12 - A todo
instante encontramos de que nos humilhar, a todo instante sentimos agravar-se o
nosso mal de origem... Ousaremos, por acaso, levantar ainda com ridícula
altivez a nossa cabeça orgulhosa? Por que não confessar, ao contrário, as
nossas fraquezas? (L8). SÃO JOSE MARELLO
Marcos 7,14-23
Jesus chamou outra vez a multidão e disse:
- Escutem todos o que eu vou dizer e entendam! Tudo o que vem de fora e entra numa pessoa não faz com que ela fique impura, mas o que sai de dentro, isto é, do coração da pessoa, é que faz com que ela fique impura. [Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam.]
Quando Jesus se afastou da multidão e entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram o que queria dizer essa comparação. Então ele disse:
- Vocês são como os outros; não entendem nada! Aquilo que entra pela boca da pessoa não pode fazê-la ficar impura, porque não vai para o coração, mas para o estômago, e depois sai do corpo.
Com isso Jesus quis dizer que todos os tipos de alimento podem ser comidos.
Ele continuou:
- O que sai da pessoa é o que a faz ficar impura. Porque é de dentro, do coração, que vêm os maus pensamentos, a imoralidade sexual, os roubos, os crimes de morte, os adultérios, a avareza, as maldades, as mentiras, as imoralidades, a inveja, a calúnia, o orgulho e o falar e agir sem pensar nas conseqüências. Tudo isso vem de dentro e faz com que as pessoas fiquem impuras.
- Escutem todos o que eu vou dizer e entendam! Tudo o que vem de fora e entra numa pessoa não faz com que ela fique impura, mas o que sai de dentro, isto é, do coração da pessoa, é que faz com que ela fique impura. [Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam.]
Quando Jesus se afastou da multidão e entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram o que queria dizer essa comparação. Então ele disse:
- Vocês são como os outros; não entendem nada! Aquilo que entra pela boca da pessoa não pode fazê-la ficar impura, porque não vai para o coração, mas para o estômago, e depois sai do corpo.
Com isso Jesus quis dizer que todos os tipos de alimento podem ser comidos.
Ele continuou:
- O que sai da pessoa é o que a faz ficar impura. Porque é de dentro, do coração, que vêm os maus pensamentos, a imoralidade sexual, os roubos, os crimes de morte, os adultérios, a avareza, as maldades, as mentiras, as imoralidades, a inveja, a calúnia, o orgulho e o falar e agir sem pensar nas conseqüências. Tudo isso vem de dentro e faz com que as pessoas fiquem impuras.
Meditação:
Hoje
Marcos nos mostra que o processo de contaminação pela impureza era uma questão
grave! E ultrapassava toda a imaginação dos escribas e fariseus. Eles temiam
tornarem-se impuros pelo contato físico com coisas e pessoas. Assim conduzidos
pelo pensamento tão equivocado estavam impedidos de perceber os verdadeiros
agentes de contaminação.
Era
urgente que Jesus apontasse para eles onde estavam e em que consistiam os
elementos contaminadores. Desta maneira, para Jesus o que contamina o homem não
está fora de si. Mas sim está radicado no mais intimo do coração humano.
Infelizmente não é fácil se precaver quando não se tem um coração puro. Dai provêm
às impurezas que incapacitam o ser humano para um relacionamento adequado com
Deus.
É
relativamente fácil segregar-se das coisas e pessoas tidas como transmissoras
de impureza. Pelo contrário, é extremamente difícil manter a devida distância
do que saí de dentro da pessoa e tem o poder de contaminar. Vigilância e
discernimento são duas atitudes imprescindíveis. Sem elas, a hipocrisia
apodera-se da ação humana. Não raro, a pessoa fiel às regras de purificação
acaba sendo a mesma que nutre maus pensamentos contra o próximo.
O
discípulo do Reino previne-se contra esta falta de autenticidade. Dele se
exige, em primeiro lugar, a purificação das motivações de sua ação. Seu agir
deve brotar de um coração puro, sem dolo nem má-fé e buscar unicamente o bem do
próximo. Esta é a pureza requerida por Deus. A outra se reduz à mera questão de
higiene, sem a menor relevância.
Portanto,
e como dizia no ontem, só se é verdadeiro discípulo, quando trazemos e nutrimos
no coração uma experiência inspirada nos sentimentos do coração de Deus. A
interioridade é, na verdade, a força sustentadora da autêntica experiência de
fé, de culto a Deus e de sinceridade no relacionamento com os outros. Jesus
pede dos seus discípulos esta construção e esta conquista. O de fora se
sustenta autenticamente a partir do que está no fundo do coração. Manter as
aparências e enganar é hipocrisia.
O
discípulo de Jesus não pode descarrilar e viver na superficialidade, nas coisas
externas. Isto só é possível na medida em que o discípulo compreende que o impuro
não é o entra nele vindo de fora, explicou Jesus chamando para perto de si à
multidão.
Impuro
é o que sai do interior. Ele recorda em linguagem bem direta que o que sai do
interior é que é impuro: as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios,
adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja,
calúnia, orgulho, falta de juízo. Jesus conclui: ‘Todas estas coisas más saem
de dentro e são elas que tornam impuro o homem’.
É
fácil colocar capaz, roupas e cores que indicam outras coisas, até nobres. O
que vale é verificar o fundo do coração, diante de Deus e da própria
consciência. Deus, não se engana. Ele, mais do que qualquer outro, mesmo a
própria pessoa, conhece o mais escondido do coração. Ao discípulo só resta uma
alternativa.
Passar
a limpo a própria interioridade, permanentemente, e escolher sempre o caminho
do amor que resgata, nos recria, nos perdoa e nos reconcilia com Deus. Outra
opção de que devemos a todo custo fugir é hipócrita. Isto é, a condição de um
povo que ‘louva com os lábios, mas o coração está longe de Deus’
“A
mais longa jornada é a jornada interior,” escreveu Dag Hammerskjold. Como isto
é verdade! Jesus entendeu as condições do coração humano. O que é em nossos
corações pode realmente nos fazer necessitar uma cirurgia espiritual do
coração.
De
nossos corações vêm os maus pensamentos, imoralidade sexual, crimes, violência,
cobiça, más intenções, fraudes e muito mais. Corramos a cirurgião de todos os
tempos para que Ele faça um novo transplante do nosso coração.
Tire-nos
o de pedra e nos dê o coração de carne! Tire-me o coração velho e me revista do
teu sempre novo, capaz de amar e perdoar até os meus inimigos e perseguidores.
Capaz
de compreender, acolher, dialogar e, sobretudo a não olhar somente pelo exterior,
mas sim para o meu interior. Preocupando-me com a sua purificação continua.
JESUS, MANSO E HUMILDE DE CORAÇÃO, FAZEI O MEU CORAÇÃO SEMELHANTE AO VOSSO.
FAZEI-ME VIVER O AMOR E A RECONCILIAÇÃO!
Reflexão Apostólica:
O
que vem de fora não torna o homem pecador, e sim o que sai do coração, isto é,
da consciência humana, que cria os projetos e dá uma direção às coisas. Jesus
anuncia uma nova forma de moralidade, onde os homens podem relacionar-se entre
sí na liberdade e na justiça. Com isso, aboliu a lei sobre a pureza e impureza
(Lv 11), cuja interpretação era o fundamento de uma sociedade injusta, baseada
em tabus que criavam e solidificavam diferenças entre as pessoas, gerando
privilégios e marginalizados, opressores e oprimidos.
Neste Evangelho
Jesus nos ensina a discernir onde encontrar a raiz do mal que tenta nos afastar
de Deus levando-nos ao pecado e à morte. Muitas vezes nós enxergamos o que o
mundo nos apresenta como proposta, os apelos ao sexo, ao poder, ao consumismo,
aos prazeres, às desordens, violência e, erradamente, supomos que é isto que
nos motiva a viver uma vida longe de Deus. Achamos que as concupiscências vêem de fora para nos desvirtuar. No entanto, Jesus nos dá conhecimento de que “é de dentro do coração humano que saem as impurezas!” e não o que vem de fora.
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus e o nosso coração foi feito pleno do Seu amor, para que com este mesmo amor nós pudéssemos amá-Lo e amar aos nossos semelhantes e com eles manter relacionamentos benfazejos.
Contudo, nós temos em nós a semente do pecado original que descaracteriza a nossa imagem e semelhança com Deus e, por isto, nós também cultivamos no nosso coração o desamor e a soberba.
É por orgulho e vaidade que o homem se torna mal! Tudo o que cultivarmos dentro de nós será o que irá motivar as nossas ações. O nosso coração é fonte de bênção e de maldição.
O mal não entra pela boca, mas sai do coração do homem. A fonte do mal é o pensamento do homem. Se não cuidarmos em cultivar pensamentos sadios e agradáveis a Deus iremos carimbar as nossas ações com a marca do inferno e já não nos pareceremos com Jesus que veio ao mundo para nos configurar a Ele.
Cabe a cada um de nós fazer uma reflexão de como está o nosso interior para que possamos perceber se estamos sendo banhados (as) pela água fonte que traz vida em abundância, isto é, o Espírito Santo, ou pela sujeira do esgoto interior do qual só sai devassidão. Estamos exalando o perfume do céu ou a podridão do inferno?
Você tem feito um exame de consciência do seu interior? Em qual fonte você tem se banhado? O que tem direcionado os seus pensamentos: coisas boas ou coisas más? Você guarda rancor dentro de si? Você costuma desabafar com alguém quando tem algum ressentimento ou apenas rumina no seu pensamento?
Os
fariseus eram muito piedosos, conhecedoras e praticantes da lei. Eram leigos
que acreditavam na ressurreição, aceitavam o Pentateuco e o complementavam com
as tradições rabínicas, sobretudo nas coisas puras ou impuras, sagradas ou
profanas; condicionavam o encontro com Deus à prática da lei. Jesus polemiza
muito com eles e os primeiros cristãos deveriam prestar muita atenção para
entender bem o que ensinava Jesus; por isso os evangelhos insistem na polêmica.
Na polêmica que começamos a refletir ontem, encontramos um Jesus que critica aos fariseus e defende seus discípulos, ensinando-os o que é a autêntica religião.
Na polêmica que começamos a refletir ontem, encontramos um Jesus que critica aos fariseus e defende seus discípulos, ensinando-os o que é a autêntica religião.
Os
fariseus se escandalizam inicialmente com os discípulos de Jesus porque estes
não guardam as normas rituais, logo o farão com Jesus porque sua doutrina e
conduta priorizam o coração sobre as aparências.
Logo
veremos em quê vão terminar essas discussões. Jesus será condenado à morte por
sua postura tão livre, e os primeiros cristãos serão expulsos da sinagoga.
O evangelho termina com uma lista de treze maldades que saem todas elas do coração e que nos recordam a fragilidade humana enriquecida pela liberdade manifestada por Jesus na sua pregação e na sua conduta. Devemos revisar está lista porque ainda hoje podemos correr o mesmo perigo desse tipo de vivência da nossa religião.
O evangelho termina com uma lista de treze maldades que saem todas elas do coração e que nos recordam a fragilidade humana enriquecida pela liberdade manifestada por Jesus na sua pregação e na sua conduta. Devemos revisar está lista porque ainda hoje podemos correr o mesmo perigo desse tipo de vivência da nossa religião.
Propósito:
Pai, cria, no meu coração, a pureza verdadeira que me permite estar na tua
presença, seguro de que minha vida te agrada.
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