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segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Evangelho do dia 21 de dezembro quarta feira 2022

 


21 dezembro - Não nos amedronte o pensamento da nossa insignificância; ela deve ser para nós motivo de maior confiança naquele que se constituiu suplemento a tudo e a todos. (L 8). São Jose Marello

 


Lucas 1,39-45

 "Naqueles dias, Maria partiu apressadamente dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido"."

Meditação:

O anúncio do anjo converte Maria na primeira discípula, evangelizada e evangelizadora. É a mulher que se converte em profetisa de Deus e firme seguidora de seu Filho.

 Esta experiência fundadora de Deus em Maria faz com que ela se converta, junto com sua prima Isabel, em protagonista das promessas e do plano de Deus em meio a uma sociedade fortemente machista e patriarcal.

 Lucas, com sua narrativa da visitação de Maria a Isabel, faz a articulação entre os anúncios do anjo Gabriel a Zacarias e a Maria e o nascimento dos meninos, João e Jesus.

Nas narrativas de infância de Jesus e na exaltação de uma mulher a sua mãe (Lc 11,27) por seis vezes Lucas destaca o ventre de Maria como o lugar do encontro entre o divino e o humano, na concepção e gestação de Jesus.

Fica assim, em evidência, que a encarnação é o acontecimento salvífico, pelo qual, Deus fazendo-se humano, a humanidade é assumida na condição divina e eterna.

Lucas relata o encontro de Isabel e Maria. Uma mulher mais velha, esposa de um sacerdote, que encarna as tradições da Judéia, junto a uma jovem camponesa que reflete as tradições da Galiléia.

 Isabel saúda Maria com alegria e reconhece nela a ação de Deus. As menções do AT, postas na boca de Isabel, relacionam Maria com a Tenda do Encontro, portadora da presença de Deus, e com as mulheres que foram importantes na história do povo.

Maria é a mulher que leva a termo a plenitude da revelação do A.T; ela é a nova tenda onde agora Deus se manifesta e se revela aos homens.

 Em Isabel e Maria, Deus convoca Israel a inaugurar um novo tempo onde toda diferença ou exclusão ficam superadas pela fraternidade.

O cântico, proclamado por Maria, tema de nossa meditação de amanhã, exalta a Deus pela obra que fez em favor da humanidade e especialmente dos pobres e desvalidos, dos necessitados e humilhados.

 Vamos ao encontro do outro, como Maria, e reconheçamos como Isabel a presença já atuante do reino de Deus em nosso meio.

Maria e Isabel, mulheres da periferia, mulheres que aprenderam e mostraram com suas vidas o que é escutar a Palavra e reconhecem que a ação de Deus passa pela realidade do pobre, do marginalizado.

Maria e Isabel são as mulheres de fé e modelos de resposta de toda a humanidade ao projeto salvador de Deus, sendo as predecessoras das pessoas discriminadas e excluídas, de mulheres e pecadores, dos que ninguém esperaria que respondessem com gratuidade e compromisso à sua revelação histórica.

Estas duas mulheres comprometem os cristãos a partir de duas atitudes fundamentais para que o plano de Deus seja uma realidade a germinar na terra; o plano da confiança em Deus que torna possível o impossível, e da escuta e da prática de sua Palavra.

Atualmente, continua sendo de vital importância que nossa preparação para o nascimento de Jesus seja também uma ação missionária.

 O mundo de hoje clama pela solidariedade e fraternidade. Neste Evangelho, encontramos Maria em atitude missionária.

Em conclusão, podemos dizer que a visita a Isabel se caracteriza por uma série de ações que revelam o anúncio da Boa Nova. Maria viaja desde o Norte, até a região da Judéia, para visitar Isabel; esse ato de desprendimento é um gesto que mostra o poder de envio de Deus.

É a materialização de sua generosidade. A saudação de Maria a Isabel é uma festa da maternidade de Deus.

 O menino João, dando saltos de alegria no ventre em reação às palavras de Maria, é um símbolo do poder da Palavra divina que vai semeando alegria e gozo por todas as partes.

Os movimentos não deixam de ser significativos, o que rompe com todo formalismo. Deus mesmo supera os formalismos para se expressar da maneira que quer.

Hoje, a sociedade está perdendo sensibilidade às vozes de Deus. O nosso desafio é recuperar a voz de Deus para que ela seja ouvida na sociedade.

 Reflexão Apostólica: 

Chegamos a ler ou meditar, alguma vez, o Cântico dos Cânticos? Trata-se de um dos livros poéticos mais lindos do Antigo Testamento e da literatura universal. Parece que se tratava de canções de amor para serem entoadas por ocasião das festas de casamento em Israel.

Porém, o Povo de Deus acabou vendo nele o drama amoroso das relações de Deus com o seu povo.

Os protagonistas são um casal de namorados que se buscam, se encontram, se perdem e voltam a encontrar-se. Expressam as ânsias da paixão e do desejo, a atração da beleza mútua, a felicidade dos abraços e do beijo.

Os noivos não poupam elogios de um para o outro, com imagens poéticas dignas de Salomão, o rei a quem a piedade judaica terminou atribuindo a composição do livro.

Nas sinagogas judaicas se lê na festa da Páscoa, porque expressa a íntima relação de Deus com o seu povo. É uma lástima que nós, cristãos apenas leiamos em nossas igrejas apenas quatro fragmentos, em quatro ocasiões distintas.

Às vésperas do Natal nos é proposta esta leitura do Cântico dos Cânticos, ou Cantares: Ct 2,8-14.

Aí se fala do Amado que já vem, “saltando pelos montes, brincando pelas colinas”. A Amada o espera, o busca, sente-se chamada por ele. Tudo num belíssimo marco bucólico de campos floridos, de rolas que turturinam, de perfumes e frutos do pomar.

Esta passagem quer ambientar-nos para a festa do Natal que já é iminente. O Amado é Jesus que vem para nós e a Amada é a Igreja que o espera, que sente seu chamado, que o busca e o encontra.

Neste sentido, a Igreja não pode estar melhor representada senão por Maria, a mãe de Jesus, que pressurosa foi ao encontro de Isabel, sua prima, para confirmar as palavras do anjo, e para cantar as maravilhas de Deus.

Continuamos refletindo os relatos do nascimento do evangelho de Lucas, e o faremos ainda até o Natal.

Hoje, nos é apresentada a cena que chamamos comumente de “visitação” de Maria à sua prima Isabel.

O Evangelho nos diz que a Virgem fez o caminho até as montanhas da Judéia onde vivia sua prima, dois ou três dias de caminho.

O encontro das duas mulheres foi imortalizado, como tantíssimas outras páginas da Bíblia, nas obras dos artistas cristãos.

No entanto o que mais conta são as palavras com que Isabel saúda a Maria, cheia de graça – diz o evangelista – do Espírito Santo: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”, palavras que milhões e milhões de cristãos repetem, em todas as línguas do mundo, para saudar, a mãe de nosso Senhor.

Bendita não por seus próprios méritos, mas pela graça e pelo favor divino, porque soube acolher a Palavra de Deus até a ponto de gerá-la em seu seio, porque se pôs inteiramente à disposição de Deus que fazia dela instrumento precioso de sua obra de salvação.

Isabel é consciente da desproporção da visita: “Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar?”, pergunta.

Com a mesma humildade, seu filho, João Batista, dirá, mais tarde, que não é digno nem de desatar as sandálias do Messias.

Isabel proclama ditosa, bem-aventurada, bem-amada a Maria porque nela se cumprirá o que lhe disse o Senhor por meio do anjo.

Mesmo que o Evangelho de hoje se interrompa neste ponto, sabemos que Maria prorrompeu, em resposta às palavras de Isabel, num cântico de ação de graças, o “Magnificat”.

Sabemos que muitos daqueles por quem rezamos e pedimos precisam ser “carregados através do telhado” como aquele paralítico (Lc 5,19-24).

Precisamos como Maria, levar a graça às pessoas que nos cercam e não somente guardá-la para nós em nossas orações e preces.

Precisamos ir até elas e convencê-las a acreditar que vale a pena subir no telhado, que vale a pena o esforço, que valerá muito mais ter fé!

Também precisamos fazer nossos os sentimentos e as palavras de Isabel, bendizer e felicitar a Maria pelas maravilhas que Deus realizou nela.

Deveríamos, sobretudo, assumir as atitudes destas mulheres que submissamente se põem à disposição dos planos salvíficos de Deus.

Compete a nós levar o Messias para visitar os nossos irmãos que sofrem e choram, para que se alegrem como Isabel e louvem ao Deus que os salva e liberta.

Lembre-se da frase de Isabel: “Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido”.

Propósito:

Pai, a exemplo de Isabel, anseio conhecer a verdadeira identidade de Maria que, na sua humildade, tornou-se o ser humano abençoado por excelência.

 

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