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segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Evangelho do dia 15 de dezembro quarta feira 2021

 15 dezembro - Diz ao Senhor: Eu sou inteiramente vosso, e não quero outra coisa senão que em mim seja feita a vossa santa vontade: ainda que à custa de sacrifícios, ainda que eu seja privado de consolações, ainda que repleto de aflições, estou pronto para tudo, Senhor: fazei de mim o que quiserdes. (S 237).São Jose Marello

 


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 7,19-23

Naquele tempo, 19João convocou dois de seus discípulos, e mandou-os perguntar ao Senhor: És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” 20Eles foram ter com Jesus, e disseram: “João Batista nos mandou a ti para perguntar: ‘És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” 21Nessa mesma hora, Jesus curou de doenças, enfermidades e espíritos malignos a muitas pessoas, e fez muitos cegos recuperarem a vista. 22Então, Jesus lhes respondeu: “Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a boa nova é anunciada aos pobres. 23É feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!” 

 Meditação: 

O personagem principal é Jesus, mas a figura de João é também importante enquanto prepara o caminho de Jesus. Muitos dos seguidores de João tornaram-se depois seguidores de Jesus. Mateus nos mostra que João está no cárcere, ouviu notícias de todo o mistério profético de Jesus e mandou seus discípulos perguntar se realmente ele seria o Messias.

A expressão: “curou a muitos de enfermidades, de doenças e espíritos malignos, e devolveu a vista aos cegos” nos faz ver uma sociedade marginal, de muitas necessidades e excludente, posto que estar em qualquer destes estados era ser impuro, e quem se relacionasse com uma destas pessoas também seria impuro. Jesus cria uma nova ordem de relações onde todos tenham lugar e não se exclua ninguém.

João Batista é um crente em Deus, que vive para Ele, sempre aberto, disponível às suas iniciativas. Por isso, sabe reconhecê-lo no misterioso homem da Galileia, que vem fazer-se batizar por Ele, no Jordão, Jesus de Nazaré.

 Na escuridão da prisão de Herodes, é invadido pelo medo, pela tristeza, pela dúvida: ter-me-ei enganado ao ver em Jesus o Cordeiro de Deus? Mas a sua fé é grande. Em vez de pô-la em discussão, manda embaixadores a Jesus, pedindo luz para compreender. Torna-se, pois, ainda mais pobre, fazendo-se simples interrogação: «ÉsTu o que está para vir, ou devemos esperar outro?»

 Jesus responde aos embaixadores apontando as obras que anda a fazer. Não apenas os milagres que dão testemunho dele, mas o que eles significam. São sinais de que começou uma nova humanidade, que sabe acolher a palavra de Deus, ver as maravilhas que Ele faz e caminhar pelos seus caminhos: «a Boa-Nova é anunciada aos pobres».

O estilo paradoxal da ação de Deus em Jesus não escandalizará um pobre prisioneiro, como é João. Pelo contrário, torná-lo-á muito «feliz». Embora tenha anunciado a vinda de Jesus, o próprio João Batista teve dificuldade de reconhecê-lo.

 Com a chegada do Messias, o mundo não se acabou, como proclamava João. Ele não se apresentou como um juiz severo, como fora anunciado, antes, caracterizou-se por sua mansidão e humildade de coração.

 Sua pregação não visava incutir medo e levar à conversão a qualquer custo, mas tentava avivar a chama do amor no coração dos pobres e sofredores. Além do mais, João estava no cárcere, e Jesus não o havia libertado, como se esperava do Messias, libertador dos prisioneiros. Eis porque sentiu a necessidade de mandar seus discípulos para interrogarem a Jesus sobre sua identidade.

 A resposta de Jesus colocou João e seus discípulos diante de um exercício de discernimento. Eles foram confrontados com os gestos prodigiosos de Jesus e tinham o testemunho da cura de cegos, coxos, leprosos, surdos e de mortos que tinham ressuscitado. Enfim, os pobres estavam sendo evangelizados.

 Interpretando estas ações de Jesus, a partir de textos dos antigos profetas, não era possível pôr em dúvida sua condição de Messias. Todo o seu agir inspirava-se nas profecias messiânicas e seus gestos comprovavam sua identidade. Diante dos milagres de Jesus, era necessário, porém, ter a coragem de reconhecer sua condição de Filho de Deus.

 «Destilai, ó céus, lá das alturas o orvalho, e que as nuvens façam chover a justiça». Isaías oferece-nos, hoje, uma aclamação que traduz perfeitamente o estado de alma de quem vive o Advento.

 Por isso é que a Igreja a repete tantas vezes na sua oração durante este tempo litúrgico. O profeta manifesta o desejo de uma intervenção divina, porque está convencido de que a justiça e a salvação só podem vir de Deus.

 Ao contrário de tantos outros textos, em que a intervenção de Deus é comparada a uma tremenda batalha contra os maus, aqui é comparada a um calmo e benéfico orvalho, ao mistério de uma chuva fecunda.

 São imagens adequadas ao mistério da Encarnação, que não se realizou de modo estridente, mas com infinita discrição, na «sombra» do Espírito Santo.

 À intervenção divina deve corresponder a nossa discreta disponibilidade: «Abra-se a terra!» E a terra abriu-se, quando a Virgem de Nazaré deu o seu “sim”: «Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38).

 Reflexão Apostólica:

 O Evangelho de hoje apresenta-nos João rendido a Cristo, dando testemunho dele com a sua vida. João é também “terra aberta” ao Verbo de Deus feito homem, um verdadeiro disponível, um verdadeiro “pobre de Deus”, que Jesus proclama bem-aventurado.

 O Batista é a imagem do crente que caminha na paciência e que está sempre disponível a reformular as suas expectativas perante o imprevisível estilo da vinda de Deus. Assim vai aprofundando a sua esperança até ao supremo testemunho do sangue.

 João Batista ensina-nos que, mesmo a fé mais forte e sincera, pode coexistir com a dúvida e que a maneira de vencer essa dúvida é a oração. Renunciando a pôr em causa a promessa de Deus e revendo os nossos modos limitados de ver a promessa divina e de esperar a sua realização, encontramos a paz.

Ao enviar mensageiros para investigar junto a Jesus se Ele era mesmo o Enviado do Pai, João Batista quis legitimar junto do povo a autenticidade da Missão do Messias que já fora prognosticada pelo profeta Isaias.

 Por isso, Jesus apenas referiu-se ao que estava acontecendo por meio Dele, confirmando assim o que a Palavra já anunciara. Hoje também nós precisamos estar atentos a tudo o que ocorre ao nosso redor, como também na nossa vida e dentro de nós, a fim de que possamos constatar que a Palavra de Deus é viva e eficaz.

 Os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, o Senhor está no meio de nós. Podemos verificar isto nas nossas vidas: Jesus está vivo e isto faz toda a diferença!

 Precisamos contar para todo o mundo o que se passa conosco: o poder de Jesus nos cura, nos liberta e hoje somos novas criaturas. Não somos mais aquelas pessoas tristes e desanimadas que por qualquer motivo se desesperavam.

A esperança norteia as nossas ações, a fé é a bússola que nos direciona, por isso, não precisamos esperar por mais ninguém: Jesus já veio e age no meio de nós.

O anúncio do reino passa pela reparação das injustiças, das doenças, do ataque frontal a qualquer sinal de morte e o que gerasse desigualdade entre homens e mulheres. E precisamente João anunciou este modelo como a vinda do Messias. Reconheçamos as situações de desigualdade à nossa volta e lutemos por instaurar o reino de justiça que Jesus testemunha.

 Os discípulos de João vêem e ouvem, quer dizer, fazem a experiência pessoal de estar com Jesus que liberta e restaura a vida. O anúncio do reino passa pelo testemunho, passa pela reparação da injustiça, da dor; é um ataque frontal ao pecado e a tudo aquilo que gera desigualdade entre as pessoas. Dar testemunho de Jesus e de seu projeto é nossa missão hoje.

Jesus é o Messias e faz uma opção concreta: pelos necessitados; eles são os primeiros destinatários da Boa Nova. Para nós, qual é nossa experiência pessoal com Jesus? Realmente optamos pelos necessitados? E com que ações concretas damos testemunho do que vemos e ouvimos cada dia de Jesus?

 Você já sente a manifestação de Deus na sua vida? Como você poderá explicá-la ao demais? O que o poder de Deus tem realizado em você e através de você? Medite sobre isto!

Propósito:

Pai, enviaste teu Filho ao mundo, na condição de Messias dos pobres. Que eu saiba reconhecê-lo no gesto simples de solidariedade com os pobres e sofredores.

 

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