Seguidores

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

EVANGELHO DO DIA 11 DE OUTUBRO 2020 - 28º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 


11 outubro - A questão do "dinheiro" já nos deteve por demais inclinados para o baixo e é tempo de proclamar o “sursum corda”: corações ao alto. (L 158). São Jose Marello



Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 22,1-14

 "De novo Jesus usou parábolas para falar ao povo. Ele disse: 

- O Reino do Céu é como um rei que preparou uma festa de casamento para seu filho. Depois mandou os empregados chamarem os convidados, mas eles não quiseram vir. Então mandou outros empregados com o seguinte recado: "Digam aos convidados que tudo está preparado para a festa. Já matei os bezerros e os bois gordos, e tudo está pronto. Que venham à festa!"
- Mas os convidados não se importaram com o convite e foram tratar dos seus negócios: um foi para a sua fazenda, e outro, para o seu armazém. Outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram. O rei ficou com tanta raiva, que mandou matar aqueles assassinos e queimar a cidade deles. Depois chamou os seus empregados e disse: "A minha festa de casamento está pronta, mas os convidados não a mereciam. Agora vão pelas ruas e convidem todas as pessoas que vocês encontrarem."
- Então os empregados saíram pelas ruas e reuniram todos os que puderam encontrar, tanto bons como maus. E o salão de festas ficou cheio de gente. Quando o rei entrou para ver os convidados, notou um homem que não estava usando roupas de festa e perguntou: "Amigo, como é que você entrou aqui sem roupas de festa?"

- Mas o homem não respondeu nada. Então o rei disse aos empregados: "Amarrem os pés e as mãos deste homem e o joguem fora, na escuridão. Ali ele vai chorar e ranger os dentes de desespero."
E Jesus terminou, dizendo:
- Pois muitos são convidados, mas poucos são escolhidos.
"  

Meditação:

 

Lendo detidamente as três leituras da liturgia de hoje (Is 25,6-10a e Fl 4,12-14.19-20), nos deparamos com um fio condutor que, seguindo a imagem do banquete, nos permite saborear o gosto desta palavra que hoje tem sabor de alimento, esse mesmo que escasseia em muitos lugares do terceiro mundo e causa a morte de tantos.

O evangelho de hoje narra a parábola do banquete que se encontra em Mateus e em Lucas, mas com diferenças significativas, marcadas pela perspectiva de cada evangelista.

O cenário que leva os dois evangelistas a repetir esta parábola é o mesmo. Nas comunidades dos primeiros cristãos, seja de Mateus seja de Lucas, continuava bem vivo o problema da convivência entre judeus convertidos e pagãos convertidos.

Os judeus tinham normas antigas que lhes impediam de comer com os pagãos. Também depois de terem entrado na comunidade cristã, muitos judeus mantinham o costume antigo de não se sentarem na mesma mesa de um pagão.

 

Esta parábola das bodas, foi proferida por Jesus, em Jerusalém, em sua última semana de vida sobre a terra. Essa última semana de vida de Jesus, em Jerusalém, foi de conflito contra todos os líderes religiosos: sacerdotes, escribas, fariseus, anciãos do povo. Na verdade, o mentor desta guerra contra Jesus era Satanás que queria se opor ao Plano de Deus.

A comunidade de Mateus responde à pergunta “o que é o Reino de Deus?”. Ele nos apresenta sua resposta a partir da imagem de um banquete de bodas, que se realiza em uma cidade (v. 7: mandou matar os homicidas e ateou fogo em sua cidade).

Na parábola das bodas, Jesus fala que o reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho e enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas. Estes, porém, não quiseram vir mesmo depois que o chamado foi renovado, com a observação de que tudo já estava preparado.

 

Houve não só manifestação de indiferença como também até uso da violência contra os servos do rei, alguns dos quais chegaram a ser mortos.

 

O rei, então, enfurecido, mandou seus exércitos, destruiu os homicidas e incendiou a cidade, tendo, então, chamado pessoas de fora dos limites da cidade para participar das bodas, sendo, então, recolhidos bons e maus.

Com a festa nupcial cheia de convidados, o rei foi observar os convidados e encontrou um homem sem trajes nupciais que, depois de interrogado e nada ter dito, foi lançado às trevas exteriores, onde há pranto e ranger de dentes.

Por isso, concluiu Jesus, muitos são chamados e poucos, escolhidos. Esta afirmação de Cristo deve ser verificada dentro do contexto da parábola.

 

 O rei chamou muita gente, mas aqueles que atenderam ao seu convite e participaram efetivamente da festa foram poucos, em relação à população convidada.

Havia muita gente no banquete, mas esta muita gente era pouca em relação aos que haviam sido convidados. Do mesmo modo, os salvos são poucos em relação a toda a humanidade, que foi convidada para a salvação.

O chamado é para todos, mas os escolhidos, ou seja, aqueles que atenderam ao chamado e se trajaram convenientemente, são poucos.

  

Vemos, pois, que, ao contrário do que dizem alguns, este texto, ao invés de ser base para a doutrina da predestinação, confirma que a escolha é resultado do exercício do livre-arbítrio dos salvos.

De diversas maneiras o Senhor tem insistido conosco e, se não atendemos ao seu chamado, corremos o risco de que chegue o dia em que talvez nem tenhamos mais chance de sermos convidados.

Outros ocuparão o nosso lugar. Porém, para atender ao convite do Senhor, não nos basta apenas ir e estar presente. Teremos, ao mesmo tempo, de assimilar a mentalidade do Evangelho, vestir a veste branca dos ensinamentos do Senhor, porque do contrário, destoaremos. Precisamos assumir de coração o nosso lugar na festa.

Quantas pessoas nós encontramos no meio da comunidade ou da Igreja que teimam em não acolher os mandamentos de Deus e têm a sua concepção própria servindo muitas vezes de pedra de tropeço para outros que desejam seguir as práticas evangélicas.

Neste caso, apesar de estarmos presentes de “corpo” poderemos ser enxotados e não haver mais lugar para nós dentro do reino.

 

Quando aceitamos o convite de Jesus para participar do Seu reino precisamos nos desvencilhar de todos os nossos conceitos e preconceitos e nos deixar guiar pelo Espírito Santo que nos revestirá com a veste da santidade de Deus.

Será que você também não é como este homem da veste diferente que a todo momento se posiciona contrário e dá testemunho falso dentro da sua família ou comunidade?

 

Perceba como são as suas reações e veja se você precisa se emendar. Porque a festa das Bodas do Cordeiro não deixará de ser realizada se eu, ou você, recusarmos o convite para fazer a Obra de Deus.

Na Igreja, ninguém, mas ninguém mesmo é insubstituível. Nem Moisés foi considerado insubstituível, até mesmo no momento em que mais Israel precisava dele, que era a conquista de Canaã.

Os propósitos de Deus não são frustrados - Pela Bíblia sabemos que Deus tem um plano, elaborado. E Ele trabalha de acordo com esse plano, zelando pelo seu fiel cumprimento; sabemos que Deus remove todo e qualquer obstáculo que tentar impedir a realização do seu plano, bem como substitui toda e qualquer pessoa, grupos, povos, nações, denominações evangélicas, que se recusarem a colaborar para a realização de seu plano.

Na parábola das bodas, o rei não adiou, e não cancelou a festa das bodas de seu filho, devido a recusa de seus convidados, os quais, segundo ele, não eram dignos.

No dia determinado a festa nupcial ficou cheia de convidados. Os que rejeitaram o convite ficaram de fora, perderam a oportunidade que lhes fora oferecida; outros convidados ocuparam seus lugares, e a festa se realizou.

 

Nós não somos insubstituíveis, seja qual for o trabalho que estamos fazendo. Se nós recusarmos, Deus levantará outros, porque nada e nem ninguém poderá impedir a realização do seu plano.

A festa das Bodas do Cordeiro não deixará de ser realizada se eu, ou você, recusarmos o convite para fazer a obra de Deus. Na Igreja, ninguém, mas ninguém mesmo, é insubstituível.

Apesar de tudo que foi dito, cabe-nos assumir a “objeção à totalidade” que muitos ouvintes e pessoas cultas e com verdadeira sensibilidade para os problemas atuais, vão sentir diante do texto do evangelho e diante da cosmovisão teológica a qual lançamos mão para explicá-la e aplicá-la.

 

 A sensação certa, ainda em muitos que não se consiga expressar com nitidez, é que este tipo de metáforas globais são profundamente inadequadas, estão gastas e ultrapassadas e não somente não dizem nada (por isso precisam de tanta explicação) como também se tornam ininteligíveis e até produzem rejeição. Como afirma a teóloga Sally McFague: "são metáforas não somente obsoletas, mas perniciosas".

 

Com toda probabilidade, Jesus já não as usaria hoje, e ficaria pasmo de ver muitos domingos dando volta em torno delas, querendo dar vida a uma simbologia e uma doutrina que estão mortas.

 

É interessante perceber como o Evangelho coloca as trevas no lado de fora do banquete, da comunidade, da Igreja... A partir desta historia, que tem como eixo central expressões: a realidade do Reino de Deus, os convidados, a presidência do banquete, seria bom o questionamento: a que grupo de convidados nos assemelhamos? Que atitude assumimos diante do convite para participar do Reino? Somos sensíveis diante do conflito reino / anti-reino? Estamos preparados (vestidos de festa) para assumir as exigências do Reino?

 

Reflexão Apostólica:

 

Hoje refletimos sobre a terceiro parábola de uma trilogia sobre a rejeição ou a aceitação do convite ao Reino de Deus e às suas obras – a dos dois filhos (21, 28-32), da vinha (21, 33-44) e a de hoje – as bodas (22,1-14).

Mais uma vez, as palavras de Jesus se dirigem aos chefes dos sacerdotes e anciãos – ou seja, aos que dominavam o sistema religioso vigente que oprimia o povo de Israel.

A imagem usada é de uma festa oriental de casamento – do filho de um rei. Mas no texto de hoje a ênfase não cai no filho, mas na atitude dos convidados.

Cumpre lembrar que muitas vezes na Bíblia a festa de bodas é símbolo da união alegre e definitiva de Deus como o seu povo.

Os convidados que não dão valor ao convite são aqueles que se apegam ao sistema opressor para defender os seus próprios privilégios, e assim rejeitam a mensagem libertadora da “justiça do Reino” de Jesus, mesmo que isso implicasse no assassinato de profetas.

O versículo 7 é provavelmente um acréscimo feito depois da destruição de Jerusalém pelos Romanos no ano 70 d.C. quando a parábola teria recebido a sua forma definitiva. O texto correspondente de Lucas não traz esse detalhe.

O Novo Povo de Deus será aberto a todos que foram marginalizados pelo sistema antigo, dominado pelos sumos sacerdotes e anciãos.

Esse é o significado de ir aos cruzamentos dos caminhos, onde se conglomeravam os marginalizados e rejeitados. Todos são convidados para o banquete do Reino – bons e maus.

Assim, o texto enfatiza a misericórdia de Deus que congrega na sua comunidade não somente os “bons”, mas também os pecadores.

De novo o texto nos traz uma advertência contra a complacência – quem não tem o traje de festa será expulso da festa messiânica. Esse traje é o da “justiça”, tema tão caro a Mateus. Não basta ser convidado – temos que responder com as obras da justiça do Reino.

O convite é universal, mas exigente – urge a conversão de todos. Como os antigos chefes perderam o seu lugar no banquete do Reino, nós também poderemos sofrer o mesmo destino, se não procurarmos vivenciar os valores do Reino, com as suas obras de justiça e solidariedade.

O último versículo, “porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos,” nos adverte que muitos são chamados, mas que nem todos perseveram, e assim perdem o seu lugar.

Não é preciso dizer que, mesmo em nossa era democrática, não se entra na presença da realeza negligentemente. Precisa-se ser treinado nas conveniências da roupa e da conduta.

Isto é muitas vezes mais verdadeiro para aqueles que se propõem ficar na presença do Deus vivo. Precisa-se vestir o espírito submisso do temor reverente para se propor comer pão no reino celestial.

Podemos, na verdade, não ser capazes de apresentar-lhe a vida sem pecado que ele verdadeiramente merece, mas o mais pobre de nós é absolutamente capaz de levar uma devoção de mente sincera e obediente.

É verdade que em sua misericórdia Deus vestiu seu povo com uma justiça que não é deles mesmos, mas há uma atitude de coração que só nós podemos atingir.

Na sua linguagem, o apóstolo Paulo diz: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão e de longanimidade” (Cl 3,12). Tal espírito cresce da percepção de que estamos sempre na presença do grande Rei e precisamos estar vestidos para a ocasião.

Quais são as pessoas que normalmente são convidadas às nossas festas? Por que? Quais são as pessoas que não são convidadas às nossas festas? Por que? • Quais são os motivos que hoje limitam a participação de muitas pessoas na sociedade e na Igreja? Quais são os motivos que certas pessoas alegam para se excluir do dever de participar da comunidade? São motivos justos?

Propósito:

Ó Deus, mistério insondável que intuímos no fundo e no mais além do Ser e da Vida, ao qual costumamos imaginar como Pai: Origem, Fonte, Começo... Nós nos alegramos hoje com Jesus ao imaginar como quem convidou a todos os seres humanos para o banquete da vida, à festa das bodas do amor... Sustenta nossa alegria e nossa esperança, para que como nos diz Jesus, consideremos nossa vida toda, um convite à alegria, uma participação na Festa da Vida. Nós te pedimos, inspirados e movidos por Jesus, filho teu e irmão nosso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário