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domingo, 18 de junho de 2023

Evangelho do dia 19 de junho segunda feira 2023

 

19 junho - Também nas coisas do espírito saibamos contentar-nos com o que Deus crê seja melhor conceder-nos, sem nos apegar demasiadamente ao fervor sensível ou ambicionar consolações espirituais. (S 359). São Jose Marello

 

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 5,38-42

 ""Ouvistes que foi dito: 'Olho por olho e dente por dente!' Ora, eu vos digo: não ofereçais resistência ao malvado! Pelo contrário, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a acompanhá-lo por um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir, e não vires as costas a quem te pede emprestado."  

Meditação:

 Temos aqui a quinta contraposição feita por Jesus, entre a antiga Lei e o seu novo mandamento. O "que foi dito" é substituído por uma nova prática fundada no amor, na misericórdia e na justiça, estabelecendo-se a paz.

A lei do talião era a expressão típica do culto ao espírito vingativo e cruel, afinado com a violência comum praticada por Israel contra os povos da terra ocupada em Canaã e os povos vizinhos, considerados inimigos.

Jesus apresenta uma referência baseada, não na lei da justiça judaica, isto é, o que é devido a cada um, mas na lei da graça e do amor: Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado.

 A lei que Jesus faz alusão é de do Talião: “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente”, embora à primeira vista pareça estar alimentando um sentimento de vingança, ela justamente deseja frear um ímpeto de vingança individual.

Para santo Agostinho, está Lei impedia expressões desmesuradas. É como um já perdoar um pouco: é um começo de justiça misericordiosa. E Aquele que veio não abolir, mas aperfeiçoar, a conduz à sua perfeição. Porque em Jesus, e por Ele: Não resistais ao malvado. Pelo contrário, se alguém te dá uma bofetada na face direita, oferece-lhe a esquerda…

 Assim, com estas palavras, o Senhor nos vai progressivamente conduzindo. Fazendo-nos reconhecer o não revide: oferecer a outra face; deixar também o manto; caminhar com ele dois mil passos.

Desta maneira, Ele nos leva ao mandamento da caridade, não só para melhor compreendê-lo, mas também como concretamente vivê-lo.

O Senhor nos ordena dar a todos tudo o que eles nos pedem: que todos sejam cumulados, por nossa generosidade, de tudo o que lhes falta.

Façamos de modo que eles não sofram nem de sede, nem de fome, nem da falta de vestes. E então, seremos encontrados dignos dos bens que faltam a nós mesmos e que pedimos a Deus, pois o costume de dar nos merecerá obtê-los. Ademais há mais alegria em dar do que em receber.

Urge que, aos nossos ouvidos, soem as palavras de Jesus: vencer o mal com o bem e tornar concreto em nosso agir o mandamento do amor fraterno.

 Parece absurda a proposta de Jesus (dar a outra face, dar o manto...), mas o Reino não se constrói com violência, mas com paz, justiça, verdade, amor. Jesus mesmo nos deu exemplo de vida ao se comportar como o “Servo Sofredor” que não escondeu sua face dos insultos e cusparadas, de bofetadas e flagelos.

Ensina-nos a não responder o mal com mal, mas, como diz São Paulo (Rm 12,17.21): “a ninguém devolva mal pelo mal. Vença o mal fazendo o bem”. A proposta evangélica da não-violência tem que ser um exercício eficaz para ir assumindo um novo estilo de vida.

Peçamos ao Senhor que encha nossos corações com as graças do Seu Espírito Santo; com amor, alegria, paz, paciência, bondade e humildade, nos ensine a amar os que nos odeiam; a rezar pelos que nos perseguem e, com o Seu auxílio, renunciar aos prazeres deste mundo e a desejar uma nova terra e novos céus.

Reflexão Apostólica:

 Nesta passagem o evangelista apresenta a famosa Lei do Talião: “olho por olho, dente por dente”, que gera mais violência do que a existente.

 Mahatma Gandhi dizia com grande ironia: “Se aplicarmos o olho por olho, logo o mundo ficará cego”. A vingança é violência e gera violência. Por esse motivo, Jesus apresenta uma nova maneira de atuar frente ao mal que nos aflige.

Um dos desafios mais tremendos para os discípulos de Jesus consistia em “oferecer a outra face a quem lhes esbofeteasse a face direita”. Receber um tapa no rosto é uma experiência altamente ofensiva em qualquer cultura. Revidar é uma reação natural. O discípulo do Reino, porém, é orientado para agir de maneira diferente: jamais responder violência com violência.

As primeiras comunidades cristãs viam-se pressionadas pela violência de seus perseguidores. Quanto mais sem fundamento é a violência, tanto mais perversa e maligna ela é.

A violência contra os cristãos era deste tipo. Se pagassem com a mesma moeda a violência sofrida, que moral teriam para proclamar a excelência do mandamento do amor e a urgência da reconciliação? Caso se submetessem passivamente seriam dizimados dentro de pouco tempo. Se optassem por se dispersar ou por viver na clandestinidade, não poderiam realizar a missão de arautos do Evangelho que tinham recebido.

O gesto de oferecer a outra face era uma forma de resistência pacífica à fúria dos perseguidores. Significava que os discípulos de Jesus não temiam quem os perseguia; que recusavam a se rebaixar ao nível de seus adversários; que buscavam eliminar a violência no seu nascedouro; e que davam testemunho de um mundo novo onde a violência não tinha vez. Este testemunho inusitado poderia até mesmo levar os perseguidores à conversão.

A nova lei do amor levada a cabo pelo próprio Deus em seu Filho Jesus até o extremo da cruz exige novas relações entre aqueles que abraçam a realidade do reino de Deus. O “olho por olho, dente por dente”, a lei do Talião, já não será a norma que regerá as relações entre os discípulos de Jesus.

Mas, por que existem tantos conflitos entre os cristãos? Parece que não foi nada fácil passar da lei do Talião para a lei do amor, que não somente haverá de nos levar a não lutar com o inimigo.

Humanamente falando, é mais fácil arrancar o espinho que fica no coração ante uma ofensa recebida respondendo com outra ofensa maior, do que praticando o mandamento do amor, que nos exige perdoar a quem nos ofendeu, e amá-lo.

Para o mundo, tal exigência de Jesus é irracional; mas a partir da lógica do amor, o ódio gera mais ódio; e enquanto a raiz dos males do ser humano continuar em seu coração, lhe será impossível alcançar por seus próprios meios a paz que tanto busca. Ser cristão implica: acima do ódio, amar e, passando por cima da ofensa, perdoar.

Como vimos, Jesus veio dar uma nova mentalidade à Lei que os antigos vivenciavam e nos orienta a ter uma postura coerente com o que Deus Pai nos deixou como legado, nos dando conselhos úteis para as nossas ações.

Com as nossas atitudes é que nós vivenciamos o Evangelho de Jesus Cristo. Jesus veio esclarecer para nós a mentalidade Evangélica.

Assim é que ele nos recomenda: “não enfrenteis o malvado” ; “se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda;”

Por isso Ele abre os nossos olhos para que não queiramos enfrentar a quem é malvado, isto é, aquele (a) age com o poder do mal. Não devemos medir forças com o inimigo nem mostrar que temos poderio. Não devemos fazer questão por coisas que não são essenciais, por coisas que só os maus desejam, mas sim, angariar a amizade dos que estão contra nós e não nos submeter à tentação de revidar.

Muitas vezes nós fincamos pé naquilo que nos é de direito e entramos em litígio com alguém praticando a vingança. Dar a outra face é, sem dúvida, mostrar uma ação diferente daquela que a outra pessoa adotou.

É mostrar o contrário, é dialogar, é promover a paz e não a discórdia. É também não fazer questão de nada e nunca negar ajuda a alguém, mesmo a quem não nos ajuda. Jesus também nos aconselha: “Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado”. As nossas ações de amor devem ser inspiradas no que Jesus nos ensina nesse Evangelho.

Fazer o bem a quem nos trata bem é muito fácil. O verdadeiro amor é baseado nas ações mais difíceis de viver: o perdão, a compreensão, o suportar, o aceitar.

Como você tem agido com aqueles que não satisfazem aos seus desejos, aos seus pedidos? Você é uma pessoa vingativa? Você faz questão pelos primeiros lugares? Qual o sentimento que se apossa de você quando você é contrariado (a), quando não alcança os seus objetivos? Você é uma pessoa pacificadora ou você “gosta de botar lenha na fogueira”?

Não permitas que a violência tome conta do meu coração; antes, torna-me capaz de responder, com gestos de amor, a quem me faz o mal.

 Para praticar a caridade

Vivemos em um mundo regido por interesses, onde a maioria das pessoas pensa única e exclusivamente em si e no seu próprio bem-estar. Porém, não importa se somos correspondidos ou não, a Palavra de Deus ensina-nos a dar. Aprendamos a dar sem esperar nada em troca! “Ó Jesus, Divino modelo da caridade, dai-me aqueles puros sentimentos de amor ao próximo, de que nos deixastes tão admiráveis exemplos. Fazei, Senhor, que eu ame santamente os meus semelhantes por amor de Vós, que nunca deles suponha mal; que lhes acuda em suas necessidades e, que sofrendo suas fraquezas neste mundo, por amor de Vós, Jesus, possa um dia cantar com eles Vossos louvores, assim na Terra como no Céu. Amém”

 

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