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domingo, 15 de maio de 2016

Evangelho do dia 17 de maio terça feira

17 - Se devemos declarar excomungado quem ousa diminuir a devoção à Virgem Mãe, por outro lado, devemos multiplicar os nossos esforços para divulgar o seu culto. (S 32).).SÃO JOSE MARELLO

Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 9,30-37
 "Jesus e os discípulos saíram daquele lugar e continuaram atravessando a Galiléia. Jesus não queria que ninguém soubesse onde ele estava porque estava ensinando os discípulos. Ele lhes dizia:
- O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e eles vão matá-lo; mas três dias depois ele ressuscitará.
Eles não entendiam o que Jesus dizia, mas tinham medo de perguntar.
Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Cafarnaum. Quando já estavam em casa, Jesus perguntou aos doze discípulos:
- O que é que vocês estavam discutindo no caminho?
Mas eles ficaram calados porque no caminho tinham discutido sobre qual deles era o mais importante.
Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse:
- Se alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último lugar e servir a todos.
Aí segurou uma criança e a pôs no meio deles. E, abraçando-a, disse aos discípulos:
- Aquele que, por ser meu seguidor, receber uma criança como esta estará também me recebendo. E quem me receber não recebe somente a mim, mas também aquele que me enviou.
 Meditação: 
 A palavra que Jesus dirige aos apóstolos no evangelho é uma evidente contestação a uma concepção do reino baseada no poder, nas honras, nos primeiros lugares. A contestação mais radical é a própria vida. Jesus faz sua a missão do Servo. Manso e humilde de coração, que anuncia a salvação aos pobres (Lc 4,18), está ele no meio de seus discípulos “como aquele que serve” (Lc 22,27), embora sendo seu “Senhor e Mestre” (Jo 13,12-15), e chega ao cume das exigências do amor que inspira esse serviço, dando sua vida pela redenção dos pecadores.
 A palavra e o exemplo de Jesus resolvem o problema das precedências em ambiente cristão. Jesus recusa categoricamente toda ambição de domínio tanto para si como para a igreja. A única autoridade da Igreja e no seio dela é a do último lugar, do serviço humilde (v. 35).
A autoridade é uma das realidades mais ambíguas e, portanto, das mais contestadas do nosso tempo, tanto em nível civil como eclesial. Há os que a exercem por ambição, por vontade de domínio, por busca de glória, e os que a consideram um serviço para o bem comum. Contudo, essa ambigüidade não tem seu fundamento no poder e na autoridade como tal, mas na atitude de quem os cobiça e os exerce.
Encarada e desempenhada com as intenções e os propósitos de que fala Cristo, a autoridade se manifesta como aquilo que está no plano de Deus: um serviço. Serviço para o bem comum, daquele que é constituído chefe e responsável; serviço aos homens feito por aquele que tem autoridade, cuidando de que cada um contribua para o bem de todos.
Se a autoridade é exercida segundo a verdade, que a justifica humanamente aos olhos dos homens, deveremos considerar a pessoa que a exerce como alguém a quem se destina a palavra do Senhor: “É a mim que o fizestes”; e considerar seu trabalho como um trabalho cristão e pascal, ainda que a autoridade seja puramente leiga e profana.
 Reflexão Apostólica:
 Jesus abria os olhos dos Seus discípulos e procurava ensiná-los a viver a vida com sabedoria para enfrentar a realidade, no entanto, eles fugiam da verdade e não queriam admitir o sacrifício nem o sofrimento. Jesus tentava ensiná-los e conscientizá-los, mas eles tinham outras intenções.
 Jesus os exortava mostrando-lhes coisas bem claras que são completamente diferentes das que o homem natural pensa e deseja.
 Por que os discípulos de Jesus não queriam aprofundar-se no assunto da sua morte e ressurreição? Por que eles não compreendiam quando Jesus lhes falava de sofrimento e dor?
  Eles silenciavam diante das revelações de Jesus e não respondiam às Suas indagações porque tinham medo de aceitar o sofrimento confiando em que Jesus sempre iria lhes proteger e não os deixariam passar por nenhuma aflição.
  Assim somos nós também: não admitimos a dificuldade, a luta, o esforço, desejamos alcançar logo a vitória e a recompensa.
 Por isso, somos nós hoje, os discípulos a quem Jesus vem ensinar coisas preciosas, como: “quem quiser ser o primeiro que seja o último”; “quem acolher em meu nome uma criança é a mim que estará acolhendo”.
 Gostamos de coisas grandiosas! As crianças para nós são muito inocentes e simples, queremos ser servidos, mas não gostamos de servir, mesmo assim queremos ser grandes.
 Contudo Ele conhece o nosso pensamento e a verdade do nosso coração: queremos ser o primeiro em tudo, queremos ser grandes, ter sucesso aqui na terra e também no céu.
  Queremos alcançar a felicidade sem esforço, sem renúncia e esquecemos de que para sermos grandes no céu, nós temos que ser pequenos na terra. 
 Como você poderá ser pequeno na terra e voltar a ser criança? Você admite que possa sofrer aqui na terra? Como você encara a realidade que não é muito boa? Qual é para você a grande mensagem deste evangelho?
  Propósito: Eliminar, do modo de pensar e agir, aquilo que não vem de Deus, toda pretensão de ser o maior e o melhor, de ser servido, mas procurando servir e ajudar.
Na estrutura do evangelho de Marcos, depois da chamada "Crise Galalaíca", manifestada no episódio da Estada de Cesaréia de Felipe, Jesus muda totalmente da tática e estratégia. Ele não anda mais com as multidões, quase não faz mais milagres – dos 19 milagres em Marcos, somente dois acontecem depois do acontecimento de Cesaréia. Em lugar disso, ele se dedica quase totalmente à formação dos seus discípulos, tentando inculcar neles as atitudes de verdadeiros discípulos, ensinando-os que o Caminho dele e o da Cruz, da entrega, da doação, e não da busca do poder, da glória ou da fama. Marcos faz isso duma maneira bem planejada. Em três ocasiões, Jesus anuncia a sua futura paixão. Em cada ocasião os discípulos não compreendem. E, a partir dessas incompreensões, Jesus torna a dar um ensinamento, aprofundando vários aspectos do verdadeiro seguimento dele.
 No evangelho de hoje podemos distinguir duas partes diferentes, porém, ambas com uma base comum. A primeira é a segunda predição de Jesus sobre sua sorte definitiva em Jerusalém, cuja viagem acabava de iniciar. A segunda é a lição sobre quem é o melhor dos seus discípulos. Na realidade podemos unir ambas sob o conceito de que é preciso perder a vida para ganhá-la definitivamente. Jesus morreu duas vezes: materialmente como conseqüência dos sofrimentos da cruz, que era uma morte lenta e a mais cruel de todas como castigo (Cícero), e espiritualmente como homem honrado, pois foi rebaixado até o último lugar; como um maldito, segundo a lei,  para os judeus, e como um proscrito e malfeitor para os greco-romanos. De ambas as mortes ele se livrou por meio de duas ressurreições: a física e a moral; de modo que a cruz que era símbolo de maldição e estupidez se tornou símbolo da árvore da vida para todo crente que olha Jesus reinando dela como Senhor.

O trecho que ora refletimos trata do segundo desses três acontecimentos. A causa da dificuldade é a tentação do poder. Embora Jesus tenha deixado bem claro, pela segunda vez, que o seguimento dele é uma vida de entrega, até a morte, em favor dos outros, os Doze discutem entre si qual deles era a maior! O poder – tentação permanente em todas as comunidades, não exemptando as Igrejas! Talvez mais do que outro motivo, a sede do poder tem sido o que mais tem corrompido nas Igrejas - mais do que a imoralidade ou a ganância financeira. No século passado, o estadista inglês Lord Acton falou que "todo poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente". E não há poder mais perigoso do que o religioso, que fala em nome de Deus!
 Quantos sofrimentos e males causados por essa sede do poder, disfarçada como mandato de Deus. Desde o fundamentalismo fanático da Talebã em Afeganistão até a ufania de certos padres –mormente recém ordenados- que se ostentam com roupas finas e carros do ano, e dominam duma maneira opressora religiosas e leigos de muito mais experiência e sabedoria do que eles, a sede do poder e da dominação – em nome de Deus – continua a distorcer a vida de muitas comunidades religiosas, dentro e fora do Cristianismo.
 O poder em si é um bem – para ser usado em serviço dos outros! Todos nós – clero, religiosos, leigos – somos vulneráveis diante da tentação do poder. Levemos a sério o ensinamento de hoje, pois só pode ser discípulo de Jesus quem procura ser o servo de todos! Evitemos títulos, privilégios, e comportamentos que tão facilmente poderão nos afastar do seguimento do Senhor. Que o nosso modelo seja sempre ele – e não os critérios da sociedade vigente, onde é o poder que manda. A nossa força vem da Cruz de Jesus, a fraqueza do Deus "que escolheu o que o mundo despreza, acha vil e sem valor, para destruir o que o mundo pensa que é importante".
 O texto do Evangelho nos situa na segunda fase da catequese que Jesus dirige aos seus discípulos com relação às conseqüências que advém de segui-lo até Jerusalém e das exigências deste seguimento.
 No Evangelho de Marcos, o “caminho” representa o itinerário de formação de um bom discípulo. Jesus não quer um grupo de fanáticos, entoando vivas a seu nome, mas de pessoas responsáveis, capazes de assumir um projeto. Por essa razão, seus esforços se concentram no ensinamento a seus seguidores. Sua instrução parte dos desacertos e das respostas erradas que eles mesmos vão dando ao longo do trajeto até Jerusalém.
 Os discípulos não entendem o que Jesus lhes quer dizer a respeito de seu próprio destino, não entendem que o Filho do Homem deve morrer e ressuscitar ao terceiro dia, e por isso não podem entender que para ser os primeiros é necessário se colocar nos últimos lugares. Jesus responde a esta incompreensão com uma simples instrução que tem como objetivo fazer crescer, corrigir seus defeitos e disponibilizá-los à entrega generosa aos demais. Como é habitual em Marcos, Jesus instrui seus discípulos na casa. A casa é lugar de reunião dos primeiros cristãos para a celebração e para a catequese; estamos portanto diante de uma catequese que se dirige à comunidade.
 Diante da recusa dos seus discípulos em entender o seu ensinamento, Jesus, o Servo de Javé, pega uma criança como símbolo de quem deve segui-Lo. Não porque criança é sempre santa nem inocente! Mas porque é sem-poder, dependente dos adultos de tudo. No tempo de Jesus, criança era sem direitos, entre os últimos da sociedade. Os seus discípulos são convidados a despojar-se do poder para serem servos, da mesma maneira do que o Mestre, ele que "não se apegou à sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte da cruz".
 Jesus deve superar o medo cultural que invade seus discípulos e que os impede de dirigir-se a seu “Mestre” com toda a confiança. Para isto, lança mão de uma estratégia pedagógica muito engenhosa. Retoma a discussão dos discípulos, concentrados não em seu ensinamento, mas na repartição dos cargos burocráticos de um hipotético governo, com um exemplo da vida diária.
 O ensinamento de Jesus convida à mudança de posição. Com a chegada do Reino vão se mudando os esquemas deste mundo: os últimos passam para o primeiro lugar; os pobres serão saciados; os que perdem sua vida vão encontrá-la; e os que querem ser os primeiros, serão os últimos e os servidores de todos. Esta mensagem está dirigida a toda comunidade, porém essencialmente para aqueles que têm uma responsabilidade dentro dela. O modelo é a criança, com a qual Jesus se identifica na humildade, simplicidade e acolhida do novo
 O gesto utilizado por Jesus de abraçar e colocar uma criança no meio dos discípulos não deve ser entendido como se as crianças fossem símbolo de inocência, pureza ou ternura; o gesto é um convite a acolher com amor os mais simples, humildes e necessitados, ou seja, aos menores. As crianças na sociedade de Jesus não eram possuidoras de valor, não tinham poder e eram os “últimos”: por isso, são para Jesus, os primeiros no Reino.
 A “criança” era uma das criaturas mais insignificantes da cultura antiga. Por sua estatura e idade, não estava em condições de participar na guerra, na política nem na vida religiosa. Jesus coloca um desses pequenos para o meio deles e lhes mostra como o presente e o futuro da comunidade estão em colocar no centro, não as próprias ambições, mas as pessoas mais esquecidas e simples. Somente assim, há de se reverter o sistema social de valores. E só dessa maneira a comunidade se tornará uma alternativa diante do “mundo”, que só valoriza as pessoas endinheiradas. A novidade de Jesus consiste em tornar grande o pequeno, em dar valor aos que fazem os trabalhos mais humildes e às pessoas (tidas pelo mundo) como insignificantes. 
 Neste sentido, ser discípulo de Jesus é “não ser” para uma sociedade que tem por valores justamente aqueles que são contrários ao Evangelho. No Reino todos somos iguais, todos temos os mesmos valores. É a sociedade, de hoje e de sempre, que gera as hierarquias sociais e valorativas das pessoas.
 O que Jesus revela, como um paradoxo, é muito sério: identifica sua própria sorte e a de Deus com a sorte dos “pequeninos”, os que não têm direito, nem quem olhe para eles, os últimos, os desprovidos, aqueles que não são levados em conta. Por este motivo, Jesus afirmava que todo o serviço feito a um “pequenino”, era feito a Ele, e definitivamente, ao Pai.
 Porque, na realidade, ele se identificava totalmente com eles: tinha-se posto ao seu lado, havia assumido sua causa como própria. Por isso, afirmava que todo serviço feito a eles era como se fosse feito a ele mesmo e, em última análise, ao Pai. Novamente, virava pelo avesso a hierarquia de valores da sociedade, ou melhor, punha-a no seu lado direito. Uma sociedade que só considera os de cima – ou cujas decisões só por estes são tomadas ou zela apenas pelos interesses dos de cima – não garante nem o Reino nem a Vida, porque esta só pode sobreviver num mundo em que, a partir de baixo, olhe pelos que estão embaixo, pelos que não têm direitos.
 A busca de superação, o desejo de ser o primeiro, o anseio de triunfo e êxito na vida... parecem, a princípio, aspirações legítimas do ser humano; o problema, normalmente, está nos meios que utilizamos para alcançar estas metas. Jesus nunca disse que não devemos aspirar a sermos os primeiros, antes pelo contrário, nos convida a ser, e nos aponta o único caminho humano e humanizador para consegui-lo: o amor e o serviço à causa do Reino, que é também a causa dos mais pobres. Estou envolvido nesta pseudomística da competitividade, do “subir” a qualquer preço, da busca do êxito e do dinheiro custe o que custar?
 O DEUS-OURO  dos antigos adoradores, tem sido substituído, nos tempos modernos, pelo DEUS-UTILIDADE, de forma que a este são sacrificados crianças e velhos.
Uma historinha para ilustrar: 
O CACHORRINHO PERNETA
 Um menino queria comprar um cachorrinho como companheiro de sua vida. Era pobre e vendia jornais e papeis velhos para poder poupar um dinheirinho. Quando já teve o suficiente, segundo pensava foi a uma loja perguntar quanto valia um cachorro. Respondeu o dono: 100 reais; mas os filhotes só custam 50. Porém eu só tenho 4 reais, disse o menino. São o fruto de meu trabalho de ir de casa em casa pedindo velhos jornais para vendê-los ao comprador de papel velho. Então eu tenho um cachorrinho que te darei de graça, disse o dono. E efetivamente ele trouxe um cachorrinho lindo, mas tinha um defeito. Ele mancava. Nasceu assim, disse o dono, e será aleijado por toda a vida. O menino disse: ele é meu. Tomou o cachorro entre os braços e fazendo carinhos conversava baixinho com o animalzinho. O dono vendo a cena disse: ele é teu. Não precisas me pagar nada. Mas eu quero comprá-lo, disse o menino. Esse cachorro vale para mim tanto como os outros que não mancam, porque eu também nasci aleijado. E levantando a sua calça esquerda ele mostrou que a sua perna era de borracha. Eu, disse, posso ser o único que compreenda e ame esse cachorro que para os outros não tem valor algum.
 Jesus, que nasceu pobre e morreu numa cruz, é o dono que comprou os pobres e os desprezados e entende melhor o que nós desprezamos porque não tem valor ou utilidade em nossas vidas, como eram as crianças pequeninas no seu tempo.
 Para finalizar, dizemos que as palavras de hoje são dignas de serem ouvidas, merecem ser meditadas e principalmente devem ser imitadas. Por isso, elevemos nossa prece a Deus:
   Por toda a Igreja, para que compreenda e aceite o Cristo do Evangelho e o anuncie sem medo...
  Por todos os que acreditam, para que sejam eliminadas todas as formas de domínio e poder sobre as pessoas...
  Por todos os que querem viver como discípulos de Jesus, para que saibam aceitá-lo como aquele que veio não para ser servido mas para servir...
  Por todos os que participam dos diversos ministérios, sinal de nossa disponibilidade para servir e dar a vida pelos pobres e pequenos...

  Por nossa comunidade, para que tente ser a última em honras e poderes, e assim poder ser a primeira no serviço aos demais...

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