basta-me ser reconhecido e exaltado por ti.

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