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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

EVANGELHO SABADO 18 AGOSTO

Leituras do dia:
 
Ez 18,1-10.13b.30-32
Sl 51(50)
 
 
ESCUTA DA PALAVRA - VER
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 19,13-15
 
"Depois disso, algumas pessoas levaram as suas crianças para Jesus pôr as mãos sobre elas e orar, mas os discípulos repreenderam as pessoas que fizeram isso. Aí ele disse:
- Deixem que as crianças venham a mim e não proíbam que elas façam isso, pois o Reino do Céu é das pessoas que são como estas crianças.
Então Jesus pôs as mãos sobre elas e foi embora.
" 
MEDITAÇÃO - JULGAR(O que diz o texto para mim?)
 
Meditação: 
 
Associado ao tema da família, anteriormente apresentado, Mateus introduz o tema da criança. Nas crianças encontramos uma das formas de exclusão. Elas integram o universo social dos fracos e excluídos, formado pelos impuros, pecadores, pobres e gentios.
 
Os discípulos repreendem as crianças e aqueles que as levam a Jesus. Da mesma maneira eram repreendidos os dois cegos que clamavam a Jesus, na saída de Jericó (Mt 20,31).
 
O evangelho é muito breve. Só três versículos. Descreve como Jesus acolhe as crianças. O tema da criança também esteve em evidência como contraste às aspirações de poder dos discípulos. 

Levaram a Jesus algumas crianças, para que ele lhes impusesse as mãos e rezasse por elas. Os discípulos ficaram incomodados e repreenderam as mães. Por que?
 
 
Provavelmente, de acordo com as normas severa das leis da impureza, as crianças pequenas na situação em que viviam eram consideradas impuras.
 
Se elas tocavam Jesus, Jesus ficaria impuro. Por isso, era importante evitar que chegassem perto e o tocassem. Porque isto já tinha acontecido uma vez, quando um leproso tocou Jesus. Jesus ficou impuro e não pode mais entrar na cidade. Tiveram que ficar nos lugares desertos (Mc 1,4-45).
 
 
Jesus reage e diz aos discípulos: “Deixei as crianças e não as proibais de virem a mim, porque delas é o Reino dos Céus”.
 
 
Jesus não se incomoda em passar por cima das normas que impedem a fraternidade e a acolhida a ser oferecida aos pequenos.
 
A nova experiência de Deus Pai marcou a vida de Jesus e lhe dá novos olhos para perceber e avaliar a relação entre as pessoas.
 
Jesus fica ao lado dos pequenos, dos excluídos e assuma sua defesa. Impressiona quando se reúne tudo o que a Bíblia fala sobre as atitudes de Jesus em defesa da vida das crianças e dos pequenos:
 
a) Agradecer pelo Reino presente nos pequenos. A alegria de Jesus é grande, quando vê que as crianças, os pequenos, entendem as coisas do Reino que ele anunciava às pessoas. “Pai, eu te agradeço!” (Mt 11,25-26) Jesus reconhece que os pequenos entendem mais dos doutores as coisas do Reino!
 
b) Defender o direito de gritar. Quando Jesus, entrando no Templo, derruba as mesas dos que trocavam moedas, foram as crianças a gritar: Hosana ao Filho de Davi!” (Mt 21,15). Criticadas pelos chefes dos sacerdotes e dos escribas, Jesus s defende e por isso cita as Escrituras (Mt 21,16).
 
c) Identificar-se com os pequenos. Jesus abraça os pequenos e se identifica com eles. Quem acolhe um pequeno, acolhe Jesus (Mc 9, 37). “E toda vez que fizestes estas coisas a um destes meus irmãos menores, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40).
 
d) Acolher e não se escandalizar. Uma das palavras mais duras de Jesus é contra aqueles que são causa de escândalo para os pequenos, isto é, que são o motivo pelo qual os pequenos não acreditam mais em Deus. Por isto, melhor seria para eles que amarrassem ao colo uma pedra de moinho e serem lançadas no abismo do mar (Lc 17,1-2; Mt 18,5-7). Jesus condena o sistema, seja político seja religioso, que é motivo pelo qual os pequenos, as pessoas humildes, perde sua fé em Deus.
 
e) Torna-se criança. Jesus pede a seus discípulos para se tornarem como crianças e aceitar o Reino como crianças. Sem isso não é possível entrar no Reino (Lc 9,46-48). Indica que as crianças são professores dos adultos. Isto não era normal, Estamos acostumados ao contrário.
 
f) Acolher e tocar (o evangelho de hoje). Mães com filhos que chegam perto de Jesus para pedir a bênção. Os apóstolos reagem e as afastam. Jesus corrige os adultos e recebe as mães com suas crianças. Toca as crianças e as abraça. “Deixai que os pequenos venham a mim, não os impeçais!” (Mc 10,13-16; Mt 19,13-15). Pelas normas da época, seja as mães como seus filhos menores, viviam, praticamente, num estado de impuridade legal. Jesus não se deixa influencias por isso.
 
g) Acolher e curar. Muitas são as crianças e os jovens que ele acolhe, cura e ressuscita: a filha de Jairo, de 12 anos (Mc 5,41-42), a filha da mulher Cananéia (Mc 7,29-30), o filho da viúva de Naim (Lc 7,14-15), o menino epilético (Mc 9,25-26), o filho do Centurião (Lc 7,9-10), o filho do funcionário público (Jo 4,50), a criança com cinco pães e dois peixes (Jo 6,9).
 
 
Reflexão Apostólica:
 
No Evangelho de hoje dois pontos me chamam atenção. O primeiro é o fato das crianças se sentirem atraídas por Jesus a ponto de provocar um tumulto que os próprios discípulos acharam necessário intervir, para depois serem repreendidos pelo Mestre.
 
Este é um ponto que eu considero interessante porque se prestarmos atenção, veremos que são pouquíssimas as pessoas que têm esse “magnetismo” com as crianças.
 
As características em comum nessas pessoas são: a doçura, a simplicidade, o sorriso constante, a paciência, a alegria, a jovialidade, a espontaneidade…
 
Em todos os lugares por onde Jesus passava, multidões vinham ouvi-lo, e as crianças vinham espontaneamente para que Ele impusesse suas mãos e orasse por elas. Jesus se deleitava com isso.
 
Nos quadros que tentam retratar essa cena, Jesus sempre está sentado, com um olhar sereno, com cada mão sobre a cabeça de uma criança super-comportada, e mais umas 3 crianças esperando pacientemente a sua vez.
 
Se eu fosse pintar um quadro da forma como imagino que aconteceu, seria com dezenas de crianças correndo, pulando, gritando, brincando e fazendo a maior festa em torno de Jesus, que se divertia com elas, enquanto alguns discípulos tentavam, em vão, controlar a bagunça…
 
Jesus sempre ensinou pelo exemplo e pelas palavras. Se Ele dizia que para entrar no Reino dos Céus, deveríamos ser como crianças, então Ele próprio se fazia criança, principalmente quando estava entre crianças.

O segundo aspecto que me fez refletir foi um questionamento para tentar entender melhor a psicologia de Jesus: Por que Ele deu tanta importância às crianças, a ponto de dizer que o Reino de Deus é delas, e para quem se faz como elas?
 
 
O que Jesus via nas crianças, para chegar a dizer isso? Já ouvimos muitos dizerem que a criança é espontânea; que pode ficar com raiva, mas no minuto seguinte já faz as pazes e esquece; que não vê malícia em nada; dentre tantas outras características. Qual a experiência de Jesus com as crianças? O que Jesus realmente queria transmitir aos discípulos?

Quando será que nós adultos, pais, irmãos, professores, impedimos as crianças de irem até Jesus? Isso acontece de várias maneiras.
 
Começando da nossa casa, nós, os pais, irmãos e padrinhos das crianças, as impedimos de irem até Jesus, quando não as levamos à missa, quando não as matriculamos na catequese, quando não lhes damos bons exemplos de cristãos etc.
 
 
Já sei o que você está querendo dizer. Eu mandei meu filho para a missa, sim. Matriculei minha filha na catequese, e até ensinei os dois a rezar antes de dormir. Ótimo! Mas você deu o exemplo indo à missa também, rezando na presença deles, os levou para o catecismo?

É como diz o velho ditado. Palavras sem exemplos, são tiros sem balas. Para a criança, um bom exemplo dos pais vale por mil palavras.
 
Se seu filho nunca viu você rezando, a fé dele está condenada. Seu filho, sua filha, são seus imitadores. Eles querem, exigem que as vossas palavras sejam seguidas de exemplos.
 
Se você diz para seu filho que ele tem de ser honesto e logo em seguida pega o telefone e fica combinando com o seu amigo como dar um desfalque na empresa, ou como fazer uma pirataria, você acha que o seu filho vai escolher ser honesto?
 
E o professor? Quando ele impede as crianças, seus alunos, de irem até Jesus? Quando na sua indiferença a qualquer religião, ele afirma para a classe. Deus? 
 
Deus está na mente das pessoas! Ou por outro lado, quando o mestre nunca semeia uma palavra de fé para seus alunos, ou mesmo quando fala mal da Igreja ou dos padres.

No Evangelho de hoje, a criança serve de exemplo não pela inocência ou pela perfeição moral. Ela é o símbolo do ser fraco, sem pretensões sociais: é simples, não tem poder nem ambições.
Na sociedade do tempo de Jesus, a criança não era valorizada, não tinha nenhuma significação social.
 
A criança é, portanto, o símbolo do pobre marginalizado, que está vazio de si mesmo, pronto para receber o Reino de Jesus.

 
ORAÇÃO(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)
 
Oração: Pai, seja a simplicidade e a pureza de coração das crianças um exemplo no qual devo inspirar-me para ser fiel a ti.

REGRA VIDA e MISSÃO (AGIR)(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)
 
Propósito: Dar mais atenção para as "crianças" e conduzí-las ao encontro com Jesus.   
 
RETIRO - CONTEMPLAÇÃO
(Para onde Deus quer me conduzir?)
 
- Mergulhar no mistério de Deus.
- Passar da cabeça para o coração (Silêncio).
- Saborear Deus. Repousar em Deus.
- Ver a realidade com os olhos de Deus.

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