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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Evangelho do dia 30 der outubro sexta feira 2020

 30 outubro - Esforça-te para ser o que não és e para não ser o que és. (S 192). São Jose Marello


Evangelho (Lucas 14,1-6)

 1 Jesus entrou num sábado em casa de um fariseu notável, para uma refeição; eles o observavam. 2 Havia ali um homem hidrópico. 3 Jesus dirigiu-se aos doutores da lei e aos fariseus: “É permitido ou não fazer curas no dia de sábado?” 4 Eles nada disseram. Então Jesus, tomando o homem pela mão, curou-o e despediu-o. 5 Depois, dirigindo-se a eles, disse: “Qual de vós que, se lhe cair o jumento ou o boi num poço, não o tira imediatamente, mesmo em dia de sábado?” 6 A isto nada lhe podiam replicar.

COMENTÁRIOS

1. Senhor do Sábado
Um amigo muito espirituoso comentou comigo, sobre este evangelho, que Jesus parecia que gostava de “Cutucar a onça com vara curta”. Entrou na casa de um Fariseu notável em dia de sábado, para tomar uma refeição, estava sob a vigilância severa do grupo de Fariseus, e eis que ali estava um Homem Hidrópico. Há que se desconfiar até que os próprios Fariseus levaram este homem lá, para ver a reação de Jesus, achando que ele não teria o “topete” de fazer uma cura em dia de sábado, justo na casa de um Fariseu importante.

Não se sabe se foi armação dos Fariseus, pode até ser que sim, pois não era novidade que eles estavam “doidinhos” para pegar o Mestre em uma armadilha. Jesus, como sempre, manteve a serenidade e ainda perguntou se era permitido ou não, fazer curas em dia de Sábado. Os Fariseus nada disseram, mas certamente com os olhares “fuzilaram” Jesus.

Se não fossem tão cegos e cabeças duras, se não tivessem um coração tão endurecido e fechado à Graça de Deus, e reconhecessem a Jesus como o Messias esperado e prometido que viera para Salvar a Humanidade, poderiam dar uma linda resposta.

“Olha mestre, ao Senhor tudo é permitido, pois hoje nós celebramos o repouso, o Dia em que nosso Deus Eterno e Poderoso criou todas as coisas, como o Senhor é o Filho Dele e Aquele que nós todos esperamos, tens o poder de restaurar e refazer todas as coisas, inclusive devolver a saúde a este nosso irmão, para nós será motivo de muitas alegrias e iremos dar Glórias a Deus. O Senhor nem precisava perguntar, és o Senhor da Vida e da História...”

Esta é a resposta que qualquer um de nós daria se lá estivéssemos. Então mudemos a pergunta, em lugar dos Fariseus está um grupo de zelosos agentes da pastoral do Batismo, com uma larga caminhada e que sabem de cor cada regra ou norma da Igreja “Deve-se batizar o filho de uma mãe solteira, ou não?”. “Pode um casal em segunda união receber a Comunhão?” “Pode um evangélico visitar a Igreja Católica e vir em uma celebração?” “Pode um católico ter amizade com um Espírita ou de outra religião, que não seja Cristã”? Tem outras perguntinhas iguais a essa, que a gente se engasga quando vai responder. Uma coisa é darmos uma resposta linda, estando lá, em lugar do Fariseu, outra é estarmos aqui, diante de situações onde, na maioria das vezes priorizamos a Lei, a Linha Pastoral, a norma, e esquecemos do mais importante: de acolher as pessoas, de ouvir suas histórias, de anunciarmos também a elas o Santo Evangelho que Liberta e dá a verdadeira Vida!

Jesus curou o homem enfermo e ainda fez uma pergunta muito provocante “Se o trabalho a ser feito, como tirar um Jumento do poço, for de interesse próprio, será que alguém vai pensar no Preceito Sabático?”. Ou seja, todo rigor e austeridade quando se aplica a Lei ao outro, quando for para o meu interesse, a lei sempre é mais branda.

A classe dos Fariseus há muito já se foi, mas o Espírito Farisaico está mais vivo do que nunca, principalmente nas comunidades que se dizem cristãs.

2. Em dia de sábado, é permitido curar ou não? - Lc 14,1-6
Na quarta etapa da subida para Jerusalém, Jesus é convidado para uma refeição na casa de um dos chefes dos fariseus. Durante a refeição, Jesus mesmo toma a iniciativa e introduz alguns temas para a reflexão dos que lá se encontravam. Começou com o significado religioso do sábado. É a terceira vez em São Lucas que Jesus está na casa de um fariseu e a terceira vez em que discute o sentido do sábado. Lá estava um homem inchado por acúmulo de água no corpo. Lá estavam também doutores da Lei. Vem então a pergunta de Jesus: “Em dia de sábado, é permitido curar ou não?”. Em outras palavras: “Posso ou não curar este amigo de vocês?”. Pode ser que estivesse lá por conta própria, porque, depois de tê-lo curado, Jesus o despediu. A resposta foi um grande silêncio. Explorando ainda as relações de sentimentos, Jesus continua: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo daí, mesmo em dia de sábado?”. Continuaram em silêncio. Parece que a pergunta sobre o que é permitido e o que é proibido não faz parte dos ensinamentos de Jesus. São Paulo dirá que tudo é permitido, mas nem tudo convém. A pergunta deve ser sobre o que é melhor para o ser humano, o que liberta e constrói. Jesus curou o hidrópico no dia de sábado.

3. O AMOR PELOS SOFREDORES
Ao se deparar com um ser humano sofredor, Jesus deixava de lado os casuísmos legais e se antecipava para curá-lo. Até mesmo a Lei do repouso sabático era olvidada. Ele não se perguntava se era, ou não, sábado, quando tomava a decisão de curar alguém. Pouco lhe importava saber se era permitido ou proibido curar naquele dia. Seu único propósito era socorrer quem estava atribulado pelos sofrimentos e aliviá-lo.

É preciso entender em que se fundamenta a liberdade de Jesus diante da tradição religiosa. No caso do repouso sabático, ele o entende na perspectiva da intenção original de Deus, quando o instituiu. O Deuteronômio relaciona esse repouso com a escravidão egípcia: "Lembra-te (Israel) de tua escravidão no Egito, donde o Senhor te libertou, com mão forte e braço estendido. Por isso, o Senhor manda-te guardar o sábado." Descansar no sábado era, pois, uma forma de preservar a dignidade humana contra a aviltamento da opressão e da escravidão. Era a celebração da libertação, obra da misericórdia divina.

Para Jesus, a cura do hidrópico encaixava-se perfeitamente bem no contexto do sábado. Aquele infeliz estava sendo libertado, pela bondade de Deus, de uma situação de escravidão, recuperando sua dignidade menosprezada.

Se fariseus e mestres da Lei ficaram chocados com a ação de Jesus, o Pai, sem dúvida alguma, a tinha como um gesto muito acertado.

Oração
Espírito de sensibilidade para com os sofredores, que nada me impeça de ajudar os que sofrem. Antes, que eu demonstre por eles um amor eficaz.

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