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domingo, 4 de junho de 2023

Evangelho do dia 07 de junho quarta feira 2023

 


07 junho - Em sua generosidade, muitas vezes Deus prefere ficar na retaguarda e estender a mão aos outros, fazendo passar os atos de caridade à frente daqueles de piedade, ou ainda se digna atribuir aos primeiros o valor e o merecimento dos segundos. (L 202). São Jose Marello

 


Marcos 12,18-27

 Uns saduceus, os quais dizem não existir ressurreição, aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se alguém tiver um irmão e este morrer, deixando a mulher sem filhos, ele deve casar-se com a mulher para dar descendência ao irmão’. Havia sete irmãos. O mais velho casou-se com uma mulher e morreu sem deixar descendência. O segundo, então, casou-se com ela e igualmente morreu sem deixar descendência. A mesma coisa aconteceu com o terceiro. E nenhum dos sete irmãos deixou descendência. Depois de todos, morreu também a mulher. Na ressurreição, quando ressuscitarem, ela será a esposa de qual deles? Pois os sete a tiveram por esposa?” Jesus respondeu: “Acaso não estais errados, porque não compreendeis as Escrituras, nem o poder de Deus? Quando ressuscitarem dos mortos, os homens e as mulheres não se casarão; serão como anjos no céu. Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes, no livro de Moisés, na passagem da sarça ardente, como Deus lhe falou: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó!’ Ele é Deus não de mortos, mas de vivos! Estais muito errados”.

 MEDITAÇÃO:

Agora é a vez dos saduceus que tinham posto a confiança nas riquezas acumuladas. Negam a ressurreição, mas colocam Jesus diante de uma situação controvertida e delicada para sua época: o levirato cujo objetivo era garantir, na família, um herdeiro dos bens e propriedades. O caso que propõem é claramente anedótico. A pergunta dos saduceus a Jesus era uma ratoeira maliciosa. Mas, se calhar, no fundo, não se tratava apenas duma interrogação superficial, marginal. No fundo, eles perguntaram a Jesus o que significa para o homem estar no mundo.

 Jesus é bem agressivo: "... não estais errados?... não compreendeis?... não lestes no livro de Moisés?"... E esclarece: na vida eterna a geração temporal é abolida. Jesus novamente coloca cada coisa em seu lugar; as alianças entre os seres humanos servem para garantir a convivência e o direito dos fracos; uma vez, porém, alcançada a plenitude de vida perdem a validade. Em segundo lugar, a ressurreição está intimamente ligada à imagem que se tem de Deus. Por isso, Jesus afirma que Deus é o Deus dos vivos, que faz seus filhos participarem da vida abundante, na eternidade, pela comunhão de amor com os irmãos, com Jesus e o Pai. Deus não é o deus dos mortos, preocupados com seus bens e propriedades.

 Cuidado! As normas e as tradições sociais e religiosas são frutos da interação entre as pessoas e os grupos sociais e culturais. Acima, porém, de tudo está a imagem de um Deus cheio de amor e misericórdia. O Deus em que cremos e que nos foi revelado plenamente em Jesus Cristo é um Deus de Vida, capaz de erguer do lugar dos mortos a seu filho. É a hora de romper com esquemas petrificados que ocultam o rosto de Deus transbordante de vida para todos.

 Para entender o Evangelho não basta ler as escrituras, mas também compreender os povos, culturas e costumes que lá estão presentes. Por esta razão, temos sacerdotes e pastores que estudam muito para que possam nos explicar o que a Escritura realmente quer dizer. Com Jesus como nosso exemplo e Senhor, as Escrituras Sagradas como nosso fundamento, e o Espírito Santo como nosso Professor, nós deveríamos, prazerosamente, sanar as dúvidas bíblicas para estar em vantagem ao mundo, por Cristo e o pelo seu reino.

 A alta estima da racionalidade de Jesus e a sua própria aplicação de argumentos indica que o Cristianismo não é uma fé anti-intelectual. Os seguidores de Jesus hoje, então, deveriam imitar o seu zelo intelectual, usando os mesmos tipos ou argumentos que Ele usou. As estratégias argumentativas de Jesus têm aplicações em quatro debates contemporâneos: a relação entre Deus e moralidade, a confiabilidade do Novo Testamento, a ressurreição de Jesus e o relativismo ético

 Os maiores doutores da Igreja brilharam não só pela acuidade e erudição do seu pensamento, mas também pela profunda oração e humildade. O cristão deve, pois, desenvolver uma inteligência humilde, capaz de compreender e respeitar os próprios limites, e saber aceitar as verdades da fé com simplicidade e obediência.

 Os que estão voltados unicamente para este mundo erram quando querem tratar das coisas da eternidade, usando valores e modos de pensar deste mundo. Ainda não podemos nos esquecer do famoso dialogo de Jesus com os saduceus onde Jesus diz que Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos e em especial no Evangelho segundo Lucas acrescenta "Pois todos estão vivos para Ele".

 Note que Jesus diz que os saduceus estão completamente errados! Assim de acordo com Jesus existe uma verdade correta e o resto está errado! Não se pode aceitar todas as doutrinas como sendo iguais e corretas!

 Os saduceus foram os maiores colaboradores dos romanos, certamente para manter os cargos e os privilégios. Por isso, eram odiados pelos nacionalistas. Os saduceus formavam o grupo judeu mais conservador: aceitavam apenas a autoridade da lei escrita e rejeitavam as novas concepções aceitas pelos escribas e fariseus (como a crença nos anjos, demônios, ressurreição e messianismo). O grande debate desse grupo com Jesus foi sobre a ressurreição e, no processo de Jesus, o messianismo.

 Como grupo, os saduceus desapareceram com a destruição do Templo pelos romanos no ano 70 d.C., bem como a religião dos judeus como Jesus conhecia. Entre as diversas personagens que representavam o pensamento religioso e político vimos quem eram os zelotas, os saduceus e os samaritanos. Agora, veremos quem eram os escribas, os fariseus e os essênios. Poderemos então compreender melhor o Evangelho.

 São muitos, a exemplo dos saduceus do evangelho de hoje, os que se debatem com as verdades da fé. Não se cansam de pretender esgotá-las à luz da razão. A razão, sem dúvida, é um dom maravilhoso de Deus à criatura humana, e não só podemos, como até devemos aprofundar a nossa fé à luz da razão. Mas o conhecimento humano é limitado e não respeitar isso é cair na presunção dos saduceus.

 Ainda nesse discurso aos saduceus Jesus fala que as pessoas serão com anjos de Deus no céu. Tem também aquela passagem que Jesus diz a Marta "...todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais." Todos os que morreram e não só Abraão, Isaac ou Jacó!

 Outra passagem interessante é onde Jesus diz ao "bom ladrão": "Ainda Hoje estarás comigo no Paraíso.". Eu tenho curiosidade em saber como os que não acreditam na alma explicam esse "ainda hoje". O fato é que muitos hoje como os saduceus preferem permanecer no erro.

 Uma das coisas que sempre têm questionado e preocupado o homem é seu destino final. Que passa depois da morte? Para o cristão, a resposta de Jesus ilumina este mistério e o faz viver em paz, pois agora sabe que não existe a morte senão simplesmente uma transformação. O homem criado por Deus viverá para sempre. A "morte" dispõe ao homem para desfrutar a eternidade.

 Contrariamente a outras filosofias e "teologias", o cristianismo, baseado na revelação de Deus, afirma (e esta é nossa esperança), que ao ocorrer a morte física, Deus nos ressuscitará de maneira semelhante a como o fez com Jesus. Nosso corpo voltará a tomar sua carne, será nosso mesmo corpo, porém agora será um corpo GLORIFICADO, um corpo que não sofre mais, um corpo que não pode já experimentar a morte. Certamente não podemos entender perfeitamente este mistério, nem como será, ou que significa ter um corpo glorificado. Então cremos em Jesus, cremos que sua palavra se cumprirá e que nossa existência perdurará para sempre pois nosso Deus não é um Deus de mortos, mas sim dos vivos.

 Há quem imagine que, chegando ao Céu, vai estar de volta junto dos filhos, ou do marido ou dos familiares. Então a eternidade — a plenitude da Vida — não mudaria absolutamente nada: seria o prolongamento desta, baseada na carne e no sangue... Deus não nos bastaria: não seria tudo em nós... Se assim fosse, quem procurasse fazer depender a sua eternidade dos afetos baseados na carne e no sangue, continuaria a ‘sofrer’ pela falta de alguém ou de algo, o que é totalmente inconciliável com a Fé Cristã.

 A Fé deve levar-nos, já neste mundo, a fazer de Deus o Tudo da nossa vida, passando nós a amar tudo e todos em Deus, como dizia S.ª Teresa de Ávila: ‘Só Deus basta!’. Isto não significa, de modo nenhum, que a Comunhão de Santos na eternidade seja um amontoado de gente, que se não conhece. Lá, caídas as ‘escamas’ dos olhos, passaremos a olhar para todos como filhos de Deus e nosso irmãos, mesmo aqueles que não faziam parte da nossa família biológica, o que, neste mundo, se calhar, não acontecia.

 Se já neste mundo somos chamados a ser e a viver como irmãos’ — não como pai, ou mãe, ou filho ou neto — como querer levar para a eternidade o mesmo tipo de vida? Se quem entra no Céu – em Deus – tem o Tudo, por ter Deus, como procurar o  que  falta à nossa   felicidade,  se  nada nos  pode  faltar?

 A felicidade consistirá em ver todos os que foram dignos de chegar à Ressurreição, como irmãos, porque Deus será – como já é - o Pai de todos. Se todos os que ali se encontram são felizes, até os que nós amamos e os amaram, onde está o problema? Se queremos mesmo que lá se encontrem, isso depende de nós, agora: já neste mundo.

 A morte, em princípio, não muda nada, por ser ‘continuação da vida’ — em outro estado: o estado de ressuscitados. Quanto há a fazer!... Como pode alguém, se é e procura ser e viver como cristão, desleixar e desprezar a salvação dos outros: concretamente, a salvação da sua família?...

 'Carpe diem' expressão latina das primeiras palavras de um verso do poeta romano Horácio em: Odes, Livro I. 11,8. Este verso é completado por 'nec minimum crédula postero': 'Confie o menos possível no dia de amanhã'! Advertência dirigida de tempos em tempos sobretudo nos de crise da esperança e do futuro, torna-se bandeira, sentido de vida mesmo, para inteiras gerações. Os horizontes se encurtam e, só sobrando o presente, não resta senão sugá-lo com sofreguidão e tédio”.

 A expressão: “Carpe diem” hoje usada em carros e adesivos colocados em lugares públicos, resume a mentalidade dos aproveitadores, dos que só acreditam nesta vida e não vêem perspectiva de vida futura com dignidade e soberania. O, “aproveite, curta, desfrute...confie o menos possível no dia de amanhã” significa olhar a realidade pessoal e social perdendo todos os horizontes da vida, significa não ter ideais para lutar, não ter gosto pelo trabalho, significa não acreditar em si mesmo, não esperar o momento seguinte na dinâmica de vivê-lo melhor, significa colocar todas as esperanças no ar do momentâneo, do fazer por fazer.

 Infelizmente, os resultados desta ideologia têm causado graves danos pessoais, dores e sofrimentos incalculáveis, perda do gosto de viver, levando ao sentimento do tanto faz matar ou morrer. Os valores da vida pessoal e dos outros não passa de falsidade ou imposições. Vale o que penso e o que decido, o “eu” acaba sendo a razão última, a verdade absoluta, sou um pequeno deus cujo altar é o efêmero desfrutar e curtir. As gerações se sucedem com grandes avanços em todas as áreas da vida humana e social. Como não avançar na vivência do dia a dia, construindo no agora com esperança de um amanhã melhor, mais feliz e realizado? Qual o sentido da vida quando tudo termina aqui?

 O ser humano precisa aprender a superar as crises, enfrentar os obstáculos, refazer a esperança de um futuro que não depende de nós, restabelecendo em cada momento presente o gosto de viver e viver cada vez melhor, visando o bem comum de todos. A paz interior a tranqüilidade de consciência, a felicidade que tanto buscamos, nasce de um coração que teme a Deus e coloca Nele a sua esperança. A busca incansável de Deus está na natureza do ser humano, a sede do transcendente leva o coração humano a buscá-lo sem tréguas. Como afirma Santo Agostinho: O meu coração anda inquieto enquanto em ti não repousar.

 Superar as crises, de maneira especial a crise do sentido da vida, significa começar acreditando em si mesmo, no outro e no totalmente outro. Sem a dimensão da fé no sobrenatural e na vida eterna, o ser humano vira bicho e na maioria das vezes bicho feio. Aproveitar, curtir, desfrutar, da vida faz bem a qualquer um de nós desde que saibamos em quem depositamos a nossa esperança. Confie em você e naquele que o criou e viverá o amanhã melhor do que hoje. Na síntese evangélica Jesus resume toda a lei no amor a Deus e ao próximo como a nós mesmos. Por isso quem não ama, não vive, porque o amor vem de Deus e o nosso Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos. Mortos porque não descobriram a capacidade de amar e ser amados.

 Vida eterna. Onde é que está? Quando será? Por muito tempo, pensamos na vida eterna como uma vida depois de todos os nossos aniversários se terem esgotado. Durante a maior parte dos nossos anos, falamos de vida eterna como a "pós-vida", como "vida depois da morte". Mas, à medida que vamos ficando mais velhos, menos interesse temos pelo "pós-vida".

 Preocupar-nos com o amanhã, com o próximo ano, com a próxima década, e também com a próxima vida, parece-nos uma falsa preocupação. Cismar sobre como é que tudo será para nós depois de morrer parece-nos, em grande parte, uma distração. Se a nossa meta é a vida eterna, então essa vida deve ser atingível já agora, onde estamos, porque a vida eterna é a vida em e com Deus, e Deus está onde estamos, aqui e agora.

 O grande mistério da vida espiritual — a vida em Deus — é que não temos de esperar por ela como algo que acontecerá depois. Jesus diz: "Estai em mim como eu estou em vós". É este divino "estar em" que é a vida eterna. É a presença ativa de Deus no centro do meu viver — o movimento do Espírito de Deus dentro de nós — que nos dá a vida eterna. "Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste".

 Seja como for, o que será a vida depois da morte? Quando vivemos em comunhão com Deus, pertencemos à própria casa de Deus, onde não há mais nenhum "antes" ou "depois". A morte deixa de ser a linha divisória. A morte perde seu poder sobre aqueles que pertencem a Deus, porque Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos.

 Logo que tenhamos provado a alegria e a paz que vem do fato de sermos abraçados pelo amor de Deus, sabemos que tudo está bem e estará bem. "Não tenhais medo", disse Jesus, "Eu venci as forças da morte... vinde morar comigo e ficai sabendo que, onde eu estou, aí está Deus".

 Se a vida eterna é a nossa meta, então não é uma meta longínqua. É uma meta que se pode alcançar no momento presente. Quando o nosso coração compreende esta verdade divina, estamos vivendo a vida eterna. Quem crê na vida eterna, fruto da ressurreição depois da morte, é capaz de resistir a tudo, até mesmo às mais terríveis ameaças de morte e martírio.

 “Estas palavras confirmaram uma disposição do meu coração: pouca preocupação com a vida depois da morte e mais preocupação com a vida antes da morte.”. O Cristianismo, nos dá segurança para a eternidade. Mas devemos convir que nosso grande problema não é a eternidade, mas sim a próxima segunda-feira. Os dilemas que assolam nossa alma não dizem respeito ao céu e ao inferno, mas ao restante do mês no fim do salário. Não nos preocupa tanto nosso futuro eterno, mas o futuro dos nossos filhos, do nosso casamento, da nossa carreira profissional e do nosso País. Já não estamos tão ocupados em saber o que nos acontecerá depois de nossa morte, na "outra vida", mas o que nos espera amanhã, ainda nesta vida.

 É Jesus que tem a capacidade de nos fazer enxergar o sol por sobre as nuvens: sabemos que ele está lá em um dia chuvoso, mas teimamos em desconfiar... Tal qual acontece com a crença na ressurreição e na vida eterna. Para não deixar dúvidas, Jesus é direto: "Deus é o Deus dos vivos!".

 A páscoa cristã nos remete aos umbrais das portas e janelas dos hebreus no Egito, e, cobertos pelo sangue do "cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo", somos livres do aguilhão e da condenação da morte, e experimentamos, aqui e agora, o poder da nova vida que brota do túmulo vazio desde a manhã do domingo da Ressurreição de Jesus Cristo, que vive e reina para todo o sempre.

  A nossa reflexão de hoje nos convida, portanto, a reafirmar a nossa fé e a nossa esperança na ressurreição dos mortos. Todos, afinal, estão vivos. Uns na glória plena, outros na purificação que a ela conduz. Não há pois, motivos para tristezas, para menos paz e tranqüilidade. O nosso Deus é o Deus dos Vivos. Vamos dar vivas à Vida. Mais caridade e mais oração, menos flores e menos gastos. É isto que os defuntos precisam.

  Oração: Senhor nosso Deus, obrigado pelo dom da vida e pelos valores cristãos, entre os quais a fé na ressurreição após a da terrena. Pai, vós sois o Senhor da vida e nos conduzes para a vida eterna junto de vós. Aumentai a nossa fé de que não estamos destinados à morte, e sim à comunhão convosco e nos façais valorizar, cada vez mais, a vida presente e que, como pais, sejamos iluminados pelo evangelho na educação dos filhos. Por Cristo, nosso Senhor. Amém;

 Reflexão:

Em seus ensinamentos, Jesus disse que todos devem se amar e “amar ao próximo como a eles mesmos” (cf Mt 22,39).
Com essas palavras, ele transmitiu o princípio fundamental: antes de amar alguém, é importante amar a si mesmo.
Se houver dúvidas sobre esse aspecto, significa falta de valorização pessoal.
É preciso trabalhar a auto - aceitação; somente assim será possível investir em algo construtivo.

 

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