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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

EVANGELHO SEXTA FEIRA 21 FEVEREIRO - S. PEDRO DAMIÃO

21 - Deus nos visita, mas não desdenha as nossas orações, com as quais lhe suplicamos que nos trate com amor de Pai, dando-nos antes a força da resignação e depois a graça da consolação. (L 224). SÃO JOSE MARELLO
Marcos 8,34-9,1

Naquele tempo, 34chamou Jesus a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la.
36Com efeito, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida? 37E o que poderia o homem dar em troca da própria vida? 38Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras diante dessa geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória do seu Pai com seus santos anjos”. 9,1Disse-lhes Jesus: “Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão não morrerão sem antes terem visto o Reino de Deus chegar com poder”.

Meditação: 
Na passagem anterior, Jesus acaba de pedir a seus discípulos uma profissão de fé, com a qual rompe a reserva e o segredo nos quais vivia encerrado desde o começo de seu ministério. Pedro declarou imediatamente que o grupo dos discípulos o tinha por Messias, e imediatamente Jesus voltou a fechar-se, silencioso e reservado, como se a resposta de Pedro não o tivesse deixado satisfeito.
Com efeito, Pedro ainda não tinha compreendido em plenitude o verdadeiro messianismo de Jesus; ainda lhe faltava caminhar muito. Nem sua consciência, muito menos, palmilhava o mesmo caminho que o de Jesus. Aferrado ainda ao sonho de um grande projeto político, achava que os Doze, além de discípulos, seriam colaboradores de um Rei-Messias.

Por isso Pedro não tem dúvida em corrigir Jesus por suas manifestações pessimistas: “como iria um Messias passar pelo sofrimento” (v. 32); menos ainda quando já tinha vindo Elias antes dele para preparar todas as coisas para seu triunfo.

Jesus considera o raciocínio de Pedro como uma nova tentação diabólica que comprometia sua missão e diminuiria a força necessária para cumpri-la,
devido a interferências de ordem humana.

O projeto de Jesus deve ser continuado mesmo que sua morte prematura ponha o grupo de seguidores a duvidar e a tremer de medo. O Mestre sabe que a tarefa não é fácil e que deve gerar no grupo dos discípulos uma consciência clara e decidida para que a obra do Reino não termine aniquilada pelo poder religioso e político, já que cada um desses poderes tinha suas próprias razões para perseguir a Jesus e para acabar com a proposta alternativa que ele instaurou durante seu ministério. E de fato, Jesus foi assassinado, mas não puderam acabar com a proposta do Reinado de Deus.

Jesus compreendeu a difícil tarefa que seus discípulos deviam assumir; por isso lhes põe uma exigência fundamental e difícil. Põe como condição para seguir-lhe, a obrigatoriedade da cruz. Mas o que a cruz de Jesus anuncia e denuncia? Anuncia seu amor infinito e a redenção das consciências e denuncia a injustiça do poder e a satanização do inocente. Essa é a cruz que eles devem assumir e devem saber carregar até as últimas conseqüências.

Jesus, o rei-messias, confessado por Pedro e por nós os cristãos, nos propõe um caminho diferente ao dos construtores da torre de Babel (Gn 11,1-9). Depois de anunciar aos discípulos o seu próprio caminho de sofrimento e de morte como fidelidade à sua missão de proclamar e instaurar o reino de Deus, Jesus propõe a seus discípulos, e continua propondo aos cristãos de hoje, que abracem sua própria cruz e que continuem a segui-lo, que percam a vida por ele e pelo evangelho.

Sem a cruz, o seguimento de Jesus e de sua obra não teria o valor de redenção que ele com sua vida e sua morte nos apresentou. Por isso, ontem como hoje, se nos torna necessário e urgente abraçar novamente a cruz para seguir-lhe no Reino de seu Pai, e poder assim ratificar com nossa própria vida que é possível viver uma experiência nova e alternativa em nossa sociedade.

Não se trata de uma exaltação masoquista da dor e do sofrimento. Jesus sabe que a fraternidade e o serviço aos pobres exigem, por um lado, renúncia à toda pretensão de poder, e, por outro, a aceitação das contradições, calúnias, perseguições, e tantos outros males.

Foi isto que os primeiros cristãos experimentaram e o experimentam ainda hoje aqueles que se comprometem a servir os irmãos, a levar-lhes a mensagem libertadora do evangelho de que Deus os ama, os perdoa e os acolhe, de que Deus quer que vivam plenamente.

Às vezes acreditamos que carregar a cruz é levar em nosso peito um crucifixo; e outras vezes confundimos a cruz com nossas tarefas cotidianas que somos obrigados a cumprir. A cruz que Jesus nos propõe é a cruz do Reino, a cruz da impotência, a cruz de partilhar a sorte dos deserdados desta história humana.

Com facilidade nós carregamos a cruz... Mas devemos nos perguntar: será que alguém a carrega com a ignomínia sofrida por Jesus? A cruz já não tem a grande desonra que tinha no começo da história, por isso a carregamos sem problemas, pois a convertemos em cerimônia.
Reflexão Apostólica:
O discipulado comporta três atitudes radicais. Tudo começa com a renúncia de si mesmo. E preciso abrir mão dos projetos pessoais e submetê-los às exigências do Reino.

Romper com o próprio egoísmo, que faz o indivíduo ensimesmar-se, e colocar o próximo e suas carências no centro de suas preocupações. Deixar de lado os preconceitos e as formas de pensar que não estão de acordo com o projeto do Reino. Positivamente, a renúncia do discípulo supõe aceitar a liberdade própria do Reino, que lhe descortina um horizonte infinito de possibilidades de amar e fazer o bem.

O passo seguinte consiste em tomar a sua cruz. Ou seja, ser capaz de enfrentar as conseqüências de sua opção, sem se intimidar ou deixar arrefecer o entusiasmo inicial.
A cruz do discípulo é a cruz do testemunho verdadeiro de sua fé que, ao defrontar-se com a iniqüidade, provoca reações de hostilidade, cujo ápice é a morte cruel e violenta. E também a cruz do desprezo, da rejeição, da zombaria e da exclusão, por causa da fidelidade ao Reino e pela coragem de não pactuar com as solicitações do mal.
Por fim, o discípulo está em condições de aceitar o convite “siga-me”, e fazer do caminho de Jesus seu próprio caminho e do projeto dele seu próprio projeto. Quem perde a própria vida, acaba encontrando a verdadeira vida, a que Jesus tem para oferecer.

Jesus foi bem claro quando nos revelou qual a condição para que sejamos Seus discípulos: renunciar a nós mesmos (as) e tomar a nossa cruz a fim de segui-Lo.

À primeira vista esta expressão de Jesus é muito dura, porém, se nós pararmos para meditar na profundidade das Suas palavras iremos descobrir que aí há uma promessa de salvação incontestável.
Jesus nos garante o fim de toda a nossa luta para nos salvar: basta apenas que nos ponhamos a segui-Lo sem querer tomar para nós a responsabilidade de sozinhos, conquistarmos a felicidade eterna.

A renúncia a nós mesmos implica na abdicação das nossas opiniões próprias, dos nossos julgamentos e “maneira de ver as coisas”. Renunciar a si mesmo é não seguir a própria razão humana que não entende as coisas de Deus.
É deixar-se conduzir com segurança e libertar-se de si mesmo para ganhar a vida. Seguir a Jesus é seguir os Seus ensinamentos abandonando as sugestões que o mundo dita e tudo o que a nossa carne decaída projeta.

Se tomarmos o rumo contrário nunca poderemos ser discípulo (a) de Jesus. Tomar a Cruz significa passar pelas dificuldades assumindo os encargos e não querendo fugir das responsabilidade por causa do sofrimento.

Muitas pessoas hoje estão preocupadas com os males do mundo moderno e querem por força e de qualquer maneira se livrarem do que consideram desgraça.
Não querem expor-se nem assumir compromissos e fogem dos encargos que podem pesar sobre os seus ombros. Quem não quer sofrer pouco, acaba sofrendo muito e toda a pessoa que quer se livrar de qualquer maneira dos seus percalços está procurando salvar a sua própria vida. Não tem vergonha de Jesus aquele ou aquela que tem coragem de assumir publicamente as suas dificuldades confiando no Seu livramento.
Você é daquelas pessoas que polemizam a Palavra de Deus e dão a sua própria interpretação segundo lhe convem? Você tem usado de algum método ou meio que vai de encontro ao que Jesus ensinou? Você tem feito mais para ganhar a vida ou para ganhar o mundo inteiro? Você tem medo de enfrentar barreiras e de assumir compromissos? Você se envergonha de falar de Jesus no meio em que você freqüenta?

Nesta passagem do Evangelho Jesus indica o caminho para nossa felicidade terrena e eterna. "Se alguém me quer seguir, tome sua cruz, renuncie a si mesmo e me siga." Com esse ensinamento podemos perceber que o sofrimento nem sempre causa a infelicidade. Seguir a Jesus significa vivenciar seus ensinamentos, tornar prática a fé que temos na sua pessoa, porém, tudo isso feito conscientemente e não levados apenas pelas circunstâncias.

Nós sabemos que a ação de Deus nos homens sempre é realizada através do nosso semelhante. Quando vivenciamos nossa fé estamos nos colocando como instrumentos para a ação de Deus. É assim que encontramos nossa felicidade e proporcionamos a felicidade para nossos irmãos, como nos assegura Jesus quando afirma: "Em verdade nos digo alguns dos que aqui estão não morrerão sem antes terem visto o Reino de Deus chegar com poder".

Os homens sempre serão os meios pelos quais Deus age no mundo, mas só usufruímos os méritos inerentes a essa ação quando nos colocamos livre e conscientemente em disponibilidade.

Os bons cristãos de todos os tempos escutaram a palavra de Jesus: “De que vale a alguém ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua vida?”. Por isso renunciaram a competir com os outros pelo poder e pelas riquezas, e optaram, como Jesus, pelo serviço aos preferidos de Deus, aos excluídos do mundo: os empobrecidos, os pequenos, os enfermos, os considerados como pecadores públicos, as crianças, os anciãos, todo ser humano que tenha sido declarado inútil pelos poderosos do mundo e condenados à indiferença e à morte.

Ter vergonha de Jesus e de suas palavras, de seu evangelho, é ter vergonha destes favoritos de Deus, é negar-se a servi-los, e, de alguma forma, equivale a maltratá-los, explorá-los ou humilhá-los.

Os que assim agem serão julgados e condenados pelo Filho do Homem, quando vier, já não mais humilde e manso, mas constituído por Deus em um juiz escatológico, definitivo e universal.

Diante dele sentiremos vergonha do nosso orgulho, de nossas cobiças e ambições, e não poderemos resistir à sua presença soberana. Quem abraçou a cruz do amor fraterno e do serviço experimenta, pelo contrário, desde agora, o reino amoroso de Deus e alcança a plena realização da existência.

Do mesmo modo, quem tem conhecimento dessa necessidade de se colocar em disponibilidade e não o faz conscientemente estará provocando sua própria condenação. "Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, diante dessa geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória de seu Pai com seus santos e anjos."

Propósito:
Pai, transforma-me num seguidor fiel de Jesus, que saiba carregar a própria cruz e pôr-se no seguimento dele, mesmo devendo suportar humilhação e até a morte.


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