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quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Evangelho do dia 20 de dezembro terça feira 2022

 


20 dezembro - É natural que sintamos vergonha de nossas faltas e, depois de uma queda, quase já nem ousamos mais dirigirmo-nos a Deus. Enchamo-nos de coragem! Deus é tão bom!... Aquele Jesus que, esquecendo as ofensas dos apóstolos, levou-lhes a paz depois da sua ressurreição, trará a sua paz também ao nosso coração humilhado e angustiado. (S 205). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 1,26-38

Quando Isabel estava no sexto mês de gravidez, Deus enviou o anjo Gabriel a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. O anjo levava uma mensagem para uma virgem que tinha casamento contratado com um homem chamado José, descendente do rei Davi. Ela se chamava Maria. O anjo veio e disse:
- Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você.
Porém Maria, quando ouviu o que o anjo disse, ficou sem saber o que pensar. E, admirada, ficou pensando no que ele queria dizer. Então o anjo continuou:
- Não tenha medo, Maria! Deus está contente com você. Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nele o nome de Jesus. Ele será um grande homem e será chamado de Filho do Deus Altíssimo. Deus, o Senhor, vai fazê-lo rei, como foi o antepassado dele, o rei Davi. Ele será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o Reino dele nunca se acabará.
Então Maria disse para o anjo:
- Isso não é possível, pois eu sou virgem!
O anjo respondeu:
- O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso o menino será chamado de santo e Filho de Deus. Fique sabendo que a sua parenta Isabel está grávida, mesmo sendo tão idosa. Diziam que ela não podia ter filhos, no entanto agora ela já está no sexto mês de gravidez. Porque para Deus nada é impossível.
Maria respondeu:
- Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!
E o anjo foi embora. 

 Meditação: 

 Em plena preparação para as celebrações do Natal, a liturgia nos apresenta a figura de Maria no mistério de sua Imaculada Conceição. Desde os primeiros séculos cristãos a igreja contemplou com amor e admiração a mãe de Jesus; tentou compreender seu papel na história da salvação e chegou a conhecer, iluminada pelo Espírito, que aquela mulher por quem nos foi dado o Salvador, a quem o arcanjo na anunciação chamou de “cheia de graça” ou “sumamente favorecida”, havia sido enriquecida por Deus com todos os dons necessários para fazer dela “digna morada” de seu Filho.

 A leitura do evangelho de Lucas já é bastante conhecida. Hoje lemos a anunciação do arcanjo Gabriel a Maria de que será a mãe do Filho de Deus, o Messias, o Salvador do mundo.

 O relato nos é familiar porque na Bíblia lemos muitas anunciações, muitas vocações. Podemos dizer que aqui não se trata só da anunciação a Maria, mas também de sua vocação. É chamada a colaborar decididamente no plano de Deus. Espera-se seu consentimento aos planos do Pai, sua inteira submissão à vontade divina.

O texto nos revela que Deus a amou e a dotou de uma graça superabundante por causa da missão que lhe está confiando: a de ser mãe do Messias. Lemos que Maria terminou manifestando total disponibilidade a essa missão. Suas palavras são exemplares: “Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo tua palavra”.

 As maiores obras de Deus se realizam em silêncio. Chegou a plenitude dos tempos. O tempo messiânico. E seus sinais são: simplicidade, alegria, humildade e entrega.

 O evangelho nos narra a familiar cena da Anunciação. Esta história começou há muito tempo na Judéia. Zacarias, sacerdote do Templo, e sua esposa, de idade avançada, conceberam um filho (Lc 1, 5-25). Agora, Deus se fixa numa jovem do outro extremo de Israel.

 São dois contextos contrastantes: Zacarias recebe o anúncio na cidade, no templo, durante o ofício divino. Maria o recebe em casa, em meio a suas tarefas cotidianas. Ela, mulher de fé, tem um diálogo dinâmico com o mensageiro: inquieta-se, analisa, pergunta e escuta. Suas perguntas não são as de quem duvida, mas de quem deseja compreender o projeto de Deus para ela. Assim, acolhe o anúncio e se oferece confiadamente: Eu sou a servidora do Senhor.

 Este anúncio revela a novidade de Deus em Jesus, que em lugar de limitar o sagrado ao templo e aos ofícios religiosos, deseja santificar a vida com suas tarefas, lutas, festas e fadigas. Somente uma mulher de fé podia dar este salto.

Hoje se precisa de pessoas de fé, capazes de libertar Deus dos estreitos muros do ritualismo e que saibam ver o Espírito, impulsionando homens e mulheres de bem que, dia a dia, constroem o mundo justo e fraterno com que Deus sonha.

 Na Anunciação, Maria tem um papel relevante, e responde comovida, mas sem medo, “eu sou a servidora do Senhor”. Assim, com a fé de Maria, começa a nova aliança. Ela foi eleita para ser sinal da presença de Deus. Levará em seu ser o Salvador. Diante da proposta do anjo, Maria só obedece, com uma entrega e abandono absolutos.

 Somente a preocupa uma coisa: “eu sou virgem”. Então o anjo lhe dissipa todas as dúvidas e a nós também: “para Deus nada é impossível”. Deus não necessitava de uma criatura para dar a seu Filho um corpo humano, mas, em seu imenso amor à humanidade, buscou uma mãe, e para que Maria fosse essa mãe, necessariamente Deus a teve que olhar com amor, antes que a qualquer outra criatura. Por isso lhe foi dito e sempre se dirá “cheia de graça”.

Agora Maria espera o nascimento do filho concebido em seu seio com a graça e o poder criador de Deus, da mesma forma que nós também esperamos que chegue o Natal para poder adora-lo e bendize-lo.

 Somos chamados a assumir neste Advento as atitudes de Maria: humilde disponibilidade à vontade de Deus sobre nós, gozosa acolhida de sua palavra, fidelidade à nossa vocação de cristãos e à tarefa que Deus dispôs para cada um de nós em sua Igreja, certos de que participamos também da graça superabundante com que Maria foi dotada.

O mundo espera de nós e da Igreja que, como Maria, façamos nascer a Cristo no coração de tantos e tantos que ainda não o conhecem e que não ouviram sua palavra de salvação.

 Reflexão Apostólica:

Quanto mais nós meditamos sobre esta passagem do Evangelho mais nós nos conscientizamos da grande participação de Maria no Projeto Salvífico do Pai. Conforme prometera Deus escolheu Aquela de cuja descendência sairia o Salvador dos homens.

 Porque conhecia as Escrituras e confiava na promessa do Pai, Maria submeteu-se a ação do Espírito Santo e deu o seu Sim a fim de que a humanidade fosse redimida. O anjo Gabriel anunciou a Maria o advento do Filho do Altíssimo o qual reinaria eternamente, segundo o plano de Deus, sobre toda a humanidade.

 O anjo anuncia da parte de Deus a Zacarias e depois a Maria o nascimento de João e Jesus, respectivamente, que se relacionam com outros nascimentos no Antigo Testamento. Os anúncios a Zacarias, mesmo não sendo mulher, e a Maria, dão continuidade ao projeto de Deus na história da salvação.

Lucas apresenta os personagens e os lugares que preparam a chegada de Jesus: Gabriel, Zacarias, Maria, José, Isabel, João Batista, os pastores, Simeão, Ana, Nazaré, o Templo. Descreve o que está acontecendo: a ajuda de Deus a cada um deles, e mostra a forma como é recebido Jesus na vida de cada um desses personagens.

Ainda que todos tenham uma importância dentro do relato, o personagem central é Maria: ela recebe o chamado do Senhor, experimenta a certeza da bondade de Deus e responde com generosidade ao chamado. Maria nos apresenta uma forma concreta de acolher e tornar viva a Palavra de Deus que se manifesta de forma concreta na nossa vida.

 No Evangelho de hoje três aspectos nos chamam a atenção: a Fé de Maria que não questiona a vontade de Deus transmitida pelo anjo, o conteúdo da mensagem do anjo e a obediência expressa na resposta: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.”

 Maria recebeu o dom da divina maternidade porque teve fé e pela fé se torna felizarda. O nascimento de Jesus é obra da intervenção de Deus, pois Maria concebe sem conhecer homem algum. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente inédita.

 0 título Filho de Deus, associado à ostentação de poder, foi atribuído aos faraós e a outros chefes de nações ou impérios, além de ao próprio rei Davi. Muitos discípulos de Jesus se inclinaram a essa interpretação. Jesus, contudo, sempre se colocou em relação de filiação com o Deus Pai, misericordioso e todo amoroso. Filho de uma jovem pobre e de um carpinteiro, Jesus revela-se como o Filho de Deus humilde e solidário com os pobres e excluídos, aos quais deseja comunicar a vida divina.

 Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. Palavras muito simples mais que atraem responsabilidade. Pois doravante aquela pobre menina vai ser depositária dos desígnios de Deus. Deus entra no tempo por meio do sim de Maria que se coloca como escreva ao serviço do seu senhor 24 horas por dia.

 O sim de Maria mostra a confiança no projeto de Deus. A promessa feita através dos profetas, agora vai se realizar na pequena jovem, que com o seu sim, vai se tornar a mãe do salvador.

Maria é um exemplo de humildade e obediência ao Pai. Devemos aprender com Maria a darmos sempre o sim a Deus acolhendo com humildade a Sua vontade sobre nós e nossas comunidades.  

As mesmas palavras que o anjo dirigiu à Mãe de Jesus nos são dirigidas também, hoje, quando somos escolhidos (as) para cooperar na edificação do reino de Deus aqui na terra: “Não tenhas medo,…porque encontraste graça diante de Deus”.

 Também nós somos chamados a todo o momento a dar o nosso sim ao projeto de Deus. Como está sendo nossa resposta? Um sim sincero e confiante, ou um talvez, quem sabe, mais tarde!!! Maria deu o seu sim, e deixou que Deus realizasse maravilhas. Assim, também se dermos nosso sim, as maravilhas de Deus podem acontecer através de cada um de nós. 

 Maria do Sim me ensina a dizer e viver o meu sim a Deus.

 Propósito:

Senhor Jesus, que a contemplação da concepção imaculada de tua mãe desperte em mim o desejo de romper, definitivamente, com o pecado que maculou a humanidade.

 

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